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Finalmente o “piscinão” de Cingapura e mais algumas coisas

É até um certo desmerecimento chamar a Marina Barrage de piscinão, se formos comparar com os piscinões que eu tenho conhecimento em SP, essa represa nada mais é que um parque com uma vista sensacional da cidade e uma área de lazer invejável, não lembra nem de longe um piscinão paulistano.

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Piscinão Aricanduva, SP. Foto: http://farm1.staticflickr.com/248/514839748_78153f5e2f.jpg
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“Piscinão” de Cingaoura.

Além do prédio sustentável, o telhado verde, o parque de energia solar o local ainda tem uma exposição sobre sustentabilidade em Cingapura. Essa exposição além de falar sobre a história da água na cidade-estado ainda mostra como a barragem funciona, é uma maquete que simula o aumento do nível da água no reservátorio e como as comportas funcionam nessa situação. Fiz um video do simulador funcionando, mas não ficou muito bom, mas dá pra ter uma ideia.

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Além de tudo isso você ainda tem um audio tour de graça para fazer a visita.

Além do telhado verde onde as pessoas tomam sol, empinam pipas, fazem picnic ainda tem um parque aquático, não, não tem piscina, mas eu achei super divertido brincar com eles chafarizes!

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Telhado verde
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Parque Aquático

O local é um exemplo, não tem nem o que discutir. Mas a sustentabilidade em Cingapura é tudo isso? Bom, nesse local o assunto é água e só água e parece que a grande preocupação deles é essa, nada mais natural afinal, eles não tem aquíferos  e importam muita água para consumo da sua população, mas como esse é um assunto estratégico para eles a sustentabilidade se resumiu a isso. E qualquer pessoa sabe que sustentabilidade é um assunto estratégico, mas vai muito além de água.

Quando eu falo que o “sucesso” da reciclagem no Brasil se deve à miséria, Cingapura é o maior exemplo disso, aqui simplesmente não tem reciclagem e se tem é muito, mas muito tímida e provavelmente porque aqui não tem miseráveis para ver no lixo uma alternativa de sobrevivência. Olhando no site da agência ambiental de Cingapura programas de reciclagens nem aparece.  A preocupação está mesmo em eficiência energética e limpeza da cidade. Mas por que eu acho que reciclagem é tão importante? Na verdade não é a reciclagem que eu acho importante, mas sim a relação das pessoas com o lixo, essa relação faz (ou deveria fazer) com que você repense seus hábitos de consumo e esse é um problema que todo mundo ignora porque acha que uma vez que você joga uma coisa no lixo o problema desaparece…

Pesquisando mais sobre lixo e o gerenciamento dele em Cingapura achei que o lixo aqui é incinerado em usinas que geram energia (por isso reciclagem não é tão importante, afinal quanto mais lixo, mais energia), mas mesmo assim a agência nacional de meio ambiente tem o como objetivo atingir 65% de reciclagem do lixo até 2020 e 70% até 2030. Por conta de incinerar o lixo antes eles conseguiram fazer o primeiro aterro sanitário no meio do mar, uma vez que só as cinzas do lixo vão para o aterro. Pra saber mais sobre o aterro achei o video institucional:

Midway

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Provavelmente as fotos das aves mortas com as mais variadas quinquilharias dentro delas não é uma grande novidade, você pode conferir todas no site do fotógrafo Chris Jordan.

O atol de Midway é um dos lugares mais remotos do planeta, fica no norte do oceano Pacífico entre o Japão e a América do Norte, ele fica perto daquele mar de lixo que existe no Pacífico, aí fica fácil de entender a quantidade de lixo encontrada dentro das aves por lá. E não é só dentro delas mas também em algumas área das ilhas é possível encontrar o lixo que chega do mar.

O fotógrafo Chris Jordan resolveu fazer um filme sobre Midway, segundo o site do projeto este é o trabalho de uma jornada visual poderosa no coração de uma espantosa tragédia ambiental muito simbólica. “Milhares de albratozes morrem nessa ilha por confundir com comida pedaços de plásticos que encontram no mar. As imagens são icônicas. O objetivo, no entanto, é olhar para além do sofrimento e da tragédia. No meio do Oceano Pacífico temos a oportunidade de ver o nosso mundo em contexto. No meio do caminho não podemos negar o impacto que temos sobre o planeta. Mas, ao mesmo tempo, ficamos impressionados com a beleza da terra e da paisagem sonora da vida selvagem que nos rodeia, e é aqui que podemos ver o milagre que é a vida nesta terra. Assim é com o conhecimento do nosso impacto aqui que devemos encontrar um caminho a seguir.” Tradução livre minha.

