Divulga Leitura – Mulheres na revolução francesa

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A última edição da Revista de História (n. 171, jul-dez,2014), publicação da FFLCH-USP, traz a resenha de Laurent Azevedo Marques de Saes sobre as discussões do livro Virtuosas e perigosas: As mulheres na revolução francesa com foco nos lugares ocupados pela mulher no processo revolucionário francês do final do século XVIII, afastando-se do discurso de vitimização com evidências de militância feminina, conscientes de seu papel político.

“No projeto revolucionário de regeneração moral da sociedade, a leviandade, a dissimulação, a futilidade, traços tradicionalmente associados, inclusive no discurso de filósofos como Rousseau, ao sexo feminino, eram profundamente condenados como marcas de uma sociedade aristocrática a ser destruída. As mulheres manifestavam, na sua maioria, uma vontade de romper com esses estereótipos, muitos deles associados à aristocracia e à sua maior representante, Maria Antonieta, a ‘prostituta austríaca’. Ao mesmo tempo, esse discurso alimentava a reação contra a participação política da mulher e a favor de sua redução ao papel de mãe republicana.”

Interessante perceber que mesmo com o estereótipo de ‘mulher fraca’ para a política e com um decreto de 30 de abril de 1793 que procurava excluir as mulheres do exército, há casos de mulheres-soldados, que se alistavam às vezes disfarçadas e até receberam gratificações e pensões do governo. “Para a autora, essas mulheres podiam ser aceitas por expressarem, na ótica de oficiais e líderes políticos, um ideal de virtude: elevavam-se acima de seu sexo, é verdade, mas para auxiliar os homens em seu dever patriótico. Destacavam-se das mulheres consideradas ‘imorais’ que queriam participar efetivamente da vida política”.

Resenha: Virtuosas e perigosas: As mulheres na revolução francesa
A
utor: Laurent Azevedo Marques de Saes
Revista: Revista de História (USP)

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