Por que falamos em conjunto? E o que falar em conjunto diz sobre o comportamento humano?
Texto de: Verônica Penteado Siqueira e Beatriz Raposo de Medeiros
Como você leu o título deste texto? É provável que você o tenha lido com um certo ritmo e uma certa melodia na sua cabeça, quase como se você estivesse lendo a letra de uma música conhecida. Se foi esse o caso, então você já deve ter ouvido essa frase antes, o que não é uma surpresa. Ela ganhou uma versão musical, composta por Sergio Ortega e o grupo Quilapayún para o movimento Nueva Cancion Chilena,um gênero musical e um movimento social de origem ibero-americana, que teve participação importante em movimentos e manifestações sociais. A canção foi originalmente composta como um hino em apoio à campanha de Salvador Allende, no Chile de 1970. O governo eleito, infelizmente, foi deposto por um golpe que levou à ditadura de Pinochet. A frase, no entanto, continuou a ser usada como símbolo de união e resistência, traduzida para diversas línguas e entoada por povos de vários países.
Vejamos, por exemplo, essa frase dita por venezuelanos, em abril de 2017, em uma manifestação contra a Polícia Nacional Bolivariana (a fala começa por volta dos 23 segundos!):
Aqui no Brasil, essa frase pôde ser ouvida durante as manifestações de junho de 2013, tanto nas ruas, quanto em estádios de futebol:
Esse tipo de manifestação não é nada incomum ao redor do mundo; pelo contrário, os mais diversos tipos de frases já foram enunciadas tanto em reivindicações populares quanto em gritos de guerra de torcidas organizadas (vamos voltar a falar dessa relação aparentemente inusitada entre protestos políticos e torcidas esportivas daqui a pouco). Por exemplo, na Primavera Árabe, onda de protestos e revoluções populares contra os governos do mundo árabe, que despontaram a partir de 2011, uma frase acabou se tornando um slogan da população revoltosa: “Ash-shaʻb yurīd isqāṭ an-niẓām”, que pode ser traduzido por “O povo quer derrubar o regime”:
E o que protestos para a derrubada de governos ditatoriais têm em comum com manifestações de estudantes irlandeses contra cortes na educação? E com os movimentos que eclodiram na Grécia em 2011? E quanto aos gritos raivosos (e nada bem educados) dos brasileiros em junho de 2013? E o que dizer dos protestos dos brasileiros contra o presidente Michel Temer, ou as manifestações a favor do candidato petista nas eleições de 2018(veja o vídeo a partir de 1:06!)?
Deixando um pouco de lado as complexas questões políticas e sociais envolvidas nesses tipos de expressão popular, e olhando, ou melhor, ouvindo, somente o que está sendo dito, uma característica inevitavelmente se destaca no meio de tantas vozes: o ritmo. Todas essas frases, apesar de terem sido enunciadas em línguas diferentes, por pessoas diferentes, em momentos diferentes, e por motivos diferentes, parecem seguir um ritmo comum, semelhante também ao que aparece lá na canção chilena dos anos 70.
O ritmo, em qualquer atividade humana, é percebido como um movimento periódico recorrente, que produz uma expectativa em relação à regularidade do movimento subsequente1. Na fala, esses movimentos se relacionam de modo mais saliente à sílaba, que é a unidade linguística que recebe o acento, tanto no nível lexical, quanto no nível frasal. No entanto, o ritmo da fala não é periódico ou regular como o da música, mas mesmo assim somos capazes de perceber determinados padrões, que são imitados pelos falantes da língua.
