
Por Claudia Rabelo Lopes – Assessora de imprensa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Ao analisar a vegetação de uma área do semiárido no Ceará, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) verificou que as plantas que perdem as folhas na estação seca, chamadas decíduas, e as sempre verdes, que mantém as folhas, apresentam estratégias diferentes para resistir à seca. O estudo foi publicado na última edição da revista Rodriguésia (vol. 66 nº 1, 2015).

Os pesquisadores identificaram características das folhas que indicam que as plantas decíduas adotam uma estratégia para evitar a seca, enquanto as sempre verdes adotam uma estratégia de tolerância à seca. As primeiras investem menos carbono na construção das folhas, que têm vida curta, mas apresentam alta capacidade fotossintética. Já as espécies sempre verdes constroem suas folhas com alto investimento de carbono, o que dá maior longevidade, mas reduz a capacidade fotossintética das folhas. “As diferenças entre as estratégias de evitação e tolerância à seca são primariamente determinadas por diferenças na capacidade hidráulica, traços relacionados à fotossíntese e tolerância das folhas ao estresse hídrico”, afirmam Bruno e co-autores. Por outro lado, quando não há restrição hídrica, os dois grupos de plantas apresentam o mesmo grau de eficiência no uso da água.
Leia o artigo completo: Divergências funcionais e estratégias de resistência à seca entre espécies decíduas e sempre verdes tropicais. Rodriguésia, Vol.66(1), 2014. DOI: 10.1590/2175-7860201566102

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Autor: Bruno Cruz de Sousa.
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