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Poder & Amor – Palestra

Recebi o livro Poder & Amor da Editora Senac para resenhar e essa semana terão 2 palestras do autor do livro : Adam Kahane. Ainda estou lendo o livro e irei na palestra de quinta, portanto esperem uma resenha aqui em breve.

Seguem os dados das palestras que acontecem essa semana em São Paulo.

 

Palestra Liderança e lançamento do livro Poder e Amor

Data: 11/5, terça-feira

Local:  Senac Consolação – Salão Nobre – R Dr Vila Nova, 228

Horário: 19h30

Gratuito

Inscrições: eventosgd2@sp.senac.br ou 0800 883 2000

Informações: www.sp.senac.br

 

Palestra sobre o livro Poder & Amor

Data: 13/5, quinta-feira

Horário: das 18h30 às 20h

Local: Hotel Transamérica – Av. das Nações Unidas, 18.591 – São Paulo, SP

 

Quem é Adam Kahane…

 

O canadense Adam Kahane, especialista em resoluções de conflitos empresarias e sociais, vem ao Brasil entre 11 e 13 de maio para lançar o livro Poder & Amor – teoria e prática de mudanças sociais (Editora Senac São Paulo). Kahane foi facilitador de importantes conflitos como o Cenário Mont Fleur, na África do Sul, que tinha o objetivo de ajudar no processo de democratização pós-Apartheid, e o genocídio na Guatemala. Ao longo de vinte anos já trabalhou na resolução de problemas complexos em diversos países, entre eles Israel e Índia, ajudando a solucionar o conflito com a Palestina e resolver a questão da desnutrição infantil. No Brasil, Adam realiza trabalha sustentáveis em parceria com o Instituto Ethos em projetos para empresas como Grupo André Maggi, Samarco, Alcoa, Fiat, Natura, Itaú, Basf e Santander.  Kahane faz duas palestras em São Paulo, dia 11 no Senac  Consolação e dia 13 no Instituto Ethos. Nas apresentações, o especialista debate sobre como equilibrar as forças do poder e do amor na resolução dos desafios do mundo contemporâneo, nas empresas, no governo e na sociedade.

“Em meu trabalho diário e nesse livro eu tento ajudar cada vez mais pessoas que lidam por um mundo melhor. Procuro inspirar os agentes de mudanças – seja nas empresas, no governo ou na sociedade civil – a serem mais efetivos em suas ações. Por isso, divido minha experiência e tudo o que aprendi lidando com processos e cenários complexos”.

Esqueça os banhos curtos

O único pecado do texto abaixo são os exemplos americanos, que muitas vezes não se encaixam na nossa realidade brasileira, mas de resto não tem como não concordar com que ele fala. Pode parecer radical demais em alguns pontos, até mesmo pessimista, mas é a mais pura verdade, acreditar que só fazer a nossa parte é o suficiente para revolucionar o mundo é muito pouco.

Aqui no blog cito muito exemplos de empresas porque acho que são elas que tem que mudar independentemente da decisão de compra do consumidor, afinal, antes de mais nada antes de ser consumidor qualquer pessoa é um cidadão que quer ver as coisas certas sendo feitas no mundo em que vive. Claro que o governo pode e deve ajudar, mas como parece que eles não se preocupam muito com esse assunto (vide COP-15) a pressão tem que acontecer dos cidadão também.

Jogar toda a responsabilidade de salvar o mundo no colo das pessoas é muito fácil, mas a pergunta que não quer calar é: quem realmente quer mudar?

Segue o texto com tradução livre minha.

Esqueça os banhos curtos
Por que mudanças pessoais não são iguais a mudanças políticas.

 

banho

 

Por Derrick Jensen
Alguém em sã consciência acharia que um catador de lixo pararia Hitler, ou que compostagem acabaria com a escravidão ou traria a jornada de 8 horas de trabalho, ou que cortar lenha ou carregar água tiraria as pessoas das prisões czaristas, ou que dançando nuas em torno de um fogo teria ajudado a pôr em prática o Ato de Direito ao Voto de 1957 ou o Ato de Direitos Civis de 1964? Então, por que agora, com todo o mundo em jogo, achamos que podemos salvar o mundo com soluções pessoais?

