Impacto da Artroscopia do Quadril na Prevenção da Artrose

Prevenir é melhor do que remediar! Já vi muitas cirurgias mal sucedidas causarem artrose, mas existe uma cirurgia capaz de prevenir o desenvolvimento da artrose? Pergunto isto, porque em nome desta promessa, muitas cirurgias ortopédicas são realizadas no mundo todo. Este talvez seja o argumento mais usado para convencer pacientes jovens. Qual a realidade por traz destas cirurgias? O que a ciência tem a dizer sobre isto? Estaríamos realizando cirurgias desnecessárias e até potencialmente danosas?

Um artigo da edição deste mês da Revista Brasileira de Ortopedia (RBO) (1), tradicional meio de comunicação científica da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) com seus médicos associados, intitulado “Prevalência da morfologia de impacto femoroacetabular em jogadores de futebol juvenil assintomáticos: estudo de ressonância magnética com correlação clínica”, me deixou assustado. O artigo foi escrito por quatro ortopedistas do Rio Grande do Sul.

Neste estudo, Yépez A. K. e colaboradores, perguntam qual a prevalência de achados positivos para Impacto Femuroacetabular (IFA), quando fazemos ressonância magnética do quadril em meninos que jogam futebol regularmente, na faixa etária dos 13 aos 18 anos? E quantos destes meninos tem realmente algum sintoma, ou seja, sentem dor?

Apenas para situar o leitor não acostumado com esta doença, o IFA é um diagnóstico criado em 1991 por Ganz R e colaboradores, embora já existissem descrições de um quadro idêntico chamado impingement desde a década de 30 do século passado (2). O termo refere-se ao contato anormal entre os ossos do fêmur e da bacia (acetábulo é a parte da bacia que forma a articulação do quadril), nos movimentos de extrema amplitude. Isso só acontece se a pessoa tiver um formato anormal de um destes ossos. No fêmur, este formato anormal é chamado deformidade tipo cam, na bacia este formato anormal é chamado tipo pincer (Figura 1).

Figura 1: Deformidade do tipo cam no colo do fêmur (A) e deformidade do tipo pincer no acetábulo (B). Fonte: Volpon JB.“Impacto femoroacetabular”. 2016. Rev Bras Ortop;51(6): 621-29.

 

O diagnóstico se refere a uma dor no quadril, que geralmente acomete atletas jovens. A dor é agravada por um teste clínico provocativo, chamado teste de impacto (figura 2).  Uma vez estabelecido que a dor no quadril queixada pelo paciente é causada pelo IFA, inicia-se o tratamento clínico, baseado no uso de medicamentos para aliviar a dor, em fisioterapia para fortalecer os músculos que protegem o quadril e em treinamento para corrigir o movimento errado que o atleta está fazendo.

Figura 2: Teste de impacto do quadril. Para o impacto anterior, o mais frequente, o médico faz a flexão com rotação interna e desencadeia a dor similar à que o paciente está acostumado a sentir em suas atividades. No impacto posterior , mais raro, o médico faz o movimento oposto. Extensão com rotação externa. Fonte: Volpon JB.“Impacto femoroacetabular”. 2016. Rev Bras Ortop;51(6): 621-29.

 

Até aqui perfeito, mas aí começam os enganos:

 

  • Engano número 1: o diagnóstico deixa de ser clínico, pela presença de dor compatível e teste clínico positivo, e passa a ser radiográfico. Como dizia a propaganda da Sprite no passado: “Sede não é nada, imagem é tudo!”.

Veja o resultado da pesquisa citada no início do texto: dos 56 jogadores juvenis avaliados, 84,8% tinham imagem de IFA, mas apenas 15% tinham o teste de impacto positivo. Isso mesmo, assustador!!! Oito em cada dez meninos que jogam futebol regularmente tem problema no quadril, de acordo com os critérios  da ressonância. O que é normal e o que é patológico?

 

  • Engano número 2: o IFA precisa ser tratado cirurgicamente. Já que existe a deformidade, vamos eliminá-la! Felizmente, a maioria dos problemas ortopédicos, principalmente em atletas, tem origem em movimentos errados. Corrija o movimento e o problema está curado. Convido o leitor que tiver um pouco mais de tempo a ver o fabuloso trabalho, aliás uma dos muitos, que mostra o sucesso do tratamento da técnica de corrida em atletas que iriam ser submetidos a cirurgia para dor na perna3.

