Segurança e eficácia do metilfenidato no tratamento de TDAH

Por Carolina Medeiros

Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit Atenção (ABDA), em 2010, aproximadamente 925 mil pessoas no país já haviam sido diagnosticadas com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e para o tratamento desse transtorno, o medicamento mais indicado é o metilfenidato. E a sua eficácia foi testada pelo Boletim de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS), organizado pela ANVISA por meio da gerencia de avaliação em tecnologias de saúde.

Metilfenidato é conhecido comercialmente como ritalina
Metilfenidato é conhecido comercialmente como ritalina

Porém os resultados desse boletim gerou controvérsias, como aponta o artigo “Uso de metilfenidato em crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade”, publicado na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa realizou revisão do boletim, e concluiu que o Brats levou em conta apenas os artigos que apontam para a eficácia do uso do metilfenidato, em outras palavras, foram citados apenas sete artigos de um universo de 500 pesquisas sobre o medicamento.

“Os artigos selecionados pelos autores do BRATS apontam para a eficácia e segurança do uso do metilfenidato, entretanto, a conclusão final do boletim não reflete isso, portanto, tais conclusões não devem dar suporte científico a estratégias e politicas públicas sobre o tema”, explica Felipe.

O pesquisador afirma ainda que, o que o seu estudo está contestando a metodologia utilizada pelo BRATS, e não é a eficácia do remédio, uma vez que de acordo com pesquisas de Tamanho de Efeito (pesquisas que medem a eficácia de um determinado remédio dentro de um grupo de pessoas) a cada 10 pacientes medicados com metilfenidato, nove apresentam melhora no quadro clínico. O médico disse ainda que espera que a Anvisa reveja a versão do boletim, apresentando uma revisão maior a cerca dos estudo com metilfenidato.

Sobre o TDAH

Trata-se de transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo para a vida toda. De acordo com uma pesquisa realizada pelo professor doutro Paulo de Mattos da Universidade Federal do rio de Janeiro (publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria Clínica – out.2012), estima-se que somente 16,2 a 19,9% dos 924.732 indivíduos afetados com TDAH no país receberam tratamento adequado.

Para os especialistas no transtorno, como tem aumentando a exposição sobre o tema, tem crescido o número de pessoas que buscam a avaliação, e por consequência, o número de casos.  Hoje o TDAH tem responde por 30% a 50% dos encaminhamentos em saúde mental na infância, porém cabe um alerta, para que um correto diagnóstico cabe análises profundas, levando em conta os diversos ambientes que a criança frequenta, bem como que essa seja feita por especialistas com bastante experiência no assunto.

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