O mundo acaba em 2012?

Blogagem coletiva Fim do Mundo Se o mundo vai acabar agora em 2012 eu não sei, mas que o homem tem trabalhado duro para que o planeta tenha um fim em breve isso eu não tenho dúvidas.

Ok, a frase pode soar um tanto forte demais, mas não dá pra dizer que desde a revolução industrial cuidar da casa dos seres humanos tem sido uma prioridade para a humanidade. E parece que a velocidade com que se destrói não tem acompanhado a velocidade com que se TENTA preservar ou cuidar melhor.

Resolvi listar alguns desastres ambientais (relacionados a acidentes).

Bopal (2-3 dezembro de 1984)

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Esse é considerado a pior catástrofe industrial do mundo, ocorreu na noite do dia 2 para o dia 3 de dezembro em Bopal na Índia, uma fábrica de pesticidas deixou vazar gases tóxicos e causou a morte imediata de 2.259 pessoas na cidade e outras tantas mortes ainda aconteceram em decorrência desse vazamento.

Chernobyl (26 abril de 1986)

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Esse é considerado o pior acidente nuclear da história. O acidente causou a evacuação da cidade de 200 mil habitantes. Um relatório da ONU de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.

Exxon Valdez (29 março de 1989)

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Esse foi um dos maiores derramamentos de um petroleiro e pior num local super remoto, ou seja, onde a poluição nao é assim tão comum, o Alasca. Foram derramados de 257 mil a 750 mil barris de petróleo. Esse acidente é o clássicos dos acidentes ambientais relacionados ao petróleo.

Vazamento de petróleo no Golfo do México (20 de abril de 2010)

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É o pior vazamento de petróleo da história dos EUA, foram 250 milhões de barris. Esse todo mundo assistiu de camarote a incompetência da BP em resolver o problema. Foram meses até conseguir conter o vazamento.

Sim esses desastres ambientais foram catástrofes isoladas muito mais relacionadas a falta de segurança e cuidados do que desacaso ambiental, mas certamente para os mortos desses acidentes (sejam pessoas ou animais) foi o fim do mundo.

Acho que esses acidentes não são o que de pior o homem tem feito em relação ao Planeta, acho que os pequenos descasos do dia-a-dia são piores e com consequências consideradas invisíveis. No acidente de Chernobyl eu tinha apenas 5 anos de idade não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que algo muito ruim tinha acontecido lá para aqueles lados da Rússia, mas todos os dias crianças aqui no Brasil terão sequelas graves por conta da falta de saneamento básico e pouco se falaou se cobra por uma melhora. E isso serve para o descaso que é a poluição no rio Tietê, os centenas de lixões sem qualquer cuidado em vários municípios brasileiros, o aumento do desmatamento em todos os biomas no Brasil por conta do tão bem conceituado crescimento econômico. De que adianta a economia crescer se não vai sobrar um ambiente minimamente limpo, saudável para as pessoas?

 

Filmes sobre meio ambiente

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Assisti O Descendentes e por conta dele resolvi fazer um post sobre filmes que falam de meio ambiente, sustentabilidade e afins. Provavelmente se você leu a sinopse ou assistiu Os Decendentes não necessariamente acha que ele fala desses assuntos, mas nas entre linhas ele toca no assunto sim de uma forma bem sutil. Um dos dilemas do personagem principal Matthew King (interpretado por George Clooney) é sobre um terreno da família situado numa ilha do Havai que estão decidindo se vendem e para quem vendem. É um terreno numa praia linda, deserta e com mata nativa preservada. Os donos do terreno (Matthew e seus primos) avaliam os projetos das empresas sobre o que fazer no local para poderem decidir melhor, eles não se basearam simplesmente no quesito quem paga mais e um dos projetos preferidos por eles é de um empreendedor havaiano que apesar de não ter a proposta mais cara é uma pessoa da “terra”.

Achei que o dilema deles é o que o Brasil passa em relação a obras como Belo Monte. Uma terra maravilhosa que é de um monte de gente e não tem como preservá-la intocada para sempre pelos mais diversos motivos. Acho que a solução mais sensata para casos como esse é fazer alguma coisa no local mas fazer de forma que tenha pouco impacto e que preservação seja o principal objetivo, mas será que isso é mesmo possível? Não sei, mas temos que trabalhar para isso.

