Faça infográficos perfeitos para área de biomed

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Mind the Graph

Aqui vai uma dica preciosa para quem quer fazer uma ciência mais bonita, mais descolada e mais design. E mais fácil e rápida de ser entendida também:

USE INFOGRÁFICOS!!!

Use nas apresentações, nos posteres em congressos, nas aulas, na tese e nos seus artigos científicos também. Economize o tempo das pessoas em entender e deixe o mundo mais bonito.

Se você é da área de biomédicas tenho uma dica melhor ainda: uma ferramenta online que tem todas as ilustrações e templates que você precisa. É a Mind the Graph. Uma startup 100% nacional com uma qualidade excelente, vários templates e milhares de ilustrações altamente personalizáveis. Troque cores, estilos e formatos das células, por exemplo.

O banco de imagens não pára de crescer, e aqui eu selecionei as que eu achei mais  interessantes.

Cientista em pose like a boss

like a boss science
Yeah, science!

Giardia, um clássico das aulas de biologia

Pesquise no google por PAREIDOLIA
Pesquise no google por PAREIDOLIA

CUIDADO! Isso é uma prensa!

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Ei! Isso tá gelado!

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Olha o passarinho… er… quer dizer…

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Faça uma história em quadrinho

Usar cocaína causa euforia e poderes mediúnicos

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=ukJyP5np9fg” title=”Tutorial%20on%20how%20to%20create%20infographics%20for%20Life%20Science%20and%20Health.”]

 

Disclaimer: Eu já comi churrasco na casa do sócio do Mind the Graph, ou seja, sou seu amigo. E também escrevo para o blog da empresa. Se agora você desconfiou de mim, entre lá e dê uma olhada para tirar a prova.

Divertida MENTE, COCÔlorido e camisinhas brochantes

Neste episódio: Divertida MENTE, COCÔlorido e camisinhas brochantes.

Cocô e camisinha que se colorem quando detectam alguma doença. Bacana né? Ah, mas sei lá, só sei que existe.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=VoflVBNu4U0″]

 

Se não acredita no que dissemos, ÓTIMO! Você aprendeu algo. Mas para provar, seguem as referências:

Deixe seu filho ficar triste
http://vida-estilo.estadao.com.br/blo…

Conheça os vencedores desta edição do Prêmio Jovem Cientista
http://www.cnpq.br/web/guest/noticias…
/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/­2596513

Raymond Wang, Nicole Ticea Win Top Intel Science Fair Awards
http://www.huffingtonpost.ca/2015/05/…

Cocô colorido
http://www.echromi.com

http://mulher.uol.com.br/comportament…

Estudantes criam camisinha que muda de cor ao detectar doença sexualmente transmissível
http://oglobo.globo.com/sociedade/sau…

Pílula de glitter
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/v…

Seja o dono de uma grande farmacêutica, seu porco capitalista!

Algumas das coisas mais odiadas no mundo atualmente:

As duas primeiras não precisamos explicar, mas é da última que vamos falar aqui.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=85I89ZrwIfU”]

 

Saiu um jogo de simulação [tipo SimCity lembra?] chamado Big Pharma, que coloca o jogador no comando de uma dessas indústrias. Estas são tão criticadas por tocarem em uma lógica meio absurda que traz desconfiança nas pessoas: quanto mais doentes, quanto mais doenças, melhor para os negócios.

Por isso pessoas se revoltam, gritam que essa indústria é sádica; que só trata doenças de pessoas e países ricos; que usa pobres como cobaias; que sabota tratamentos naturais/alternativos/caseiros; e que faz remédios que só servem para piorar as pessoas, como os quimioterápicos, e fazê-las comprar mais remédios.

Essas acusações são verdadeiras? Assim como com a Dilma e o Fernando, nem todas. Quimioterapia não é feita para debilitar mais ainda o paciente, e a sabotagem não é tão conspiratória como se pensa, mas essas indústrias não são santas, claro.

A dúvida que o jogo traz é: se essas pessoas que criticam estivessem no lugar do empresário dono da indústria, o que fariam no lugar dele? Deixariam de lucrar com ricos para fazer remédios baratos para pobres? Deixariam de sabotar seus concorrentes?

Bom, talvez só jogando para saber.

