Mudança de endereço deste blog


É, as coisas se desenvolvem.
Não vou falar que elas evoluem porque a evolução não tem um objetivo e não significa progresso. Mas este blog que vos escreve tem sim um objetivo e está progredindo. Ou seja, se desenvolvendo.
Mudaremos de endereço. Do Lablogatórios o RNAm migrará para o ScienceBlogs Brasil.
Pra quem não conhece, o ScienceBlogs é o maior e melhor condominio de blogs científicos do mundo. E estão expandindo pelo mundo. Além do ScienceBlogs(SB) lingua inglêsa, há o SB alemão. O SB língua portuguesa será o próximo.
Todo, ou quase todo, Lablogatório migrará também.
O novo endereço é http://scienceblogs.com.br/rnam/
Agora seremos colegas de blogs monstruosos como o Pharyngula, A Blog Around the Clock, Cognitive Daily, entre outros pioneiros e campeões de bilheteria da blogsfera mundial!

Manifesto contra corte do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Muito se falou neste corte de 18% na verba destinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Veja um resumão aqui no 100nexo e a opinião do Geófagos.
Também o comentário do Carlos Hotta dizendo exatamente o que havia me chamado a atenção: nos EUA onde se afirma que há crise, foi investido mais dinheiro em pesquisa e tecnologia!
Aqui, onde Lula insiste em dizer que não há crise, resolvem cortar o dinheiro da ciência brasileira.
Vai ser do contra assim lá no Palácio do Planalto, hein!
Segue aqui um manifesto organizado por todos os coordenadores dos Institutos Nacionais de Tecnologia, que dependem desta verba para suas pequisas nas mais diversas áreas.
Clique abaixo para aderir

Cientistas querem legalizar drogas para o cérebro.


“Legalize já” é o que clama um grupo de cientistas em uma carta publicada na Nature.
Drogas para melhorar a performance de seu cérebro. Já escrevi sobre isto neste blog ( Doping Cerebral, se o tema lhe interessa, recomendo fortemente que leia também).
(Digo drogas aqui como sinônimo de medicamentos)
Por quê legalizar? Alguns argumentos:
Muita gente já usa.
Os principais são os estimulantes Ritalin (metifenidato) e Adderall (um mix de anfetaminas), e são prescritas para pessoas com hiperatividade e defcit de atenção.
Em pessoas saudáveis, elas aumentam a atenção, foco, e a capacidade de manipulação de informação pela memória. Como 4 a 7% dos alunos das faculdades têm déficit de atenção, essas são as mais presentes nas universidades americanas. E parece que não há efeito colateral importante.
Ajudar o cérebro é coisa que já fazemos
A escrita e a internet são exemplos de artifícios que criamos para compensar e melhorar nossa capacidade mental. Mesmo um professor, simplesmente ao ensinar uma nova maneira de enxergar um problema, está melhorando o desempenho cerebral de seus alunos. Assim, as drogas de desempenho seriam apenas mais um artifício dentre os existentes. Diferente, mas nada muito novo.
Mas não é trapaça?
Usar no vestibular pra melhorar minha nota, não é trapaça? Não porque nada impede nas regras. Isso porque este assunto nunca foi discutido neste tipo de competição, ao contrário do que acontece no esporte. É preciso ajeitar as regras para essas competições intelectuais.
É natural?
Mas afinal, o que na nossa vida cotidiana pode ser considerado “natural”? Casas, carros, celulares, os próprios tratamentos de doenças utilizando remédios não são “naturais”, no senso comum desta palavra. Utilizar lembretes em papel, no celular ou tomando um remédio para memória, todas são formas de ajuda não-natural. Porque então demarcar uma linha arbitrária entre elas?
Podem virar drogas de abuso
Risco de vício e abuso sempre existe. Mas as drogas são julgadas e regulamentadas por seus possíveis riscos para o indivíduo e para a sociedade. Assim, temos desde as mais perigosas, como a heroina, até as relativamente seguras, como cafeina. Os medicamentos para melhora de performance devem ser também regulamentadas segundo sua segurança.
Essas drogas são seguras?
As drogas que já estão no mercado foram testadas em animais e humanos, provando serem seguras para uso médico. Claro que um remédio que ajuda a controlar demência, mesmo que tenha efeitos colaterais, tem beneficios que pesam mais que os efeitos adversos. O que não justifica de imediato o uso por pessoas saudáveis, com o objetivo de melhorar performance.
O efeito no desenvolvimento quando usado por crianças também é uma área que não é abordada nos testes de segurança, mas deve ser considerado e estudado.