“Narciso só vê aquilo que é espelho”. Este velho adágio indica que na verdade, acabamos vendo muito mais aquilo que estamos acostumados. A Ortopedia surgiu no século XVIII como uma proposta de prevenir as deformidades do corpo através de exercícios físicos na infância. Hoje, isso parece uma descrição da atividade de um fisioterapeuta. A maioria dos ortopedistas passou a praticar somente a cirurgia, deixando a prescrição de exercícios. Natural portanto que muitos ortopedistas atuais se sintam tentados a partir de cara para o tratamento cirúrgico de todas as moléstias.

 

  • Engano número 3: o IFA provoca artrose. Ou seja, é a causa. Temos aqui um problema frequente de interpretação dos achados de estudos de correlação. Existe uma grande diferença entre correlação e causa. O IFA tem correlação com a artrose do quadril. Isto é verdade. O IFA causa artrose do quadril já é uma afirmação mais complicada de provar. Para demostrar este conceito, o Britsh Medical Journal publicou alguns anos atrás um artigo interessante, mostrando que havia correlação entre o número de cegonhas nas cidades e a taxa de natalidade. Onde existem mais cegonhas nascem mais crianças. Isso quer dizer que as cegonhas trazem as crianças??? Cuidado com esta conclusão. Esta é uma das possibilidades, mas existem outras mais plausíveis: o calor da primavera pode atrair mais cegonhas e ao mesmo tempo propiciar melhores condições para quem planeja ter filhos. Logo existe uma terceira condição independente que explica ao mesmo tempo as outras duas. Assim, pode haver algo ainda desconhecido que cause IFA e cause artrose. Fico imaginando se é sensato pensar que 84,8% dos garotos com IFA do estudo (1) terão artrose. Temos que abolir a prática do futebol ou então operar quase todo mundo que pratica este esporte. Isto está mais para loucura.

 

  • Engano número 4: A cirurgia do IFA previne a evolução da artrose. Hoje é famosa a artroscopia do quadril, com raspagem do osso, reparo do labro acetabular (uma espécie de menisco do quadril) e desbridamento articular. Como são poucos os ortopedistas capacitados para fazer esta cirurgia relativamente recente, os consultórios dos poucos ortopedistas que fazem estão lotados.

Como cirurgião de joelho, você pode pensar que eu estou com inveja, mas o fato é que o joelho foi a primeira articulação a ser tratada por artroscopia, lá pelos anos 70 do século passado. O que nós aprendemos com estes anos todos foi que artroscopia não previne artrose. Infelizmente. Este conceito já está tão estabelecido, que alguns países, como Austrália e Nova Zelândia, já consideram má prática médica a realização de desbridamentos artroscópicos, com raríssimas exceções, para tratar a artrose do joelho.

No início, como sempre, alguns trabalhos pseudocientíficos de má qualidade obviamente mostraram bons resultados e foram usados para embasar a realização de milhares destes procedimentos no mundo todo, até que a verdade viesse à tona.

Por isso, como bom “gato escaldado”, olho com desconfiança para os que citam “trabalhos” mostrando que a jovem cirurgia de artroscopia do quadril para tratamento de IFA evita a progressão da artrose.

 

  • Engano número 5: A cirurgia é totalmente segura.

Esse é o maior problema. Muitas vezes envolvidos nesta discussão “funciona versus não funciona”, esquecemos de pesar os riscos envolvidos. O primeiro princípio da Medicina é “Primum non nocere”, ou seja, primeiro não piore as coisas, não faça mal para as pessoas.

Já tive a desagradável experiência de atender num Pronto-Socorro (PS) um jovem submetido a artroscopia do quadril para o tratamento de IFA. Não era um atleta profissional, apenas gostava de jogar tênis nos finais de semana. Começou a sentir dor na virilha durante os jogos e procurou um ortopedista. Fez uma ressonância do quadril e recebeu o diagnóstico de IFA. Seu ortopedista o aconselhou a procurar um especialista em artroscopia de quadril, para fazer a cirurgia, com o intuito de aliviar o sintoma e prevenir a artrose. Com medo, o jovem foi e fez a artroscopia. Resultado: Duas semanas após a artroscopia, começou a ter febre, dor intensa no quadril e parou de andar. No PS, após exames, foi feito o diagnóstico de PIOARTRITE, uma grave infecção bacteriana na articulação. Precisou ser encaminhado para o Centro Cirúrgico com urgência, para fazer a drenagem do pus. Ninguém disse para ele que uma opção era tentar primeiro fazer fisioterapia ou até, em último caso, trocar de esporte. Por essas e outras, aderi ao movimento no twitter: #stopovertreatment