 

Vi no BoingBoing

 

Suco de inhame NÃO cura Dengue

dengue inhame mosquitoTem de tudo na internet sobre dengue. Até um velhinho adepto da Biocura (seja lá o que for isso), que fala que a dengue não vem do mosquito. E não vem mesmo, vem do vírus da dengue, e o moquito só leva o vírus pra lá e pra cá. Mas pra esse cidadão a dengue vem da prisão de ventre, acumulo de toxinas e blábláblá.

Sempre esse papo de toxinas acumuladas acumulando tudo.

Não vou por o link pra esse vídeo pra não dar audiência. Ao invés disso veja o meu vídeo sobre isso:

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=Ju83VwTP_00″]

 

Deu na Ana Maria Braga que pode funcionar e no programa Bem Estar que não funciona de jeito nenhum. Quem está certo? Ninguém, como sempre. Assista e veja o porquê.

Links:

Bem Estar: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/04/inhame-repelente-vitamina-b-veja-o-que-e-mito-e-verdade-sobre-dengue.html

Mais Você: http://gshow.globo.com/receitas/maisvoce/suco-contra-a-dengue-4ea7e64bc8157c31f4008808

Quer artigo científico? Então tome:
http://www.bioone.org/doi/abs/10.2987/8756-971X(2005)21%5B213:TVBAAH%5D2.0.CO;2

O que ninguém fala sobre a DENGUE

 

Eu sou um dos 3 campineiros que ainda não pegou dengue.

Mas foi pura sorte, porque essa temporada foi pesada: 224,1 mil casos de dengue no país. Pode não ser um recorde nacional, afinal 2013 estava pior, mas em São Paulo a coisa tá feia. A quantidade de casos aqui é imensa.

São paulo bateu recorde e olha só, com muito caso autóctone, ou seja , transmitido aqui dentro mesmo. Então, paulistada, não venham com esse papinho “ora meu, tudo que é ruim vem de fora, mano, esses migrante e turista viu, vô falar.”

Nãããão mulecada, culpa de SP sim! to achando até que o aedes é listrado preto e branco por ser curintia, mano. Bando de loco!

aedes

E Campinas é a cidade com maior quantidade de pessoas com dengue.

Que bom né, Campinas? A capitarrr do interiorrr é também a capitarrr nacionarrr do perrrnilongo!

Aí eu me pergunto: adianta campanha na TV? Eu acho que não funciona porque as pessoas não acham que o que passa lá é de verdade. Devem achar que tudo que está naquela tela brilhante é novela. Porque veja, tem campanha, tem notícia toda hora no jornal, tem vizinho E parente ficando doente, e ninguém tira a bunda do sofá e faz uma revista na casa pra ver se tem água parada! Afe…

Mas governo e mídia não ajudam também. Sempre a mesma ladainha de colocar uma subcelebridade num bairro de periferia genérico. Ora, quando é que uma celebridade (mesmo que sub) vai bater na minha casa pra virar pneu e limpar o quintal? Bem que estou precisando de uma força aqui.

Se não tá funcionando tem que mudar de estratégia!

Então aqui vão duas coisinhas que eu não vejo ninguém fazendo:

 

O quê ninguém fala sobre a DENGUE

 

1- Sair do comum para fazer as pessoas perceberem que o que passa no jornal interfere a vida delas. Entao: LEVANTA A BUNDA E VAI VER O SEU QUINTAL!!!, SUA CALHA ENTOPIDA, SEU VASINHO DE VIOLETA!

2- Vamos fazer um quiz aqui: em quem é mais urgente passar repelente?

  • em quem não tem dengue, para prevenir,
  • em quem já está com dengue.

Tempoooo

 

Se respondeu uma ou outra vc está errado! Se tem repelente e tem pernilongo voando a sua volta, todo mundo tem que usar, idiotas!

Mas se respondeu a segunda você está menos errado. Bicho, o mosquito não nasce com a dengue, ele pega quando pica alguém doente. Então o doente é o foco da doença, e pode passar ela para vários mosquitos e cada mosquito para várias pessoas! Então é repelente nele!!!!

 

 

Quer multidisciplinaridade? Vá para áreas da saúde.

