Edições Anteriores – Dia da Mentira

dia da mentira

Era uma vez, um boneco de madeira que sonhava em se tornar um menino de verdade. Em  su história, rica de aventuras, e desventuras, Pinóquio erra, sofre, mas se redime para se tornar assim um ser humano. Entre seus erros, a mentira, denunciada com o crescer desmedido de seu nariz.

O romance As Aventuras de Pinóquio, escrito pelo italiano Carlos Collodi, em 1881, em Florença, é um dos clássicos da literatura infanto-juvenil mundial. Em seu enredo central, o boneco de madeira que sonha em se tornar ser humano, mas que para realizá-lo, precisa enfrentar seus lados sombrios, como a mentira.

Mundialmente conhecido como Dia da Mentira — ou dos Bobos, ou dos Tolos —  o 1º de abril é celebrado como um dia de diversão e brincadeiras. Uma das explicações mais difundidas para a origem da data conta que, em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX, da França, determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1º de janeiro — anteriormente era comemorado no dia 25 de março, data que marca o início da primavera na Europa.

Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Nascia assim, o Dia da Mentira.

Entretanto, nem só de brincadeira é lembrado a data. Ao menos para alguns cientistas que estudam o fenômeno da mentira.

Por isso, o Divulga Ciência sugere a leitura de dois artigos sobre o tema, ambos publicados em periódicos de psicologia.

O primeiro, A banalização da mentira como uma das perversões da sociedade contemporânea e sua internalização como destrutividade psíquica, publicado na revista Psicologia & Sociedade (vol. 19, n. 3, 2007), trata da mentira como “um dos principais atributos das relações sociais, instituindo-se como valor eticamente perverso”

Para a autora do estudo, a mentira pode ser utilizada para justificar ações bélicas contra povos com fins prioritariamente econômicos.

Já o segundo artigo, Estereótipos, mentiras e videotape: estudos experimentais sobre a acurácia na identificação da mentira, publicado na revista Psicologia & Estudo (vol. 11, n. 1, 2006), procurou outro caminho, e investigou a precisão da avaliação da mentira, e como essa avaliação pode ou não interferir na percepção e no julgamento social.

Artigo: A banalização da mentira como uma das perversões da sociedade contemporânea e sua internalização como destrutividade psíquica
Autora: Angela Caniato
Revista: Psicologia & Sociedade (Associação Brasileira de Psicologia Social)

Artigo: Estereótipos, mentiras e videotape: estudos experimentais sobre a acurácia na identificação da mentira
Autores: Marcos Emanoel Pereira, Roberta Brasileiro, Joice Ferreira da Silva, Paula Bacellar e Silva, Daniela Brachi e Flora Albuquerque
Revista: Psicologia & Estudo (Universidade Estadual de Maringá)

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