No caso das falas de ordem exemplificadas nos vídeos2, acima, há uma estrutura rítmica comum a todas as realizações. Tal estrutura pode ser explicada no senso mais comum como apresentando inicialmente duas batidas fortes alternadas, que recaem sobre as sílabas /po/ e /ni/ (portanto, da sentença em português “o povo unido”). Em seguida, menos espaçadamente, mas também em alternância, recaem acentos sobre /mais/, /rá/ e /ci/, da sentença “jamais será vencido”. Como se trata de uma métrica regular, pode-se atribuir a ela a periodicidade rítmica musical e extrair-lhe uma célula binária. Para músicos treinados não é difícil notar tal célula rítmica, que poderia ser transcrita da seguinte maneira: um compasso de dois tempos, atribuindo-se basicamente uma nota para cada tempo. Como temos mais do que duas notas por compasso, já que temos mais de uma sílaba3 por compasso, além de algumas pausas entre as palavras, acabamos tendo sílabas que caem no tempo fraco do compasso. Não vamos alongar essa descrição, mas ao realizar, ainda que em silêncio, o enunciado, você já estará aplicando este compasso binário em sua cabeça, alinhando algumas sílabas ao tempo forte e outras aos contratempos ou tempos fracos.
De qualquer maneira, o que sabemos é que a repetição é crucial para a organização desse tipo de fala. A repetição torna o ritmo da fala mais regular, e a prosódia torna-se mais estilizada, pois o contorno da frequência fundamental da fala (o que caracteriza a entonação da fala) torna-se mais fixa ou já esperada. Não é à toa que você leu o título do texto como se lesse uma letra de música; a repetição traz tons de musicalidade à frase, e os limites entre a fala e a música se tornam menos claros no caso da fala conjunta.
A ideia de que a fala pode ser percebida como música por causa da repetição foi explorada pela psicóloga cognitiva Diana Deutsch, no que ela chama de speech to song illusion. Ela notou que quando uma frase – falada – é repetida várias vezes, após um determinado número de repetições, ela passa a ser percebida como música. Os experimentos realizados pela pesquisadora sugerem que não existem propriedades exclusivas da fala ou da música; na verdade, o mesmo input– seja ele linguístico ou musical – pode ser processado de diferentes maneiras, produzindo assim percepções diferentes. Repare, no vídeo abaixo, como as crianças participando do experimento parecem estar cantando uma canção, e realmente se movem como se estivessem ouvindo música:
O que isso tem a ver com linguagem?
E o que essa história tem a ver com linguagem? Até agora, falamos de manifestações políticas e sociais, e um pouco de ritmo e música. Mas, afinal, isso é matéria da Linguística?
Bom, estamos falando de um fenômeno em que pessoas – unidas por um objetivo ou ideologia comum -, em um determinado contexto, dizem uma mesma frase, em uníssono. Essa mensagem é linguagem. Ela pode ser vista do ponto de vista das suas características acústicas e temporais – matéria da Fonética -, pode ser analisada como a enunciação de uma frase em um contexto específico, isto é, um ato de fala4 – matéria da Pragmática -, como também pode ser vista a partir das ciências do movimento, das ciências cognitivas, ou mesmo das neurociências.
O tipo de fala que ouvimos até agora é chamada pelo pesquisador Fred Cummins5 de joint speech, ou fala conjunta, em português. Em poucas palavras, ele a define como uma “fala produzida por duas ou mais pessoas que enunciam a mesma coisa ao mesmo tempo6″.
O que protestos políticos, torcidas esportivas e fiéis rezando têm em comum? Justamente a fala conjunta! Esses três são domínios cujas características e participantes são bem distintos, mas todos têm em comum a adesão a um mesmo propósito. Além da repetição e da musicalidade, esse tipo de fala se diferencia do tipo de conversação normalmente estudado por não distinguir entre turnos de falantes e ouvintes; todos são, durante toda a enunciação, falantes e ouvintes ao mesmo tempo. Esse tipo de fala é também performativo, isto é, a ação só ocorre quando a sentença é enunciada, assim como um homem e uma mulher só se tornam casados a partir da afirmação “Eu vos declaro marido e mulher”.
