Author Archives: Claudia Chow

Ler essas notícias me faz chorar…

Não, não são notícias sobre o desmatamento da Amazônia, do Cerrado ou da Mata Atlântica; não são noticias de desperdício de recursos naturais, nem notícias de irresponsabilidade das empresas com a sociedade.

São essas notícias que me fazem chorar:

“Produção responsável – A indústria está aquecida no Brasil e, para reduzir o impacto de sua expansão, investe na formação de pessoas preocupadas com o crescimento sustentável.” (03/2008)

“O futuro é verde nas empresas – As carreiras que defendem o planeta estão em alta. Fique de olho nesse nicho: há poucos profissionais especializados em cuidar do meio ambiente. Quem sai na frente é disputado a peso de ouro por empresas públicas e privadas e pelo terceiro setor. Veja quais são as competências necessárias, as principais oportunidades, os salários e as recompensas de um ramo de trabalho que não pára de crescer.” (10/2007)

“Oportunidade sustentável – As empresas estão abrindo espaço para quem se dedica a entender de sustentabilidade.” (09/2007)

Pra quem essas noticias são verdade? Não para mim, tem 2 anos que estou a procura de emprego na área de sustentabilidade e nada… Será que meu CV é tão ruim assim? Já ouvi dizer que o mercado é muito novo e ainda está começando por isso é difícil mesmo conseguir alguma coisa. De verdade, esse tipo de notícia não me deixa otimista achando que vou achar alguma coisa interessante pra mim, mas me dá a sensação que estou perdendo o bonde…
Mas decidi essa semana não vou mais me aborrecer com esse assunto, se tudo continuar do jeito que está (e eu sei que não será por muito mais tempo) eu largo tudo volto pra Europa trabalhar de babá ou qualquer coisa que não me faça me preocupar muito com os rumos da humanidade no Planeta. A ignorância nos faz felizes!

Sobre a lógica econômica

Hoje de manhã recebi um mail do Hugo Penteado com o texto que segue… Gosto quando as teorias economicas são colocadas em cheque, por que a grande parte das pessoas ignoram esses dados? Detalhe, pra quem não sabe, o Hugo é economista…

Economista não olha estoque, só olha fluxo (quanto de bens e serviços foi produzido no ano). Para que olhar estoques se as suas teorias mirabolantes assumem que todo o nosso sistema econômico é neutro para o meio ambiente e que a natureza é inesgotável?

Economista não olha também para variáveis absolutas, mas para variáveis relativas, como quocientes ou taxas de variação. Eles comemoram: o crescimento populacional percentual declinou de 2 para 1%. O número absoluto de pessoas incrementadas aumentou. Para que olhar números absolutos se eles assumem espaço inesgotável para elas?

O mesmo vale para a poluição: o quociente de poluição emitida por carro caiu de 2,5 para 1,25 nos últimos 50 anos. Só que a frota aumentou 20 vezes. A emissão absoluta de poluição, mesmo com a redução por unidade (seja do que for) continuou crescendo exponencialmente (números fictícios aqui, é só para dar uma idéia dos absurdos dessa teoria, um outro bom exemplo é que eles olham o quociente de uso de recursos naturais por unidade de produto, que declinou bastante nos últimos 50 anos, mas como a produção explodiu, mesmo tendo caído o consumo de recursos naturais por unidade de produto, ao multiplicar esse quociente pelo total produzido, encontramos consumo de recursos naturais crescendo exponencialmente.)

Aí voltamos para a raiz do problema: faz sentido assumir que a Terra é inesgotável em espaço físico? Isso é óbvio para qualquer criança de cinco anos. Até perdôo os economistas não “sacarem” que nossa limitação não se dá através apenas do espaço físico, mas dos equilíbrios ecológicos, cuja finitude é muito antes de conseguirmos ocupar todos os espaços físicos desse planeta finito (desculpa insistir no termo, é que o conto de fadas de um planeta infinito segue firme como uma rocha, bem como a falsa teoria econômica que prega o crescimento econômico como salvação social, quando na verdade isso é só um mecanismo poderoso de diferenciação social, de destruição de empregos, da natureza e de concentração de riqueza…).

