Edições Anteriores – Crise hídrica em SP

Crédito da foto: Mariana Pekin/Veja
Crédito da foto: Mariana Pekin/Veja

A crise hídrica no Estado de São Paulo tem tido amplo espaço no debate público. Sem chuva, o sistema Cantareira, principal represa que abastece a capital paulista, registrou nova queda histórica e opera hoje com apenas 5,5% de sua capacidade — o índice mais crítico já registrado pela Sabesp.

Porém, esta não é uma preocupação recente, de acordo com o estudo Reflexões sobre o uso de águas residuárias na cidade de São Paulo, publicado na Revista Saúde e Sociedade (vol. 11, n. 2, 2002) da Universidade de São Paulo.

Nele, os pesquisadores já alertavam para uma possível crise através do início da expansão da malha urbana, “com a implantação de loteamentos industriais e populares no bairro de Santo Amaro, em áreas de proteção de mananciais junto às represas da Guarapiranga e Billings”.

Por isso, o estudo afirma que já havia a escassez da água, principalmente na região metropolitana da capital, “que se viu obrigada a importar água de outras bacias hidrográficas”.

De acordo com a pesquisa, os principais reservatórios responsáveis pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo são Cotia, Alto Tietê, Rio Claro, Rio Grande, Guarapiranga e Cantareira, estavam seriamente “comprometidos do ponto de vista sanitário acarretando uma diminuição da capacidade produtora”.

Sobre a Bacia da Cantareira, o principal sistema de abastecimento do município de São Paulo, o estudo afirma que já havia uma queda na capacidade comparando-se os anos de 1999, 2000 e 2001, mesmo sendo esse período considerado de estiagem, e de poucas chuvas.

Os pesquisadores concluíram, na época, que devido à explosão populacional na cidade de São Paulo e a intensificação do processo produtivo, o uso das águas residuárias foi apontado como inevitável, “havendo, portanto, a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias de tratamento de água e controle de qualidade adequados e confiáveis”.


A
rtigo: Reflexões sobre o uso de águas residuárias na cidade de São Paulo
Autores: Silvana Audrá Cutolo e Aristides Almeida Rocha
Revista:
 Revista Saúde e Sociedade (USP)

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