Search Results for: rio+20

Biocombustíveis são limpos?

Eu poderia discorrer linhas e linhas explicando o quão limpo são os biocombustíveis, o quanto eles poluem menos, que são renováveis, que são mais sustentáveis que o petróleo, mas nenhuma palavra apagam essas imagens…

Uma usina de cana-de-açúcar e seus efluentes… Assim, despejados, num córrego próximo. Não pergunte o cheiro desse lugar, ninguém acharia agradável, com certeza.

campo_19-08_21-08 028.jpgcampo_19-08_21-08 029.jpg
campo_19-08_21-08 030.jpg

Essa Usina fica no interior de SP e não pretendo falar o nome dela aqui por que vai que despejar todo esse efluente no Rio seja um procedimento legal, afinal, a Usina tem até licença de Operação da Cetesb desde 2006.

Na realidade consultando sobre a Usina no site da Cetesb a situação está bem confusa. Eles tem uma Licença Prévia emitida em março de 2008 e uma Licença de Operação emitida em abril de 2006. Não entendi. O Procedimento de licenciamento ambiental passa pela licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Estariam eles renovando a licença de operação? Provável…

Ah! No site deles você pode encontrar a Programação da queima da palha da cana, tá? Pra quem não sabe a queima sempre acontece depois das 17horas!

De qualquer forma, vamos tomar cuidado quando vemos e ouvimos políticos, jornalistas, entusiastas dos biocombustíveis, conclamando que o álcool é salvação do mundo.

Futuro 1: Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel

Inspirada por essa notícia de mentira: Banco Real não financia mais carros para paulistanos, resolvi criar uma série de notícias sustentáveis que me faria feliz lê-las em 2009. Bom, se um dia elas se tornarem realidade eu já ficaria bem feliz!
Vou chamar esses posts de Futuro. Eles pretendem representar o que deveria ser o futuro mais sustentável, pelo menos ao meu ver. Pode ser que depois de um tempo os ache equivocados, mas faz parte do processo de mudança que eu gostaria de ver no mundo. Eis o primeiro deles.

Unilever anuncia venda de produtos de limpeza a granel.
Com o intuito de reduzir a produção de lixo na sua cadeia de produção a Unilever anuncia a venda de produtos de limpeza (sabão em pó, amaciantes, desengordurantes) a granel. Assim como era feito antigamente na hora de comprar bebidas, agora será feito com produtos de limpeza que levam a marca Unilever. Ou seja, você pode levar suas próprias embalagens e enchê-las no supermercado, sem precisar levar para casa mais uma nova embalagem que na melhor das hipóteses vai ser enviada para reciclagem.
Com essa atitude a Unilever pretende reduzir o número de embalagens a serem produzidas e descartadas, uma vez que a empresa não consegue garantir o retorno de 100% das embalagens produzidas para reciclagem.
A dificuldade agora é educar os consumidores a levarem suas próprias embalagens na hora de comprar esses produtos. Um incentivo será o preço que por não precisar de embalagem, reduz custos de transporte e produção, poderá ser vendido com redução de até 15% do valor.
Fica a dica, comece a guardar as embalagens velhas dos seus produtos de limpeza, você poderá usá-las por muito tempo.
Com essa atitude a empresa envolve não apenas o consumidor, tentando implantar uma nova forma de consumo, mas também os fornecedores de embalagem e as redes de supermercado. Os fornecedores terão de criar embalagem que sejam de boa qualidade e duráveis para que a idéia de embalagem descartável seja coisa do passado, e assim possamos diminuir a quantidade de lixo produzida e a energia gasta para produção de coisas descartáveis seja repensada. Para os supermercados fica o desafio de criar espaços diferenciados pois se a moda pega com outros produtos também, diga adeus a supermercados com pratelerias cheia de produtos embalados como estamos acostumados.

**
P.S.1: A primera vez que ouvi essa ideia veio da minha mãe, não sei se saiu da cabeça dela ou de fato ela chegou a ter notícias de alguma coisa do tipo em algum lugar do mundo. Depois li em algum comentário de algum blog o sonho de um supermercado inteiro a granel, achei bem interessante…
P.S.2: Alguém sabe me responder se a granel tem ou não crase? Eu acho que não, mas confesso que fiquei na dúvida. UPDATE: Não tem crase mesmo! Obrigada pessoal!

