Nesses tempos de pandemia, somos bombardeados o tempo todo com informações de várias fontes com diferentes níveis de aprofundamento, e muitas vezes nos deparamos com termos que não conhecíamos antes. Nesse sentido, criamos uma seção específica só para falar desses termos que, agora com a COVID-19, lemos diariamente e embora nos acostumemos em nossa rotina, nem sempre o compreendemos!
Se vocês tem dúvida de algum termo específico que têm sido usado em artigos científicos ou aqui nas postagens do Blogs, entre em contato conosco nos comentários e nos envie a sugestão para inserirmos aqui no nosso glossário da COVID-19!
É a pessoa que ao contrair uma infecção não desenvolve quaisquer sintomas, mas ainda assim possui o agente patológico em seu corpo (como uma bactéria ou vírus), e dessa forma é capaz de transmiti-lo para outras pessoas de forma silenciosa.
O grande problema desse tipo de caso é como tal indivíduo não sabe que doente, ele não procura fazer algum teste de diagnóstico e continua sua vida normalmente, trabalhando, indo ao mercado, academia, farmácia, shopping, festas, o que aumenta muito as chances de novas pessoas se contaminarem.
Atualmente, no caso específico da COVID-19 especula-se que o nível de infectados em alguns países como o Brasil seja muito mais alto do que o divulgado, mas por boa parte desses serem assintomáticos (ou possuírem sintomas muito brandos e dificilmente perceptíveis), eles estão escapando dos testes e das autoridades de saúde e assim contaminando mais pessoas, mesmo sem ter essa intenção. Especula-se isso pela porcentagem do número de mortes aqui ser muito mais alta do que no resto do mundo, o que indica que muitos casos assintomáticos não estão sendo testados e contabilizados.
Nada mais é do que a transmissão de um patógeno de um animal para outro. E nós estamos incluídos nisso. Essa transmissão pode ocorrer pelo ar como a gripe comum e a COVID-19, pela água, solo, sangue como o HIV, por alimentos (em geral contaminados por água e solo), e até por outros animais, como a Dengue, Zika e Chikungunya.
O contágio em específico é a chamada transmissão direta do patógeno, que pode acontecer de duas formas: imediata e mediata. Na primeira há o contato direto do organismo infectado com o organismo não infectado, pelo toque, e isso leva a transmissão da doença. No segundo caso, o patógeno é transmitido via gotículas de saliva que ficam no ar e podem ser respiradas por outro organismo (não-infectado), que acaba se contaminando.
Por fim, a transmissão indireta é aquela que usa qualquer outros meios não animados (como o solo, água, alimentos e fômites) e inanimados (como os pernilongos no caso da Dengue). Os fômites são quaisquer objetos inanimados (maçaneta, celular, chave, interruptor, talher, etc) que é capaz de reter e transportar patógenos (como vírus e bactérias), de um indivíduo para outro. Por isso é de suma importância lavar as mãos e não tocar o rosto quando se está em condições de epidemias e pandemias, pois caso toque em um fômite e depois em alguma mucosa do rosto (olhos, boca, nariz) o vírus que estava nele acaba passando para o organismo.
FIBROSE: é um processo fisiológico, muitas vezes vinculado ao processo de cicatrização interna de um ferimento, que leva a formação de um tecido diferente daquele que havia ali anteriormente. Exemplificando: quando nos cortamos, muitas vezes ficamos com uma cicatriz no lugar daquele corte se ele for muito fundo. Essa cicatriz, em geral não tem nem a cor nem textura da pele que existia ali antes. Isso acontece porque durante o processo de cicatrização houve um acúmulo de fibras de colágeno, que alterou a composição daquele tecido. Dessa forma, ao invés de ter sido produzido um epitélio (o tecido da pele), acaba se formando um tecido conjuntivo (um tipo de tecido mais “fibroso”, justamente por conter mais fibras de colágeno).
A imunidade de rebanho (ou imunidade coletiva) acontece quando uma grande porcentagem da população já está imune a um patógeno. Isso impede que pessoas infectadas contaminem pessoas não infectadas, simplesmente por esse indivíduo infectado estar rodeado (ou em um rebanho) de pessoas imunes que não transmitem mais o patógeno, diminuindo sua circulação dentro daquela população.
Esse tipo de imunidade, ou resistência à infecção, pode ser atingida de duas formas:
Esse tipo de imunidade é muito importante para aquelas pessoas que não podem receber a vacina, por exemplo para indivíduos alérgicos à algum componente da vacina, pois a população vacinada (e dessa forma, imunizada contra o patógeno), serve como barreira que impede a transmissão e infecção do vírus nessas pessoas que não estão imunizadas. Contudo, esse tipo de imunidade só acontece quando uma grande parte da população está imunizada (aproximadamente 95%).
É o efeito ou ato de gerar uma imunidade de longa duração contra uma doença infecciosa. Uma pessoa imunizada é aquela que possui anticorpos e células de memória que permitem que tal pessoa consiga combater mais facilmente uma infecção ao entrar em contato com ela uma segunda vez.
Há duas formas de se ocorrer a imunização: naturalmente, quando alguém adquire uma gripe ou outra doença infecciosa do ambiente, e artificialmente, via vacinas. Em ambas as situações o sistema imune da pessoa era trabalhar para combater o patógeno ao mesmo tempo que estimula estimula a formação de células de memória e anticorpos, um processo demorado que leva aproximadamente 10-12 dias. Nesse primeiro contato o corpo não se beneficiará dessas células de memória e anticorpos, pois em geral 12 dias é o suficiente para o sistema imune combater a infecção.
Contudo, em um segundo contato, essas células e anticorpos serão de grande importância, visto que eles auxiliam no combate ao patógeno, tornando todo o processo muito mais rápido e eficiente. É por causa disso que muitas vezes somos afetados por uma doença uma única vez e nunca mais, como catapora.
Também chamado de imunidade cruzada ou reação cruzada. É o processo que acontece quando um anticorpo produzido contra uma parte X de um patógeno, acaba se ligando a essa mesma parte em outro patógeno, diferente do primeiro mas ainda assim geneticamente parecido com ele. Dessa forma, o combate a esse segunda patógeno se dá de forma mais rápida e eficiente, pois além de montar uma resposta imune própria para esse segundo patógeno, ainda há os anticorpos prévios, que auxiliam no combate a ele. Esse fenômeno acontece, por exemplo, com os vírus do gênero betacoronavirus: os coronavírus humanos (HCoV) e o SARS-CoV-1. Não se sabe ainda se há o efeito de imunidade cruzada entre esses vírus e o SARS-CoV-2, causador da COVID-19.