Parte do problema é que temos sido vítimas de uma campanha sistemática de desorientação. A cultura do consumo e da mentalidade capitalista que nos ensinou a substituir os atos de consumo pessoal por resistência à política organizada. O filme "Uma Verdade Inconveniente" ajudou a criar uma consciência sobre o aquecimento global. Mas você notou que todas as soluções apresentadas são relacionadas com consumo pessoal – trocando lâmpadas, calibrando pneus, dirigindo menos – e não tinha nada a ver com diminuir o poder das empresas, ou interromper o crescimento da economia que está destruindo o planeta? Mesmo que cada pessoa nos Estados Unidos fizesse tudo que o filme sugere, as emissões de carbono nos EUA teriam uma redução de apenas 22%. O consenso científico é que as emissões devem ser reduzidas, em todo o mundo, pelo menos em 75%.

Ou vamos falar da água. Nós ouvimos tantas vezes que o mundo está ficando sem água. Pessoas estão morrendo de falta de água. Os rios estão acabando por falta de água. Devido a isso, precisamos tomar banhos mais curtos. Vê a desconexão? Por tomar banho sou responsável por secar aquíferos? Bem, na verdade não. Mais de 90% da água usada pelos seres humanos é utilizada pela agricultura e indústria. Os restantes 10% são divididos entre os municípios e a vida dos seres humanos individuais. Coletivamente, os campos de golfe usam tanta água quanto os municípios. Pessoas (tanto as pessoas humanas e os peixes) não estão morrendo porque o mundo está ficando sem água. Eles estão morrendo porque a água é que está sendo roubada.

Ou vamos falar de energia. Kirkpatrick Sale resumiu bem: "Nos últimos 15 anos a história foi a mesma a cada ano: o consumo individual residencial, carro particular, e assim por diante, nada mais é do que cerca de um quarto de todo o consumo, a grande maioria é comercial, industrial, empresarial, agronegócio e governo [ele esqueceu militares]. Por isso, mesmo se todos nós andássemos de bicicleta e tivéssemos fogões à lenha o impacto seria pouco significativo sobre o consumo de energia, aquecimento global e poluição atmosférica."

Ou vamos falar de resíduos. Em 2005, a produção de resíduos per capita municipal (basicamente tudo o que é posto para fora na calçada), nos EUA, foi de cerca de 753 kg. Vamos dizer que você é um ativista radical de vida simples e reduz seu resíduo a zero. Recicla tudo. Você usa sacolas de pano. Você conserta a torradeira. Seus dedos saem pra fora do seu tênis velho. Isso não é o suficiente, apesar de tudo. Uma vez que os resíduos urbanos não incluem apenas os resíduos residenciais, mas também resíduos de escritórios do governo e das empresas. Aí você marcha para os escritórios, panfleta redução de resíduos e convencê-os a reduzir seus resíduos o suficiente para eliminar a sua parte dela. Então, eu tenho uma má notícia. Os resíduos municipais são apenas 3% da produção total de resíduos nos Estados Unidos.

Eu quero ser claro. Não estou dizendo que não devemos viver de uma maneira mais simples. Eu vivo razoavelmente simples, mas eu não finjo que não comprar muito (ou não dirigir muito, ou não ter filhos) é um ato político poderoso, ou que é profundamente revolucionário. Não é. Mudança pessoal não é igual a uma mudança social.

