Biscoito ou bolacha: a forma como você chama essas coisas pode dizer de onde você é


Texto de:
Christian Rodrigues da Silva Rosa
Letícia Bianca B. Okushigue
Sarah Brambilla Giannasi


Biscoito ou bolacha: como você fala?

Você já viu esse meme ou alguma versão dele em redes sociais? Pois é! Qual seria a forma correta de falar: sinal ou semáforo? A resposta é que depende da região de quem fala. As pessoas de regiões diferentes podem dar nomes diversos para uma mesma coisa. Ou seja, sinal e semáforo são duas respostas corretas, não existe um “certo” ou “errado”!

Porém, como explicar as diferenças de nomes por todo o Brasil? Uma mesma coisa pode ter cinco ou mais versões! Outras têm variações entre cidades do mesmo estado! Por que será que isso acontece? De que jeito falar?  Vamos descobrir agora!

A linguística, ciência que estuda a nossa linguagem, tem algumas dicas para a gente: o nome desse fenômeno é variação diatópica, também conhecida como regionalismo, que é parte da variação linguística do nosso país.

Mas calma, vamos entender o que são essas palavras antes de continuar.

Variação linguística

Já sabemos que, quando falamos da língua portuguesa, há várias palavras para dar nome a uma única coisa, que pode ser uma comida (aipim/mandioca), um objeto, um brinquedo, e muito mais. Esse fato muito interessante da língua é chamado de variação linguística.

Ou seja, a variação linguística é o nome dado ao conjunto de características diferentes que uma mesma língua tem por todo o território que compartilha o idioma. Dizemos que uma língua varia por vários motivos:

  • Questões geográficas: em São Paulo, as pessoas falam “bolacha” e, no Rio, dizem “biscoito”! Isso é o que chamamos de variação diatópica;
  • Contexto em que a língua é falada: pense, por exemplo, que a linguagem que a gente usa em uma entrevista de emprego é bem diferente de uma conversa informal pelo WhatsApp! Olha aí a língua variando conforme o contexto menos ou mais informal! O nome disso é variação diafásica;
  • Mudança pela passagem do tempo: se você ver um livro de 1800, vai perceber que muitas palavras já não são mais usadas no dia a dia. Hoje em dia, seria difícil ver alguém dizendo: “Caríssimo ilustre, envio amplexos, na espera de que colhas alvíssaras!”. A língua é viva e muda com o tempo (ainda bem!). O nome disso é variação diacrônica;
  • Características de grupos sociais: por exemplo, vemos na comunidade LGBTQIA+ várias gírias e bordões que são menos usados por pessoas de grupos heterossexuais, como “lacrou”, “yag”, “é sobre isso” etc. Essa é a variação diastrática.

Mas, hoje, vamos falar da variação do meme, a diatópica (geográfica)!

O Brasil é um país de tamanho continental, com habitantes vindos ou descendentes de pessoas de todos os lugares do mundo e também vasto em comunidades indígenas. Toda essa diversidade de idiomas influencia a língua portuguesa e contribui para as variedades existentes na língua. A variação diatópica também é chamada de variação geográfica e, por isso, é sobre as mudanças do idioma por todo o território.

Enquanto o regionalismo, apesar de ser mais um nome para a variação diatópica ou geográfica, é um termo bem mais amplo que não é necessariamente sobre linguística. Um exemplo: você come cachorro-quente com purê, ovo de codorna, farofa, ou nenhum deles?

Claro que o termo também aborda questões mais relevantes, como literatura e artes no geral, como por exemplo o movimento da literatura em que os autores escrevem obras que retratam a características de uma dada região, por exemplo, o incrível escritor Ariano Suassuna, que trazia personagens e cenários do sertão nordestino.

Mas, e as palavras do meme? De onde vêm? Listamos a seguir algumas variedades dessas palavras, onde elas são faladas e se há explicação para seus nomes:

  • Sacolé ou sacolete: Rio de Janeiro. Uma junção das palavras Saco e picolé;
  • Dindim: Origem onomatopaica. Rio Grande do Norte e Brasília;
  • Geladinho ou gelinho: Bahia, São Paulo e região sul;
  • Juju, dudu, brasinha: algumas regiões do Ceará;
  • Chup-chup: Minas Gerais. Alusão à onomatopeia quando se consome o produto;
  • Outros nomes comuns: chope, flau, laranjinha.

Esse aqui é um caso complicado, todos os nomes são usados em todo o país, então dividimos pelas suas origens.

  • Corretivo: o nome do produto;
  • Branquinho: por causa da cor;
  • Errorex: nome da marca;
  • Liquid paper: também é o nome de uma marca.

O pão que não é da França e seus outros nomes!

