Ranking SciELO – Top 10 revistas com mais acessos

Carolina Medeiros

Neste post apresentamos as dez revistas científicas brasileiras de maior acesso por área do conhecimento. Até 2015, publicamos rankings das revistas com maior acesso no SciELO (base de dados brasileira que indexa revistas científicas de 15 países), sem diferenciar por áreas, o que acabava destacando as ciências da saúde, tradicionalmente com grande número de acessos. O levantamento por áreas, no entanto, mostra as especificidades de cada área e as diferenças no comportamento de acessos aos artigos. Os dados foram coletadosde setembro de 2015 a agosto de 2016, a partir do site SciELO Analytics, que divulga as estatísticas de acesso às publicações.

São 8 áreas do conhecimento (como as definidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq), exceto a interdisciplinar: ciências agrárias; ciências biológicas; ciências exatas e da terra, ciências humanas; ciências da saúde; ciências sociais aplicadas, engenharias; e letras/linguística e artes.

Segue as dez revistas brasileiras de maior acesso em cada área, no período de 12 meses.

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Assim como apareceu em rankings de revistas com maior acesso realizadas até o ano passado, as revistas de saúde apresentam os maiores índices de acesso; e agora podemos identificar que as 10 revistas da área de linguística, letras e artes geram menos acessos dentre as revistas analisadas. Importante enfatizar que todas as revistas são de acesso aberto (acesso gratuito). Com exceção da Estudos Avançadosque é integralmente em português, as demais são todas em inglês, sendo que a DELTA: Documentação de Estudos em Linguística  e a Química Nova  possuem artigos também em português. A maioria das revistas é publicada no estado de São Paulo, com exceção da Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, publicada pela Fiocruz do Rio de Janeiro, e Ciência Rural, publicada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Todas as revistas aparecem indexadas no Scopus, sendo que a Memórias e Estudos Avançados aparecem no primeiro quartil (Q1), ou seja, estão entre 25% das revistas que se destacam em sua área do conhecimento. Enquanto a Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ciência Rural, Materials Research, e a Delta pertencem ao segundo quartil (Q2), composto pelas revistas com 50% a 25% com maior fator de impacto. as demais caem no Q3 (75%-50%).

Merece destaque a revista Anais da Academia Brasileira de Ciências, com grande número de acessos e, por ser multidisciplinar, acaba aparecendo na lista das mais acessadas de quatro áreas – ciências exatas e da terra (3a), humanas (8a), biológicas (5a) e engenharias (3a). Neste levantamento ela ficou de fora para não deixar as demais publicações em desvantagem. A Anais somou 1,3 milhão de acessos em um ano.

Dentre as publicações de ciências sociais aplicadas, a maioria é de administração; dentre as de linguística, letras e artes o destaque vai para a linguística; nas humanas a educação é a subárea mais acessada e nas ciências exatas e da terra a maioria dos acessos está em revistas de química, com especial ênfase em duas publicações da Sociedade Brasileira de Química, a Química Nova e a Journal of the Brazilian Chemical Society.

Artigos mais acessados

 Analisamos também os 10 artigos mais acessados de cada área de conhecimento, no qual os artigos da área da saúde, individualmente, também apresentaram os maiores índices de acesso no período, assim como os artigos de ciências sociais aplicadas também tiveram baixos índices de acesso.

Segue os dez artigos brasileiros de maior acesso em cada área, no período de 12 meses.

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Uma das possibilidades que justificam o elevado número de acessos destes artigos é o tema dos mesmos, uma vez que abordam questões atuais e de grande interesse social, com temas por vezes multidisciplinares. É o caso do artigo de ciências da saúde, “Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle“– da revista Anais Brasileiros de Dermatologia (v.81,n.2, 2006) – e o “Portadores de deficiência: a questão da inclusão social” – da revista São Paulo em Perspectiva  (v.14, n.2, 2000), que tem tido picos de acessos periódicos, sobretudo em se tratando de um artigo de 16 anos.

Quando se analisa como estes artigos estão sendo usados em redes sociais, notícias de jornais, blogs, entre outros veículos de comunicação online (altmetria), é possível apontar que as áreas de saúde e humanas, tradicionalmente com maior volume de artigos, também são aquelas mais divulgadas dentre os 80 artigos analisados. Porém, este número é ainda bastante baixo. A maior pontuação (10), de acordo com o Altmetric, foi do artigo “O adolescente e o uso de drogas”, da Revista Brasileira de Psiquiatria (v. 22, n. 2, 2015), com mais compartilhamento de link para artigo via Twitter e que revelam um uso bastante acadêmico. Quase metade dos artigos (47,5%) não gerou pontuação. É possível verificar como esses artigos foram usados (compartilhados, comentados, curtidos, acessados) em redes sociais, por exemplo, o chamado impacto social das publicações científicas. Os dados podem ser medidos através do Altmetric, provedor de informações estatísticas de uso de artigos científicos em redes sociais, sites de notícias, blogs, etc. Nossa intenção, ao olhar estes números, é saber quais os artigos que são mais acessados pelo público formado por pessoas de dentro e de fora da academia.

O SciELO tem se configurado como uma importante base de dados que reúne revistas científicas de acesso aberto do Brasil e outros 14 países de língua portuguesa e espanhola. Há 16 anos estabelece critérios de publicação que, apesar de polêmicos, têm mudado consideravelmente o padrão de qualidade das publicações.

Veja abaixo o gráfico que traz os dados das revistas de maior acesso, divididas pela área do conhecimento.

revista-agrarias                 revista-biologicas

 

revistas-engenharia                 revistas-exatas-e-da-terra

 

revista-humanas                revistas-sociais

 

revistas-linguistica                revistas-saude

 

 

 

 

 

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