A Fonética, área da Linguística que tem a fala como objeto de estudo, investiga a fala conjunta trazendo-a para o laboratório, sob a forma do que se chama “fala sincronizada”. Nesse contexto, pede-se que duas pessoas leiam um mesmo texto ao mesmo tempo. Obviamente, não há a espontaneidade, muito menos o engajamento ideológico que existe na sua forma natural, mas ela nos permite observar características específicas desse tipo de fala. Sabe-se que os falantes – mesmo que não se conheçam nem conheçam o texto – sincronizam com tanta rapidez e facilidade quanto pessoas em uma multidão que entoam uma frase de protesto.
Por que estudar a fala conjunta?
Você pode ter entendido como esse fenômeno pode ser estudado pela Linguística, ou mesmo por outras ciências, mas deve estar se perguntando de que interessa investigar a fala conjunta. Só o fato desse tipo de fala estar presente em vários tipos de manifestação humana, em todas as culturas, ao longo de toda a história (já registrada, pelo menos), mas não ter sido objeto de estudo de uma ciência até agora, deveria ser o suficiente para convencê-lo da necessidade de pesquisá-la. Esse tipo de manifestação popular, em especial a política, parece ser cada vez mais frequente nas sociedades, e isso parece um reflexo de que algo está acontecendo no cenário político e social dos mais diversos países.
Se o aspecto social desse fenômeno não foi o suficiente para te convencer da necessidade do seu estudo, olhemos então para as consequências linguísticas e cognitivas da sua investigação.
Essa fala, que foge ao modelo da conversação dialógica, nos leva a redefinir o conceito tradicional de comunicação. Em um ensaio7, Cummins chama tal modelo tradicional de “modelo do tubo”, em que a comunicação é definida como a transmissão de mensagens de maneira justaposta. Em contrapartida, sugere outro modelo, o “modelo da dança”, em que a comunicação é resultado da interação entre os sons da fala e os movimentos, comportamentos e experiências do falante, coordenada como uma coreografia entre dançarinos. (A ideia de dança parece bem adequada para explicar o que acontece aqui quando pensamos que falas como a de protestos, orações ou hinos esportivos sempre vêm acompanhadas de gestos coordenados). Tal distinção é feita para apontar para a diferença entre o que é interno e o que é externo; enquanto o primeiro modelo assume um tipo de comunicação (e linguagem) que diz respeito a um domínio abstrato e individual, o segundo modelo faz pensar em linguagem em termos concretos e em função da atividade dos outros.
Essa diferença entre individual e coletivo é central quando se trata da fala conjunta. Situações em que várias pessoas falam a mesma coisa ao mesmo tempo, como as exemplificadas até agora, representam uma arena de conflito entre o individual e o coletivo, ao mesmo tempo em que mostram como esse embate é resolvido nesse tipo de ação. Cada participante de um protesto possui a sua individualidade e o seu posicionamento pessoal, que não precisa corresponder exatamente ao posicionamento de seus pares, mas no momento da ação conjunta, todos expressam uma mesma identidade.
A fala conjunta no Brasil
A não ser que você esteja vivendo isolado da sociedade nos últimos anos, provavelmente tem acompanhado a onda de protestos e a movimentação política que têm acontecido no Brasil, desde junho de 2013, com as chamadas Jornadas de Junho. Bem, desde aqueles protestos contra o aumento da passagem do ônibus, passamos por uma comoção pública contra a corrupção, que desembocaram em protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff dois anos depois. Em 2016, com a consequente saída da presidente, os brasileiros foram novamente às ruas, desta vez para se posicionar contra seu sucessor, Michel Temer. Finalmente, nas últimas eleições de 2018, vimos manifestações à esquerda e à direita, e as várias falas conjuntas que ouvimos nas ruas refletiram tanto a rejeição quanto o apoio aos candidatos à presidência. O jornalista Bruno Torturra captou essa intersecção entre o político e o comunicacional ao comentar as manifestações de 2013 e seus resultados: “Cada vez mais acho que foi um fenômeno comunicacional com implicações políticas, mais do que um fenômeno político com implicações comunicacionais8”.