A tênue linha verde

A linha verde que separa um ecochato de um ambientalista consciente é muito, muito tênue.

Outro dia descobri que o Bradesco por meio da Fundação Amazônia Sustentável paga para os moradores de uma determinada região da Amazônia uma bolsa-floresta para que eles não desmatem a floresta. Num primeiro momento fiquei absolutamente chocada com essa atitude. Ouço tanta gente do meu convívio criticar as bolsas dadas pelo governo que achei absurda essa atitude, mas conversando com uns amigos e pensando melhor essa não é uma atitude ruim. Baseando-se do princípio que estamos pagando por serviço ecológico prestado pela floresta e evitando que ela seja desmatada é bastante interessante a idéia.

O problema do Bradesco não é financiar a “bolsa-floresta”, na realidade é uma atitude super interessante para um banco. O problema do Bradesco é ele financiar as hidrelétricas do Rio Madeira que vão devastar uma parte da floresta. Uma atitude bastante contraditória, não? Ou será que eles estariam pagando para se preservar a floresta pra compensar o financiamento das hidrelétricas?

Será que por financiar as hidrelétricas do Rio Madeira o Bradesco é vilão? Ou será que ele é bonzinho pois financia a preservação da floresta? Eu chego à conclusão que no mundo hoje não podemos ser maniqueístas achando que só há esse tipo de classificação, bons e maus, empresas sustentáveis ou não. Nenhuma empresa do ponto de vista de responsabilidade sociambiental, sustentabilidade e afins é 100% perfeita. Mas será que pelo simples fato dela se preocupar com o assunto já devemos achar o suficiente e que essa preocupação vai levar a ações mais acertadas no futuro?

Todos sabemos que o Bradesco, o Banco Real, a Natura, a Petrobrás, a Odebrecht e todas as empresas por ai tem problemas, nenhuma é perfeita, na grande maioria das vezes elas acertam num ponto, mas pecam num outro e todo mundo sabe que os grandes culpados por isso são o sistema econômico, os acionistas, o governo que só conseguem entender crescimento e lucro como variáveis realmente importantes e significativas.

Não quero dizer que as empresas são boas simplesmente porque resolveram fazer algum movimento em relação à sustentabilidade, ou são más porque resolveram se maquiar de verde, mas podemos ser um pouco mais flexível com as empresas que tentam fazer alguma coisa, não há perfeição, infelizmente é o que temos no momento. Jogar pedras por jogar não vai fazer nada ficar melhor. Temos por obrigação como ambientalista cobrar coerência nas atitudes das empresas, não simplesmente dizer que tudo que ela faz é errado, atacá-las por atacar só faz com que o nosso discurso perca a credibilidade.

Esse é um dos desafios que enfrento aqui no blog, tento não ser uma ecochata que implica com tudo que não é como deveria ser e tento não achar tudo lindo e maravilhoso só por que a empresa se declara verde. Acho que já cometi os 2 pecados por aqui, mas tenho tentado melhorar e me policiar mais. Acho todos deveriam.

A Coca-cola

No blog Empresa Verde da Revista Época a jornalista conta a “Empreitada Verde” da Coca-cola, algumas das ações que a empresa tem feito para associar a sua marca à sustentabilidade. Aí, lá tinha um link para a entrevista da Diretora de Marketing da Coca (aqui em inglês). Blablabla básico de marketing, “queremos associar nossa marca ao bem-estar sustentável”, “estamos incentivando nossos funcionários a prestarem trabalhos voluntários”, “essas ações que estamos divulgando agora nós sempre fizemos, já é uma coisa que fazemos há decadas…”
Nos comentários encontrei esse link (em inglês): Comunidades rejeitam Coca-cola na Índia. Ops…
Achei uma campanha na Índia contra a Coca-cola, com página até em português, para explicar o que vem acontecendo por lá por causa da empresa… Veja aqui.
Resumo rápido, a Coca-Cola é acusada por:
* Causar severas faltas de água em comunidades por toda a Índia;
* Poluir a água subterrânea e o solo nos arredores das suas plantas de engarrafamento;
* Distribuir seu lixo tóxico como “fertilizante” aos agricultores;
* Vender refrigerantes misturados com pesticidas na Índia – em alguns casos, em quantidades mais de 30 vezes superiores aos padrões aceitos na União Européia.