Doar – Resenha

Doar -Bill Clinton
Como cada um de nós pode mudar o mundo

Confesso que jamais leria esse livro se ele não tivesse me sido enviado pela Editora Ediouro (via agência Frog).
O livro basicamente conta as infinitas histórias bem sucedidas sobre ONGs e trabalhos voluntários pelo mundo, dá algumas dicas para quem quer ajudar a salvar o mundo e deve ter rendido algum dinheiro ao ex-presidente dos EUA, Bill Clinton.
Um dos pontos que mais me chamou a atenção no livro é perceber como existem ONGs nos EUA e como lá eles precisam delas tanto como nos países pobres. É impressionante a idéia equivocada de país que o mundo tem deles, talvez a única diferença é que eles tenham dinheiro, muito dinheiro e como em qualquer outro lugar, extremamente mal distribuído.
A parte do livro que na minha opinião mais vale a pena é o ultimo Capítulo: Quanto você deve doar, e por quê? Não sei se vai convencer alguém muito rico a doar algum dinheiro, mas os dados são bastante interessantes como: “a partir dos dados fiscais de 2004 (…) se os 14.400 contribuintes (americanos) que compõem o 0,01% dos mais ricos doassem um terço de sua renda (12.775 mil dólares em média) para combater os problemas mais graves do mundo, o total ficaria em torno de 61 bilhões de dólares. Se os 129.600 contribuintes que compõem o 0,1% mais ricos dessem um quarto da sua renda (pouco mais de 2 milhões de dólares), a doação totalizaria quase 65 milhões.” E esse é o exercício mais radical que ele faz, se as doações fossem na casa do 1% da renda, mesmo assim chegariam fácil aos bilhões de dólares. Mas por que será que os ricos sempre tem que ter mais e mais dinheiro? Pensando nisso meu irmão me deu uma idéia bastante interessante, as riquezas pessoais deveriam ser limitadas a um certo valor, afinal quem precisa de mais de alguns milhões de dólares para ter uma vida boa e proporcioná-la aos seus filhos? Aliás com bem menos que isso já é possível ter uma vida bastante confortável.
A pergunta que eu mais me fiz lendo esse livro foi: Com tanto dinheiro sendo doado para boas ações pelo mundo por que será que ainda temos tantos problemas? Eu não tive o trabalho de somar todos os milhões de dólares que ele fala que são investidos em trabalhos sociais, mas caso alguém faça isso vai ver que não é pouca coisa não, deve chegar fácil na casa dos bilhões. E mesmo assim o mundo está do jeito que está, onde está o furo? Onde que está a falha uma vez que os problemas só crescem a cada dia? Será que eles estão apenas combatendo os efeitos dos problemas e não as causas? Temos aqui uma fábula do hipopótamo?
Mas o que mais me deixou revoltada com esse livro foi a hipocrisia do Bill Clinton, isso é impagável!! Chega a ser vergonhoso! É tão ridículo ele falando das ações humanitárias em locais devastados pela guerra, e ainda cita a guerra de Kosovo!!! Promovida com a ajuda de quem??
E pra finalizar… Ele fala tanto em doar tempo, dinheiro, conhecimento, etc. Será que ele doou os lucros de venda do livro para alguma ONG? Afinal, bastante estranho ganhar dinheiro com um livro chamado Doar, que utiliza histórias essencialmente de ONGs… Pra mim soa no mínimo contraditório. Ok, provavelmente ele deve doar o dinheiro arrecadado com o livro para a própria fundação.
P.S.: Mudando de tema, mas não de assunto… Se tem uma coisa que me surpreendeu muito foi quando entrei em contato com a Fundação Clinton no ano passado, eles são de uma organização ímpar, isso é admirável. Mandei uma mensagem de um desses formulários de site pedindo informações sobre as ações da Fundação Clinton em São Paulo em relação as mudanças climáticas, em questão de dias a pessoa da fundação que estava trabalhando aqui me mandou um e-mail. Exemplar!

Blogagem Coletiva – África (2/2)


Como eu ando bem preguiçosa resolvi deixar esse post para um amigo que vive hoje na África contar sobre a experiência dele por lá. Ele é o Ram Horizonte que mantém o blog Yo Vengo de Todas as Partes, que conta suas 1001 aventuras pelo mundo, as últimas delas inclusive na África.
Ele também é geólogo, fomos contemporâneos na faculdade, e está em Angola trabalhando com prospecção de diamantes por aquelas bandas.
Segue o relato dele sobre como o meio ambiente é encarado em Angola, um país que está em processo de reconstrução depois de uma guerra civil de muitos anos.