A ideia é juntar tudo

[Post patrocinado por EducaEdu: Cursos Saúde e Medicina]

A trans-inter-super-ultra-mega-blaster-multidisciplinaridade estána moda, certo? Todo mundo fala disso. Mas eu acho que a coisa ainda está muito mais no discurso do que na prática. O mundo ainda compensa mais as pessoas super-especializadas. Isso é o que eu acho, mas podemos discutir. Se não concorda ou me apóia, comente este post com sua idéia.

Apesar de não ver isso na prática da pesquisa, pelo menos tenho visto algo parecido surgir em aulas da pós-graduação. Ou pelo menos algumas. E vejo que a área de saúde é a que tem estado na frente nesta multidisciplinaridade.

Dou alguns exemplos:

Como eu estou entrando na área das neurociências eu tenho feito disciplinas de pós-graduação na psiquiatria da USP, e comecei por uma disciplina mais amistosa para mim, biólogo que sou – isto é, com um “molecular” ou “genética” no nome. Afinal, em estudos do câncer ou do cérebro, molecular é molecular e genética é genética. Elas são ferramentas que podem ser aplicadas a muita coisa, e os termos, técnicas e jargões são os mesmos. Começando assim eu pude me sentir menos patinho feio dentro da psiquiatria.

Assim comecei com a disciplina Genética e Transtornos Psiquiátricos. Pode parecer bem clínico, mas no programa dava pra ver que abordaria conceitos básicos, indo de interação gene x ambiente, passando por estudos epidemiológicos, moleculares e até bioinformática e modelos animais.

Mas a multidisciplinaridade mais interessante não estava no conteúdo das aulas, mas nos alunos que apareceram por lá.

Havia biólogo (eu e não sei se mais algum), psicóloga clínica, um psiquiatra beeeem clínico mas interessado por pesquisa e epigenética, psiquiatra epidemiologista, e até um neurocirurgião!!!

Sério, eu nunca tinha conversado com um neurocirurgião. Para mim eles carregam um estigma de serem os seres mais inteligentes do mundo. Não que eu ache isso, mas parece que quando as pessoas pensam em uma profissão absurdamente difícil, pensam em neurocirurgião.

Claro que o cara era normal, bem gente boa, muito inteligente, principalmente uma inteligência bem técnica, eu diria, mas nada fora do comum para um bom cirurgião. E deu contribuições fantásticas nas discussões da aula. Sério, agora eu quero ter sempre um neurocirurgião por perto pra conversar e tirar dúvidas.

Agora estou em outra disciplina, esta bem mais voltada para pesquisa, mas ainda sim temos certa diversidade com psiquiatras (na maioria), psicólogos e eu, o biólogo fora do nicho.

E foi muito legal contribuir para a discussão quando a conversa foi sobre o papel da evolução nas doenças psiquiátricas. Eu como biólogo pude ajudar com conceitos que para biólogos são banais, mas para médicos e psicólogo são mais distantes.

Estou gostando de estar nessa área médica ou de saúde. Afinal eu tenho essa tendência generalista, de gostar de tudo, e vejo que há muita multidisciplinaridade por aqui. Claro que ainda faltam áreas importantes entrarem na roda, como, no caso da psiquiatria, os psicólogos comportamentais, neurocientistas e pessoal do comportamento animal, entre outros.

Juro que isso tudo chegou a gerar uma certa inveja-boa da prática clínica. Mas ainda bem que passa rápido.

Por isso, se você é um generalista como eu, gosta de interagir com várias áreas, e ainda não sabe o que fazer da vida (vai prestar vestibular ou entrar em uma pós-graduação), as áreas da saúde são uma boa pedida.

Veja aqui as opções do nosso parceiro EducaEdu em Cursos Saúde e Medicina.

Hepatite C, desinformação e conscientização!

O que são as hepatites? Quem sabe o que é a hepatite C, como essa doença é contraída, quais são os sintomas? Quem sabe responder como é feito o diagnóstico da hepatice C e se existe tratamento em caso de contaminação?

Mais: quem de vocês, leitores, já fez um exame para saber se possui essa doença ou outra hepatite?

Algumas das perguntas acima são parte de um panorama preocupante delimitado pelo Instituto Datafolha em uma pesquisa conduzida a pedido da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). Os dados referentes Às respostas de 1137 pessoas de 11 regiões metropolitanas brasileiras foram apresentados hoje no XXI Brasileiro de Hepatologia realizado em Salvador (Bahia) e resumem a falta de conhecimento sobre o tema.

