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É sempre bom lembrar que…


A cada 9 ou 10 segundos, o equivalente a um campo de futebol desaparece da Amazônia.
A cada minuto a Terra perde 21 hectares de florestas, equivalente a 42 campos de futebol.
A cada minuto 50 toneladas de solo fértil são levadas pelo vento.
A cada minuto 10 mil toneladas de CO2 são lançadas na atmosfera.
A cada hora 685 hectares de terra produtiva, equivalentes a 1370 campos de futebol, se transformam em deserto.
A cada dia 250 mil toneladas de ácido sulfúrico (chuva ácida) caem no Hemisfério Norte.
A cada dia a populacao mundial aumenta 200mil pessoas (já descontados os mortos).
O mundo já está processando anualmente 26 bilhões de toneladas de recursos naturais, a maior parte deles finitos ou a um ritmo bem acima da sua taxa de renovação. Mesmo assim, todos os governos planejam aumentar exponencialmente o consumo e a extração dos recursos naturais, ignorando que eles são finitos.
Cerca de 12% das pessoas que vivem em países ricos estão abaixo da linha de pobreza.
Dados do Banco Mundial sobre miséria indicam que 2,8 bilhões de pessoas, quase a metade da população mundial, sobrevivem com uma renda inferior a US$2 por dia.
Aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável.

Acho interessante sempre lembrar as pessoas desses dados. Apesar de constantemente eles estarem na mídia parece que poucas pessoas realmente se chocam e comecam a fazer alguma coisa pra tentar mudar a situacao e tentar causar um menor impacto.

Esses dados eu retirei do livro que estou lendo chamado Ecoeconomia do Hugo Penteado (que já citei aqui no Blog) que ainda não terminei a leitura, mas so por esses dados acho que vale a pena pois ainda existem muitas pessoas no mundo que precisam se sensibilizar disso e perceber que as coisas não podem continuar do jeito que estão. Até quando vamos ter a ilusão que os recursos naturais são infinitos? E que o Planeta está eterna e inteiramente ao nosso dispor?

Dia Mundia do Meio Ambiente, Reciclagem…


“Hoje é dia Mundial do Meio Ambiente, não é lindo isso?” Foi ouvindo esse comentário de uma colega de trabalho que meu dia começou e depois de ouvi-lo veio uma pessoa que ADORA tumultuar perguntar o que ela fazia para preservar o meio ambiente e citou como exemplo o óleo de cozinha.
Minha colega alega que jogava o óleo na pia porque não sabia onde recolhiam e que não havia divulgação do assunto. Pois bem, por conta disso resolvi fazer um post com os números dos telefones das empresas que recolhem o óleo de cozinha na sua casa. Tudo bem que isso ainda não acontece em todas as cidades do país, mas se a sua cidade está listada você pode fazer a sua parte. E outra coisa, as pessoas juntam tanta tralha, será que custa juntar umas garrafas de óleo até dar um destino correto para ele?

Se você mora na cidade de São Paulo:

LIRIUM
Coletam a partir de 50 litros de óleo.
Passam para recolher de acordo com a necessidade do local (semana,mês ou quinzena).
Emprestam recipientes de 50 L para armazenar o óleo.
Telefone : (11) 4544-1024

Comércio e Indústria COSTACOI Ltda.
Recolhem a partir de 50 L de óleo, colocados em garrafas PET. Trocam o óleo por material de limpeza.
Telefone: (11) 6910-7697
Projeto Vira Lata
Recebe doação do óleo, juntamente com a de outros materiais separados pela coleta seletiva.
Endereço: Av. Embaixador Macedo Soares, 6000 (paralela a Marginal Tietê)
Vila Leopoldina – São Paulo – SP
Telefone: (11) 3831-1501
e-mail: viralata@viralata.org.br

O Pão de Açúcar também está recolhendo óleo de cozinha. As unidades Pão de Açúcar que já possuem o coletor de óleo de cozinha são: Borba Gato, Brooklin, Carneiro da Cunha, Morumbi, Pedroso, Portal, Real Parque, Ricardo Jaffet e Santo Amaro. Para este ano, estão previstas instalações de novas Estações nas cidades de São José do Rio Preto (SP), Ribeirão Preto (SP) e Indaiatuba (SP).