Com certeza a legislação Ambiental em muitos países Africanos é recente, motivo pelo qual eles já utilizaram a experiência de outros países e pode-se assim dizer que estes tem uma legislação moderna e adequada.
O problema começa na aplicação dessa legislação, pois simplesmente não há órgãos fiscalizadores, falando do caso que eu conheço que é Angola. Eu tenho notado em reuniões de órgãos do governo com empresas de exploração de diamante que há um aumento na pressão para as mesmas cuidem mais do meio ambiente, mas até essa prática se tornar realidade no campo há um caminho longo a ser percorrido.
De todas formas não podemos esquecer que Angola saiu de uma guerra civil de trinta anos e nota-se invariavelmente que o foco do governo hoje em dia é reconstruir a infra-estrutura básica do país, estradas, escolas, hospitias, etc. Não existem no momento nenhuma empresa de reciclagem de lixo doméstico em Angola, a simples coleta é algo praticamente novo, imagine então reciclar. Afortunadamente nem tudo está tão atrasado e eu pessoalmente já visitei uma empresa que tem usina de incineração e aterro sanitário para tratamento dos dejetos industriais para as empresas interessadas em fazer um bom despejo deles.
No final das contas o meio ambiente termina sendo uma questão de ética de cada empresa. Acredito que as multinacionais que trabalham no mundo inteiro seguindo os mesmos parâmetros de responsabilidade social e ambiental provavelmente aplicam uma política ambiental muito mais severa que uma pequena empresa de exploração aluvionar que só está interessada no seu lucro diário e não tem uma reputação que cuidar.
No nosso caso especifico da empresa que eu trabalho, uma dessas multinacionais que andam fazendo prospecção de diamantes, aplicamos aqui em Angola o modelo e a experiência adquirida com certificações Ambientais IS014001 no Brasil e outros países do mundo.
Estamos em fase de prospecção, durante a qual os impactos são mínimos se comparados com os de uma mina. Mesmo assim sabemos que à educação ambiental deve começar desde cedo e não podemos esperar a implantação da mina para mostrar as pessoas que conosco trabalham e para o governo que estamos fazendo a nossa parte.
Enviamos baterias, pilhas e óleos usados para a capital do país (1300 Km de distancia) para a empresa que mencionei anteriormente, que trata principalmente dos resíduos industriais das empresas petrolíferas, que como nós, certamente o fazem por responsabilidade própria e seguindo seus parâmetros de atuação internacionais. Realizamos um estudo preliminar sócio ambiental na nossa área de pesquisa para identificar áreas de maior susceptibilidade ambiental e focos de atuação na área social. Investimos em programas sociais com a população local sobre a prevenção e combate a doenças como malária, cólera e aids. Coletamos e tratamos com biorremediação em nossa base o solo contaminado por derramamento de óleos dos nossos veículos leves e pesados, entre outras pequenas iniciativas.
De certeza ainda há um grande caminho por percorrer, governo e empresas precisam investir mais no meio ambiente, mas já existem muitos programas que demostram a crescente preocupação dos dois lados com essa área, de fato, alguns já começaram.”

A minha opinião é que como em qualquer outro lugar, com raríssimas exceções, o meio ambiente é encarado como acessório, se der para fazer fazemos, se não der, não vamos deixar de fazer nada por causa desse “detalhe”. O que se tem é um começo, mas ainda está longe de ser o ideal, não só na África mas na maioria dos países do mundo.
Num país como Angola, que está totalmente focado no seu “crescimento e desenvolvimento econômico”, imitando fielmente a cartilha dos países desenvolvidos, não é de se espantar que o respeito ao meio ambiente depende muito mais de uma responsabilidade e ética das empresas do que necessariamente de uma exigência do governo. Por isso é sempre bom lembrar as multinacionais que as responsabilidades e códigos de ética assumidos por elas em suas matrizes devem valer também em qualquer outro lugar do mundo, afinal o Planeta é um só e meio ambiente não tem fronteiras.

Blogagem Coletiva – Consumo Consciente (1/2)

Lembro que uma vez tratei desse assunto aqui e tem tudo a ver com esse documentário que reproduzo abaixo.