 

Referencias:

 

  • Yépez AK, Abreu M, Germani B, Galia CR. “Prevalencia da morfologia do impacto femoroacetabular em jogadores de futebol juvenil assintomáticos: estudo de ressonância magnética com correlação clínica”. 2017. Rev Bras Ortop;52(S1):14-20.
  • Volpon JP. “Impacto femoroacetabular”. 2016. Rev Bras Ortop;51(6): 621-29.
  • Diebal MAJARD, et al. Forefoot Running Improves Pain and Disability Associated With Chronic Exertional Compartment Syndrome. 2012. Am J Sport Med. 40(5):1060-7.

Alessandro Zorzi

Médico ortopedista e pesquisador na UNICAMP e no Hospital Albert Einstein, com mestrado e doutorado em ciências da cirurgia pela UNICAMP e especialização em pesquisa clínica pela Harvard Medical School.

35 thoughts on “Impacto da Artroscopia do Quadril na Prevenção da Artrose

  • 4 de dezembro de 2017 em 11:05
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    Sou fã do seu blog. Gosto muito de como são tratados os temas. Parabéns,

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    • 8 de dezembro de 2017 em 22:41
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      Oi Vera, muito obrigado pela gentileza. Seu apoio e de outras pessoas que tem me mandado comentários me motivam muito.

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      • 6 de março de 2018 em 17:46
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        Boa Tarde,
        Tenho 32 anos e devido a umas dores no adutor,fui até o ortopedista e ele me indicou a cirurgia pelo plano,Estou com medo e não sei se procuro outro medico,qual seria a melhor solução?

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        • 12 de março de 2018 em 10:21
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          Olá Diego, sem dúvida nenhuma é prudente buscar uma segunda opinião. É uma cirurgia eletiva, pode esperar um pouquinho. Pode ser programada com calma, sem correria para evitar arrependimentos futuros.

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    • 12 de março de 2018 em 10:51
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      Olá Paula, muito obrigado pelo comentário carinhoso.

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  • 8 de abril de 2018 em 03:00
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    Olá. Meu nome é Karina e comecei a sentir dores há uma ano e meio e fui diagnosticada com IFA. Continuei fazendo fortalecimento , mas há 20 dias as dores estão muito intensas e me atrapalhando nas atividades diárias. Estou muito chateada pois sou professora de EF e nao consigo nem demonstrar os movimentos aos meus alunos. Vc acha que deveria fazer a cirurgia?

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    • 22 de abril de 2018 em 22:02
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      Oi Karina, a cirurgia é sempre o último recurso, porque se tiver uma complicação, a sequela pode ser pior do que o quadro atual. Se você já fez uma fisioterapia de boa qualidade e não teve melhora, se seus exames demostram o impacto e principalmente, a manobra provocativa desencadeia o sintoma, é possível cogitar sim a cirurgia.

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  • 5 de maio de 2018 em 01:10
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    Fui em um ortopedista e tirei raio x quadril, e ele deu um prognóstico de artrose.. será que é? Vejo que fica inchado um pouco. Fui no médico por dor na perna.... Que não tava dando pra jogar bola... Será que meu médico está certo? Ele não disse nada de ifa tenho 19 anos

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    • 17 de junho de 2018 em 18:58
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      Parabéns pelo Blog,fui diagnosticado com ImpactoFemorôAcetabular do lado De e do lado E,já fiz minha 1° Artroscopia do Lado D a 30 dias estou me recuperando muito bem,agora é esperar dar 45 dias e partir fazer a Artroscopia do lado E.