A fala conjunta, entretanto, não é expressa somente pela entoação em uníssono e em loop de uma única frase. Em 2011 nos Estados Unidos, vimos os manifestantes do movimento Occupy Wall Street fazerem uso da técnica do microfone humano, em que um discurso é propagado por todos os indivíduos como ondas, com suas partes sendo dividas e repetidas por diferentes grupos de falantes, e o volume aumentando a cada repetição. Dessa maneira, os nova iorquinos possibilitaram a comunicação entre grupos distantes, uma vez que qualquer tipo de amplificação tinha sido proibida pela polícia. Em 2013, essa mesma técnica permitiu que os brasileiros transmitissem, em conjunto, uma mensagem ao Congresso Nacional.
Uma outra maneira como a fala conjunta é expressada é por meio de chamadas e respostas (call and response), técnica muito comum em rituais religiosos, em que o discurso é muito longo ou complexo para que todos possam acompanhá-lo. Sendo assim, uma única pessoa conduz o discurso – nesse caso, um padre ou pastor, por exemplo -, direcionando a congregação a responder com frases mais curtas. Essa alternância de turnos entre um locutor principal e o grupo de pessoas pôde ser vista, por exemplo, em uma manifestação do movimento #EleNão, em setembro de 2018, em que a multidão responde “Presente!” e “E sempre!”, aos gritos de “Marielle!” e “Hoje!” (o fenômeno fica mais claro por volta de 2:27!).
O que a fala conjunta tem a dizer sobre o comportamento humano?
A fala conjunta é a expressão de uma coletividade. Por meio dela, podemos discutir a linguagem como uma capacidade emergente do funcionamento cognitivo geral e da interação social, em oposição à ideia tradicional da linguagem vinda de um módulo mental. A ideia de“emergência”, conceito central dentro da proposta enacionista na qual Cummins se apoia, é exemplificada neste vídeo, de uma manifestação pró-Bolsonaro durante as últimas eleições:
Aqui, ouvimos três “cantos”9 diferentes serem entoados consecutivamente (e simultaneamente, em um determinado momento do vídeo), em um período de tempo bem curto. (Não estranhe se o primeiro canto parecer familiar. É bem comum que protestos políticos se apropriem de cantos esportivos). A abordagem enacionista10 (ou enativa, dependendo da tradução) vê esse comportamento como algo que emerge a partir da interação do indivíduo com o mundo. Deixando de lado a ideia de representação, essa perspectiva defende que percebemos o mundo a partir de contingências sensório-motoras. Portanto, a experiência que temos do mundo é função da nossa interação como sujeitos nele, e da construção de significado a partir dessa interação.
Pensemos em outros exemplos. Você já ouviu falar do relógio de Christian Huygens? Foi ele o inventor do relógio de pêndulo e também foi ele quem percebeu que os movimentos dos pêndulos de dois relógios, quando próximos um ao outro, tendem a sincronizar. E a esse ponto, já vimos diversos exemplos de pessoas falando em sincronia. Todos esses são exemplos de sistemas oscilatórios, isto é, sistemas que se movimentam. Em um fenômeno chamado de coupling (acoplamento) ou entrainment, sistemas oscilatórios influenciam o comportamento um do outro.
Todas essas noções de “emergência”, “sincronização” e “acoplamento” são trabalhadas dentro do guarda-chuva teórico do paradigma dinâmico da cognição. Uma abordagem teórica que surgiu nas ciências duras, mas que tem sido aplicada em diversas outras ciências, como a Linguística11 e as Ciências Sociais, tem como centrais duas ideias, que foram deixadas de lado pela Linguística tradicional: tempo e movimento. Um sistema dinâmico é aquele que descreve a variação de algo no tempo. Nesse sentido, podemos dizer que a fala12, ou mesmo a linguagem em geral, é um sistema dinâmico. Isso é dizer que a linguagem é um sistema aberto que está em constante mudança, uma vez que tudo muda com o tempo, e que as mudanças de estado pelas quais a linguagem passa são construídas com base na experiência que emerge da interação entre o falante e o ambiente.