Não sei se tudo isso é verdade, mas existe um protesto de pessoas de algumas regiões da Índia contra a Coca-cola, o que não me surpreende que são as pessoas das castas mais inferiores. Mamãe sempre disse: onde há fumaça, há fogo. Talvez as coisas não sejam na intensidade apresentada, mas alguma coisa deve acontecer por lá.

A Coca está investindo US$10 milhões numa campanha de marketing focada na idéia de bem estar-sustentável, mas lembre-se a campanha é focada para os EUA!! Apesar de estar presente em 200 países acho que ela se esqueceu do mundo globalizado e que não adianta ser sustentável só para os americanos. Além de que hoje em dia temos a internet e por isso informações nos confins da Índia podem chegar em qualquer parte do mundo para quem quiser. Da mesma forma que estamos aqui atento às ações da Coca com sua campanha de marketing nos EUA, também estamos sabendo o que ela está acontecendo com as fábricas dela na Índia.

A Amazônia

Quem acompanha o blog reparou que eu quase não falo sobre a devastação da Amazônia, apesar desse assunto estar quase que diariamente na mídia. Eu não falo muito sobre o assunto por vários motivos: 1)Nunca estive na Amazônia, não tenho a menor noção de como são as coisas por lá; 2)Por se tratar de uma área gigantesca e pouco habitada não acredito em nenhum número divulgado pelo governo, eu trabalho num órgão do governo e sei bem como se faz pra chegar em alguns números convenientes; 3)Com o nosso atual modelo ecônomico enquanto não derrubarmos até última árvore da Amazônia, assim como fizemos com a Mata Atlântica, acho difícil alguma coisa mudar.

Hoje recebi por e-mail com a reportagem a seguir do site da CNN.
(em inglês, com tradução livre em português nos parêntesis)

Snakes — including one 10-foot anaconda — are increasingly invading the eastern Amazon’s largest city, driven from the rain forest by destruction of their natural habitat, the government’s environmental protection agency said Tuesday. (Cobras – incluindo uma anaconda de 3 metros – estão crescentemente invadindo o lado leste da maior cidade da Amazônia, por causa da destruição do seu habitat natural. De acordo com declarações desta terça-feira do IBAMA).

The agency, known as Ibama, has been called out to capture 21 snakes this year in Belem, Brazil, a sprawling metropolis of 1.5 million people at the mouth of the Amazon River, Ibama press officer Luciana Almeida said by telephone. (A agência ambiental IBAMA foi chamada para capturar 21 cobras esse ano (em dois meses) em Belém, uma cidade que se alastra com 1,5 milhão de pessoas na cabeceira do Rio Amazonas, disse a representante Luciana Almeida pelo telefone).

In normal years, Ibama gets no more than one or two calls a month, she said. (Em anos normais, o IBAMA recebe apenas um ou dois telefonemas por mês, ela disse).

No poisonous snakes were reported, she said. But the captured snakes included a 10-foot anaconda, usually a jungle recluse. (Nenhuma cobra venenosa foi identificada, ela disse. Mas eles capturaram cobras, incluindo uma anaconda de 3 metros, que fica sempre reclusa na floresta).

“People are scared,” she said. “Imagine finding a 3-meter [10 foot] snake in your plumbing.” (As pessoas estão assustadas, ela disse. Imagina achar uma cobra de dez metros na sua caixa d´água).

Almeida said Ibama believes the increase in snakes is a result of rising deforestation by loggers, ranchers and developers in the Amazon jungle surrounding the Belem urban area. (Almeida disse que o IBAMA acredita que o aumento de cobras é resultado do aumento do desmatamento pelas madeireiras, fazendeiros da floresta Amazônica nos arredores da área urbana de Belém).

“Deforestation destroys their habitat, so they come to the city,” she said. (Desmatamento destrói seu habitat, por isso elas vêm para as cidades.)

Ibama has a veterinary team that captures the snakes and takes them to a zoo or to an outlying park to release them, Almeida said. (O Ibama tem um time de veterinários que captura as cobras e as levam para zoológicos ou parques).