Apesar de a Organização Mundial de Saúde considerar a hepatite causada pelo tipo C do vírus a principal pandemia mundial, com aproximadamente 170 milhões de pessoas infectadas, mais da metade dos entrevistados (51%) não soube definir “o que é hepatite C” e a grande maioria (84%) não fez um único teste para detectar a doença.

Considerando que a SBH estima que existam entre 3 e 4 milhões de brasileiros portadores do vírus da hepatite C, melhorar o conhecimento de todos é fundamental. Desse modo, aqui vai uma singela contribuição acompanhada de um “puxão de orelha”:

O que são hepatites?

As hepatites são inflamações do fígado causadas por diversos fatores, desde genéticos a uso de medicamentos ou, como é o caso do motivador desse post, infecções virais. No Brasil os vírus causadores de hepatites mais comuns são os tipos A, B e C, mas também existem os vírus D e E.

Como desconfio que posso estar infectado? Quais os principais sintomas e como é o exame para detecção?

Sem frescura que é só uma agulhinha!

Esse é o grande problema: em geral, as hepatites são doenças silenciosas e geralmente quando os sintomas aparecem a doença já está em um estágio avançado, sendo essa a importância de se fazer exames regulares e evitar situações de contágio. Alguns dos sintomas são febre, dor abdominal, vômitos, fezes esbranquiçadas e urina escura, sendo que os dois últimos são um forte indicativo de problemas no fígado.

A boa notícia: uma simples coleta de sangue já fornece material suficiente para realizar todos os exames de detecção!

Quais as causas de transmissão?

Apesar de se associar rapidamente a hepatite C às demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), fazer sexo sem proteção com alguém infectado é uma das formas mais raras de transmissão, bem como em transfusões de sangue (ao contrário do que ocorria a alguns anos). Claro que isso não diminui EM NADA a importância de se fazer sempre sexo seguro. Outro modo de contágio é a transmissão de uma mãe infectada durante a gravidez, mas o grande risco está no compartilhamento (consciente ou não) de material para uso de drogas (como seringas e agulhas) e de higiene pessoal.

O material de higiene pessoal merece atenção especial pois chegamos ao ponto em que não existe mais a desculpa de um “grupo de risco”. Todos usamos esses materiais e precisamos ter cuidado de nunca compartilhá-los. Alguns exemplos:

  • Lâminas de barbear/depilar.
  • Alicates de unha e outros objetos cortantes ou que entrem em contato com regiões que possam ter sido cortadas por outro instrumento, como aquele palitinho usado por manicures ou o potinho de água morna usado para “amaciar” as cutículas.
  • Escovas de dentes.
  • Material para confecção de tatuagem e colocação de piercings.

Os itens acima mostram uma verdade incontestável: todos estamos vulneráveis, por isso conhecer essa doença, suas formas de contágio e prevenção é essencial. Também é importante conscientizar crianças e adolescentes sobre o fato, uma vez que as meninas iniciam suas visitas aos salões de beleza cada vez mais cedo. Tatuagens e piercings também têm se tornado mais comuns em gente mais nova, o que é outro motivo de se conversar seriamente a respeito com que tenha vontade de fazer um dos dois.

Educar crianças e adolescentes sobre o risco de contrair essa doença é obrigação de todos os pais, mães, familiares e professores. Fazer o teste para saber se está saudável, também é!

Links interessantes:

Hepatice C no site do Ministério da Saúde – http://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-c

Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) com teste rápido para hepatites virais – http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2010/43925/cta_testerapido_hv_pdf_95624.pdf

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tratamentos virtuais, resultados reais.