Liberdade para não usar
Na escola ou no trabalho, sempre nos é exigido o máximo. Caso o uso de drogas para o estímulo de nossas capacidades seja liberado, teremos a opção de não usá-las? Afinal, empregadores, pais e escolas poderiam exigir o uso das drogas para aumento de performance. No exército já é regulamentada essa exigência, mas fora dele a coisa deve ser muito discutida. Mesmo porque a maior parte da exigência de uso será velada, estimulada silenciosamente pela competição no emprego ou estudo.
É justo usar?
Competições são justas? Pessoas com melhor educação têm maiores vantagens em qualquer concurso. Desnutrição na infância tem um efeito ruim na cognição das pessoas, trazendo desigualdade na capacidade de competir. As drogas seriam apenas um fator a mais neste sistema complexo.
Mas drogas com preços muito altos aumentariam a vantagem, já grande, entre ricos e pobres. Por isso, a liberação teria que vir junto com a igualdade ao acesso destes medicamentos.
Qual seria a política de legalização?
São sugeridas quatro temas principais:
Primeiro estimular a pesquisa. Quanto faz bem; quanto faz mal; estudantes aprenderão mais ou não; etc.
Segundo é criar um mecanismo de participação de organições de profissionais relevantes nas áreas envolvidas, como médicos, psicólogos, biólogos, educadores, recursos humanos. Estas organizações devem ser muito informadas e ter uma linha direta de contato com quem tem interesse em usar qualquer tratramento.
O terceiro seria educar o público sobre o tema. E o quarto o aparato legal para amparar estas políticas.
Essa é a opinião do pesquisadores publicada na Nature.
Minha singela opinião, caso interesse, é que educar o público, organizar a sociedade civil e legislar sobre o assunto, são coisas ainda muito distantes. Assuntos menos complexos e que vêm sendo discutidos a mais tempo ainda não estão nem perto desta utopia. Eu não esperaria nada de concreto por um bom tempo.
Mas devo concordar com a conclusão dos pesquisadores:

“As drogas estimuladoras de performance cognitiva podem ser bem ou mal usadas. Devemos aceitar com prazer novos métodos que melhorem nossa função cerebral.
Em um mundo em que a vida produtiva humana vem aumentando, estes estimuladores vão ser cada vez mais importantes para melhorar a qualidade de vida e melhorar a produtividade, contribuindo também para amenizar o processo natural de declínio cognitivo do envelhecimento.
Claro que seria tolice ignorar os problemas que estas drogas poderiam causar. Mas assim como com outras tecnologias, temos que trabalhar para maximizar os benefícios e minimizar seus problemas.”

Bônus: Como seu cérebro reage a gasolina e fósforo

Se o Radiohead fez, porque não os conservacionistas?


Não preciso dizer aqui sobre o tal do carbono e o rastro que todos nós, consumidores vorazes, deixamos deste elemento no ambiente em que vivemos (para mais veja nos blogs especializados Ecodesenvolvimento e Rastro de Carbono).
Mas esse “ecochatismo” às vezes me irrita. Mas só às vezes, e depois passa. É que eu que adoro a banda Radiohead e sempre quis presenciar um show ao vivo dos caras vou ficar a ver navios (ou aviões no caso). A banda não fará mais viagens de avião para reduzir seus rastros de carbono.
E O MEU SHOW AQUI NO BRASIL COMO FICA?!?!?!
Mas tudo bem, passada a raiva de momento eu respiro fundo (enquanto ainda há ar para respirar) e devo concordar com os caras. Avião é uma das coisas que mais pesa nas contas de carbono de uma pessoa, podendo triplicá-las.

Daí esbarrei numa carta na NATURE de um pesquisador da área de biologia conservacionista dizendo que em sua área de estudo a maior parte dos pesquisadores estão em universidades no hemisfério norte, e as áreas de estudo e coleta, o que chamamos de “campo”, estão nos países ao sul do equador, nos países em desenvolvimento. Assim, os estudiosos gastam toneladas de combustível nesse vai-e-vem para coleta de dados ou congressos. Chegam a gastar 10 vezes mais carbono do que a média de seus conterrâneos.
Claro que um executivo de empresa gasta bem mais que isto. E podemos pensar também que a pesquisa realizada nessa área de conservação pode trazer benefícios maiores que os gastos do pesquisador.
Mesmo assim, reduzir é uma boa idéia. Não parem as pesquisas, por favor, mas incentivar pesquisas locais em áreas privilegiadas, estimulando pesquisadores locais e treinamento in loco pode ajudar. Também não se proíbam viagens, mas em menor número e com maior tempo de estada seriam meios de contribuir para dar o bom exemplo.
E não desconsideremos a tecnologia. Videoconferências e afins podem dar uma mão também.
E falando em tecnologia, sem show ao vivo eu me contento com o Youtube mesmo, afinal nem os DVDs são indicados por serem de plástico. Ou será que eu estou exagerando no ecochatismo?

