>Verdades Goebbelianas

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GOEBBELS
Goebbels: apesar de poderoso, o número 2 da Alemanha Nazi nunca deve ter ido ao dentista.
“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, costumava dizer  Joseph Goebbels (1901-1945), o poderoso ministro da Propaganda da Alemanha Nazista. Muita gente se lembra dessa frase, mas — com exceção das publicidades antijudaicas e anticomunistas — pouco se lembra dos absurdos que a propaganda nazista apresentava como verdade:

GALINHAS-DE-RAcA-PURA
A galinha ariana é a da esquerda, evidentemente.
Nós requeremos que cada galinha ponha de 130 a 140 ovos por ano. Esse aumento não pode ser alcançado através das galinhas bastardas (não-Arianas), que agora são a população das granjas germânicas. Abatam essas indesejáveis e substituam-nas. — Agência de Notícias do Partido Nazista, 3 de abril de 1937.
Chega a nos parecer que a nota acima pode ter servido de inspiração para Revolução dos Bichos, de George Orwell, onde as galinhas são as primeiras a se rebelar (e a serem perseguidas e mortas) durante a tirania suína que substituiu a dominação humana. Mas vamos ver o que pensavam os nazistas sobre a saúde:
Respirar apropriadamente é um meio de adquirir mentalidade heroica nacional. A arte da respiração era uma antiga característica do verdadeiro Arianismo e [era] conhecida por todos os líderes Arianos. — Weltpolitische Rundschau [Observações da Política Mundial], Berlim, (s/d).
A tal “arte da respiração” ligada ao “verdadeiro Arianismo” só pode ser (o/a) yoga, milenar técnica de controle respiratório desenvolvida pelos hindus. Os arianos (ou árias) existiram de fato e foram os primeiros habitantes do planalto iraniano. Foram eles que habitaram a Índia e parte da Europa (donde se origina a família linguística indo-europeia, antigamente chamada de ariana). Entretanto, os propagandistas nazis distorceram a História e, como hindus pareciam menos “viris” que vikings, os arianos acabaram sendo identificados com os nórdicos. Mas foi uma distorção histórica pequena perto dessa:
shakespeare
zu sein oder nicht Deutsch ist, das ist die Frage”
Considerável número de pessoas […] descrevem o clássico autor alemão, Shakespeare, como pertencente à literatura inglesa por que — acidentalmente nascido em Stratford-on-Avon —, ele foi forçado pelas autoridades daquele país a escrever em inglês. — Deutscher Weckruf und Beobachter [Observadores e Despertadores Alemães], jornal da comunidade alemã de NY; citado pela revista The American Mercury (Julho de 1940).
Por fim, além dos judeus, dos ciganos, dos homossexuais, dos comunistas, dos russos e dos eslavos, os nazistas também eram xenófobos em relação a certos animais. Mas alguns animais, porém, eram mais iguais que os outros:
O coelho, é certo, não é um animal germânico, dada a sua dolorosa timidez. É um imigrante que aproveita os privilégios de um convidado. Quanto ao leão, vemos nele características indisputavelmente germânicas. Assim, poderíamos considerá-lo um alemão no estrangeiro. — Gen. Erich Ludendorff em Am Quell Deutscher Kraft [Na Fonte do Vigor Alemão].
coelho errado
Ops, Coelho errado!
rabbit
Tivessem os alemães vencido, é bem provável que essas (e outras) afirmações fossem consideradas como a mais pura verdade pelos livros de História e Ciências das escolas de todo o mundo. Afinal, a História é sempre (re)escrita pelos vencedores.
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