Aqui cabe perfeitamente o clichezão: imagens valem mais do que mil palavras, né? Nem preciso gastar muito tempo escrevendo para se sentir sensibilizado por elas. E não pense que por você viver no Atlântico Sul você não tem nada a ver com isso, sabe as correntes marinhas? Sabe os navios que cruzam o planeta transportando de tudo? É, esse é o mundo globalizado, não existe nada que não esteja interligado! Pense nisso antes de jogar aquela tampinha, aquele plastinho da bala ou o lacre de uma etiqueta na rua…

Você pode ver o trailer do filme abaixo.

Dica por e-mail do José Eli da Veiga.

Ainda sobre lixo

Na visita à ONG Doe seu Lixo uma das maiores dificuldades encontradas pelas coperativas e onde é o gargalo deles é a coleta do material. Fazer o material chegar no local de triagem é a maior dificuldade, devido à logística, não é barato ter caminhões para coleta e quando ela é feita no braço (o que eu acredito ser a realidade da maioria das cidades brasileiras) esse serviço está sujeito às intempéries e todas as dificuldades que um serviço feito por uma pessoa casa à casa pode ter.

Mas vocês sabiam que ter o lixo coletado na porta de casa é um luxo que muitos países ricos não tem?

Pois é, se você tem coleta de lixo na porta da sua casa considere-se um privilegiado, se for coleta de material reciclável então, saiba que isso não acontece nem em países como a Suíça.

E como é feito, então? As pessoas tem que levar seu lixo até o local designado para tal.

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Levando o lixo separado para local.

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Local onde todos os moradores levam seu lixo, na Suíça.

As fotos são em uma pequena cidade da Suíça, mas esse sistema de “coleta” de lixo acontece em vários países da Europa, é você quem leva seu lixo. Em algumas cidades é montado até um depósito para que você possa levar móveis usados que não quer mais e deixá-los lá para quem estiver precisando.

Perguntei para o Júlio César Santos, o coordenador nacional da ONG, se eles tinham alguma experiência de entrega voluntária do material, ele respondeu que não pois a dificuldade deles era manter esse material guardado e seguro para evitar roubos de catadores individuais. Realmente manter aqui no Brasil um local como esse ai das fotos não deve ser fácil, reparem na limpeza do local, reparem que o local não tem nenhuma “cara”de lixão, agora veja essa foto que eu achei aleatoriamente na internet, essa aqui no Brasil.

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Local de armazenamento de materias recicláveis, no Brasil.

Percebe a diferença? O brasileiro precisa mudar a sua percepção do lixo, provavelmente o fato de você ter que levar seu material até algum outo local e ter de armazená-lo em casa por algum tempo faz com que a sua relação com o lixo e todo o material acumulado seja diferente. O que faz uma embalagem de iogurte ser considerada lixo ou uma embalagem que pode ser usada como copo? A sujeira! Pense, você teria na sua mesa durante dias um copo de iogurte vazio e limpo, mas ele não duraria nem uma hora em cima da sua mesa se estiver sujo (desde é claro que você não seja uma pessoa porca e desleixada), percebe a relação?

Sem dúvida tudo isso  muda por conta da educação e do conhecimento. A limpeza e a organização dos materiais e do local reflete diretamente na relação das pessoas com o lixo, a educação e conhecimento faz toda a diferença, desde de quem produz o lixo em casa, na hora de separá-los, até quem vai recebê-los e como irá armazenar. Sem dúvida nenhuma existirá uma preocupação em levar os materiais mais organizados e limpos num local que é minimamente agradável de se ir do que se a única obrigação é deixá-lo na porta para alguém pegá-lo.

A reciclagem começa  em casa, no seu consumo e descarte, só por que você pode largar o problema para trás não quer dizer que ele não será mais seu.

A realidade da reciclagem no Brasil

Na terça passada, a convite da Coca-cola, conheci a ONG Doe Seu Lixo no Rio de Janeiro que junto com o Instituto Coca-cola ajuda coperativas de reciclagem do Brasil inteiro a se profissionalizarem. É sensacional o trabalho que eles fazem, dignificando a profissão de catador de materiais recicláveis, oferecendo cursos e profissionalização para as coperativas e gerando renda.

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Qualquer pessoa que estuda um pouco sobre reciclagem no Brasil sabe que ela só deu “certo” por causa da miséria, ou seja, se a reciclagem no Brasil hoje existe não é por conscientização ambiental ou por preocupação da administração pública com o meio ambiente, ela existe mal e porcamente por conta de pessoas que viram no lixo uma alternativa de sobrevivência. São poucos os exemplos de cidades que implantaram um sistema de coleta seletiva eficiente, a coleta seletiva e a reciclagem no Brasil ainda não é regra geral. Segundo dados do IBGE na região norte do país, por exemplo, a coleta seletiva praticamente inexiste (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – 2008).