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      • 26 de junho de 2018 em 10:47
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        Olá Gian, que notícia boa! Te desejo uma boa recuperação. Abraço

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  • 30 de junho de 2018 em 17:44
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    Oi Dr td bem?Eu operei meus 2 quadris por IFA há 1 ano e até aqui foi só arrependimento,não vi vantagem
    nenhuma e sinto as mesmas dores de antes de operar.É uma frustração que só quem passa consegue entender.Fiz com um médico renomado e agora estou consultando outro médico tb renomado mas estou triste.O médico que me operou me avisou que eu teria crises que durariam até mais do que 1 ano mas essas crises são terríveis,os músculos enrijecem é pior do que antes...já me desentendi com o médico e até hoje fico sonhando com esse dia em que eu vou dizer “puxa tudo valeu a pena,as cirurgias valeram a pena”...mas até aqui foi só arrependimento... obrigada é bom poder desabafar!

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    • 3 de julho de 2018 em 06:59
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      Caramba Carol, que tristeza. Ser testemunho é muito importante para que as pessoas que pretendem passar por uma cirurgia entendam que nada nesta vida é garantido. A discussão dos riscos é uma parte fundamental da prática médica. No Reino Unido, colegas médicos tem discutido muito a implementação de um conceito chamado "Shared Understandig of Medicine". Médicos divulgam o conhecimento e pacientes tem permissão para participar de Congressos. Será a evolução do atual "Shared Decision", no qual médicos deixam que o paciente opine sobre o seu tratamento. Isso é um conceito ético fundamental chamado Autonomia. O contrário, quando o paciente não tem participação nenhuma é um modelo antigo mas ainda muito usado, chamado "Paternalismo".

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      • 3 de julho de 2018 em 07:35
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        Seria legal pois vejo que os estudos de medicina aos quais meu médico se refere,parecem tão distantes e ultrapassados.Nunca conversei com alguém que dissesse que fez artroscopia(seja de ombro ou quadril) e ficou bem.Enfim...obrigada pela atenção abçs e continue postando

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        • 28 de novembro de 2018 em 22:49
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          Dr estou bem melhor graças ao Pilates + Musculação + Fisioterapia + Psiquiatra que está tratando a dor de fundo emocional.Vim deixar meu relato e hoje vejo que sim,valeu a pena operar MAS o pós é de muita paciência,força,coragem,disciplina e ter uma ótima equipe.

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  • 2 de outubro de 2018 em 15:00
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    Gostei do texto.Fui diagnosticada com IFA, lesão labrum e desgaste na cartilagem.No primeiro momento o médico indicou fisioterapia e mudanças de hábito (parar de fazer exercícios de impacto), porém sinto muita dor ao subir escadas, ou terrenos inclinados, e principalmente a noite para dormir, não consigo deitar lateral e sinto dores que irradiam para perna e costas. Diante disso conversei com o médico e pretendo fazer a cirurgia, espero que melhore.

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    • 3 de outubro de 2018 em 10:14
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      Olá Vandra, obrigado pelo elogio e torço para que sua cirurgia seja bem sucedida e acabe com suas dores. Abraços!

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    • 1 de março de 2020 em 11:07
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      Parabéns pelo artigo, muito bem escrito e esclarecedor. Fui diagnosticado com impacto femoro-acetabular (bilateral) há 13 anos e neste meio tempo abdiquei do esporte que tanto gostava (futebol) e de corridas, pois as dores eram grande após exercícios de impacto. Monitorei minha situação por 12 anos e os exames de imagem apresentavam progressiva piora. Comecei a sentir dores nas atividades do dia-a-dia e, em 20 de janeiro deste ano, aos 40 anos, resolvi me submeter a video-artroscopia do quadril direito (o que mais me incomodava). Estou na quinta semana de recuperação e até aqui o que mais me incomoda é uma dor na virilha, que nesta segunda, 02/03/20 farei Ultrassonografia pois o médico está suspeitando de tendinite de adutores e isquiotibiais. Se for muscular, menos mal, meu maior medo era piorar o que sentia. Estou na fisioterapia e aos poucos recuperando os movimentos e aliviando as dores. Espero voltar às minhas atividades normais, sem dores associadas à articulação. Com relação ao outro quadril, espero não precisar fazer nem tão cedo. Obrigado e abraços!

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  • 23 de outubro de 2018 em 16:48
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    Olá, Diagnostico IFA(direita), sem nada de dor na virilha e quadril até então, de repente um dia sinto dor intensa, 3 dias internado, começo fisio, 3 meses a dor passa, inicia academia (4 meses), corrida de leve , tudo sem dor. Dois médicos, um a favor da cirurgia e outro não. (leve lesão de labrum), qual risco de aumentar esta lesão no labrum? Qual conselho que você me daria? Gostaria de voltar a jogar futebol.