Os avanços da tecnologia 3D, que atingiu seu ápice – por enquanto – com o mega blockbuster Avatar, de processadores e de resolução dos monitores trouxe um novo gás para o desenvolvimento de ambientes em realidade virtual.
Além de ser o sonho de consumo de praticamente todo gamer que se preze, existem várias iniciativas de uso dessas tecnologias em jogos direcionados à redução da sensação de dor em diversos tratamentos médicos. O conhecimento referente à essa atividade foi agrupado e discutido no artigo “The effectiveness of virtual reality distraction for pain reduction: A systematic review”, de Kevin Malloy e Leonard Milling (University of Hartford), publicado em Dezembro de 2010 (citação completa no final do post).
Diminuir a dor é importante não pelo fato em si. Ninguém – bom, algumas pessoas sim – gosta de sentir dor, mas de acordo com um levantamento realizado nos EUA em 2003 com mais de 28 mil trabalhadores adultos entrevistados, o custo estimado de perda de tempo produtivo entre faltas e performance reduzida devido a episódios de dor é de 61.2 bilhões de dólares. São bilhões de motivos para existirem pessoas dedicadas ao estudo de formas para se reduzir esse cenário.
Com base em diversos estudos controlados, a revisão de Malloy e Milling encontrou casos de jogos virtuais de sucesso, como dois estudos de 2008 que avaliaram o jogo Snow World. A realidade virtual simula um ambiente muito gelado no qual o jogador é inserido, e foi idealizado para auxiliar sessões de hidroterapia e trocas de curativos de pacientes com queimaduras graves, algo conhecidamente muito doloroso.

Games.jpg

Dois momentos dos games: tratando pacientes e criando doentes.
Ambos os estudos, realizados com pacientes de 3 a 40 anos, foram bem sucedidos em comparação a outros métodos de distração, e o jogo tem sido usado para ajudar a recuperação de soldados americanos queimados com sucesso. O vídeo abaixo é uma matéria sobre o jogo e seu uso nessa recuperação:

Outros casos a se prestar atenção:
  • Dores causadas por punções ou acessos venosos: em estudos de 2004 e 2005, adultos e crianças em quimioterapia mostraram redução significativa dos índices de dor quando jogavam Virtual Gorilla, em que o jogador é um gorila em seu habitat. No entanto, outras distrações (não necessariamente realidade virtual) tiveram desempenho semelhante, de modo que o assunto se encontra em discussão.
  • Colocação de acesso intravenoso: um estudo de 2006 realizado com crianças utilizando o jogo Street Luge, de skate, trouxe resultados promissores, mas ainda inconclusivos.

O artigo comentado aborda utilizações bem sucedidas da tecnologia dos games, assunto recorrente no RNAm, e vai prá lista de argumentos contra os reclamões que só conseguem enxergar jogos como diversão, “perda de tempo” e coisa de moleque não quer crescer.

Se quiser ver os outros exemplos discutidos pelo Rafael e por mim, visite:

Dica da @linagarrido ressucitada pela matéria “A cura pela realidade virtual”, publicada em Março de 2011 na Isto É Independente.

KM Malloya & LS Milling. The effectiveness of virtual reality distraction for pain reduction: A systematic review. Clinical Psychology Review. Vol. 30, Issue 8, Pag. 1011-1018 (2010).
doi:10.1016/j.cpr.2010.07.001

Protestar é legal, mas qual é o embasamento recente?

Recebi comentários criticando a campanha do Desafio 10:23 – Homeopatia: é feita de nada como um protesto fraco e que não provará nada. Também chegaram críticas de que ao menos nós do RNAm, como profissionais da área científica, deveríamos pensar em um modo mais confiável de refutar o funcionamento da homeopatia.

Agradeço todas as sugestões, mas vou esclarecer alguns pontos relacionados à homeopatia e ao Desafio 10:23:

