Em 1878, Francis Galton, um antropólogo e estatístico britânico, escreveu um livro chamado Retratos Compósitos. Em seguida, junto com o crítico literário Joseph Jacobs, escreveu ensaios nos quais apareceram retratos compósitos de tipos judeus, como também retratos compósitos do criminoso típico, do estudante típico, de uma família típica, e por fim, do cientista americano típico, como retratado na Imagem em Destaque.
Era o começo dos estudos de eugenia — que teve desdobramentos terríveis, como a ideologia da pureza racial, eugenia nazista e o holocausto.
No artigo Infâncias e pós-colonialismo, onde consta a imagem desta postagem, e publicado na revista Educação & Sociedade (vol. 35, n. 128, 2014), o autor estuda os discursos colonialistas sobre a infância.
Segundo a pesquisa, os discursos colonialistas conformam o corpo infantil de acordo com a lógica bélica e imperialista da exploração capitalista.
“Tal método estrutural [eugenia] que opera com o propósito de se buscar estruturas invariantes por trás de transformações que dão visibilidade às diferenças, permite que mãos inescrupulosas, carregadas de desejo de poder, suponham a existência de scripts estruturais outros justamente para apagar as diferenças, reduzindo-as a um rosto típico comum: novo poder colonial do Ocidente científico, tanto sobre o Oriente quanto si próprio, desejoso de identificar supostas purezas ou impurezas comuns a fim de criminalizar supostas impurezas comuns de pessoas comuns e salvar uma suposta pureza comum de pessoas supostamente incomuns”, refletiu o pesquisador.
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Artigo: Infâncias e pós-colonialismo
Autor: Antônio Miguel
Revista: Educação & Sociedade (Centro de Estudos Educação e Sociedade)