É triste ver esse documentário, não? E não dá pra simplesmente colocar a culpa no mercado publicitário e nas multinacionais pois a culpa é sim também dos pais. Se as crianças brasileiras são as que mais assistem TV no mundo a culpa é de quem? Quem leva crianças para passeios no shopping? E se meninas de 3 anos vão para escola de batom, quem foi que comprou batom para elas? A mídia, as empresas, o mercado publicitário é mau? Sim, o objetivo deles é bem claro, vender a todo e qualquer custo, mas as pessoas compram porque querem, porque se deixam seduzir. Lembramos, crianças aprendem porque veem modelos!
O problema de consumo das crianças é bem mais profundo que apenas regular a propaganda direcionada para elas, o problema está na nossa sociedade e no tipo de pais que as pessoas são.
Convenhamos, pais que fazem festa de aniversario para as filhas em salão de beleza e culpam a mídia por causa disso merecem um tratamento psicológico. Lamento, se você tem problemas de dizer não para seu filho não venha colocar a culpa no resto do mundo, se você se sente culpado porque trabalha de mais e não pode ficar com seus filhos, você deveria ter pensando melhor antes de tê-los e não sair comprando tudo que ele pede pra suprir a sua culpa e a carência dele.
Sejamos realistas a regulação pura e simples não resolve o problema, a ética do capitalismo não será cumprida por decreto. Se regulação resolvesse, uma empresa como a Enron não teria quebrado pelo motivo que quebrou, nem políticos roubariam dinheiro público para beneficio próprio.
O vídeo eu vi no Blog da Miriam Salles.
__________________________________________________________________________________
Esse post faz parte da Blogagem Coletiva – Consumo Consciente do Blog A vida como a vida quer.

Diesel, montadoras, carros, motos

Bom, esse papo de diesel tá rolando já tem um bom tempo e eu resolvi assistir pra ver no que ia dar. Eis, que chegamos a dezembro de 2008, véspera para que as determinações da Resolução Conama 315/02, com relação ao diesel, entre em vigor.
Essa Resolução do Conama determina novos padrões de emissões para motores veiculares e veículos automotores nacionais e importados, leves e pesados, visando manter a redução da poluição do ar nos centros urbanos do país e a economia de combustíveis. Ou seja, a resolução não trata somente de teores de enxofre em combustíveis, mas a imprensa faz parecer que o assunto a ser tratado é apenas esse.
A imprensa faz parecer que o problema é a Petrobras que simplesmente não quer fornecer o diesel S-50. Sim, a Petrobras tem sua parcela de culpa, mas nada adianta a Petrobras fornecer o diesel se os carros não estiverem preparados para recebê-lo. Bom, também de nada adianta as montadoras alterarem seus motores e não existir um combustível adequado para ser usado. E nesse impasse ficam os dois lados brigando e “empurrando” a responsabilidade para o outro. Enquanto que na verdade deveria resultar numa sadia competição, afinal, quem quer ficar com a responsabilidade de ser culpado pelo ar mais poluído? Na realidade se nenhuma das duas agem, fica tudo empatado e a culpa é de todo mundo. (Estariam elas fazendo uso da Teoria dos Jogos?)
Uma coisa é fato, a Petrobras virou o bode expiatório da vez (sendo indústria de petróleo todo mundo gosta de jogar pedra), todo mundo só cita a empresa como única responsável do problema e ninguém cita as montadoras, que na minha opinião também tem uma parcela de culpa bem grande no caso; ou o Ministério Público que esperou até os 45 minutos do segundo tempo pra exigir alguma coisa; ou o Governo que ainda acha que as coisas acontecem simplesmente por força de leis, decretos, resoluções e afins. Sustentabilidade, educação, responsabilidade não se ensina/ aprende por lei, papel aceita qualquer coisa, agora até ver acontecer mesmo, são outros quinhentos.
E as Ongs entram na onda da imprensa, ou será que seria ao contrário? Proclamam aos quatro ventos que se o ar de SP é poluído a culpa é da Petrobras que não fornece diesel limpo e do Governo que não fiscaliza. Não deixa de ser verdade, mas por que parece que as montadoras não tem culpa de nada?
E as motos? Por que será que ninguém se lembra delas? Pra quem não sabe elas poluem 40 vezes mais que um carro e usam o mesmo combustível! Ou seja, vamos culpar a Petrobras por que não fornece uma gasolina mais limpa para as motos? Quando o governo vai criar uma resolução para regulamentar as emissões das motos? Não sei dizer qual a proporção carro x motos em SP, mas se a moto polui 40 vezes mais, já está mais do que na hora de começar a se preocupar com elas, não?
P.S.1: Parece que estou defendendo a Petrobras, né? Mas esse negócio de sempre jogar pedra em empresa de petróleo é fácil e é bem fácil perceber que esse caso não tem apenas um culpado.
P.S. 2: Nessa historia toda fui pesquisar pra saber qual são as emissões dos carros/ caminhões/ ônibus produzidos no Brasil. Eu achei que no manual dos carros teriam essa informação, não achei, pelo menos não no manual do carro aqui de casa. Fiz uma busca rápida por alguns sites e também não encontrei nada.
Alguns textos que consultei para esse post: aqui e aqui.