Outros filmes que falam de meio ambiente é o Erin Brockovich (baseado em fatos reais) e o Conduta de Risco, esses filmes estão muito mais relacionados às condutas das empresas, suas responsabilidades sociais, ambientais e éticas do que decisões democráticas para beneficiar o maior número de pessoas. É um outro estilo de filme, mas que tocam no tema sustentabilidade de forma bem intrigante.

O mais sutil de todos é o Wall-E na minha opinião, por ser uma animação e mostrar o futuro sem explicar como chegamos lá e deixar tudo subentendido é um filme ambiental sensacional e muito bonito. O tema meio ambiente é tratado de forma leve e sem condenações explícitas.

Esses são os filmes que eu consigo me lembrar que tratam de meio ambienta tirando os documentários como Uma verdade inconveniente, A 11ª hora ou Quem matou o carro elétrico? Quais outros que abordam o tema sem ser o assunto principal? Ah, me lembrei de Avatar, mas vamos combinar que a história é manjada demais…

Só para constar

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2011 terminou, 2012 começou e esse blog ficou abandonado com as férias de fim de ano e eu não fiz aquele tradicional balanço que a gente vê sempre por aí… Só por curiosidade resolvi colocar aqui quais foram os posts mais acessados no ano passado. Segue a lista, com o ano que foram escritos entre parênteses:

1. Temas de meio ambiente da década (2010)

2. A água do mundo (2010)

3. O destino dos aviões (2011)

4. Esqueça os banhos curtos (2010)

5. O que é sustentabilidade pra você? (2010)

6. Belo Monte, um ponto de vista (2011)

7. Produtos ecológicos, selos verdes… (2011)

8. A realidade da reciclagem no Brasil (2011)

9. A embalagem, o lixo e o ciclo de vida (2011)

10. As Catástofres Naturais no Brasil (2011)

Acho que estes posts resumem bem o blog nos últimos 2 anos.

Carro híbrido no Brasil

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Prius da Toyota

A Toyota vai começar a vender o famoso Prius no Brasil, só que ele é importado, só com essa informação já dá pra imaginar que não vai ser muito barato. E pior o carro vem pro Brasil como “carro conceito”, ou seja, puro marketing da Toyota para dizer que é uma empresa preocupada com a sustentabilidade… Mereço? A velha história de fazer somente uma linha de produtos sustentáveis e achar que assim já pode ser considerada sustentável, verde, amiga do meio ambiente e o que mais você quiser.

Eu sei que o mundo hoje não pede mais carros, que mesmo carros híbridos não são um solução sustentável e que a solução passa pelas ciclovias e transporte coletivo. Mas enquanto o mundo ideal não acontece e tudo que a indústria me apresenta são os carros híbridos é deles que eu vou falar. Ou melhor é sobre eles que vou questionar.

O Prius é um carro com 2 motores, um elétrico e um a combustão, a energia proveniente da desaceleração, que seria dissipada em forma de calor, é aproveitada para alimentar o motor elétrico. É uma opção super econômica, pelo menos em relação aos carros beberrões americanos, aqui no Brasil seria se ele fizer os 21,6 km/l na cidade como prometido, mas não comprovado em alguns test-drive. Perfeito mesmo seria se ele fosse ainda flex, mas pra isso acontecer ainda demora um tempo.

Bom, o que me intriga mesmo é a real razão da vinda desse carro pro Brasil. Por que cargas d’água inventam “coisas” sustentáveis que é só para os ricos usarem? Eu sei que tudo depende da escala e talz, mas uma vez que o governo incentiva tanto as montadoras no Brasil, custa incentivar direito? Ou pelo menos de uma forma menos pior? Se é que nesse caso temos uma alternativa menos pior…

Ah, Belo Monte…

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Eu não quero discutir Belo Monte, aliás já disse uma vez o que eu realmente defendo em relação a essa obra, principalmente depois de ler essa entrevista. Pra mim Belo Monte nada mais é do que o bode na sala, fica todo mundo falando disso e esquece de discutir o que realmente é importante para o futuro, o país, as pessoas. Brigar contra ou a favor de Belo Monte é apagar incêndio, é pensar em curto prazo, bem típico de brasileiro que não faz planejamento direito. E isso eu deixo para os ecochatos, os políticos que querem viabilizar essa obra e quem mais quiser, eu me abstenho, vou ficar em cima do muro mesmo, pois eu acho que pra essa questão nunca vamos encontrar o certo ou o errado, sempre vão existir ótimos argumentos para fazer e não fazer essa obra.