Moradores do Grande ABC (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra)

Para doar os resíduos pelo serviço basta ligar no (11) 4991-1112. Neste caso, o mínimo de óleo a ser coletado é de cinco litros.
Você também pode levar o óleo de cozinha usado (armazenado em garrafa PET) até a sede da ONG (Triângulo), que fica na Rua João Ribeiro, 348 – Bairro Campestre – Santo André.

No Rio de Janeiro

Disque Óleo Vegetal Usado
Telefone: (21) 2260-3326 / (21) 7837-9446
e-mail: contato@disqueoleo.com.br
site: www.disqueoleo.com.br

Em Curitiba

Para evitar que o óleo de cozinha seja jogado no esgoto, a Prefeitura está lançando o serviço de coleta especial, com recolhimento nos 78 pontos do Câmbio Verde e nos 21 terminais de ônibus da cidade. Depois de recolhido, o óleo de fritura é encaminhado para a reciclagem, onde é transformado em sabão, detergente e matéria-prima para fabricação de outros produtos.

Para ser entregue, a óleo deve ser armazenado em garrafas pets, de preferência transparentes. Os dias e horários da coleta podem ser obtidos pelo telefone 156 ou na página da Prefeitura na internet (www.curitiba.pr.gov.br). Outra opção é ligar diretamente para o departamento de Limpeza Pública, em dias e horários úteis (3338-8399).

Na minha rápida pesquisa encontrei essas cidades, mas acredito que possa ter mais, caso alguém queira que eu divulgue aqui, deixe uma mensagem nos comentários.

Como hoje é dia do meio ambiente foi sugerido que todos os blogs fizessem uma blogagem coletiva sobre o assunto, como meu blog tem como tema meio ambiente não sei se me enquadro, mas de qualquer forma ai está. Por um planeta mais limpo vamos reciclar nosso óleo de cozinha!

A ação das cidades


Você já ouviu falar do C40 Cities? É um grupo de 40 cidades ao redor do mundo que se uniram para lutar contra o aquecimento global e as mudanças climáticas. Esse grupo nasceu em outubro de 2005 em Londres e fui batizado inicialmente de Large Cities Climate Leadership Group, em agosto de 2006 foi anunciada uma parceria com a Fundação Clinton e rebatizado de C40. O presidente do grupo é Ken Livingstone, prefeito de Londres.
A Fundação Clinton é parceira da C40 por meio do Clinton Climate Initiative (CCI), este é um projeto da fundação dedicado a fazer a diferença na luta contra as mudanças climáticas de forma prática e mensurável, o programa pretende diminuir substancialmente as emissões dos gases do efeito estufa. A princípio esse projeto esta trabalhando com os membros do C40 no desenvolvimento e implementação de uma gama de ações para acelerar a diminuição da emissão dos gases do efeito estufa.
Este é um programa bilionário para reduzir a emissão de carbono em 15 cidades do mundo.
A cidade de São Paulo está incluída na lista – um consultor da Clinton Foundation já está morando na cidade para identificar problemas ambientais e sugerir soluções. Esse projeto conta com a participação de cinco bancos globais e quatro corporações multinacionais, além de uma equipe de especialistas em reformar prédios para torná-los mais “verdes”. A primeira fase é dedicada a edifícios. O projeto prevê economizar de 20% a 50% de energia com a troca dos sistemas de refrigeração, aquecimento e iluminação por alternativas mais eficientes, com US$ 5 bilhões disponíveis para as reformas.
E aconteceu essa semana em Nova Iorque o encontro de prefeitos de 32 cidades, o chamado Large Cities Climate Summit. Do Brasil, foram Gilberto Kassab, de São Paulo, Cesar Maia, do Rio de Janeiro, e Beto Richa, de Curitiba.
A principal mensagem deixada desse encontro foi que as cidades querem ser as verdadeiras protagonistas da luta contra o aquecimento global. “Não vamos mais ficar sentados esperando que eles tomem a liderança. As cidades consomem 75% da energia e produzem 80% dos gases-estufa, portanto podem fazer a diferença de fato nessa batalha”, afirmou Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, cidade que sediou o encontro.
É bem interessante ver essa movimentação para lutar contra o aquecimento global, dá pra ver que existe um interesse e não estamos nessa luta sozinhos. Quero muito ver o prédio em que trabalho adotar medidas para redução de emissões de carbono!

