Nova avaliação de ensino à distância é proposta

Por Bruno Vaiano – brunoalmeidavaiano@gmail.com Publicado originalmente na Agência Universitária de Notícias da ECA/USP Edição Ano: 48 – Número: 46 – Publicada em: 10/06/2015 Captura de tela 2015-06-10 17.09.10

Características culturais, adaptabilidade dos docentes, metodologia específica e material didático de qualidade são alguns dos desafios da implementação de cursos de ensino a distância considerados por Cecília Carmem Pontes Rodrigues e Maria Rita Aprile, do CERU (Centro de Estudos Rurais e Urbanos da USP) na proposição de um novo método de avaliação para a modalidade. “Propusemos uma matriz integrada por 15 indicadores, articulados entre si, destinados a levantar informações referentes às etapas de planejamento, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação do curso”, explica Maria Rita.

Ontem e hoje

Apesar da aceitação crescente e da equivalência de seus diplomas aos de cursos presenciais tradicionais, essa modalidade de ensino ainda encara desafios para se estabelecer com credibilidade no Brasil. Embora associado, no imaginário das novas gerações, à aplicação de ferramentas informáticas, o ensino a distância é introduzido no país em 1904, através de cursos por correspondência oferecidos nos classificados do Jornal do Brasil.

A primeira experiência genuinamente brasileira com a modalidade, porém, se concretizou através dos esforços de Edgar Roquette-Pinto nos anos 20. Professor, ensaísta, antropólogo e escritor, o terceiro ocupante da 17º cadeira da ABL (Academia Brasileira de Letras) é considerado o pai da radiodifusão nacional, e via o suporte como um artifício essencial à educação do povo.

“Às aulas transmitidas por rádio se sucederam outras experiências de EaD por correspondência, recepção organizada através de rádio ou TV [com polos em que os estudantes contavam com apoio de monitoria durante a transmissão], recepção livre [sem monitoria] e até por fitas-cassete”, explica Maria Rita, detalhando o avanço da modalidade de ensino em diferentes suportes midiáticos ao longo dos anos.

O governo e instituições de formação como o Senac e o Senai, em âmbito nacional, e a Feplan (Fundação Educacional Padre Landell de Moura), no Rio Grande do Sul, foram responsáveis por iniciativas abrangentes de ensino a distância nas últimas décadas do século 20, focadas principalmente na educação básica e profissionalizante. O Movimento de Educação de Base, seguidor da pedagogia libertadora extinto em 1968 pelo governo militar, conseguiu alfabetizar meio milhão de camponeses com o auxílio de grupos locais.

Hoje, o EaD, que originalmente visava atender segmentos populacionais privados do acesso ao ensino fundamental ou médio nos moldes presenciais tradicionais, alcança o nível superior, lançando mão de ‘TICs’ (tecnologias da informação e comunicação) e adotando modelos semipresenciais. “A oferta de cursos é feita por meio de plataformas virtuais, videoconferências, ‘DVDs’ e outros recursos da internet, facilitando a comunicação entre alunos, tutores e professores”, diz a pesquisadora.

Leia a notícia completa no site da Agência Universitária de Notícias da ECA/USP.

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