Spore na Nat-Geo. Mentiras e omissões

A National Geografic não é mais a mesma…

Já falei sobre Spore, Spore + ciência e sobre Spore + SETI. Agora Spore + National Geografic.
Ligação mafiosa esta última. A National Geografic, famosa por seus documentários científicos, fez um programa sobre o tal jogo. Motivos óbvios, afinal o jogo clama ter toques científicos. Chama-se How to build a better being.
Fazer um documentário de total apologia ao jogo, dizendo ele ser cientificamente correto, já é um crime. Convidar cientistas para falar sobre evolução e não contar que isto vai aparecer num documentário/propaganda do Spore já é sacanagem!
Claro que depois de se verem nesse documentário os cientistas se revoltaram.
“Achei que era para um documentário sobre biologia evolucionista. Eles mencionaram o jogo só no meio da entrevista”, disse o paleontólogo Neil Shubin, que na edição do programa parece estar jogando Spore. “Eu não apoio nenhum videogame, muito menos um que diz falar sore evolução”, completa. O geneticista Cliff Tabin diz que nunca tinha ouvido falar do jogo até se ver no comercial do documentário. Imaginem a sensação.
Realmente no email enviado a ambos pela produção do programa não há menção ao jogo.
Não preciso nem dizer que a Eletronic Art, produtora do jogo, e a Nat-Geo têm um bom acordo. Afinal uma das edições do jogo vem com um DVD do filme.

Vi na Science
E mais: veja Robin Williams criando sua criatura! Hilário…

Cientistas podem dançar?

A pergunta não é se eles conseguem, mas sim se deveria ser permitido que o fizessem.
As festas de congressos científicos não me deixam mentir, na média os cientistas mandam muito mal no salão, desculpem falar. Mas já se foi o tempo dos estereótipos, hoje em dia é difícil classificar as pessoas tão facilmente. E talvez um cientista possa dar para um dançarino, ou reformulando esta frase de duplo sentido, possa dançar bem sim. E mais, montar uma dança sobre sua própria pesquisa!
Por isso prepare-se, aqui vai um resumo do que foi o primeiro concurso “Dance seu PhD”. As inscrições para o segundo se encerram hoje.
Vídeos e infos do concurso
Recomendo. O vencedor dançando uma caçada estilizada faz menção a sua pesquisa sobre como se trabalhava e distribuía a caça numa região do sul da África.
Um tango mostra a atração de uma galáxia mais pesada atraindo uma outra galáxia menor. Enfim, algumas coisas boas realmente.
Tirando coisas bizarras, como na categoria de Professores (haviam 3 categorias: graduandos, pós-graduandos e professores) em que um tiozão com a camisa do Tabajara Futebol Clube dança a música do pintinho amarelinho, representando sua pesquisa com galinhas. Só imagino como é ser orientado por um figura assim…
Leia mais também no Citrus: Dança dos cientistas: o Faustão compra a idéia?

Sobrenome comum tem menos chance de sucesso

Brasão da familia Silva

Pessoas com sobrenome incomum têm mais sucesso, diz pesquisa

Folha
Pessoas com sobrenomes raros têm mais chance de obter sucesso na vida, afirma um estudo realizado por cientistas de três universidades espanholas.
Um dos autores do estudo, Ignacio Ortuño, que faz parte do Departamento de Economia da Universidade Carlos 3º de Madri, explica que, quanto mais raro é o sobrenome, mais aparece entre profissões de nível econômico superior.
Segundo Ortuño, a pesquisa reflete a falta de mobilidade social nas últimas gerações, já que, no século 19, as famílias com status social alto tendiam a utilizar sobrenomes pouco encontrados. O estudo acrescenta que os sobrenomes compostos formados por um freqüente e outro pouco comum também são maioria entre as famílias de nível socioeconômico alto.

Pô, e eu com o meu “Bento da Silva Soares” posso me aposentar então por “nomenclatura inadequada”?!
Ainda bem que não acredito em determinismos.

Nobel e IgNobel: É do Brasil!(?)

Pesquisador e pesquisado

Um deles a gente já garantiu, adivinhe qual? Claro que foi o IgNobel, o prêmio que laureia os trabalhos mais idiotas do mundo. E quem levou foi o tatu por bagunçar os sítios arqueológicos. Esse é o tema da pesquisa dos brasileiros Astolfo Mello Araújo e José Carlos Marcelino, ambos da USP.

Aliás eles se sentem honrados pois não há Nobel para arqueologia, então o primeiro IgNobel do Brasil é uma honra.

Mas e o Nobel mesmo? Corre na boca pequena (vi no Blog do Luis Nassif) que a chance é grande de sair este ano para um brasileiro.O pesquisador Miguel Nicolelis é famoso no mundo todo, por sua pesquisa em entender os padrões do nosso cérebro em funcionamento e fazer um computador entender esses padrões. Assim ele conseguiu que macacos movessem braços mecânicos e até um robô andar, usando apenas a “força do pensamento”.

A suspeita surgiu por Nicolelis ter feito uma palestra em Stocolmo (onde fica a fundação Nobel), numa conferência que só ocorre uma vez por ano e com apenas quatro palestrantes. E geralmente estes palestrantes ganham. Seria merecido

Fecharia com chave de ouro este ano de 2008 com tantos prêmios importantes para o Brasil, como o IgNobel do tatu, e o Darwin Awards com o padre dos balões

Links:

Blog do Nicolelis