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Já que largar o vício (que vício?) nem sempre é uma ideia agradável, Mr. Netschert criou um meio para acabar com o isolamento de quem fuma. Assim, em 25 de maio de 1988, ele entrou com pedido de patente para um “Chapéu para Fumantes”, descrito como
Um sistema de chapéu portátil que permite o fumo de produtos à base de tabaco sem afetar o ambiente e que inclui um chapéu para cobrir a cabeça do fumante, um ventilador integral para sugar o fluxo de ar ambiente (contaminado e não-contaminado) que passa pela face do fumante para o interior do cahpéu, um sistema de filtração, deionização e purificação para remoção dos produtos de combustão, como odores de fumaça e íons positivos do ar sugado do ambiente e um sistema de exaustão para expelir do chapéu o ar filtrado, deionizado e, opcionalmente, aromatizado.
Porém, o que deve ter parecido inaceitável para Mr. Netschert foi quando empresas e até o governo passaram a regulamentar o fumo, “limitando severamente o uso de produtos de tabaco e, em muitos casos, afetando diretamente os hábitos de trabalho, a eficiência e a potencial promoção e/ou contratação” dos “desafortunados fumantes típicos”. Parece que há alguma frustração de um fumante desempregado por trás do invento.
“Por causa das crescentes mudanças sociais de nossa sociedade”, prossegue o texto, quase em tom de manifesto tabagista-conservador, “há uma necessidade para um equipamento que coloque o fumante e o não-fumante em pé de igualdade. A presente invenção cumpre esse papel. Um sistema portátil em um chapéu é apresentado aqui para permitir o fumo de produtos de tabaco sem incomodar ou ameaçar os vizinhos não-fumantes.”
Interessante notar como o tempo todo a patente fala claramente que se destina aos usuários de cigarros de fumo ou tabaco, devidamente legalizados, não havendo nenhuma palavra sobre certo tipo de cigarro ilícito (ou defesa da socialização de seus usuários)…