  1. homeopathyoverdose.jpg“Vocês vão fazer um protesto só para tirar uma onda com a cara dos homeopatas?”: Não posso falar por todos os participantes, mas quem me conhece sabe que eu dificilmente sairia da cama num sábado de manhã sem um propósito maior. Além disso, a ideia do protesto não é ridicularizar a prática homeopática e sim chamar a atenção da população para algo que, apesar de carecer de confirmação científica rigorosa, em 2008 consumiu quase 3 milhões de reais em verbas do Ministério da Saúde. Para ser mais exato, de acordo com um comunicado do próprio ministério foram R$ 2.953.480,00 (a íntegra pode ser acessada em http://is.gd/OhdzmC).
  2. “Não encontrei nenhum tipo de padronização: cada participante escolherá o que tomar, quanto tomar e a única recomendação que encontrei foi comprar diluições a partir de 30C, que não têm mais princípio ativo. Querem provar o que desse modo?”: Primeiro, o protesto não propõe um experimento científico e sim uma ação de conscientização. Segundo, a própria homeopatia postula que maiores diluições têm como resultado efeitos amplificados (a tal “memória da água” que já foi refutada inúmeras vezes, dessa vez em condições de boa metodologia científica). Considerando que qualquer “tratamento” médico pode ser prejudicial em excesso, demonstrar a falta de efeitos colaterais ou qualquer outro tipo de resposta sinaliza para o que já se sabe, isto é, os resultados homeopáticos são derivados de influências psicológicas nos pacientes – o famoso efeito placebo.
  3. “Ah, mas seria muito mais interessante e importante se vocês tentassem fazer uma manifestação na forma de um experimento controlado”: Novamente, a ideia do protesto é conscientizar. Além disso, em Ciência não é responsabilidade dos críticos provar se algo funciona ou não. Isso é chamado ônus da prova e na boa prática científica, a responsabilidade de provar qualquer proposta é sempre de quem a defende. A famosa frase de Carl Sagan “afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias” é baseada nisso. Os homeopatas querem ser ciência? Então precisam mostrar seu valor dentro das boas práticas científicas, como todos os alopatas e pesquisadores biomédicos são obrigados a fazer.
  4. Ainda pensando em quem pede que os cientistas busquem provas que a homeopatia não funciona: muitos já fazem isso, meu post anterior possui algumas referências, mas se você considera artigos de 2005 um tipo de “pré-história acadêmica”, deixo dois exemplos mais recentes abaixo.
  • Renckens, C. (2009). A Dutch View of the ”Science” of CAM 1986–2003 Evaluation & the Health Professions, 32 (4), 431-450 DOI: 10.1177/0163278709346815: Avaliação do governo holandês sobre o subsídio de medicinas alternativas no período entre 1986 e 2003. Os poucos resultados satisfatórios foram atribuídos a pobres metodologias de análise como a falta de grupos-controle tratados com placebo. Alguns estudos relataram resultados negativos. Esses dados culminaram na suspensão da verba governamental destinada a práticas complementares.
  • Nuhn, T., Lüdtke, R., & Geraedts, M. (2010). Placebo effect sizes in homeopathic compared to conventional drugs – a systematic review of randomised controlled trials Homeopathy, 99 (1), 76-82 DOI: 10.1016/j.homp.2009.11.002: Esse estudo derrubou a hipótese de que os ensaios testando a validade clínica da homeopatia falhavam por apresentarem grupos-controle tratados com placebo que retornavam efeitos maiores dos observados em ensaios clínicos alopáticos. A conclusão foi de que os grupos-controle tratados com placebo dos ensaios homeopáticos não demonstraram efeitos maiores dos observados na medicina convencional.
Outros estudos podem ser encontrados em locais como o PubMed e outras bases de dados acadêmicos. Divirtam-se na pesquisa e não esqueçam:

1023-Brazil-300x205.png

Informações sobre a ação em http://1023.haaan.com/

“Overdose homeopática” Dia 5 de fevereiro tem Desafio 10:23!

No próximo sábado acontecerá o Desafio 10:23, um protesto que busca conscientizar o público sobre o que a homeopatia realmente é.

Às 10h23 da manhã do dia 5 de fevereiro, horário local, ativistas em mais de 10 países realizarão uma “overdose homeopática” coletiva para demonstrar que:

1023-Brazil-300x205.pngHomeopatia – É feita de nada

A “overdose” será registrada por fotos e filmes, sendo em seguida compartilhada em redes sociais como Twitter, Facebook, Orkut etc. pelos voluntários e apoiadores. Há alguns dias apoiadores, organizadores e voluntários estão divulgando material relacionado à campanha. Alguns deles são:

Homeopatia não é feita de nada (Rainha Vermelha)

Médicos, CFM, homeopatia e imoralidades (Uôleo)

Para uma ideia diluída, o remédio é conhecimento concentrado. (RNAm)

Será que ele é? (RNAm)

Para saber como o protesto funciona, confira o vídeo abaixo!

A mídia também tem dado cobertura ao evento:

Céticos questionam a eficácia da homeopatia (Gazeta do Povo – PR)

Ativistas contra a homeopatia vão tomar “overdose” (Portal R7)

Ativistas contra a homeopatia vão tomar ‘overdose’ no próximo sábado, 5 (Estadão.com.br)

Mais informações sobre a ação em http://1023.haaan.com/