Quem tem medo de dar nome aos bois?

Muito pertinente essa reportagem da Revista Brasil Sempre – Multinacionais: uma ética, duas medidas? Em nenhum momento houve qualquer dúvida em criticar a ação ou a omissão das empresas que assumiram um compromisso com as crianças dos EUA e nenhum com as crianças de outros países onde tem operações.

Gostaria de saber o nome dessas empresas para que possamos cobrar uma postura e uma posição delas, será que se muitas pessoas ligassem nos serviços de atendimento ao consumidor ou enviassem e-mails para questionar esse posicionamento as empresas manteriam seus silêncios ou alegariam a “falta” de legislação brasileira sobre o assunto? Ou se fizéssemos um boicote silencioso aos seus produtos?

Seria a resposta para não se dar nomes aos bois nessa reportagem o fato de que uma das empresas patrocinadoras da revista ser uma empresa multinacional de alimentos? Mesmo e apesar disso a  reportagem é de muita coragem , mas para você não ter dúvidas as empresas são as seguintes: Burger King, Adams, Coca-cola, General Mills, Hersheys, Kellog, Kraft, Mars, Mc Donald´s, PepsiCo e Unilever.

Atualizando a matéria:  Mars respondeu que todas as determinações da matriz seriam válidas para o território brasileiro.  A Coca-Cola já anunciou que, até o final de 2008, aplicará a medida em todo o mundo. A PepsiCo ainda não divulgou quando iniciará o compromisso.
Visto aqui.

O mundo é o que você come – Resenha

O mundo é o que você come – Barbara Kingsolver
Uma família prova que você pode comer cuidando da sua saúde e da saúde do planeta.

Se você gosta de relatos de experiências esse livro é pra você. Bárbara Kingsolver a autora do livro relata a experiência de mudar-se com a família para uma fazenda e viver apenas de comida local, não apenas comida produzida nas redondezas de sua casa como também cultivando-a, tanto animais como vegetais. Aliás, o título do livro em inglês é: Animal, Vegetable, Miracle: A Year of Food Life.
Uma das coisas bem interessante do livro é que ele não apenas conta como foi a experiência da família, mas discute várias questões sobre alimentos e alimentação. Qual a produtividade de uma fazenda familiar x fazenda de escala industrial? Como são criados os animais destinados ao abate na indústria alimentícia? Comer ou não comer carne? Até qual distância você pode considerar uma comida dita local?
O que pode deixar as pessoas um pouco cansadas ao ler o livro é que toda essa experiência contada só contém exemplos pra quem vive no hemisfério norte, senti falta de poder saber sobre laranjas, abacates e bananas. Mas ao mesmo tempo é bem interessante perceber como são as diferenças não apenas de tipos de alimentos mas também de como é enfrentar o frio rigoroso e a escassez de comida nessa época do ano. O que para nós aqui abaixo da linha do Equador é bastante raro.
Esse livro me remeteu várias vezes ao post que falei da importância das abelhas, é impressionante como seres urbanos como eu somos tão distantes da realidade da natureza, de como as coisas de fato funcionam. Outro detalhe, é triste ver como a nossa sociedade menospreza esse tipo de informação, quem realmente já perdeu tempo querendo saber como se desenvolve a cana-de-açúcar que produz o álcool que abastece seu carro? Mas provavelmente ver o último modelo de carro e suas novidades é sempre interessante. Essa desconexão do homem com a natureza é absurda pois dependemos dela para continuar andando de carro, seja ele abastecido por álcool, gasolina ou diesel.
Talvez a consciência dessa importância da natureza em nossas vidas seja o primeiro passo para que as pessoas se sensibilizem com a importância de preservá-la, acho que na maioria das vezes as pessoas não estão entendendo muito bem por que separam o lixo, por que se preocupar com alimentos vindo de tão longe, economizar energia elétrica ou a importância das abelhas. Falta conexão.
Este livro foi uma cortesia da Editora Ediouro.