  • Pão francês: nome mais comum, falado nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso;
  • Pão de sal: Espírito Santo, Minas e Bahia;
  • Cacetinho: nas padarias do Rio Grande do Sul, peça um “cacetinho”;
  • Pão de água: região sul de Santa Catarina.

Aposto que essa você não sabia: não são a mesma fruta, e sim parentes!

Mexerica e Ponkan são variedades da Tangerina, que é o nome oficial da fruta no Brasil.

Mas e a bergamota, mimosa e morgote/murcott? Esses sim são nomes regionais para a mexerica e a ponkan.

  • Bolinha de gude: nome mais conhecido e falado no Brasil inteiro;
  • Baleba: norte do Rio de Janeiro;
  • Bola de búrica: ocorre no Paraná;
  • Bolinha de vidro: população luso-açoriana do litoral catarinense;
  • Chimbre ou ximbra: Alagoas;
  • Bolita: Rio Grande do Sul.
  • Salgadinho: nome bastante comum, que faz referência ao sabor salgado desses lanchinhos;
  • Biscoito: segundo usuários do Twitter, essas comidinhas podem ser chamadas de “biscoito”;
  • Chips: palavra que vem do inglês chips (como são chamados os “salgadinhos” nos Estados Unidos).
  • Estilingue: nome mais conhecido, versão aportuguesada do inglês slingshot;
  • Atiradeira: Rio de Janeiro;
  • Baladeira: de Amazonas a Pernambuco;
  • Beca: Bahia;
  • Funda: Rio Grande do Sul;
  • Peteca: Nordeste.
  • Salsicha: nome mais conhecido por todo o Brasil, vem do italiano “salsicia” e pode ser falado até como “sarsicha”, “salchicha” ou “xaxicha”;
  • Vina: nome usado no Paraná, principalmente em Curitiba. É uma palavra derivada do alemão “Wienerwurst”, que significa “salsicha de viena”.
  • Pipa: nome que vem da semelhança do formato do brinquedo com um vaso de colher água, comum no Rio de Janeiro e Paraná;
  • Papagaio: devido à variedade de cores, falado em São Paulo;
  • Arraia: Rio de Janeiro, Acre e Amazonas;
  • Outros nomes: morcego (RJ), curica (SP), cometa (SP), barril (BA), bolacha (BA), quadrado (PR), cafifa (PR).

E, finalmente, temos a pergunta mais polêmica de todas: é bolacha ou biscoito? Qual será a resposta correta?

Sabemos que, historicamente falando, o nome biscoito chegou antes, por volta do século XIII e por meio da palavra francesa bis cuit (cozido duas vezes). Enquanto o termo bolacha é uma palavra de origem latina, que significa literalmente “pequeno bolo”, e foi primeiramente documentado no português no século XVI.

No Brasil, essa distribuição aconteceu de forma até que bem delimitada, como podemos ver no mapa abaixo, representando qual das duas formas predomina em cada estado.

E então? A partir dessas informações, já descobriu qual será a forma certa? Estava correto quem respondeu que… depende!

Para as pessoas que moram no Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, o correto parece ser bolacha, enquanto em Pernambuco, Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo, as pessoas estão satisfeitas em usar o termo biscoito.

E você? Come bolacha ou come biscoito?

Além dessas, há muitas outras palavras cujos nomes causam polêmica nas redes, como semáforo. Ou seria sinal? Ou talvez sinaleiro? Quem sabe farol? Podemos pensar nisso enquanto comemos uma mandioca frita… ou seria aipim? Ou macaxeira?

“Mas eu moro em algum desses lugares e não chamo de nada disso! Por quê?”

Calma, aqui estamos fazendo generalizações, não significa que todas as pessoas dessas regiões chamem tudo com os mesmos nomes, afinal, a variação é geográfica. É importante entender que nenhuma dessas variações é certa ou errada, para não cairmos na armadilha do preconceito linguístico.

Independentemente da forma escolhida, percebemos que na variação linguística há algo interessante: embora a palavra (forma) mude, seu sentido/significado (conteúdo) permanece o mesmo. Assim, “biscoito” e “bolacha” são palavras diferentes que falam de uma mesma coisa. Essa é uma característica importante da variação linguística.

Uma outra coisa legal é que variação não é bagunça: toda essa mudança e variedade seguem regrinhas e “leis” ordenadas, que permitem a nossa comunicação ao mesmo tempo em que mantém as mudanças acontecendo, como um organismo vivo em constante desenvolvimento.

Já sabemos que os diferentes jeitos de falar são parte das leis da linguagem, é algo normal! Então, por que ficar sendo a pessoa chatinha que fica corrigindo os outros? Às vezes o seu certo pode não ser o mesmo certo de outras pessoas.