O Hugo Penteado que me enviou essa notícia ainda colocou a seguinte nota no início: se o IBAMA não consegue fazer nada para evitar desmatamento nos arredores de uma cidade grande como Belém, imagina nos confins da floresta… Segundo o Washington Novaes, o principal hotel de Manaus tem mais funcionários que o IBAMA tem para a Amazônia inteira, uma região que é quase 9 vezes maior que a França…

Precisa comentar mais alguma coisa?

O trânsito de SP

Hoje

G1
Lentidão diminui, mas continua acima da média em SP
Às 9h, foi registrado novo recorde das manhãs na cidade: 186 km.
Às 12h, índice era de 80 km, segundo a CET.

Folha Online

Lentidão em ruas e avenidas de SP sobe, chega a 186 km e estabelece novo recorde

O Globo Online

Em dia de chuva e acidentes, SP tem novo recorde de congestionamento pela manhã

No site Blue Bus está rolando uma discussão bem interessante sobre o trânsito. Um leitor começou o assunto com um agradecimento ao Prefeito.

09:32 Agradecimento publico – “Obrigado Sr Prefeito Kassab pelo trânsito na cidade. Antes saindo de casa 06:10 eu chegava no centro às 06:50. Agora chego 07:30 e hoje cheguei às 08:00. Imagina se ainda tivéssemos a publicidade externa.Os motoristas ficariam olhando para os outdoors e toda aquela publicidade e isto só iria piorar este trânsito maravilhoso. Conte com meu voto na sua reeleiçao”. 10/03 Flavio Tasinaffo

Aí o Jayme Serva faz uma colocação muito verdadeira.

Gostaria de aproveitar a irritaçao do leitor Flávio Tasinaffo aqui, quanto ao trânsito da cidade, para perguntar a ele quantas pessoas havia no carro em que ele se tranportava ao trabalho. Existe uma questao insolúvel a curto prazo, que é a impossibilidade da malha viária da cidade crescer na mesma proporçao do número de carros. Isso está ruim e vai piorar, seja Kassab, Alckmin, Marta ou dom Sebastiao o próximo prefeito de Sao Paulo. Eu sei que, para um paulistano típico, dói, mas será preciso que as pessoas se organizem de forma diferente, em relaçao a locomoçao, se quiserem evitar medidas como rodízio de 50% da frota, pedágios urbanos etc. Começar a conversar com o vizinho pode ser um bom inicio. Experimentar transporte coletivo pode nao doer tanto, dependendo da regiao da cidade em que mora. Apenas reclamar do prefeito, do governador, do Lula, já nao basta – e cada vez adiantará menos. Locomoçao é apenas uma das questoes que vao cada vez mais exigir a articulaçao dos cidadaos em torno de uma causa. E isso nao se faz parado no farol olhando outdoors invisíveis. 10/03 Jayme Serva

Uma leitora resolveu contar como ela resolveu se livrar do trânsito.

Concordo totalmente com o que ele (Jayme Serva) colocou. Perfeito. Eu trabalho a 7 quilometros e meio da minha casa e, incomodada com o trênsito, passei a treinar academia para fazer uma tentativa de vir trabalhar de bike duas a tres vezes por semana. Precisamos de mudança de metalidade das pessoas e nao milagre de prefeito”. 11/03 Beth Castilho

Mais um leitor deu uma sugestão.

Desde o inicio deste ano adotei a bicicleta para ir a locais próximos da minha casa. Além de ser super saudável, é bem menos estressante do que ficar no carro e lhe oferece a oportunidade de conhecer Sao Paulo por outros ângulos. Se vc tem uma bike encostada na garagem, faça a experiência de fazer dela seu meio de transporte. 11/03 Gus Erlichman

Uma leitora conta sua experiência…

Desde que cheguei em Sao Paulo, há dois anos, muitas vezes tive vontade de trazer meu carro para cá. Mas tudo o que pensei, em todas as vezes, foi ‘Nao!’…
Nao quero ser mais um carro parado na Berrini. Nao quero ser mais uma buzina estressada. Nao quero ser mais uma lata poluidora. Ando de táxi, de ônibus, de metrô e agora, de bicicleta. Aliás, de bicicleta, posso ir a qualquer lugar. Trabalho, parque, supermercado…
E nao poluo. Nao pego trânsito. Nao me estresso. Nao sou sedentária. E de quebra, baixo o percentual de gordura do corpo, o nível de colesterol, etc Só comprarei carro de novo quando for lançado um modelo completamente nao-poluente, reciclável e que vôe pelo menos uns 4 metros acima do chao. 11/03 Daniela Oliveira

Uma pessoa não consegue achar uma solução para ela.