O que eu quero debater é: qual o nosso modelo de desenvolvimento? O dia que tivermos isso claro e de forma consensual a discussão de Belo Monte não existirá. Simplesmente por que se decidirmos que o nosso modelo é de explorar todos e quaisquer recurso até o fim sem pensar se haverá amanhã fazer essa obra é tudo de coerente, mas se o nosso modelo é de preservação, eficiência e tecnologia provavelmente Belo Monte não é parte dessa discussão. Simples assim. Ok, discutir esse modelo e chegar a esse consenso pode não ser tão simples, mas pra mim é a discussão que realmente interessa, o resto é só confirmação de que ainda não estamos maduros o suficiente pra sabermos de fato o que queremos como nação.

Os rios voadores

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O Hugo Penteado tem o costume de repetir sempre que sem a Amazônia estaríamos todos mortos. Pode parecer exagero, uma hipérbole, mas tem seu fundo de verdade. Talvez não estaríamos todos mortos, mas estaríamos gastanto tempo e energia sem fim para compensar um serviço que a Floresta Amazônica nos oferece de graça, ou seja, num país com uma péssima distribuição de renda só tornaria as coisas piores.

Achei no Rastro de Carbono o video abaixo que mostra como são os rios voadores e é possível perceber que é a Amazônia que influi nas chuvas e no clima aqui no sudeste. Veja:

Não entendeu a relação da função da floresta, distribuição de renda ou mortes? Pois bem, eu explico. Vamos supor que não existisse a floresta lá no norte do país para equilibrar o clima aqui no sudeste, provavelmente o regime de chuvas seria totalmente diferente e para conseguirmos plantar aqui com a facilidade que fazemos hoje, precisaríamos investir mais tempo, energia e inteligência para manter uma plantação produtiva ou ainda nossos rios não seriam tão bem servidos e talvez não conseguissem atender a quantidade de cidades que abastece hoje. Ou seja, tudo poderia ser mais caro e difícil.

É bom lembrar que não são apenas os rios voadores ou a floresta Amazônica que garante o clima que temos hoje, sem dúvida nenhuma, o relevo, o cerrado (que é um outro tipo de floresta) também são parte da equação. Nosso equilíbrio depende de muitos fatores e ignorar qualquer um deles é no mínimo arrogância, na verdade acho que faz parte do nosso sistema econômico estúpido que valoriza e contabiliza o fato de você destruir uma floresta e ter que “construí-la” novamente e ignora o serviço que ela já presta hoje em pé sem custos.

Saiba mais sobre os rios voadores.

Uma pausa para pensar

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O blog anda abandonado, eu sei. E de fato nas últimas semanas tenho pensado na real necessidade de dar continuidade a ele. São tantos blogs, sites, livros de meio ambiente que pipocam por ai que não tenho vontade de ficar repetindo os mesmos assuntos aqui. Sempre parece que estarei falando mais do mesmo ou reclamando, criticando alguma coisa que não funciona ou se apresenta adequadamente e isso é chato, não me agrada nenhum pouco.

Vou pensar até o fim do ano se ainda vale a pena manter esse espaço, se ainda vale a pena dedicar tempo e energia para coisas que mudam numa velocidade por demais lenta na minha opinião. Noto algumas pequenas mudanças no comportamento das pessoas, mas tenho sempre a tendência em achar que são lentas ou atrasadas, mas sempre me dizem “antes tarde do que nunca”, será mesmo? Esse tarde não poderá ser tarde demais?

Bom, talvez eu tenha que curar a minha miopia, abrir mais olhos e enxegar coisas diferentes por ai, então vou assumir esse compromisso nos próximos meses e tentar ver outras coisas, outros aspectos e trazer para cá.

Nova Plataforma e Resultado do sorteio

Quem passou pelo blog essa semana notou que ele está com uma cara um pouco diferente, né? Pois então o Science Blogs Brasil está mudando de plataforma e aos poucos ficando com uma cara nova. O ecodesenvolvimento está período de transição ainda e acredito que serão mais algumas semanas para ficar redondo novamente. E para comemorar a mudança o resultado do sorteio da semana passada!

Eis que tivemos 5 comentários no post anterior (na verdade 6, mas foram 2 da mesma pessoa), usei no Random.org e o vencedor é o comentário número 2!

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Nesse caso estou considerando o primeiro comentário pela data e horário, ok?