Então como, com o mundo em jogo, viemos a aceitar estas respostas absolutamente insuficientes? Acho que parte disso é que estamos em uma encruzilhada. Uma encruzilhada é o lugar onde você tem várias opções, mas não importa qual opção você escolha, você perde e bater em retirada não é uma opção. Neste ponto deve ser muito fácil reconhecer que cada ação que envolve a economia industrial é destrutiva (e não devemos fingir que a energia solar fotovoltaica, por exemplo, nos isenta disso: eles ainda necessitam de mineração e infra-estruturas de transporte em todos os pontos e processos de produção, o mesmo se pode dizer de todas as outras chamadas tecnologias verdes). Então, se nós escolhermos a opção um -  participar avidamente da economia industrial – acho que poderemos, no curto prazo, ganhar, porque podemos acumular riqueza, o marco de "sucesso" nesta cultura. Mas perderemos, porque ao fazê-lo desistimos de nossa empatia, nossa humanidade. E nós realmente perderemos, porque a civilização industrial está matando o planeta, o que significa que todos perdem. Se nós escolhermos a opção "alternativa de vida mais simples", causando menos danos, mas ainda não evitando a economia industrial de matar o planeta, podemos, a curto prazo ganharmos, porque nós começamos a nos sentir puros, e não teremos que desistir de toda a nossa empatia (apenas o suficiente para justificar não interromper os horrores), mas mais uma vez nós realmente perderemos, porque a civilização industrial ainda está matando o planeta, o que significa que todos perdem. A terceira opção, atuando de forma decisiva para impedir a economia industrial, é muito assustadora por uma série de razões, incluindo, mas não se restringindo ao fato de que perderíamos alguns luxos (como a eletricidade), ao qual estamos acostumados, e o fato de que quem está no poder pode tentar nos matar se impedirmos seriamente a sua capacidade de explorar o mundo – nenhuma das razões altera o fato de que essa opção é melhor do que um planeta morto. Qualquer opção é uma opção melhor do que um planeta morto.

Além de ser ineficaz para causar os tipos de mudanças necessárias para pôr fim a esta cultura de morte no planeta, há pelo menos quatro outros problemas com a percepção de &quot
;viver simplesmente"* como um ato político (ao contrário de vida mais simples, porque isso é o que você quer fazer). O primeiro é baseado na noção errônea de que os seres humanos inevitavelmente prejudicam seu ambiente. Vida mais simples como um ato político consiste unicamente na redução de danos, ignorando o fato de que os humanos podem ajudar a Terra, bem como prejudicá-la. Podemos recuperar córregos, podemos nos livrar de invasores nocivos, podemos remover as barragens, interromper um sistema político inclinado na direção dos ricos, assim como o sistema econômico, podemos destruir a economia industrial que está destruindo o mundo real, físico.

O segundo problema – e esse é um bem grande – é que ele incorretamente atribui a culpa ao indivíduo (e mais especialmente para o indivíduo, que são particularmente impotentes) em vez de culpar realmente aqueles que detêm o poder neste sistema. Kirkpatrick Sale mais uma vez diz: "Todo sentimento de culpa individualista o-que-posso-fazer-para-salvar-a-terra é um mito. Nós, como indivíduos, não estamos criando a crise e não podemos resolvê-la. "
O terceiro problema é que ele aceita a redefinição do capitalismo de cidadãos para consumidores. Ao aceitar essa redefinição, reduzimos nossas formas potenciais de resistência a consumir e não consumir. Os cidadãos têm uma gama muito maior de táticas de resistência disponíveis, incluindo o voto ou não votar, correndo para o escritório, panfletando, boicote, organização de lobby, protestando e quando um governo se torna destrutivo a vida, a liberdade e a busca da felicidade, têm o direito de alterá-lo ou aboli-lo.

O quarto problema é que o desfecho da lógica por trás de uma vida simples como um ato político é o suicídio. Se cada ato dentro da economia industrial é destrutivo, se quisermos parar com esta destruição e se estamos relutantes (ou incapazes) de questionar (muito menos destruir) as infra-estruturas intelectuais, morais, econômicas e físicas que fazem com que todo ato na economia industrial seja destrutivo, então podemos facilmente passar a acreditar que vamos causar o mínimo possível de destruição se morrermos.

A boa notícia é que existem outras opções. Podemos seguir os exemplos de militantes corajosos que viveram os tempos difíceis que eu mencionei, Alemanha Nazi, a Rússia czarista, que fizeram muito mais do que manifestar uma forma de pureza moral, que se opuseram ativamente contra as injustiças que os cercavam. Podemos seguir o exemplo daqueles que lembraram que o papel de um ativista não é continuar no sistema de poder opressor mantendo a integridade tanto quanto possível, mas sim confrontar e derrubar esses sistemas.

*viver simplesmente refere-se ao movimento Simple Living que é um estilo de vida caracterizado por consumir apenas o suficiente para se manter vivo.