Ok, concordo com todas as colocaçoes da maioria. Precisamos fazer algo… Mas milhares como eu podem fazer o que? De casa ao trabalho encaro 29 km de distância, tenho uma filha que aos 13 anos nao pode se locomover com segurança em nenhum meio de transporte dessa cidade. Nos finais de semana, bicicleta para carregar supermercado? Difícil. Em todo caso, faço a minha parte ao sair de casa às 05:50 e fazer academia antes do trabalho. Também sou mestra em rotas alternativas para a volta, isso quando nao fico na agência até bem mais tarde para evitar o caos. Revisoes frequentes garantem que o carro esteja com seus níveis de emissao de gases no que podemos considerar aceitáveis. Sim, eu poderia vir de ônibus ou metrô, mas encarar 3 para ir e 3 para voltar, seria difícil. Táxi? Teria um gasto médio de R$ 110 por dia. Concordo que só reclamar nao resolve. Mas algumas vezes somos, sim, reféns dos desmandos e da falta de planejamento da cidade. 11/03 Andrea Pinheiro

E um leitor conta maravilhas de viver sem carro em SP.

Há 1 ano eu parei de usar o carro para ir ao trabalho. Algumas pessoas acham que eu sou idiota por ter um Honda Fit e deixar em casa para encarar ônibus + metrô todos os dias. Neste 1 ano descobri e consegui coisas muito legais.
Passei a ver e viver mais a cidade. É gostoso fazer parte da multidao.
Pude ver que o sistema de transporte evoluiu muito e hoje temos uma boa frota de ônibus novos e um sistema inteligente e rápido.
Vi que as pessoas que mais reclamam que o transporte público “nao dá para encarar” sao aquelas que nao pegam um ônibus há uns 10 anos ou mais.
Passei a andar 8 quarteiroes por dia. Nao andava nada antes. E isso me motivou a andar e hoje ando 9 Km por semana. Vivo muito melhor.
Passei a ler mais. Sempre tenho 1 livro para ler no ônibus ou metrô.
Muito menos stress. Nao me preocupo se está engarrafado, se tem gasolina, se o óleo está bom, se o motoqueiro passou raspando. Nada.
Nunca fui assaltado nesse 1 ano. Mesmo saindo mais tarde do trabalho. Nunca vi uma cena de violência, briga, nada.
Se eu continuasse usando o carro nao teria nada disso. E teria acumulado um gasto aproximado de R$ 3,800 só com gasolina. E seria mais um reclamando do trânsito. Por isso, digo para todos -experimente 1 semana sem carro. Vá no site da SPTrans, lá tem tudo para você pegar o transporte mais rápido, sem erro. Tem seus contras, claro. Mas vale mais a pena do que ficar parado no transito, dentro do carro. 11/03 Bernardo

Até agora foram esses os relatos. É, pelo visto procurar alternativas como bicicleta, metrô, ônibus rendem menos stress que andar de carro.
Conheço pessoas que podem ir trabalhar de metrô, mas preferem (!?) ir trabalhar de carro. Até entendo que sob alguns aspectos é bem mais cômodo usar carro, mas 1 ou 2 vezes por semana você deixar o carro em casa pode colaborar muito para o trânsito da cidade e pode ter suas vantagens tamb

Selo

Fui cobrada por um selinho do meu blog, tenho a imagem já tem quase um ano, minha amiga designer Aline Garkauskas fez pra mim, mas quem disse que eu fui atrás do código e como colocá-lo aqui?
A imagem é essa que está do lado.
Bom, o código para colocar no seu blog é esse:

Esse código está dando erro no Internet Explorer, não sei porque, se alguém puder me ajudar agradeço.