Vou entrar em contato com o Vitor e se ele não responder o e-mail até dia 13/09, refaço o sorteio no dia 14.

Canibais com garfo e faca

Recebi um exemplar do livro “Canibais com garfo e faca”, do John Elkington,  lançamento da editora M. Books para fazer uma resenha e também outro exemplar para fazer um sorteio entre meus leitores!

Esse é o livro que trás o conceito de Triple Bottom Line – Profit, Planet, People, que em português conhecemos como prosperidade economica, qualidade ambiental e justiça social, foi lançado pela primeira vez em 1997, com uma nova edição em 1999 e agora essa edição de 2011/2012 trás um novo prefácio do autor com alguns links sugeridos onde é possível encontrar as mais novas atualizações sobre o tema. Esse livro foi classificado em 2009 como um dos 50 Melhores livros em sustentabilidade de todos os tempos.

Para participar do sorteio desse livro você deve deixar um comentário nesse post dizendo o que você acha que melhorou em relação a sustentabilidade desde 1997, quando o conceito do triple botton line foi lançado pela primeira vez.

Aceitarei comentários até o dia 09/09/2011 até ao 12h, ok? Só vale um comentário por pessoa.

Pra começar vou deixar aqui a minha resposta para a pergunta do sorteio:

O que melhorou em relação a sustentabilidade desde 1997? Quanta diferença existe no mundo sobre sustentabilidade desde 1997! Provavelmente só fui ouvir essa palavra pela primeira vez e entender o que ela representa, uns 4 anos depois, na universidade. Assim, ouvir e conhecer o conceito de triple bottom line não quer dizer que eu comecei a vê-lo por ai sendo colocado em prática, de verdade só comecei a ver que as empresas passaram a ter esse tipo de preocupação, de maneira integrada com tudo como de fato ele é, depois de 2005 e ainda quando tomei conhecimento dessas práticas elas eram chamadas de marketing verde… Bom, pelo menos foi com esse nome que eu comecei a me interessar pelo assunto. Acho que o conhecimento das pessoas em relação ao assunto melhorou muito desde 97, só não sei se as práticas são de fato genuínas, verdadeiras. Outra coisa, eu meio que considero triple bottom line sinônimo de sustentabilidade, não sei bem se é isso, sustentabilidade é algo tão abstrato… Mas o livro está aqui para a minha leitura e vou saber se erro muito usando-as como sinônimos.

Agora é a sua vez!

Sua roupa é sustentável?

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Imagem: http://www.flickr.com/photos/reiswarez/2797166460/sizes/m/in/photostream/

E um dos meus útimos posts perguntava se seu jeans era sustentável… E depois da última polêmica da semana eu resolvi perguntar de novo, seu jeans é sustentável? Se no meu post a preocupação era apenas o uso da areação para diferenciar seu jeans, agora é a qualidade da mão-de-obra utilizada para a convecção do seu jeans… E ai? Quais garantias temos de que as pessoas que costuraram nossas roupas industrializadas tiveram um mínimo de respeito? De verdade, na minha opinião, NENHUMA. Provavelmente 90% das roupas que eu uso são industrializadas e tenho plena certeza que nenhuma delas teve algum respeito por seus trabalhadores… E olha que eu ainda tenho a privilégio de dizer que 90% das minhas roupas são industrializadas (vamos descartar aqui a industrialização do tecido) porque tenho uma prima que costura e faz estamparia em tecido e tenho algumas blusas de lã tricotadas a mão, mas a maioria das pessoas (meu pai, meu irmão por exemplo) que tem 100% das suas roupas totalmente industrializadas e que com certeza passaram por exploração de pessoas.

Ouça o depoimento a seguir de uma costureira dessas grandes redes de roupas no Nordeste do país.

 

Como se vestir de forma mais sustentável? Comprar menos roupas? Comprar roupas de marcas menores e menos famosas? Resgatar a costureira de bairro? Não se vestir?

Eu não tenho a melhor resposta, não sei se existe uma melhor resposta para essa questão, diminuir o consumo provavelmente seja uma das alternativas, mas como convencer o mundo disso? Por que afinal, eu já normalmente compro pouquíssimas roupas, mas e quem simplesmente não se preocupada com nada disso? (temo eu que seja a maioria das pessoas) Como faz?

Esse negócio de ter mais perguntas que respostas tá me enchendo o saco…