Texto original em inglês: http://www.orionmagazine.org/index.php/articles/article/4801/

Imagem: http://www.flickr.com/photos/demenciano/280171857/

Quanto vale um animal selvagem?

jararaca

 

Os pais do meu namorado encontraram uma cobra no sítio. Colocaram-na numa garrafa PET e não sabiam o que fazer com o animal. Ligaram no bombeiro e eles disseram que não recolhem esse tipo de animal e na maioria das vezes as pessoas matam. Ai eles passaram o telefone de uma pessoa que geralmente recolhe cobras, só que essa pessoa estava em outra cidade, mais ou menos uns 60km de distância.

Pois bem, ligamos para a pessoa e ele rodou os 60km para ver a cobra, nós rodamos mais uns 15km do sítio até o centro da cidade para levá-la. Descobrimos que se tratava de uma jararaca  (Bothrops jararaca) e por ser bastante venenosa não era recomendado solta-lá novamente no sítio por causa dos outros animais (cachorros, vacas, galinhas, cavalos). O estudioso de cobras a levou embora dizendo que a entregaria num laboratório de uma Universidade da cidade que ele residia.

Só essa brincadeira de levar e trazer cobra foram rodados 150km, emitidos alguns quilos de gás carbono no ar e outros poluentes que qualquer carro emite… E ai? Uma cobra vale tudo isso? Matar teria sido a melhor solução? (Confesso que essa foi a minha primeira ideia). Ou será que soltá-la novamente na natureza e correr de perder outros animais seria o mais correto? Uma cobra vale mais que uma vaca? Não sei… Qual a melhor conduta numa situação como essa? Existe um o certo a fazer? Se alguém tiver a resposta, por favor me fale para que possamos agir corretamente numa outra ocasião.

 

P.S.: Eu sei que hoje é o dia Mundial da Água como já disse aqui, não me sinto na obrigação de escrever nada nessas datas comemorativas, já escrevo o ano todo sobre isso.

 

Foto: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/jararaca.jpg

Eu não entendo de moda

Eu sei que de moda não entendo nada mesmo, mas de sustentabilidade, meio ambiente eu tenho o mínimo de noção e quando o pessoal resolve misturar as duas coisas sinceramente só vejo coisa equivocada, ou melhor, coisas que estão além da minha compreensão.

Aqui no blog já falei de uma certa propaganda da Diesel, de um desfile que usou paineis solares como decoração e agora o digníssimo Karl Lagerfeld resolve falar de Global Cooling (Resfriamento Global, numa tradução literal) no desfile da Channel.

O famoso estilista para justificar o tema do seu desfile fala: “Have you felt any warming this winter?” (Você sentiu algum aquecimento nesse inverno?), mas espertamente termina afirmando “In any case, nature has its surprises” (De qualquer forma, a natureza tem suas surpresas). É, ele tem suas dúvidas sobre o aquecimento global e por isso mandou “construir” um iceberg no meio da passarela do seu desfile. Veja a foto.

02_chanel_jp090310Foram contratados 35 escultores de gelo para criar o cenário, ao longo de 6 dias eles esculpiram em  240 toneladas de neve e o ponto mais alto do iceberg tinha 8,5 metros. Dá pra ter noção da brincadeira? Tudo isso pra mostrar a coleção Outono/Inverno 2010.

É, se em Paris eles fazem isso, usar placas solares como parte do cenário aqui no Brasil deve ser sustentável mesmo… Talvez pra moda sustentabilidade seja outra coisa que eu ainda não descobri direito o que é, tem estilista que duvida do aquecimento global…

09_chanel_jp090310 Ah! Já ia me esquecendo, as peles usadas no desfile são falsas! Isso eu consigo concordar que é sustentável.

 

Notícia lida via @dias_silvia

Transparência

A Apple admitiu que usou mão-de-obra infantil (aqui notícia original em inglês). No twitter o Instituto Ethos  pergunta a opinião das pessoas sobre o assunto. A resposta que eu dei foi “eu fico feliz de não ter nenhum produto da apple!”. Mas isso não quer dizer que os outros produtos eletrônicos que possuo não tenham passado por mãos infantis quando foi fabricado. Triste realidade.

É de admirar a transparência da Apple sobre o assunto, anunciou que isso foi realidade e hoje combate esse tipo de coisa, estou esperando outras empresas como a HP, a Sony, a Motorola ou a LG também se manifestarem a respeito.

