Divulga Cientista – Emílio Ribas

Crédito: Imagem presente no livro "Emílio Ribas: O Guerreiro da Saúde", de José Lélis Nogueira
Crédito: Imagem presente no livro Emílio Ribas: O Guerreiro da Saúde, de José Lélis Nogueira

Há 153 anos, nascia em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, um importante médico sanitarista brasileiro, responsável por grandes trabalhos de combate à epidemias e endemias: Emílio Ribas.

Nascido no dia 11 de abril, Ribas foi um dos grandes nomes na fundação do Instituto Butantan junto com outros renomados cientistas, como Oswaldo Cruz e Vital Brazil, que já teve seu perfil descrito no Divulga Ciência.

Formado em Medicina em 1887 pela Faculdade de Medicia do Rio de Janeiro, hoje vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Emílio Ribas foi fundamental no combate à febre amarela em muitas cidades paulistas, como São Caetano,  Pirassununga, Pilar, Campinas e Jaú.

Ribas causou polêmica com suas pesquisas: na época, muitos sanitaristas acreditavam que a doença era transmitida por contágio entre pessoas, e para provar que esta tese estava errada, deixou-se picar pelo inseto contaminado. Ele se trancou em uma sala com alguns voluntários e deixou-se picar por um mosquito contaminado com o vírus da febre amarela. Em outra sala fez voluntários dormirem vestindo camisas de doentes sujas de urina e vômito.

Assim o médico, contaminado com febre amarela, provou que a doença não se adquire por contato direto com pessoas doentes. E após sua contaminação que Oswaldo Cruz empreendeu a eliminação dos focos de mosquito no Rio de Janeiro.

Além do Instituto Butantan, o sanitarista colaborou para a fundação do Sanatório de Campos do Jordão, para tratamento da tuberculose. Uma de suas mais importantes colaborações ocorreu em 1902 quando trabalhou em São Simão, para deter a terceira epidemia de febre amarela. O que só ocorreu após o sanitarista ordenar a limpeza do rio que corta a cidade, além de outras medidas para melhoria do sistema de sistema de saneamento básico.

Emílio Ribas morreu em São Paulo, no dia 19 de fevereiro de 1925. Em homenagem, seu nome batiza o principal centro de estudos de pesquisa Infecto-contagiosas, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

A revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (vol. 6, n.3, 2000), da Fundação Oswaldo Cruz, publicou o artigo Combates sanitários e embates científicos: Emílio Ribas e a febre amarela em São Paulo, onde analisou o combate à febre amarela capitaneado por Emílio Ribas quando dirigia o Serviço Sanitário de São Paulo, no período de 1898 a 1917.

O estudo relatou as experiências relacionadas à febre amarela feitas no Hospital de Isolamento de São Paulo, em 1902 e 1903, sob a direção de Ribas. E destacou a “importância das experiências para a afirmação das novas concepções e práticas médico-sanitárias”.

Artigo: Combates sanitários e embates científicos: Emílio Ribas e a febre amarela em São Paulo
Autora: Marta de Almeida 
Revista: História, Ciências, Saúde – Manguinhos

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