A necessidade da realização de testes para o COVID-19 foi identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) [1] devido a crescente pandemia mundial. Os testes a fim de detectar a presença do coronavírus (SARS-COV-2) são importantes, pois ajudam a mapear os epicentros virais de contaminação e, dessa forma, auxiliam na melhor escolha da estratégia de contenção do espalhamento do coronavírus. A detecção rápida e precisa do COVID-2019 é crucial no controle do surto.

Tipos de testes para o Covid-19

Basicamente, dois tipos de testes são realizados para diagnosticar a COVID-2019: um teste sorológico e um teste molecular denominado Reação em Cadeia da Polimerase — Transcriptase Reversa (RT-PCR).  [1]

Teste sorológico

Os testes sorológicos são teste rápidos capazes de identificar anticorpos em amostras de sangue ou saliva. Ou seja, eles não identificam diretamente o coronavírus. Eles detectam a resposta imunológica natural do nosso corpo que acontece na forma de anticorpos devido a presença do vírus. 

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Teste molecular RT – PCR

O teste molecular RT-PCR (Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase) faz a detecção direta do material genético do coronavírus em amostra de secreção respiratória. O RT-PCR é capaz de detectar o vírus até mesmo em portador viral assintomático. Embora, esse teste seja recomendado para pessoas que possuam sintomas da Covid-19, com duração entre 3 e 7 dias.  

Os testes de anticorpos também conhecidos como testes de sorologia não foram feitos para diagnosticar a infecção ativa pelo coronavírus.  Em vez disso, eles verificam se há proteínas no sistema imunológico, conhecidas como anticorpos. Sua presença significa que a pessoa foi exposta ao vírus e, por essa razão desenvolveu anticorpos a fim de combatê-lo. O que pode significar que a pessoa tem pelo menos alguma taxa de imunidade, embora os especialistas ainda não tenham certeza de quão forte a imunidade possa ser ou até quanto tempo ela durará. 

Por outro lado, os testes para diagnóstico de COVID-19, até agora, usaram principalmente a técnica de laboratório conhecida como teste RT-PCR. Esse teste pode diagnosticar infecções ativas através de amostras de mucosas da boca ou nariz. Esse teste verifica a presença ou ausência do RNA do coronavírus. Por isso, é o teste de diagnóstico mais indicado para saber se há contaminação do SARS-COV-2. Para obter detalhes sobre o teste molecular RT-PCR do coronavírus, por favor, assista ao vídeo “Como detectar o coronavírus?”. 

Por que usar RT-PCR em tempo real para detectar o coronavírus?

A técnica de RT-PCR em tempo real é altamente sensível e específica [2] e, pode fornecer um diagnóstico confiável em apenas quatro horas. Embora, geralmente os laboratórios demorem em média entre 6 a 8 horas. Comparado a outros métodos de isolamento de vírus disponíveis, o RT-PCR em tempo real é significativamente mais rápido e tem um potencial menor de contaminação ou erros, pois todo o processo pode ser realizado em um tubo fechado. 

Para detectar infecções passadas, o que também é importante para entender o desenvolvimento e a disseminação do vírus, o RT-PCR em tempo real não pode ser usado, pois os vírus estão presentes apenas no corpo por uma janela específica de tempo. Portanto, os testes de RT-PCR em tempo real não podem dizer se você já teve COVID-19 no passado; o teste foi projetado apenas para detectar a infecção viral em andamento.

Textos do Especial sobre testes:

Diagnósticos por RT-cPRC: o que é isso?

Referências Bibliográficas

  1. Wang, Yishan, Hanyujie Kang, Xuefeng Liu, and Zhaohui Tong. “Combination of RT‐qPCR Testing and Clinical Features for Diagnosis of COVID‐19 Facilitates Management of SARS‐CoV‐2 Outbreak.” Journal of Medical Virology 92, 6, 538–39, 2020. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jmv.25721
  2. “Polimerase Em Tempo Real e Métodos Para a Quantificação Do DNA.” Portal Educação, 2020. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/polimerase-em-tempo-real-e-metodos-para-a-quantificacao-do-dna/33826

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Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp.
Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.


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