Essa discussão vai muito mais longe do que podemos expor aqui. Mas o que fica é o questionamento: afinal, o que esses fenômenos comunicativos dizem sobre o momento político e social pelo qual estamos passando? Como nossas identidades -individuais e coletivas – são expressas na linguagem? Não por acaso, falamos em“ondas de protestos”: as manifestações vêm de fato como ondas em um lago, o movimento anterior influencia o movimento subsequente, até que todo o lago sofra alterações causadas pelo que, antes, fora uma pequena pedrinha rompendo a calmaria inicial. Mas a tendência é que essa calmaria volte, para que ela logo seja alterada… e assim o ciclo continua. Independente do momento, podemos contar com a união e a resistência dos seres humanos – sejam elas políticas ou linguísticas.
NOTAS
1. ABERCOMBRIE,D. Elements of General Phonetics. Edinburgh University Press:Edinburgh, 1967.
2. Cummins comenta a respeito de alguns desses exemplos eesse ritmo em particular no seu blog, disponível em: https://fredcummins.wordpress.com/2013/12/12/the-mother-of-all-chants/#more-128.
3. Em geral, nos vários cantos e canções e cantos populares, uma sílaba corresponde a uma nota musical.
4. A fala conjunta pode ser analisada como um ato de fala performativo, dentro da Teoria dos Atos de Fala (Austin, 1962).
5. O pesquisador mantém um site dedicado à fala conjunta, onde ele reúne uma material muito interessante, como vídeos e artigos que falam do tema, disponível em: http://jointspeech.ucd.ie/. Recomendo também sua apresentação no TED Talks, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=srtNn2OsGeI&t=1s.
6. CUMMINS,F. The Ground From Which We Speak: Joint speech and the collective subject. Cambridge Scholars Publishing: 2018, p. 16.
7. CUMMINS,F. Joint speech: The missing link between speech and music? Percepta, n. 1, v. 1, p. 17-32, 2013. Disponível em: http://www.abcogmus.org/journals/index.php/percepta/article/view/16/30.
9. O termo “canto”, em português,não mantém a ambiguidade da palavra inglesa chant, que traduz tão bem a intersecção entre fala e música que a fala conjunta expressa. Na falta de uma tradução melhor, usamos o termo entre aspas, com a ressalva de que esse “canto” é diferente da “canção” que ouvimos de cantores e músicos.
10. VARELA,F. J., THOMPSON, E. T., ROSCH, E. The Embodied Mind: Cognitive Sciences and Human Experience. Cambridge, MA: MIT Press, 1991.
11. Uma boa referência para o estudo da Linguística na perspectiva dos sistemas adaptativos complexos é o livro Complex Systems and Applied Linguistics, de Diane Larsen-Freeman e Lynne Cameron.
12. Dentro do estudo da fala e dos sons, a abordagem dinâmica é desenvolvida pela Fonologia Articulatória (Browman e Goldstein, 1989, 1992). Para uma introdução a essa perspectiva teórica nos estudos fonológicos, recomendo o texto de Albano (2012), disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/rabl.v11i1.32462.
Gratidão nessa leitura aprendi muito sobre o canto. A harmonia das vozes
A minha vida inteira fiz parte de Corais de igrejas católicas Nossa Senhora de Fátima. 10 anos,Coral ,"Cantores de Orfeu," entrei aos 23 anos, a Professora Zélia Lessa era minha professora de canto e fez um teste comigo e passei a integrá- Duran 22 anos, "Coral São José" com a professora Wanda Souza Montalvão 8 anos enquanto ela viveu em Itabuna Sul da Bahia.