Último retorno para 2017

Se perdeu alguma novidade científica deste ano, é melhor entrar aqui.

O ano da (des)graça de 2017 não foi fácil pra ninguém. Mesmo assim, enquanto tive que lidar com o começo de um mestrado e um carro que me deixou na mão (ou melhor, a pé) no meio do caminho, não deixei de escrever sobre as descobertas científicas e curiosidades que mais me chamaram a atenção ao longo do ano. Continuei a fazer recomendações de documentários do Netflix e nas horas vagas descobri o mundo dos animes e doramas, o que me levou a fazer indicações sobre esses gêneros também. Quando não tinha tanto tempo suficiente, fiz algumas traduções — na verdade gosto tanto de traduzir que passei a publicar no Medium as minhas versões que não cabem aqui.

Sem mais delongas, vamos a alguns dos meus posts preferidos dentre os 162 publicados esse ano (e como sempre, tento encaixar os títulos num texto coerente):

Começamos o ano desenterrando dinossauros dente-de-leite e neandertais canibais. Tomamos cuidado para não nos machucar com agulhas de matéria-escura ao desativar nanogêmeos. Enquanto isso, a Casa Branca recebia um presidente IgNobel. No mês seguinte, desvendamos a surdez oculta, encontramos baratas magnéticas numa ponte feita de estrelas e aprendemos que dá pra fazer seda de whey com um martelinho neural.

Em março, explicamos o que raios é CFBDSIR 2149-0403, classificamos rochas com um geólogo autômato, disputamos uma corrida minúscula e nos refrescamos com um sorvete espacial. Depois de uma terceirização literária, abril nos trouxe grandes perigos: um vírus gigante, um Brexit pré-histórico e TRAPPIST-1 is A TRAP! Outros perigos nos aguardavam em maio: um chicote tectônico e o trânsito soviético mas também vimos o lado bom de um lago tóxico e pudemos relaxar com a receita mais precisa de chá.

Em meio às festas juninas e julinas, topamos com multiversos medievais, tropeçamos em algo entre o grafite e o diamante, nos ralamos com inox enferrujado e fomos surpreendidos com um bilhete deixado por ladrões. Outras surpresas foram as canções perdidas do Holocausto e o verdor do Parque Antártica. Desenlaçamos os nós de Kelvin, deixamos o coração de lado e descobrimos metamorfoses dignas de Kafka, como lagartas zumbis canibais e bactérias cobertas de Cu.

No mês dos ventos e desgostos — agosto — listamos 35 previsões para 2000, 8 síndromes neuropsicológicas pouco conhecidas e apreciamos antiguidades como o vinho mais velho e a União Soviética dos anos 1950. Também chamamos umas bactérias de chuteira para bater uma bolinha. Falando em bactérias, setembro nos trouxe afrodisíacos bacterianos, além do alumínio peso-pena, dos sons de Saturno, da desconstrução de Gödel e sobretudo das maravilhas do Prêmio IgNobel.

No 10º. mês, convidamos uns planetas para jantar ao ar da Lua e nenhum deles se perdeu graças à boa comunicação dos celulares intracelulares e do Waze das formigas. No mês de finados vimos fenômenos tão esquisitos quanto um pedido de ratização e os sotaques dos morcegos além de loucuras como o pibloktoq e a formação de polímeros. Por fim, exploramos a climatologia de Game of Thrones e a acústica de ovos explosivos antes de começarmos a simplificar a matéria-escura.

Ao longo do ano, retomamos a série Memória Fotográfica e relembramos a obra e as peripécias de pioneiros da fotografia como Kusakabe Kimbei e seus samurais; Adolphe Neyt Jr., que vivia no mundo da Lua; Horace W. Nicholls e um mundo em guerra; Bruno Braquehais que foi das primeiras nudes à Comuna de Paris e Into K. Inha, que percorreu a Finlândia de bicicleta para fotografar suas belezas naturais.

Por outro lado, algumas coisas não deram muito certo. No começo do ano, numa colaboração inédita, uma série proposta por um leitor — Em termos — não decolou. Entre março e abril, por uma combinação infeliz de falta de tempo, um arrombamento e saque no meu local de trabalho e um consequente período depressivo, eu deixei passar em branco 10º. aniversário deste humilde Hypercubic. Os 162 artigos deste ano somam uma quantidade menor do que em anos anteriores, mas eu espero pelo menos ter mantido a qualidade.

No fim, creio que consegui alcançar o meu principal objetivo deste ano, que era conciliar a manutenção do blog com as demandas do mestrado. Pode ser que eu me ausente mais em 2018 por motivos acadêmicos, mas eu espero que isso não seja necessário.

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