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    • 24 de outubro de 2018 em 10:16
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      Oi Abel, que impasse hein? Correr o risco de uma cirurgia ou correr o risco de ter um piora da lesão no futuro. Como tomar essa decisão? De forma geral, existe um forte movimento mundial chamado Medicina Baseada em Evidências. A ideia deste movimento é que cada médico tome uma decisão individual para cada paciente, baseado em sua experiência, nos valores do paciente e nos dados disponíveis em estudos científicos bem feitos. Sem dados, sobram só opiniões e a chance de erro. Esta forma indesejada de tomar decisões, baseada apenas em opiniões, é chamada de Medicina Baseada em Autoridade.
      Pois bem, o que dizem os estudos sobre a cirurgia do impacto femoro acetabular? Justamente o conteúdo da matéria que você leu: não há dados que comprovem que fazendo a cirurgia você consegue brecar a progressão da doença. Portanto, hoje a cirurgia é sintomática, para tratar a dor. Está com muita dor e não melhora com o tratamento, vai para cirurgia. Está sem dor, não vai para a cirurgia. O futuro a Deus pertence, ainda não é possível saber como cada paciente irá evoluir. Sugiro a você procurar uma terceira opinião para desempatar. Abraço!

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      • 3 de abril de 2022 em 06:11
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        Prezado Dr. Alessandro.

        Parabéns pelo artigo e pelas informações ali presentes. Esclarecedor dos aspectos de definição entre riscos e benefícios das cirurgia.

        Todavia gostaria de saber se houve alguma mudança de entendimento, baseada nos dados estatísticos, desde a publicação de seu artigo, o qual foi escrito em 2017?

        Pergunto isso pois já se passaram 5 anos e talvez, com os estudos das novas cirurgias e de seus resultados, possa ter havido novas conclusões e considerações.

        É que eu tenho tb de tomar a decisão em fazer, ou não a cirurgia.

        Agradeço qq nova informação.
        Luciano.

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        • 4 de abril de 2022 em 09:42
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          Prezado Luciano, nestes 5 anos a indicação de artroscopias de quadril "explodiu". O número aumentou vertiginosamente. Mas continua valendo o conceito: a cirurgia é para tratar os sintomas, ainda não existe evidência que ela consiga evitar a progressão para uma prótese. Quadris assintomáticos não devem ser operados apenas porque tem alterações nos exames de imagem. A cirurgia parece ser mais eficaz que a fisioterapia no alivio da dor, mas deve-se pesar os riscos de um procedimento cirúrgico, que embora não sejam frequentes, podem ser graves.

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    • 30 de abril de 2021 em 13:02
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      Primeiramente muito obrigado pela matéria. Adorei e foi extremamente útil para mim! Tenho 25 anos, jogo bola de forma regular desde os meus 11. Nunca machuquei nem senti nenhum incômodo. Pela primeira vez, senti dor na virilha, fui no ortopedista e após exames de imagem fui diagnosticado com IFA. O ortopedista não me deu alternativas, mal me explicou o que era isso e já queria me operar. Eu fiquei em choque e obviamente nunca mais voltei lá. Ouvi outras opiniões tanto de médico, como fisioterapeutas. E estava com muito medo de operar, porém não queria colocar prótese no quadril por conta do impacto a longo prazo (mesmo que minha ressonância tenha dado 100% normal, apenas com uma leve retificação que poderia gerar o IFA) então estava considerando a operação mesmo não querendo. Mas agora lendo sua publicação, minha mente esclareceu muitas dúvidas que os médicos não me respondiam de forma direta e ficavam fazendo rodeios para responder é no fim não respondiam. Atualmente estou fazendo fisio e já sinto melhora na dor da virilha que eu estava. Agora que sei que a cirurgia não é necessariamente sucesso e que a artrose do quadril não é necessariamente por conta do IFA NÃO VOU OPERAR!! Muito obrigado doutor!!!