Podemos considerar tantas diferenças entre regiões como dialetos diferentes pelo país?

Para entendermos melhor, primeiro precisamos entender o que é um dialeto. Segundo o dicionário Oxford:

“1. conjunto de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical, morfossintática e fonético-morfológica, restrito a uma comunidade inserida numa comunidade maior de usuários da mesma língua.

2. qualquer variedade linguística coexistente com outra (no português do Brasil, o dialeto caipira, p.ex.)”.

Ou seja, para ser considerado um dialeto, é necessário mais do que uma diferença entre palavras, mas as pessoas que falam o idioma devem ser capazes de compreender umas às outras, mesmo que haja diferença entre os dialetos: se não houver compreensão mútua, não é dialeto.

Há uma crença preconceituosa que faz com que pessoas acreditem que dialetos são “línguas inferiores”, mas isso não é verdade. Alguns exemplos de dialetos são o mineiro, carioca, gaúcho e baiano. Isso também é parte da variação linguística diatópica, ou, por um de seus outros nomes: variante dialetal!

Será que o nosso português brasileiro é uma variante dialetal derivada do português de Portugal? Não deixa de ser, pois é uma variedade do Português, assim como o Português Angolano e Moçambicano, conseguimos entender uns aos outros, mesmo que com certas dificuldades pela diferença de palavras, não é?

A influência de dialetos pode prejudicar ou afetar o desenvolvimento de crianças em fase de aquisição da linguagem?

A resposta simples é não. O maior problema é crianças estarem expostas a telas por um período de tempo tão longo a ponto de afetar seus sotaques, mas, com o passar da quarentena e retorno às atividades presenciais na escola, elas voltam a ter contato com variedades linguísticas de suas regiões e grupos sociais e o sotaque e palavras adquiridas acabam caindo em desuso ou sendo esquecidas com o tempo.

Falando em internetês e mudanças de sotaque, você sabia que, em Portugal, há pais reclamando das mudanças dialetais de seus filhos por causa dos Youtubers brasileiros?

Isso é parecido com um caso lá do início dos anos 2000, quando alguns adultos diziam que o internetês (linguagem usada na internet que envolve abreviações e outras coisas) iria acabar com a norma culta – o que não passa de uma superstição desmentida pela linguística.

O problema acontece quando uma mudança de sotaque ou dialetos gera xenofobia, como visto em um dos comentários desta matéria, e também uma opinião facilmente encontrada nas redes sociais. Mesmo com as explicações de especialistas, algumas pessoas são preconceituosas.

Por isso é tão importante aprendermos e ensinarmos sobre o preconceito linguístico, já que ele, infelizmente, está presente nos mais diversos contextos de interação, ou seja, nas situações em que as pessoas conversam e trocam ideias. Um jeito de falar (variedade) que no Brasil é prestigiado, por exemplo, pode ser menosprezado em Portugal, e isso é uma atitude fruto do mais puro preconceito.

Muito legal tudo isso, e agora?

Tão importante quanto entendermos a existência de variações linguísticas é sabermos respeitá-las, não há uma variedade que seja “superior” às outras, por mais que os preconceituosos insistam nisso. Cada uma delas possui suas origens legítimas, e a linguística, mais especificamente a sociolinguística, nos ajuda a entender melhor de onde vem cada uma.

Então, você já sabia de todas essas influências que a nossa língua tem? Sabia que tudo isso é estudado por cientistas na universidade? Se o assunto te interessou e quiser saber mais sobre as áreas de estudo da linguística, veja mais no nosso blog!

E na sua cidade, como se chamam essas coisas? Conta pra gente!

Referências:

https://dicionarioegramatica.wordpress.com/tag/geladinho/?iframe=true&preview=true/feed/ Acesso em 15/12/2021

https://agrosaber.com.br/e-tangerina-mexerica-bergamota-ou-ponkan-sabe-a-diferenca/ Acesso em 15/12/2021

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-tangerina-mexerica-e-ponkan/ Acesso em 15/12/2021

Bolinha de gude:https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/2/1/bolinhas-de-gude Acesso em 15/12/2021

Estilingue: http://www.osdicionarios.com/c/significado/estilingue Acesso em 15/12/2021

Salsicha: https://origemdapalavra.com.br/palavras/salsicha/#:~:text=SALSICHA%3A%20%C3%A9%20parecida%20com%20o,salgado%2C%20preparado%20com%20sal%E2%80%9D. Acesso em 15/12/2021

Vina: http://www.panetteria.com.br/vina.html#:~:text=Vina%20%C3%A9%20uma%20express%C3%A3o%20muito,a%20origem%20dessa%20palavra%20Curitibana! Acesso em 15/12/2021

Pão francês: https://www.google.com/search?q=onde+fala+p%C3%A3o+franc%C3%AAs&oq=onde+fala+p%C3%A3o+franc%C3%AAs&aqs=chrome..69i57j33i22i29i30l2.5664j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8 Acesso em 15/12/2021

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 48 e 49 ed. Edições Loyola, São Paulo: 2007.

