O impacto do periódico influencia nas citações de artigos publicados em revistas brasileiras e estrangeiras?

A imagem do iceberg é frequentemente usada para representar que apenas uma pequena quantidade de artigos recebe citações, geralmente aqueles pertencentes a revistas científicas indexadas internacionalmente
A imagem do iceberg é frequentemente usada para representar que apenas uma pequena quantidade de artigos recebe citações, geralmente aqueles pertencentes a revistas científicas indexadas internacionalmente

Para responder a esta pergunta Luiz Felipe P. Moreira, do Instituto do Coração (Incor), publicou editorial na Revista Brasileira de Cardiologia (Vol.105:1, 2015) com o instigante título “Existe influência do impacto do periódico no índice de citação dos artigos divulgados em periódicos brasileiros de circulação Internacional?”.

Um levantamento ao longo de 5 anos na base de dados Web of Science avaliou a relevância de artigos científicos publicados por autores brasileiros em revistas de cardiologia brasileiras e estrangeiras com circulação internacional. Foram pesquisados artigos originais e de revisão com as seguintes palavras-chave: “myocardial revascularization”, “atrial fibrillation”, temas amplamente relevantes para a cardiologia, e “Chagas cardiomyopathy“, mais específico. As citações de ambos periódicos mostra que não houve diferença na citação entre os periódicos quando os temas são de amplo domínio para a especialidade médica. No caso de cardiomiopatia chagásica, os autores brasileiros publicaram mais em revistas estrangeiras e, proporcionalmente (medido pelo Índice H, normalmente utilizado para medir o impacto da publicação individual de cada autor e que equivale ao número de artigos que recebeu o mesmo número de citações) houve mais citações.

De acordo com Moreira, a análise demonstra que “o maior fator de impacto dos periódicos estrangeiros não é uma justificativa válida para a sua escolha como um melhor veículo de divulgação da ciência cardiológica brasileira”. Com base nestes resultados ele acredita que é preciso reavaliar os critérios de avaliação da produção científica brasileira, baseados, sobretudo, nos índices de citação. É preciso, afirma, deixar de “privilegiar o fator de impacto dos periódicos estrangeiros em detrimento dos periódicos publicados em nosso país”.

Leia editorial completo em: http://bit.ly/1M5xcyx

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