“Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
burburinhava. Entre clangôres de fanfarra
passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas ao gosto popular,
em cores cruas.”
Manuel Bandeira
E como já cantava Los Hermanos, “Todo Carnaval Tem Seu Fim”. Mas fugindo das discussões de quem gosta ou não das marchinhas de rua, dos desfiles de samba e outras características de cada local, a presença desse megaevento e mega negócio contemporâneo merece suas reflexões de desenvolvimento e realizações de espetáculos no Brasil, “o país do carnaval”.
Nesse sentido, a revista Organizações & Sociedade, publicada pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, elaborou na edição de jan/mar 2013 um dossiê sobre o tema, inaugurado com o ensaio de apresentação de Bernardo Borges Buarque de Hollanda que expõe os artigos selecionados e dados acadêmicos da folia com o texto País do carnaval! País do carnaval?.
O texto perpassa pelo carnaval, “eleito à condição de rito nacional por excelência. Ele se dava a conhecer excepcionalmente a cada princípio do ano, entre o Advento e a Quaresma, do Sábado Gordo à Quarta-Feira de Cinzas, quando a alma podia, por assim dizer, se entregar à carne”, até suas distinções políticas e econômicas, com investimentos de bicheiros, participações de torcidas organizadas de times de futebol e agigantamento com os meios de comunicação e cotas de patrocínio, valendo a discussão sobre as relações da festividade com o Estado, mercado e sociedade. Assim, o dossiê se propôs a entender o produto carnaval e seu progresso com auxílio da antropologia, administração e economia.
Artigo: País do carnaval! País do carnaval? (Uma apresentação alentada ao dossiê: carnavais & organizações)
Autor: Bernardo Borges Buarque de Hollanda
Revista: Organizações & Sociedade (UFBA)