O Divulga Ciência propõe nesta semana a leitura da resenha do livro The Science of Yoga. The Risks and the Rewards (A Ciência do Yoga. Os Riscos e os Benefícios, em tradução livre), do jornalista de ciência William J. Broad.
A resenha, escrita por Pamela Siegel e Nelson Filice de Barros, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, e publicada na revista Ciência & Saúde Coletiva (vol. 20, n. 2, 2015), analisa o livro que narra a cronologia do yoga — que começa cerca de 2.500 a.C. — além de publicar dados sobre lesões e benefícios à saúde ocasionados pela prática. Nele, por exemplo, constam estudos de médicos que começaram a contabilizar casos de lesões sofridas por alguns praticantes de yoga a partir das décadas de 1970 e 1980.
“Segundo o autor, instrutores modernos de yoga têm enfrentado o desafio de reconhecer alguns perigos do yoga com o intuito de alertar os praticantes contra os exageros nas torções e flexões”, afirmaram os autores da resenha.
No capítulo IV do livro, por exemplo, o autor afirma que, assim como acrobatas e contorcionistas sofrem lesões, ou mesmo os esportistas, os praticantes de yoga também podem estar fadados a se machucarem, dependendo da intensidade da prática.
Segundo os pesquisadores, “no imaginário popular, o yoga é uma prática que relaxa, cura e promove saúde. Então, a omissão sobre o fato de que o yoga, tão procurado para acalmar, alongar e trazer bem-estar, possa, em alguns casos, gerar o efeito contrário, remonta ao silêncio dos gurus da antiguidade”.
BENEFÍCIOS
Entretanto, em 1998, o National Institutes of Health começou a investir uma verba significativa na pesquisa sobre o yoga, principalmente em agravos como diabetes, artrite, insônia, depressão e dor crônica. Além disso, no último capítulo do livro, o autor reflete sobre a relação entre o yoga e a criatividade, citando a história de várias personalidades que atuaram nos dois campos, como, por exemplo, Carl G. Jung, o violinista Yehudi Menuhin, e personalidades menos conhecidas internacionalmente, como a pintora Linda Novick e a flautista Mia Olson.
Os pesquisadores concluem que “o livro é uma importante contribuição para os profissionais de saúde e pesquisadores das práticas integrativas e complementares que desejam ampliar seus horizontes sobre a prática do yoga, porque os temas são bem documentados, o texto é de agradável leitura e o autor não permanece somente no âmbito da pesquisa teórica, mas vai a campo e traz aos leitores uma quase-etnografia do yoga, coletada em várias cidades norte-americanas. Além do mais, o autor constrói o seu texto a partir de uma bricolagem de conhecimentos muito diversos, quais sejam: a saúde, a psicologia, a espiritualidade, a sexualidade e a criatividade”.
Resenha: The Science of Yoga. The Risks and the Rewards
Autores: Pamela Siegel e Nelson Filice de Barros
Revista: Ciência & Saúde Coletiva (Associação Brasileira de Saúde Coletiva)
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