Ao longo de um ano marcado pelos altos e baixos em muitas coisas (inclusive meu mestrado), publicamos 130 posts. Aqui vai uma coletânea com o resumo de 18 que merecem ser lembrados.
1) Outra reviravolta em torno de KIC 8462852 — Também conhecido como Estrela de Tabby, esse astro causou alvoroço nos últimos anos por abrigar possíveis estruturas alienígenas ao seu redor. Um mutirão de cientistas revelou que o mistério era algo mais banal: uma nuvem de cometas.
2) Papel realmente reutilizável — Embora qualquer papel possa ser reutilizado depois da reciclagem, esse processo não é tão simples. Por isso, cientistas chineses inventaram um tipo de papel que pode ser facilmente impresso, apagado e impresso novamente.
3) Reconstruindo Hans Jonatan — Num feito digno de um romance policial, pesquisadores islandeses reconstruíram — sem qualquer amostra de seu corpo — mais de 1/3 do DNA de um homem morto há dois séculos. Mas quem diabos foi Hans Jonatan?
4) Lagartichips — Ao estudar o processo que permite às lagartixas subir pelas paredes, cientistas encontraram um meio de fabricar melhores (e menores) chips de computador.
5) Mundos de outro mundo — Graças ao efeito de lente gravitacional causado por uma galáxia, pudemos ver os primeiros indícios de planetas situados fora da Via-Láctea.
6) Vacinas reduzem pobreza — Numa conclusão que pode parecer óbvia, pesquisadores de Harvard confirmaram que a vacinação de pessoas de baixa renda impede o empobrecimento causado por problemas de saúde.
7) A saideira da salamandra — Descobrir a última refeição de um animal morto parece algo simples, mas não quando o cadáver tem uns 35 milhões de anos
8) Ferrovias intracelulares — A logística do interior das células é análoga à de um país: embora sejam mais difíceis de construir, as “ferrovias” formadas por microtúbulos têm manutenção mais simples à medida que são usadas.
9) Artesanato atômico — O Kagome é um padrão de entrelaçamento de palha tradicional na cultura japonesa. De modo surpreendente, é possível aplicá-lo a átomos de ferro e estanho, com potenciais usos na supercondutividade e na computação quântica.
10) Ciência almiscarada — Comum na fauna do hemisfério norte, o odor almiscarado ajudou os cientistas a entender melhor os mecanismos por trás do nosso olfato.
11) Besourinhos bêbados — Alguns besouros adoram encher a cara, mas por um motivo bem mais nobre: alimentar a prole, pois seus filhotes sobrevivem melhor num ambiente rico em álcool.
12) Já tomou entropia hoje? — Entropia não é algo que se beba, mas o café tem um efeito próximo disso. Duas pesquisas indicaram que a cafeína estimula o aumento da “entropia cerebral”.
13) Genética dos contos de fadas — Contos tradicionais não têm material genético mas também são codificados através de letras e palavras (equivalente aos genes). Assim, podemos usar técnicas genômicas para analisar versões em diferentes línguas dos mesmos contos de fadas — e descobrimos que essas histórias vêm sendo repassadas há milênios.
14) Um socão em Urano — Uma das características mais marcantes do sétimo planeta do Sistema Solar é seu eixo de rotação, que fica praticamente na horizontal em comparação aos demais planetas. O motivo do capotamento só foi descoberto no ano passado: uma colisão cataclísmica com um proto-planeta durante a formação de Urano.
15) Pré-História Perfumada — Em uma pesquisa envolvendo âmbar e perfumes, conduzida por pai e filho, descobrimos fósseis de flores dos tempos dos dinossauros. Embora seu odor não tenha sobrevivido, suas estruturas aromatizantes se revelaram semelhantes às de seus parentes modernos.
16) O liga-desliga linguístico — Quem fala mais de uma língua pode ter o hábito de misturar as palavras. Mas o que dá mais trabalho para um cérebro bilíngue: desligar a língua-mãe ou ligar o segundo idioma?
17) O gene que pinta as joaninhas — Por mais variáveis que pareçam, os padrões das pintas das joaninhas depende de um mecanismo genético bastante simples — tão simples quanto o comando “cor sim, cor não“.
18) A ciência do ITI MALIA — Sabe aquela vozinha ridícula que todo mundo costuma fazer diante de um animal fofo? Segundo pesquisadores americanos, é justamente essa mistura de gestos, mudanças de expressão facial e tom de voz que ajuda os cachorros a nos entender quando nos comunicamos com eles.
Evidentemente, nem todos os meus textos favoritos entraram nesta lista retrospectiva. Não posso deixar de mencionar, por exemplo, a pesquisa que levou o beatbox ao laboratório. Além dos artigos supracitados, há mais algum que nós publicamos em 2018 e você considera memorável? Sinta-se à vontade para fazer suas recomendações nos comentários.
Rafael
Muito obrigado por esse conteúdo maravilhoso. Tudo de bom nesse novo ano.
Fernando Pereira
Só tenho uma coisa a dizer sobre esse blog: Iti malia!