O tal “meio de cultura”
Corre por aí uma piadinha infame que diz que a única forma de cultura que os microbiologistas conhecem é a cultura de bactérias. ¬¬” Eu, geralmente, brinco dizendo que também existe cultura de fungos(!).
Mas o que é uma cultura de um microrganismo?
Isso aí em cima, é um exemplo de cultura bacteriana. Observe que só tem um tipo de bactéria (essa coisa meio nojenta amarelada). Ela começa como um aglomerado que vai ficando menos denso até formar pequenas colônias redondinhas. Essas colônias individuais são originadas, geralmente, de uma única bactéria que se multiplicou várias e várias vezes – e suas “filhas” também, e as filhas das filhas, também… e assim por diante. E por esse motivo é que nós conseguimos “ver as bactérias” – só porque ali não tem uma, mas várias (na verdade milhares de) bactérias amontoadas.
E como é que se faz para que essa bactéria cresça? Colocando-a num Meio de Cultura! Um “meio de cultura” é uma solução nutriente [com açúcares, vitaminas, aminoácidos, sais mineirais, dentre outros nutrientes] que os microbiologistas utilizam para crescer os microrganismos no laboratório. Ele pode ser líquido, semi sólido ou sólido – e seu uso depende do objetivo do pesquisador. O que garante a firmeza do meio é uma substância extraída de algas, chamada ágar-ágar ou, simplesmente, ágar.
As diferentes composições do meio, permitem inclusive, que o cientista diferencie bactérias de acordo com as característica do metabolismo de cada uma.
Um exemplo muito interessante é o da foto aí em cima! Este meio é o Ágar Hipertônico Manitol, que possui uma concentração muito elevada de sal, o que impede que a grande maioria das bactérias cresça. Ele é utilizado na diferenciação de bactérias do gênero Staphylococcus em dois grupos: 1) a espécie Staphylococcus aureus; e 2) o grupo das espécies de Staphylococcus que não são S. aureus. Isso é possível, pois somente os S. aureus fermenta o manitol, acidificando o meio que de rosa passa para amarelo.
Dois meios meios muito utilizados na prática da microbiologia são o “Ágar simples” e o “Ágar Sabouraud”. Em geral esses dois meios são usados para o crescimento diferenciado de bactérias e fungos. O primeiro, por ter pH neutro (7,0) e ser incubado em estufa a 37° C favoroce o crescimento de bactérias. Enquanto o segundo meio, por ter características mais ácidas (pH ~ 6,0) e ser incubado em temperatura ambiente favorece o crescimento de fungos filamentosos e leveduras.
Essa foto, tirada pela professora Vera Lúcia dos Santos (ICB/UFMG), foi de uma prática que realizamos utilizando duas espécies diferentes de fungos. Observe que quando comparamos as culturas de bactérias com as de fungos, vemos que as colônias de bactéria se apresentam como pequenas colônias de aspecto homogêneo. As colônias as colônias de fungos filamentosos, por outro lado, são grandes, de aspecto filamentoso e irregular.
Em uma disciplina fizemos uma prática com meios de cultura alternativos. Fizemos testes com diversos meios preparados com alimentos trazidos de casa e todos funcionaram muito bem. Foram utilizados frango, paçoca, massa de pão, frutas… Alguns meios favoreceram o crescimento de fungos, outros de bactérias, mas no geral, houve um crescimento dos dois grupos de microrganismos.
E para terminar, o site Microbial Art (em inglês) tem uma galeria de imagens (como a que pode ser vista abaixo) no qual diversos cientistas e/ou artistas utilizam microrganismos vivos [bacterias, fungos e protistas] para fazerem arte.
AHAZOU!!!!
HAHAHAHAHAHAHA, como eu não pensei nessa piadinha antes?!!
único meio de cultura...hahahaha
muito bom!
adoreeeeeei a microbial art!
lindo o blog 🙂
dimais =)
continue =)
A-D-O-R-E-I
O Carlos Rosa ia adorar isso, você já mostrou pra ele?
Acho mais fácil a Verinha gostar =P
Belo Blog Samir. Adicionado ao meu Greader 🙂
Ameeeeei a arte com as colônias de microrganismos!!!!!
Pingback: arte em meio de cultura: que tal uma foto? «
Muito bacana....Já coloquei a arte em minha aula de meios de cultura!!
Adorei!
Adorei.
Tomei a liberdade de usar algumas fotos em minha aula.
Thanks