Blog Action Day – Poverty – Pobreza

O que a pobreza tem a ver com a sustentabilidade? Tudo! Aliás, me lembro que no meu primeiro curso sobre responsabilidade social me foi ensinado que as empresas perceberam que precisavam ser mais responsáveis por conta da grande diferença social no mundo, afinal uma vez que elas faziam parte do mundo elas não poderiam se isentar de ser parte do que acontece nele. Mesmo por que dentre as 100 maiores potências econômicas 49 são empresas (dado de 2005).

Esse discurso do nascimento da percepção de responsabilidade social das empresas parece muito lindo, mas de verdade não acho que foi um momento de lucidez das empresas em tentarem ser mais corretas ou responsáveis com suas ações. Na minha opinião, diante de tudo que já vi por ai sobre o assunto, a coisa é bem mais perversa, se é que essa é a palavra mais adequada.

Não é de hoje que todo mundo sabe que a população que mais cresce é a de menor renda, também não é de hoje que a cada dia que passa a riqueza se concentra mais e mais, o que as empresas pensaram? “Poxa, eu preciso vender mais, mas a população que eu vendo não cresce mais, ou seja, a tendência das minhas vendas a longo prazo é diminuir.” Por mais que se possa aumentar o preço dos produtos para compensar essa perda isso não vai fazer o número de vendas aumentar. Qual a saída? Tentar incluir a população mais pobre numa faixa maior de renda para que se possa vender para ela, ou então criar produtos mais acessíveis para que a população que até então não tinha acesso possa comprá-los. Ai, usamos um discurso de responsabilidade social, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável o que deixa tudo mais bonito e aceitável.

Perverso, né? Mas o nosso sistema econômico é isso, ele não leva em consideração se teremos recursos e energia para tudo isso. O objetivo é sempre crescer sempre e mais, não importa qual custo, se social, ambiental, moral ou qualquer outro.

Desde o início desse blog até hoje sou muito mais cética em relação a ação das empresas, admiro e elogio algumas, critico outras. Algumas podem até ter um genuíno compromisso com a sustentabilidade, mas infelizmente o mercado ainda não entendeu isso. Vide a crise imobiliária americana que emprestou dinheiro para qualquer um sem qualquer critério (contando parece até brincadeira de criança ver que o problema foi só esse).

O mundo vai continuar com muita e muita pobreza enquanto acreditarmos que só produzir e consumir vão resolver todos os problemas. Afinal o que define a pobreza das pessoas é a escassez de recursos básicos para a vida (água, comida, casa, trabalho, lazer) e não a marca do carro, o modelo do celular, a televisão de lcd, a quantidade de comida industrializada que ela consegue comprar ou a quantas roupas e sapatos ela tem.

Posso ter sido muito pragmática (ou ignorante mesmo), mas fui procurar em vários dicionários a definição de poverty eu estava na dúvida de como traduzir, se por pobreza ou miséria. Depois de consultar o dicionário de Oxford, Cambridge e o Aurélio, cheguei a conclusão que a melhor tradução para poverty é pobreza mesmo. Miséria está muito mais relacionado à avareza do que a falta de recursos.

Pra quem não sabe o que é o Blog Action Day clique aqui.

Blogagem coletiva – Descobertas científicas

A descoberta científica que eu escolhi para falar infelizmente não foi ganhadora de um Nobel. Aliás, foi por conta de um prêmio Nobel que essa descoberta aconteceu.
Essa descoberta foi publicada no livro da cientista Rachel Carson, Primavera Silenciosa (1962), que infelizmente ainda não tive a oportunidade de ler.
O livro mostrou como o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem, com risco de causar câncer e dano genético.
O DDT foi descoberto com propriedade inseticidas por Paul Muller, um químico suíço, em 1939 e por conta dessa descoberta ele recebeu o Premio Nobel de Medicina em 1948.
A grande polêmica movida pelo livro é que não só expunha os perigos do DDT, mas questionava a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras… Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.

Esse livro para muitos ambientalistas serve de marco para o movimento. A preocupação com as conseqüências das ações humanas na natureza teve sua primeira voz alta, muito provavelmente nesse momento, que já foi considerado como um dos livros mais influentes do século passado.
Este post faz parte da Blogagem Coletiva – Descobertas científicas.
Fonte: http://www.geocities.com/~esabio/cientistas/primavera_silenciosa.htm