Comunicado

Hoje eu recebi um mail de mais uma pessoa da Odebrecht, não vou publicar esse mail por que de verdade não tenho muita certeza do que está se passando.

Parece-me que um site chamado Ambiente Já publicou meu post, ou alguma das informações que eu falava sobre o relato do meu amigo na República Dominicana. Alguma pessoa da Odebrecht não gostou e me mandou um e-mail hoje me chamando de leviana e me dizendo que eu não poderia atacar pessoas, empresas e instituições sem antes checar a veracidade dos dados, e que deveria ter entrado em contato primeiramente com a Odebrecht.

Vamos aos fatos:

1) O que me fez mandar um mail para o editor da Revista Idéia Socioambiental foi que eu estava questionando uma reportagem de uma revista que eu gosto e admiro, por conta disso achei interessante saber a postura do editor da revista sobre o assunto. E acreditei (como de fato ocorreu) que ele entraria em contato com alguém de dentro da empresa que efetivamente poderia fazer alguma coisa e tomar ciência do ocorrido.

2) Eu não ataquei a Odebrecht em momento nenhum, apenas relatei um caso e citei a incoerência do dono da empresa ser citado como líder da sustentabilidade e eu sabendo que fatos completamente insustentáveis estão ocorrendo. Aliás, acho até a empresa muito discreta em relação ao assunto, ela deve saber das falhas que podem existir em seu processo e não se auto-proclama como sustentável. Mais um motivo por eu ter entrado em contato com o editor da revista que chama o dono da empresa de “líder da sustentabilidade” e não com a própria empresa.

3) Checar a veracidade dos dados… Bom, se um amigo que trabalhou no local não é uma coisa verdadeira, não sei mesmo o que pode ser, ele está inventando essa história a troco de que? De poder ser processado e perder o emprego? Se fosse eu nessa obra pode ter certeza que eu seria bem exagerada e acharia tudo um absurdo, desde o regime de trabalho 60×10 para as pessoas que são de outro país, até a qualidade da comida oferecida. Mas quem conta isso é um amigo meu que é completamente sem frescuras, é um verdadeiro geólogo de campo que adora acampar e o convívio com a natureza. Se ele se chocou com as condições de trabalho lá, eu tenho certeza que de fato não são nem um pouco fáceis de levar, eu pessoalmente não teria suportado mais que alguns meses, ele agüentou mais que um ano.

4) Quanto ao site que publicou minhas informações, o que eu acho que foi o que aconteceu, eu digo que não fui sequer consultada sobre o assunto, aliás já deixei um recado aí do lado… Mas, infelizmente contra esse tipo de atitude não há muito o que eu possa fazer.

5) O Marcio Polidoro, contato da Odebrecht pelo Ricardo Voltolini, me enviou um mail hoje, respondendo o mail em que enviei o nome da empresa e da obra, ele diz que vai procurar saber maiores detalhes.

Quem quiser entrar em contato comigo sobre esse ou qualquer outro assunto daqui do blog, deixe um comentário que eu entrarei em contato, não pretendo divulgar meu e-mail aqui por causa de spams e não acho prudente isso, quem realmente quiser falar comigo pode perder alguns minutos deixando um comentário.

Recebi uma resposta!

Hoje pela manhã recebi um e-mail do Ricardo Voltolini dizendo que havia sim enviado uma resposta à minha “denúncia”, 9 dias depois da resposta dele dizendo que iria procurar saber sobre o caso.

Por motivos que não sei explicar, simplesmente não recebi esse mail. Se eu tivesse recebido jamais deixaria de publicar aqui. Tanto que demorei mais de 3 meses para publicar esse fato aqui esperando uma resposta.

Segue o mail do Ricardo com a resposta do responsável pela Comunicação do Grupo Odebrecht. Inclusive já escrevi para ele enviando o nome da empresa que meu amigo trabalha trabalhava.

Cara Cláudia,

Depois do teu e-mail, estive com Marcio Polidoro, Responsável por Comuinicação do Grupo Odebrechet.

Reproduzo abaixo, na íntegra, texto de e-mail que ele me encaminhou.