Portanto, falar de coleta seletiva no Brasil ainda não é uma realidade, a reciclagem pode até acontecer, como no caso das latinhas de alumínio que conseguimos reciclar mais de 90%, mas os outros materiais variam em torno de 45% a 55% ainda, mas uma coleta organizada e efetiva ainda é muito incipiente na grande maioria das cidades brasileiras.

E a reciclagem dos 3% do lixo brasileiro como acontece na grande maioria das vezes? Por meio das coperativas de catadores de materias recicláveis, são essas pessoas que por causa da miséria encontraram no lixo uma alternativa de vida digna.

Esse evento que participei na semana passada foi para promover a Semana do otimismo que transforma da Coca-cola. Não vou dizer o que penso sobre esse “evento”, já falei sobre a empresa em outros posts, não é de hoje que a marca vem tentando se associar ao tema sustentabilidade e portanto vou dar um voto de confiança que ela tem tentado, não sei se da melhor forma ou de forma acertada, mas é uma preocupação e o que ela fez e faz por meio do Instituto Coca-cola para as coperativas atendidas pela ONG Doe Seu Lixo me pareceu muito legítimo. Pelas palavras da diretora-executiva, Claudia Lorenzo, do Instituto Coca-cola ainda é muito pouco o que é feito perto da importância e da relevância da marca Coca-cola para o mundo (são 125 anos de empresa no mundo e 70 anos no Brasil), ela sabe que tem um desafio monumental pela frente e diante dos apenas 5 anos do Instituto acho que tem seguido um bom caminho.

O destino dos aviões

Em 2008 descobri por acaso o destino dos navios e me choquei com o que vi. Dessa vez vi no Jornal Nacional de ontem (16/04/2011) o destino dos aviões e fiquei um pouco mais contente com o exemplo mostrado, veja a seguir:

Infelizmente isso não é realidade aqui no Brasil, achei essa reportagem do Fantástico falando dos aviões abandonados. Veja:

Nos EUA os “cemitérios” de aviões são chamados de Aircarft boneyard,  na Wikipedia eles falam que são retiradas partes das aeronaves que são vendidas ou reutilizadas, não citam nada a respeito de reciclagem completa do avião ou algo que o valha, tanto que são várias as fotos de enormes áreas repletas de aeronaves armazenadas, inclusive virou até reportagem da BBC. Aliás esses locais servem até como locação de filmes, comenciais, encontrei até alguns depoimentos de pessoas que visitaram um cemitério na Califórnia.

Veja no video a seguir com fotos de um cemitério desses no Texas:

 

Acho válida a ideia de transformar alguns desses aviões em museus e atrações turísticas, mas creio que não deve ser possível nem a melhor solução fazer isso com todos, desperdício é algo que realmente me aborrece e não consigo parar de pensar que abandonar esse aviões e largá-los lá para ver o tempo destruí-los não é digno de muita inteligência.

Aliás, navios e aviões são coisas distantes de seres humanos comuns, mas alguém já parou para pensar o que aconteceu com todos os carros que a sua família já teve? Será que estarão até hoje rodando ou foram parar em algum ferro velho ou  abandonado em algum lugar como todo esses aviões?

Torço que num futuro próximo eu possa escrever um post para contar que alguma montadora resolveu se preocupar com o ciclo de vida completo de seus carros e caminhões e resolveu cuidar e garantir que todos os carros, caminhões e ônibus produzidos por ela tenha um destino inteligente.

A embalagem, o lixo e o ciclo de vida

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Acho que aqui no blog nunca critiquei as embalagens de plástico de origem vegetal, então chegou a hora de falar. Plásticos que são de origem vegetal e não são biodegradáveis não tem meu apoio.

O “bioplástico” mais famoso e falado que tem é o da Braskem, feito de cana-de-açúcar, tá, ótimo, origem renovável e o destino dele qual é? O lixão da cidade, o córrego, o bueiro… E ai? Que vantagem Maria leva? Ah, o plástico é reciclável… Convenhamos, a grande maioria dos plásticos são recicláveis, o problema não é ele ser ou não reciclável e sim, ele ir de fato para a reciclagem. Acho que ele seria muito mais útil se fosse biodegradável, tipo, depois de 3 meses ele já está reintegrado ao ambiente. E não falo de micropartículas de plástico que ficarão lá eternamente, eu falo de decomposição que contribua e agregue alguma coisa ao solo, se é que isso seja possível.