______. BAGNO, Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa. 4.ed. São Paulo: Parábola, 2004

Créditos das imagens:

Geladinho: https://img.cybercook.com.br/imagens/receitas/274/geladinho-juju-sacole-ou-chup-chup-840×480.jpg?q=75 Acesso em 12/12/2021

Corretivo: https://www.contabilista.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/450x/17f82f742ffe127f42dca9de82fb58b1/1/5/1590.jpg Acesso em 12/12/2021

Pão: https://costalavos.com.br/o-pao-frances-nao-e-frances/ Acesso em 12/12/2021

Mexerica: https://tanakadistribuidora.com.br/chegou-a-epoca-da-mexerica-conheca-todos-os-beneficios-dessa-fruta/ Acesso em 12/12/2021

Bolinha de gude: https://img.elo7.com.br/product/zoom/2CBCB16/150-bolinhas-de-gude-espelhada-colorida-importada-raridade-playground.jpg Acesso em 12/12/2021

Salgadinho: https://embalagemmarca.com.br/2019/09/pepsico-amplia-portfolio-embalagens-de-salgadinhos-com-diversos-tamanhos/ Acesso em 15/12/2021

Estilingue: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/dyFl4FIhj5fB7SKZRUJM41-TGgWf_1aKALcvCCd29ooNLvP_kPoIzjq3pYOfEutNL5Pi6J_Dg2mDQRzT-HCrPLfwPMXdO23SGal8BY1ATGwBv7yJmfy-fHKojgS-95Ni1nCG2UcmWFsAb8Xa-Gghyzmfuh8X-MGy Acesso em 15/12/2021

Salsicha: https://diarioarapiraca.com.br/uploads/image/noticias/76879/salsicha-crua.jpg Acesso em 15/12/2021

Pipa: https://saopauloparacriancas.com.br/wp-content/uploads/2020/04/sp_criancas_silvio_voce_PIPA-PEIXINHO-1.jpg Acesso em 15/12/2021

Bolacha: https://www.altoastral.com.br/media/_versions/legacy/2017/07/biscoitos-bolachas-juntos_widexl.jpg Acesso em 15/12/2021

Gráfico biscoito X bolacha: https://twitter.com/thisdracarys/status/1430551844246458368 Acesso em 18/12/2021

Semáforo: https://portaldotransito.com.br/wp-content/uploads/2014/03/sinal-verde-300×232.jpg Acesso em 20/12/2021

6 Comentários

  1. Eu, da Zona Sul de SP, falo das duas formas, bolacha, recheada ou não, e biscoito, o de polvilho.
    Na minha adolescência, uns colegas diziam "jogar búlica", com "l", usando bolinha de gude numa seqüência de quatro búlicas, ou seja, buracos na terra. Vai entendê...
    Obrigado pelo texto. 🖖

  2. As possibilidades são variáveis: biscoito é uma coisa, bolacha é outra; biscoito e bolacha são a mesma coisa; biscoito é um tipo de bolacha, ou vice-versa, bolacha é um tipo de biscoito; biscoito é uma coisa, bolacha não significa nada, e vice-versa, bolacha é uma coisa, biscoito não significa nada; biscoito é [bacuré], enquanto bolacha é [bacudá]...e por aí vamos.
    Diante de toda essa fartura de elementos linguísticos, qual a pretensão que lhe ocorre primeiro? Todo mundo vai dizer que é escolher uma coisa só, para que todos possam usufruir do mesmo ato conunicativo com melhor eficiência. É o que chamamos de língua padrão. Aaaaaaaha, mas língua padrão, não! Mas não foi isto mesmo que você quis, antes de mencionarmos a padronização da língua? Não estou entendendo agora!...

  3. Tudo bem, eu quero a padronização da língua, para que todos os meus irmãos obtenham o mesmo conteúdo comunicativo, de forma igualitária - que lindo!
    Mas não quero a padronização pela língua A, quero a padronização pela língua B, entenderam!?
    Certo, mas por que a padronização pela língua B, e não pela língua A? Como vai fazer diferença, se também a língua C, D, E, F estão reivindicando a supremacia da língua-padrão?
    Resposta: É uma questão de Poder, meu amigo! Você é doido ou o quê!?
    Mas não era você que, tempos atrás, andava reclamando de que uns teriam poder sobre os outros, e que isto era injusto, e que o justo era todos terem poderes iguais!?
    Ora, cale-se! Você já está me irritando! Cai fora!!!

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