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  • 28 de novembro de 2018 em 12:18
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    Olá Dr. Recebi hoje o laudo da minha RN onde constou lesão pequena do labrun. Acredito que está lesão tnha sido causada pelo abrir de perna na cadeira adutora da academia. Assim que voltei a perna pra posição inicial eu senti um enfraquecimento das pernas como se eu foss cair. A partir daí tenho sentido dores já há um ano e 3 meses. As dores vem e demoram meses para passa, mas logo voltam d novo. No meu caso, onde a lesão do labrun não foi devido a IFA convém eu fazer algum tipo de cirurgia? Um grande abraço e parabéns pela sua inteligência e sensibilidade com as pessoas que possuem dores .

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  • 27 de março de 2019 em 12:09
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    Belo artigo. Passo por isso agora, o meu é engraçado. Eu pratico ciclismo a 25 anos, participo de competição e levo o corpo ao extremo mesmo, a falta de prevenção me trouxe essas dores, o meu caso é que sinto dores quando muito tempo deitado, não sinto dor na fisio, na academia,faço tudo, pedalo,levanto minha filha no colo, enfim, não tenho limitaçoes, realinhei algumas medidas na minha bike e estou evoluindo,mas algumas dorezinhas ainda me pegam. Estou em dieta, perder peso ajuda muito, estou com 3 kilos a cima, acredito muito na fisio, já tive outras leões como, desfio patelar nos dois joelhos, curei na academia, tive busite, curei, tenho rompimento do manguito rotador, curei com fortalecimento pois não tenho limitação. Enfim, acredito muito na fisio na prevenção, operar não é o caminho não, perca peso, case com a academia, procure sempre ir na massagista, aposte, o corpo tem memoria e ele pode sim reprogramar seus bons hábitos e assim começar a ter evolução. Além de tudo isso, alongamento todos os dias, estou evoluindo,aos poucos,mas me sinto bem melhor do que era. Espero só que as dores que aparecem possam sumir de vez.

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  • 15 de junho de 2019 em 10:26
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    Olá !
    Fui diagnosticada com osteoneocrose na cabeça do fêmur em fase inicial e indicada pelo ortopedista pra fazer procedimento com célula tronco... estou a 4 dias sem tomar remédio pra dores e estive fazendo alongamento e melhorou bastante... gostaria de saber se eu optar por hidroginástica e fortalecimento das articulações posso estabilizar a necrose e fazer com que ela estacione e pare de avançar?

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    • 21 de junho de 2019 em 09:47
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      oLÁ jESSICA, não consigo opinar sobre condutas médicas, principalmente por não saber detalhes do exame físico. De maneira geral, o tratamento da osteonecrose pode ser conservador (fisioterapia) ou cirúrgico (descompressão). A descompressão é fazer um furo no osso. Alguns estudos mostram benefício quando, além do furo, é feito enxerto de osso novo dentro do osso doente. Só que para isso, o cirurgião tem que retirar osso da bacia. Mais recentemente, surgiu a proposta de usar células no lugar do osso da bacia. Isso ainda está em estudo. Logo não pode ser feito em consultórios, só em estudos clínicos devidamente aprovados pela Comissão Nacional de Ètica em Pesquisa (CONEP) e pela Agnecia Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA). Pergunte para o médico se ele tem as autorizações. Obrigatoriamente ele tem que te dar um documento chamado TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) com o carimbo da CONEP. Além disso, nem ele nem o hospital onde o procedimento vai ser feito poderão cobrar nem um centavo. Tem que ser tudo de graça, conforme a lei. Qualquer cobrança financeira de um participante de estudo clínico é ILEGAL E ANTI-ÉTICA. Se você topar pagar para participar de um estudo irregular, será difícil garantir a qualidade e segurança da tal "célula-tronco". Na maioria das vezes, não é célula-tronco. Apenas um aspirado de medula óssea ou uma fração vascular de gordura, erroneamente chamados de células-tronco.

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  • 23 de julho de 2019 em 14:29
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    Boa tarde.

    Fui diagnóstica com (IFA) e visitei dois ortopedistas que me recomendaram fazer a artroscopia com o intuito de aliviar as dores que sinto no quadril e na virilha, mas confesso que estou com medo. Estou realizando alguns exercícios para fortalecer a musculatura como: pilates e pedalar. Confesso que estou melhor, mas ainda sinto incômodo nas regiões citadas acima. Após ler seu artigo estou quase certa a não me submeter a cirurgia. De acordo com seus estudos acha que seria possível passar por uma gestação sentindo as dores que sinto?

    Desde já muito obrigada.

    Resposta
  • 30 de julho de 2019 em 14:17
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    Olá Dr, boa tarde!

