Edições Anteriores – A morte de Ayrton Senna

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Crédito: Nokio Koike/ayrtonsenna.com.br

Na próxima sexta-feira, 1º de maio, completa-se 21 anos da morte de um dos maiores ícones brasileiros, o tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna. O piloto morreu em um acidente no autódromo de Ímola em 1994, após se chocar violentamente contra um muro. Sua velocidade era próxima dos 300 km/h.

As investigações — inconclusivas — levantaram duas hipóteses para as causas do acidente: o volante de Senna teria se partido ao meio, o que teria feito com o que carro perdesse controle e atingisse o muro; ou o assoalho do veículo teria raspado no chão, ocasionando uma perda da pressão aerodinâmica, que também teve como consequência a perda de controle.

Entretanto, um artigo publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte (vol. 10, n. 3, 2004) levantou mais uma possibilidade de causa para o acidente: o calor.

O estudo Automobilismo: no calor da competição questionou o papel do calor como um fator de risco adicional para o acidente que vitimou Ayrton Senna.

Segundo o artigo, “o automobilismo de competição constitui um desafio biológico, uma situação estressante do ponto de vista mental e físico. A manutenção da performance depende da disponibilidade de carboidratos e oxigênio, hidratação adequada e temperatura interna constante entre 37 e 38 graus centígrados”.

Durante uma corrida, de acordo com o estudo, o piloto está exposto a um microambiente quente, que pode atingir 50ºC, “gerado por fontes de calor mecânicas e ambientais”. Além disso, “o bloqueio da evaporação do suor pelo macacão resulta em umidade e desconforto pessoal, o que implica maior esforço mental para dirigir o carro”.

Para o estudo, “deve-se fazer o possível para reduzir o aquecimento do veículo e respeitar o sistema de bandeiras de advertência para os riscos de hipertermia”. E embora Ayrton Senna estivesse com grande risco de desenvolver hipertermia, o artigo concluiu que “não parece ter havido tempo de corrida suficiente para haver produção de calor metabólico capaz de aumentar excessivamente a temperatura interna do piloto nas condições ambientais do autódromo no dia de sua morte”.

Artigo: Automobilismo: no calor da competição
Autores: Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues e Flávio de Castro Magalhães
Revista: Revista Brasileira de Medicina do Esporte (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte)

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