Uma dúvida de ignorante, será que na hora da reciclagem esse plástico de origem vegetal se integra totalmente ao plástico de origem fóssil? Pois afinal, quando você compra algum objeto de plástico e manda-o pra reciclagem você não sabe qual a origem dele e na hora que mistura todos os tipos de plásitco não atrapalha na reciclagem? Eu sei que cor de vidro é uma coisa séria, assim como a cor do plástico na hora da reciclagem e a origem do plástico alguém já sabe? Se ele for examente igual ao plástico de origem fóssil você já sabe o que acontece quando ele não vai pra reciclagem, né?

Há algumas semanas a Pepsico lançou sua embalagem ecológica dizendo que são 100% recicláveis, tá, até onde eu sei todas as garrafas PET também são, mas isso nunca garantiu que 100% delas fossem recicladas e será que se eu mandar essas garrafas pra reciclagem junto com as PET convencionais vai ter algum problema?

Não entendo com tanto blablabla de sustentabilidade as empresas ainda estão pensando ainda só de um lado da questão. É bom lembrar que agora temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos que resposabiliza todos pelos resíduos gerados, será que só agora vão se dar conta que olhar só a origem do produto ou da embalagem já não é mais suficiente?

Sugiro para as empresas que ao invés de ficar gastando dinheiro em como fazer produtos e embalagens com matéria-primas renováveis e alternativas por que não pensam em tentar reciclar, reutilizar ou abolir embalgens? Que tal venda de sorvete, refrigerante e bolachas a granel? Quando eu vejo essa ausência de inovação que fará com que as pessoas mudem de fato seu comportamento para um mundo mais sustentável eu quase desacredito na sustentabilidade, eu chego a acreditar que quando as empresas falam desse assunto é, de fato, apenas marketing. Vejo que ninguém quer mudar comportamento, o máximo que fazem é mudar a matéria-prima e continuam fazendo o resto tudo igual. De verdade o mundo não vai ser melhor e mais sustentável se ao invés de continuar consumindo milhares de escovas de dente, garrafas ou copos de plástico de origem fóssil, a partir de agora o plástico for de origem renovável. Resolver só um lado da equação não resolve o problema, a vida do produto não acaba depois que você o joga fora.

Alternativa para o lixo

Diante da realidade da grande maioria das cidades brasileiras, que pode ser vista no vídeo a seguir:

Veja no vídeo a seguir a alternativa lançada pela Novociclo em Florianópolis para aumentar a coleta de materiais recicláveis da cidade.

 

Como no Brasil a realidade de coleta seletiva ainda é extremamente pequena, segundo dados do IBGE – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Brasil 2004, “somente 2% do lixo produzido no país é coletado seletivamente. Apenas 6% das residências são atendidas por serviços de coleta seletiva, que existem em apenas 8,2% dos municípios brasileiros.” Fazer as pessoas levarem seu lixo para trocar por pontos e assim serem recompensadas é uma ideia bastante plausível.

Até na minha cidade eu encontro lixo largado na rua… E olha que aqui é um exemplo de cidade no que diz respeito a coleta seletiva, ela existe há 20 anos e atinge 95% da população. De certa forma é triste pensar que o ser humano só se comporta bem se for recompensado…

lixo_rua Rua Pedro de Toledo, 212, São José dos Campos, SP, em 28/04/2010.

Não use a ignorância como desculpa

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Esse post vai ser bastante polêmico, acredito eu, mas é o que estou pensando sobre o assunto agora, acho até que estou pegando pesado demais, mas pode ser que eu mude de idéia, ou não.

Meu amigo Francisco deixou o seguinte comentário no post das lixeiras de shopping: “Posso estar enganado, mas muitas vezes, os próprios consumidores não sabem direito como agir diante da opção de coleta seletiva. Por exemplo, muitas pessoas podem ficar em dúvida na hora de descartarem um guardanapo totalmente sujo com alimentos. A pessoa pode pensar: "será que posso jogar este papel com restos orgânicos na cesta de lixo reciclável?" Eu, como não sou especialista neste assunto tenho este tipo de dúvida e acredito que a maioria da população leiga como eu também.”

Quando conversei sobre o assunto com o Chico eu falei claramente: “Chico, pra mim ignorância não é desculpa.” E nesse caso de coleta seletiva e lixo reciclável não aceito de forma alguma alguém dizer que não separa o lixo porque não sabe, ainda mais num shopping.