    Tenho 50 anos e joguei voleibol de quadra e areia por 35 anos em um ritmo médio e alto, desde 2016 em diante comecei a sentir um desconforto no quadril do lado esquerdo, dependendo da posição com fortes estalos mas sem dor considerável, fui buscar ajuda médica e realizei RM e Tomografia e segundo parecer médico indicou IFA, no meu caso o médico identificou os dois tipos pincer e cam e alegou que meu quadril apresentava má formação, fiz a cirurgia em Maio/2019 e também havia lesionado totalmente o labrum e iniciado uma artrose leve, estou me recuperando bem, sempre fiz exercícios na academia, porém ainda sinto que perdi muita força nos membros inferiores, o Sr acha que com a intensidade de exercícios e carga esta tendência tem a desaparecer melhorando a força e resistência?

    Resposta
    • 1 de agosto de 2019 em 14:46
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      Oi Luciano, sim é possível. Faz só 3 meses, isto ainda é pouco tempo para recuperar toda a força. Mantenha-se motivado, faça tudo que seu fisioterapeuta e seu médico orientarem.

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  • 21 de outubro de 2019 em 11:44
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    Bom dia...
    Tenho uma filha de 5 anos...que caiu de um brinquedo tombo legal...e as bolinhas não amorteceram...e quebrou a cabeça do fêmur...já passou por cirurgia...e após 6 meses hj em um raio x acusou necrose...
    É real mesmo que nesta situação somente cirurgia de quadril quando tiver seus 18 anos...desesperada e preocupada com minha pequena...

    Resposta
  • 3 de fevereiro de 2020 em 12:57
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    boa tarde DR, fui diagnosticado com IFA , pratico muito futebol e corrida de rua , e a dor esta muito forte nao consigo fazer coisas simples do dia dia , a dor é na virilha e no abdome , a cirurgia ela é possível me curar , ou só fisioterapia e fortalecimento? , e parar realmente com o futebol e a corrida ?

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  • 19 de julho de 2020 em 23:17
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    Olá Dr. Sou surfista e skatista da 15 anos e esses esportes não sou profissional mas participo de competições. Tive uma queda de quadril a 2 anos e nunca senti muita dor mas sinto algo diferente. Fui diagnosticado com ifa e spondilolistese grau 1 semana passada.. sinto um pouco de dor lombar mas não tanto no quadril e tenho boa flexibilidade.. eu to com medo e meu médico disse que eu preciso operar o quadril para evitar artrose porque meus esportes são pesados.. Eu não vou parar de surfar bem que eu tenha amputado minha perna. Agora estou no dilema se devo operar ou não. Seu post me trás esperança que vou ficar bem com o tratamento conservador. Vc acha que eu deveria operar por conta de praticar esportes de prancha?

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  • 29 de dezembro de 2022 em 14:37
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    Boa tarde dr. Parabéns pelo artigo e obrigado por compartilhar conhecimento. Tenho 43 anos e fui diagnosticado com IFA e com início de artrose (cisto). Já faz um ano que faço tratamento conservador. As dores agudas melhoram, mas ainda tenho muitas limitações. O último médico que eu consultei me falou que pelo fato de eu já ter um início de artrose (cisto) a artroscopia seria PROIBITIVA, pois segundo ele, a cirurgia aumenta rapidamente o desenvolvimento da artrose, inclusive pela pressão do soro, mas esta não é a opinião de todos os médicos. Segundo ele, quando o paciente já tem artrose é proibitivo a realização de artroscopia para corrigir IFA. Então eu pergunto: a realização de artroscopia realmente aumenta o desenvolvimento da artrose? Seria proibitivo?

    Resposta
    • 13 de janeiro de 2023 em 18:59
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      Oi Alex, diante de uma síndrome do impacto , o tratamento inicial é conservador com fisioterapia. Se não houver resultado, a pergunta é: os sintomas estão atrapalhando sua vida? Se a resposta for sim, a artroscopia é indicada PARA ALIVIAR OS SINTOMAS. A artroscopia não consegue brecar a artrose. Também não é possível afirmar que a artroscopia vai piorar a artrose, mas existe este risco. Cirurgia não é brincadeira, pode complicar e piorar ainda mais as coisas. Por isso não é indicada logo de cara para todo mundo.

      Resposta

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