Além dos links acima foram utilizadas também: Metrópoles querem agir antes de crise climática
Clinton lança plano para tornar prédios mais “verdes”
Redução na emissão de carbono – Fundação de Clinton dá consultoria a SP

Mudanças de clima, mudanças de vidas

Esse documentário do Greenpeace lançado em 2006, mostra como o aquecimento global já afeta a vida de milhões de brasileiros.

Se você quiser assisti-lo pode ver aqui.

Também é possível adquirir o DVD pelo site do Greenpeace.

A TV Cultura já exibiu esse documentário no Repórter Eco, se não me engano.

Você também pode encontrá-lo no Youtube.

Não podemos fingir que o problema está longe de nós, ele está do nosso lado e não dá para ignorar seus efeitos. Com esse documentário não dá pra negar a mudança que a Terra está sofrendo. É claro que se quisermos continuar vivendo nesse planeta e garantir o futuro das próximas gerações, teremos que mudar de comportamento e nos adaptarmos.

Dá pra confiar?

Olha a notícia de ontem no Valor Online: Collor pavimenta retorno com bandeira ambiental.

A reportagem fala que o interesse do ex-presidente pelo tema é uma plataforma para sua candidatura à presidência em 2010. Percebe-se que de bobo ele não tem nada, escolher o tema do momento para voltar com tudo é bastante inteligente, imagina como não é fácil convencer o povão de votar nele falando do assunto? Será que ele está almejando tornar-se o Al Gore brasileiro? Não é de se duvidar…

Isso realmente me assusta pois se ele conseguiu se eleger a senador, por que não conseguiria novamente como presidente? Principalmente depois de 2 mandatos de Lula e todos querendo uma cara “nova” (nesse caso, reformulada) para o cenário político?

Vale a pena ler a reportagem para ficar atento aos próximos passos do ex-presidente.

Até concordo com o senador Renato Casagrande (PSB-ES) que se o envolvimento for verdadeiro não há problema algum, mas como saberemos se de fato isso é verdadeiro? Não duvido que ele trabalhe direitinho até 2010 para ajudar a sua campanha, mas depois do objetivo atingido quem o garante? Você confia? Eu não…

Mais cana-de-açúcar

Alguns posts anteriores eu falei sobre a cana-de-açúcar e a minha preocupação com a produção do álcool que tantos vangloriam como a solução dos problemas de energia. Hoje saiu na Folha de São Paulo várias reportagens que mostram a situação lamentável que são tratados os trabalhadores na colheita da cana. Isso no interior de SP, que é o Estado de maior PIB do Brasil, imagina como não é no interiorzão desse país.
Segue uma das reportagens:

Folha de São Paulo, 21 de março de 2007. Caderno Dinheiro

Blitz vê condição degradante na produção de álcool em SP Trabalhadores atuavam sem equipamento de proteção, banheiro e água potável

Desde 2004, 17 bóias-frias já morreram no interior do Estado; suspeita é que mortes ocorreram por excesso de esforço
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARÍLIA

No momento em que a produção de álcool combustível no Brasil é vista como modelo de alternativa energética global, fiscais do Ministério Público do Trabalho encontraram ontem em uma fazenda em Ibirarema (390 km a oeste de São Paulo) ao menos 90 trabalhadores rurais atuando no plantio da cana em condições consideradas “degradantes”.
O procurador Luís Henrique Rafael, do Ministério Público do Trabalho, disse que essa condição precária é comum no interior de São Paulo. Outras ações de fiscalização ocorrem na região de Marília (SP), área de expansão do plantio da cana.
O Ministério do Trabalho promete intensificar neste ano a fiscalização da colheita da cana em São Paulo (cerca de 60% da produção nacional).
Desde 2004, 17 bóias-frias morreram no interior do Estado. A suspeita é que as mortes ocorreram por excesso de esforço no corte da cana. Os trabalhadores geralmente vêm do Nordeste para a safra, de março a novembro.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), principal representante de usineiros do centro-sul do país, diz que orienta os associados a evitar terceirização da mão-de-obra, mas que a responsabilidade do plantio cabe a cada fornecedor da usina. Diz ainda que orienta as empresas a registrarem o trabalhador e a garantirem todas as normas de segurança.
Na ação de ontem, os fiscais autuaram a Usina Renascença Ltda., responsável pelo plantio, por 13 infrações. Os trabalhadores atuavam sem equipamentos de proteção, sem banheiro, sem água potável e sem equipamento de primeiros socorros, entre outros problemas.
Alguns dos trabalhadores contaram à Folha que eram obrigados a pagar, num mercadinho local, R$ 38 pela botina e mais R$ 13 pelo facão. O material deveria ser fornecido pelo empregador, segundo o Ministério Público do Trabalho.
“Tive de trabalhar três dias no corte de cana para poder pagar a botina que comprei”, disse Benedito Aparecido Gonçalves, 37. Já Ezequiel Antônio de Araújo, 38, contou que há cerca de 20 dias teve de passar o dia trabalhando sob o sol após ter cortado a mão com o facão.
“Disseram que não iriam gastar combustível para me levar ao hospital. Tive de esperar o final do dia para poder conter o sangramento”, afirmou ele, que disse ganhar em média R$ 14 por dia de trabalho na fazenda Porta do Céu. Os fiscais também constaram que os trabalhares são levados ao campo em dois ônibus sem condições de transporte.
O plantio da cana e dois ônibus que conduziam os trabalhadores foram interditados. Os ônibus não tinham tacógrafos (medidor de velocidade) nem autorização do DER (Departamento de Estradas e de Rodagens) para transporte de passageiros. Um deles não tinha freio nem retrovisor.
Os trabalhadores não tinham água potável nem contavam com abrigo para refeição. Ou almoçavam sob o sol ou se escondiam embaixo do ônibus.
“Os trabalhadores estão submetidos a graves riscos de acidente”, disse o procurador Luís Henrique Rafael.
A Usina Renascença foi arrendada em janeiro passado pelos coreanos Yung Soon Bae e Hei Suk Yang, que também são donos do Grupo Star BKS.
Hei Suk Yang disse ontem à Folha que tinha tomado conhecimento das autuações, mas que desconhecia a situação dos trabalhadores rurais.

Me sinto até culpada de abastecer meu carro com álcool vendo uma situação dessa.
Até quando esse tipo de coisa ainda vai acontecer? Pois em outra reportagem no jornal eles falam que no ano passado foram aplicadas 580 autos de infração pelo Ministério Público e acho muito difícil que esse quadro tenha mudado.

Essa é uma situação tão complicada e difícil que não tem solução simples e fácil, são muitas as variáveis e não se pode achar que a produção de álcool pura e simplesmente é a solução dos problemas de energia sem olhar toda a cadeia que ele influencia e impacta. É preciso muito cuidado e não podemos desconsiderar todos os fatores

Biocombustíveis

Etanol, biocombustíveis, álcool são as palavras do momento, principalmente com a visita do Presidente dos EUA a São Paulo. Não se lê outra coisa nos jornais, não se fala de outro assunto nos noticiários, mas afinal isso é mesmo bom para o Brasil? Para o meio ambiente?

Li e assisti várias notícias sobre o assunto e cheguei à conclusão que exportar álcool é bom para a balança comercial brasileira, para a economia e coisas afins, mas alguém acredita que a vida dos brasileiros vai melhorar muito com a exportação do álcool? De verdade eu duvido…

Você tem alguma dúvida que os usineiros vão continuar podres de rico? E que a vida do cortador de cana não vai mudar muito exportando ou não o álcool? Fala-se, fala-se da diminuição das taxas americanas para o álcool brasileiro, do incentivo ao uso dos biocombustíveis, mas está todo mundo se esquecendo da sustentabilidade da produção do álcool, não é novidade para ninguém que a grande maioria da colheita da cana é feita com queimadas (!!), que não uma, mas várias vezes, plantações, usinas de cana e afins já foram acusadas por utilizar trabalho escravo.