Por que eu penso assim? As pessoas que frequentam um shopping são pessoas que podem muito bem se informar a respeito e não ficar por muito tempo com a dúvida de onde jogar o lixo, se elas não se interessam pelo assunto e não procuram saber a respeito são outros quinhentos e o argumento é outro. As pessoas tem plenos direitos de simplesmente não se importarem em separar o lixo e achar que isso não é necessário. Pronto, fim, eu não faço pois não me importo e não por que não sei.

Ah, mas e as pessoas mais humildes que não tem acesso a educação, internet e etc? E não tem pra quem perguntar? Bom, posso estar sendo simplista demais mas eu chego a duvidar se realmente existem pessoas que não tem acesso a internet, todo mundo que eu conheço tem orkut, como assim existem pessoas que não tem acesso a internet? E outra, MUITAS mas MUITAS mesmo, dessas pessoas ditas excluídas digitalmente fazem o que? São catadores de lixo, de sucata e quem melhor do que eles pra saber qual lixo serve pra reciclar e qual não serve? Se elas não souberem desculpe, para tudo porque tá tudo errado mesmo.

Gente, mais uma vez eu peço aqui: vamos assumir a hipocrisia! Não utilizem argumentos falsos, fracos e sem sentido pra justificar uma coisa que você não se importa. Se você não sabe como fazer melhor a sua parte na hora de ser mais sustentável, mais responsável assuma que você não sabe isso porque nunca procurou saber, não por que não te ensinaram e ponto final. Isso é dar uma de João sem braço. E isso não serve só para o lixo que você não separa, mas também para a sacola plástica que você não substitui, a economia de água e energia que você não faz, o carro que você não consegue nunca deixar na garagem e etc, etc etc.

Outro dia comentei com o Vitor que eu tenho o péssimo costume (estou me policiando para acabar com ele) de querer defender as pessoas delas mesmas, apostar que as pessoas não sabem é exatamente isso. A ignorância é uma benção e as pessoas gostam de ser agraciadas por ela e muitas vezes optam que assim seja e não há nada que ninguém possa fazer a respeito. Eu poderia ficar aqui até amanhã argumentando sobre isso, mas esse não é o tema do blog.

 

Em tempo: Guardanapos, lenços de papel, papel higiênico usados são lixo orgânico, na verdade nem sei se é correto utilizar essa definição mas isso quer dizer não-reciclável. Se você não sabe o que fazer com algum determinado resíduo você tem 2 opções: 1) guardar o lixo até ter certeza para onde encaminhá-lo ou 2) descartá-lo como lixo orgânico que irá para um aterro sanitário, o que não é de todo ruim uma vez que uma parcela muito pequena do lixo no Brasil é de fato reciclada.

 

Imagem: http://www.flickr.com/photos/arycolorize/3702752024/

Lixeiras em Praças de Alimentação

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Quando você vê lixeiras como essas no shopping você não fica contente? Eu fico! “Poxa, que legal eles separam o lixo aqui.” Mas eu não sou ingênua e fui lá conferir se as pessoas realmente separavam o lixo de forma correta.

 

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A foto não ficou lá muito boa, mas deu pra ver um pedaço de papel e um copo com um canudo na lixeira de orgânico? É nem tudo é perfeito…

 

Num outro shopping eu até encontrei um cesto só para latinhas, o que pra mim já parece um pouco mais eficiente. Veja:

P1908090006 Um outro diferencial nesse shopping é que eles também fizeram um cesto separado para líquidos. Olha só:

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Em qual shopping você acredita que realmente se preocupe em separar seu lixo?

 

Vou ser bem cética, não tenho certeza se depois que o lixo sai da praça da alimentação ele realmente se mantém separado e vai ser reciclado, mas o fato deles terem tido o cuidado de colocar mais 2 lixeiras mostra uma preocupação a mais, não?  Acho que são essas sutilezas na hora de tentar se preocupar com meio ambiente que fazem você distinguir uma empresa que tenta SER verde da que só PARECE verde.

Eu sei que meu amigo Ítalo vai ainda achar que isso não muda nada, afinal é um shopping, um templo do consumo e a gente tem que consertar a raiz do problema, mas como eu tenho certeza que os shoppings não deixarão tão cedo de existir, acho interessante que esse lugar que reúne tanta gente todos os dias, pelo menos, separe seu lixo adequadamente e de alguma forma tente mostrar sua preocupação para as pessoas.

Mutirão Lixo Eletrônico


Uma bela iniciativa do Governo do Estado de São Paulo!
Vamos participar, divulgue!
Confira a lista de locais aqui.
Visto aqui.