Revista científica publica manual de política de uso de redes sociais

Germana Barata

Kexino.com/Creative Commons
Kexino.com/Creative Commons

As revistas científicas, há séculos, comunicam para pares, especialistas, mas cada vez mais atentam para a importância de ampliar este diálogo com outros públicos. Nada melhor do que enfocar nas redes sociais, hoje consideradas estratégicas para uma efetiva comunicação em massa.

Falar para um público maior significa atrair leitores que antes ficavam restritos aos círculos de especialistas de uma área específica, potencialmente atrair mais submissões, aumentar as chances de leitura dos artigos publicados nas revistas, bem como promover uma ponte com a sociedade em geral, por exemplo, trazendo análises sobre temas contemporâneos que dizem respeito a área de atuação da publicação.

Dentre as inúmeras redes sociais, as mais populares no Brasil são o Facebook, usada por 83% dos internautas, o Whatsapp (58%), o YouTube (17%) e o Instagram (12%) segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015: Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira. Fazer isso, no entanto, não é tarefa tão fácil quanto possa parecer, pois exige dedicação da equipe e dinâmica diária ou semanal para lidar com o público que interage.

Não nos espanta o fato do Facebook ser a rede social preferida de revistas científicas brasileiras que se aventuram a falar para um público mais amplo. No entanto, são poucas que o fazem a partir de estratégias bem traçadas. A grande maioria usa a rede de modo intuitivo e, por vezes, desconsiderando as especificidades da comunicação e disseminação das informações geradas.

Pensando nisso, o Divulga Ciência compartilha um cuidadoso manual preparado pela equipe da Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (RBEFE) para traçar a “Política de Uso das Mídias Sociais da RBEFE” e que poderá ajudar outras publicações que queiram experimentar ou aperfeiçoar a comunicação no Facebook, no Twitter ou nas demais redes.

Dentre as redes sociais exploradas pela RBEFE estão o Facebook (com 6499 curtidas), o instantâneo e breve Twitter (153 seguidores), a acadêmica LinkedIn (+500 conexões) e o Blogger (mais de 49 mil visualizações), ferramentas mais utilizadas pela publicação, desde 2012, com o objetivo de “estipular as melhores práticas e guiar a equipe da RBEFE no uso das mídias sociais, incluindo geração de conteúdo, interação com o usuário e atuação em caso de crise”. A equipe lembra que que cada rede social tem sua particularidade e não deve ser usada para reproduzir o mesmo tipo de material, mas sim para publicar conteúdos ou formatos distintos.

Política de Uso de Mídias Sociais da RBEFE
Política de Uso de Mídias Sociais da RBEFE

De acordo com o manual – que tem 65 visualizações na rede social SlideShare – as redes sociais serão usadas para publicar: a) assuntos relativos à revista; b) produtos e serviços associados à divulgação e normalização de documentos; c) eventos da faculdade e da universidade às quais a publicação está ligada e que se relacionem ao escopo da revista; c) eventos sobre comunicação e publicações científicas; e) produtos e serviços da biblioteca a qual a revista está ligada e que tenham relação também com o escopo.

A política de uso das redes sociais também traça o público-alvo da RBEFE, descreve o tipo de mensagens que podem ser postadas, o tom e o uso de linguagem apropriada, além de estabelecer os critérios de moderação de mensagens com o público, que as vezes pode produzir situações delicadas, como a publicação de mensagens caluniosas ou abusivas, ou de material publicitário ou que desrespeitem os direitos autorias.

De modo geral, a revista estabelece a meta de publicar semanalmente, ao menos duas postagens no Facebook, Twitter e LinkedIn, fazendo uso de linguagem formal e direta na terceira pessoa do plural, sempre de modo breve e com link que leve a informações mais detalhadas.

APP para ler a RBEFE
APP para ler a RBEFE

A RBEFE também desenvolveu um aplicativo para acesso à publicação por aplicativos móveis (celular e tablete), através dos quais 21% dos leitores preferem ler a revista. Até agosto foram 138 downloads.

Share