É lógico que todos envolvidos afirmam sem pestanejar que para aumentar a produção de álcool no Brasil não é preciso derrubar mais uma árvore, quem diria ao contrário em tempos de aquecimento global e um “pequeno” desespero da humanidade em plantar árvores? Lembre-se, estamos no Brasil, quem vai fiscalizar isso de fato?

Os países até hoje grandes fornecedores de energia (leia-se petróleo), quais e quantos conseguiram sair da condição de países em desenvolvimento e se tornaram de fato, desenvolvidos? Vide países membros da Opep.

Gente, eu não sou contra os biocombustíveis, etanol e afins, só acho que não podemos esquecer desses fatos antes de proclamarmos aos quatro ventos que a solução dos problemas de crescimento do Brasil, do aquecimento global serão resolvidos com a tecnologia brasileira de biocombustíveis e um acordo com os EUA. Antes de tudo sou a favor da sustentabilidade e qualquer solução que se pense para os problemas não devemos, nem podemos, esquecer de pensar no desenvolvimento sustentável. De que adianta uma energia limpa, um combustível renovável se a sua produção não for sustentável? Se utiliza mão de obra escrava, polui e não tem nenhuma responsabilidade socioambiental?

O principal desafio dos biocombustíveis no Brasil está em fazer uma industria exportadora, ao mesmo tempo sustentável, distribuidora de renda e capaz de dar conta da demanda que virá do mercado internacional.

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Palestra do diretor da PNUMA

Estou querendo falar de vários assuntos, meus posts estão meio atrasados mas vamos lá, antes tarde que nunca.

A palestra do Diretor Executivo da PNUMA foi muito interessante, de verdade não imaginava que existiam pessoas além de ambientalistas ideológicos preocupados com o meio ambiente. Estavam presentes o presidente da Bovespa (o que realmente me chocou!), presidentes e superintendentes de diversas empresas e bancos.

Todos foram unânimes em dizer que estamos vivendo um momento de mudanças, de ruptura e que nossas ações, ou omissões de hoje, podem determinar o futuro das próximas gerações. Também foi consenso que estamos atrasados em relação às nossas ações. E que a sociedade civil tem um papel importante nas realizações a serem efetuadas. Só fica a dúvida se ainda dá tempo de “salvar” o Planeta.

O que realmente me surpreendeu foi a quantidade de pessoas na palestra, o auditório da Bovespa estava lotado com várias pessoas assistindo em pé. Não é possível saber qual o real interesse das pessoas presentes, mas é importante ver que existem pessoas que se interessam pelo assunto ou pelo menos tiveram o trabalho de se descolar de onde estavam até o centro de SP para ouvir sobre meio ambiente e mudanças climáticas, este não é mais um tema que passa sem ser notado.

Me deixa contente saber que há uma preocupação dos empresários a respeito do assunto, não me importa se é um interesse genuíno de querer um mundo melhor para as próximas gerações, que seja apenas o objetivo de ganhar mais dinheiro, desde que a partir de agora as coisas aconteçam a favor do meio ambiente e da vida humana na Terra. Não dá para querer uma mudança de comportamento radical dos empresários depois de mais de 1 século de capitalismo, ninguém vira bonzinho querendo salvar o mundo de uma hora pra outra. Acho que só eu nasci querendo um mundo melhor para todos, acreditando que as coisas podem ser melhores do que são, que pode existir um equilíbrio.

Como sempre diz meu professor Leandro Cerri: O verde do meio ambiente não é o verde das matas ou das árvores, o verde do meio ambiente é o verde dos dólares!!

Palestra

Palestra Sr. Achim Steiner, Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas

07/03/2007
BOVESPA Rua XV de Novembro, 275 – 1º andar Centro – São Paulo – SP

Às 9 horas
A Palestra será seguida de um debate sobre sustentabilidade, seus desafios e oportunidades com a participação de representantes dos setores financeiro e industrial, conforme agenda abaixo.
Abertura:
· BOVESPA, Raymundo Magliano Filho
· GVces, Mario Monzoni,
· Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, Fabio Feldmann
· Palestrante de Honra – Sr. Achim Steiner, PNUMA
Diálogo:
· Caixa Econômica Federal (AC)
· Banco Real ABN Amro
· Febraban (AC)
· FIESP (AC)
· CEBDS
· Instituto Ethos
Realização: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e GVces.
Evento Gratuito. Inscrições: clique aqui

Terra Quente – Marcelo Gleiser

Esse texto do Marcelo Gleiser foi a melhor explição do relatório do IPCC que eu li. Ele foi super claro, simples e direto, não tem como não entender. Se vc teve dúvidas, assim como eu, pra entender ou acreditar nos dados do relatório, não tem como ter dúvidas com esse texto. Ele explica como os cientistas do IPCC afirmam com 90% de certeza que o homem colaborou muito com o aquecimento global (em negrito).