A mensagem não me surpreende porque conheço a postura firme e séria da empresa. O texto demonstra, sobretudo, dois aspectos que julgo fundamentais em empresas socialmente responsáveis: a abertura para um diálogo interessado e a transparência na comunicação.

Márcio se colocou á disposição para investigar a história contada por seu amigo e dar respostas.

Um abraço

Prezado Ricardo:

Estou perplexo com o relato. O pessoal da Odebrecht Informa acabou de chegar de lá – e a história que trouxeram é muito, muito diferente. Estranho muito, também, que tenha ocorrido um episódio de intoxicação alimentar generalizada e nós não saibamos, porque este é o tipo de ocorrência que deve ser imediatamente comunicado ao Responsável por Comunicação. Curiosamente, a empresa não tem nome. É uma empreiteira em uma obra da Odebrecht? A Odebrecht NÃO TEM OBRAS. A Odebrecht faz obras para clientes que, estes sim, têm obras. Conheço os modelos de contrato com sub-empreiteiros e são rigorosíssimos, para que se evite problemas de qualquer natureza – seja ambiental, seja contratual, seja de gestão de pessoas – que refletem muito mais na imagem das grandes empresas, do que na das pequenas. A Cláudia nos ajudaria bastante se identificasse a empresa e a obra onde o amigo dela trabalhou.

Os fotógrafos que trabalham para nossa revista – que você conhece bem – são proibidos de produzir qualquer foto quando há trabalhadores sem uniforme, sem equipamento de proteção individual . Se há trabalhadores alojados em condições inadequadas eles imediatamente me informam. Acabei de chegar do Equador, onde construímos uma hidrelétrica na Cordilheira dos Andes, já em região amazônica e fiquei encantado com as condições de vida e trabalho das mil e tantas pessoas que foram levadas para lá, para fazer a obra a quase 4 mil metros de altitude. Conversei com um líder comunitário, de nome Oswado Viteri e ele comparou a Odebrecht com uma empresa sueca que construiu na mesma região, dez anos atrás, uma outra hidrelétrica. Nossa nota seria mil e a dos suecos, zero.

Estive em Portugal, em uma obra onde trabalhavam 900 pessoas, de 14 nacionalidades. Moravam em alojamentos com o máximo de 4 pessoas por apartamento, com banheiro privativo e ar condicionado, distribuídos por etnia, religião, costumes e hábitos alimentares. O mesmo está ocorrendo hoje no Djibuti. Você verá o relato na próxima revista.

Finalmente, nosso pessoal de linha – os Diretores de Países e os gerentes de obras – são avaliados por resultados econômicos (que todos sabem o que é) e por resultados não econômicos, que incluem capacitação de pessoas, relacionamento com a comunidade, qualidade de vida no canteiro, índices de saúde e segurança no trabalho, cuidados ambientais, etc…A nota obtida pelos caras define a remuneração variável que recebem (prêmio pelos resultados).

Se você achar que é o caso, pode encaminhar este e.mail para a Cláudia, de modo que,antes que ela prossiga com a intenção que manifestou, me dê a chance de investigar o que ocorreu ou vem ocorrendo.

Grande abraço.

Pelo visto mandar e-mail, ler blogs e discutir sustentabilidade pode ajudar em alguma coisa sim… 🙂

Apagar as luzes

Tá rodando pela internet um mail falando para as pessoas apagarem as luzes amanhã (29/02/2008) entre 19h55 e 20h.

Não sei de onde surgiu isso e tô vendo a mobilização bem fraquinha, não acho que vá ser uma coisa muito significativa.

O que eu sei é que a WWF está organizando no dia 08/03/2008, às 20h, horário local, para que o mundo todo apague suas luzes por uma hora, a mobilização chama-se 60 earth hour. No site 54.337 pessoas já se comprometeram a fazer isso e 3.200 empresas também.

Não achei um selo no site para colocar aqui, nem consegui linkar o video…
O mais legal dessas campanhas é tentar fazer com que as pessoas pensem sobre o assunto, apagar a luz por apagar e não mudar nada depois, não tem significado nenhum, então fica a mensagem para todo mundo apagar suas luzes e pensar no que mais pode fazer para melhorar o ambiente em que vivemos.