TERRA QUENTE

Por Marcelo Gleiser

Quem vai pagar o preço daquilo que fizemos são as futuras gerações!

Após seis anos de novos estudos, saiu o relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática, o IPCC. Como ocorre em questões científicas complexas, e o estudo do clima é certamente extremamente complexo, o conhecimento vai sendo agregado aos poucos, a medida que dados mais abrangentes vão sendo coletados e modelos matemáticos mais sofisticados vão sendo desenvolvidos e testados.

Pela primeira vez, os membros do IPCC, um órgão internacional com centenas de cientistas e técnicos do mundo inteiro, foi bastante claro com relação à questão do aquecimento global. E, como o leitor deve ter ouvido na última semana, as novas sobre o assunto não são boas. Ninguém discute mais que a temperatura global está gradualmente aumentando: a última década foi de longe a mais quente dos últimos 150 anos.

A discussão mais recente e urgente concentrava-se nas causas desse aumento. São elas resultado de fatores naturais, como a ação do Sol ou da emissão de gases do interior terrestre, ou da poluição atmosférica causada pela industrialização da sociedade? No decorrer da sua história, a Terra passou por uma série de eras mais frias e mais quentes. Antes de 1500, os efeitos da civilização no clima eram desprezíveis. Para provar que o aquecimento atual é culpa dos homens e não da natureza, é necessário separar os efeitos dos dois agentes, o que não é nada fácil. Mas foi feito.

A história climática da Terra está registrada no gelo das calotas polares. Como o gelo é depositado ano após ano, é possível medir sua espessura e, analisando sua composição, determinar a concentração dos vários gases presentes na atmosfera ao longo dos anos, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano. Os dados comparam o número de moléculas dos gases com as moléculas de ar puro numa amostra.

O que ficou determinado é que, em 2005, a concentração de CO2 era de 379 ppm (partes por milhão) Ou seja, para cada milhão de moléculas de ar, 379 eram de CO2. Nos últimos 650 mil anos de história, a concentração variou entre 180 ppm e 300 ppm. Fora isso, o crescimento foi mais acelerado nos últimos dez anos do que em qualquer outro período. Esse aumento da concentração é devido ao uso de combustíveis fósseis -como o carvão e a gasolina- e à queima de madeira para clarear florestas e para gerar calor e energia. A concentração de metano também aumentou principalmente pela ação humana.

O parecer do painel é claro: a melhora na compreensão dos dados e dos modelos de variação climática, leva à conclusão de que com confiança estimada em 90% o aquecimento global observado é causado pela ação humana. Quem gosta de apostar, ou de jogar na bolsa ou no bicho, sabe muito bem que uma aposta com 90% de margem é segura. Portanto, o tal “debate” sobre as causas do aquecimento global também está encerrado. A culpa é nossa mesmo. (Detalhes no endereço http://www.ipcc.ch/SPM2feb07.pdf)

Quais as conseqüências desse aquecimento? Os efeitos variam dependendo da região. Mas pode-se esperar ondas de calor e tempestades mais violentas e freqüentes; secas mais longas; aumento do nível do mar, que, no século 20, já foi de 17 cm; aumento da temperatura global entre 2 e 4 graus; maior incidência de furacões. Esse desequilíbrio gerará doenças, emigrações em massa das regiões costeiras, pestes na agricultura etc.

Mesmo se os governos resolverem tomar providências sérias, podemos no máximo diminuir os efeitos do aquecimento. É tarde demais para evitá-los. Deixamos já nossa marca no planeta. E o pior é que quem vai pagar o preço são as futuras gerações.

Fonte: Folha de São Paulo, 11/02/2007.

Obrigada Amanda por me mandar esse texto por mail! 😉