Existe um documentário chamado Uma empresa decente que mostra uma empresa que fornece produtos para a Nokia na China passando por uma “auditoria ética”, é possível ver as condições de trabalho, os alojamentos, os refeitórios e perceber como as coisas funcionam na China. Ser correto não é nada fácil num mundo globalizado, principalmente num país como a China onde o crescimento tem que acontecer a qualquer custo.

Eu costumo dizer que a era do custo baixo acabou. Se você quer ter um mínimo de decência na hora de pagar um serviço ou comprar um produto ele não vai custar barato. Pagar um salário decente para funcionários, causar o menor impacto ambiental possível ou pagar por serviços ecológicos, tudo isso custa dinheiro e não sai de graça, alguém sempre vai pagar essa conta em algum momento, seja o empresário, seja o trabalhador da empresa, seja o consumidor, seja a sociedade. Até bem pouco tempo atrás essas variáveis nunca sequer eram mencionadas na hora do cálculo de preço de qualquer coisa. Ser sustentável custa, não adianta se iludir que é barato, fácil e/ou rápido. Você só tem que decidir se quer fazer as coisas certas do jeito certo ou assumir riscos de ser pego utilizando mão de obra escrava ou infantil, poluindo, acabando com comunidades locais, destruindo ecossistemas, etc.

Mais sobre a água

Eu ia responder os comentários sobre no post A Água do mundo, mas resolvi fazer um post, pois deve ter muita gente que não acompanha os comentários.

Pois bem, concordo que temos que evitar o desperdício e aprender a conservar, que a escassez de água é realidade em muitos lugares do planeta e que a água potável do mundo está diminuindo, mas apenas o argumento: "a água do mundo está acabando" é extremamente simplista. Como dizer isso pra uma criança se ela ver chover todos os dias numa cidade como São Paulo ou morando na floresta amazônica com rios com dimensões de mares? Isto é parte de uma realidade do nosso país, apesar de existir escassez de água em alguns locais.

E como explicar pra uma criança que ela economizando água aqui no Brasil vai poder ajudar alguém na África que não tem acesso a água potável? Aliás, se alguém tiver essa resposta por favor me responda por que eu também não sei.

Eu economizo água para economizar dinheiro, pra economizar energia (pois eu moro num prédio e preciso de uma bomba para bombear a água até o meu andar), economizo água porque não existe uma política séria no país de saneamento básico e portanto não tenho certeza que meu esgoto é tratado e ele pode estar contaminando algum rio ou lençol freático e mesmo que ele seja 100% tratado eu economizo pra que menos água tenha que ser tratada para voltar a natureza. E por fim eu economizo água porque é um recurso natural e não é por isso que posso utilizá-lo ao meu bel-prazer, não estou sozinha no mundo.

Mas existem pessoas que simplesmente não precisam economizar água, pra você que acredita que a água do mundo está acabando pode parecer estranho, mas existe, existem pessoas que tem nascentes de água do lado de casa ou poços artesianos e não pagam nada para usá-la (exceto o bombeamento no caso de poços)  e se elas usarem ou não a água vai continuar lá, lógico que isso acontece para uma minoria de pessoas, mas acontece.
Sou a favor da disseminação de conceitos corretos e completos sobre meio ambiente, aliás acho até que esse é um dos motivos pra esse blog estar num portal de blogs de ciências. Dificilmente você vai encontrar aqui argumentos do tipo: Salve as baleias. Salve os pandas. A água do mundo vai acabar. Não use sacolas plásticas. Não coma carne. Todos esses argumentos podem até ser válidos, mas pra mim são vazios de argumentos para a grande maioria das pessoas, pergunte pra uma pessoa na rua qual o motivo de se preservar baleias, mico-leões dourados ou pandas? Provavelmente ela vai responder porque sim, tenho minhas dúvidas que alguém vá usar argumentos como biodiversidade, preservação do habitat desses animais e por consequência do ecossistema ou ainda dizer que eles são apenas símbolos de uma causa maior.

A água do mundo não está acabando. Prefiro dizer que a qualidade da água está piorando, que tratamento de água é caro e que tem gente demais no mundo pela quantidade mais ou menos constante de água no Planeta.

Brasil querendo ficar bem na fita, te convence?

Hoje quando abri o portal Globo.com apareceu um pop-up do Governo Brasileiro que levava para um site falando da participação do Brasil na COP-15.

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Numa das páginas do site chamada Panorama que fala de matriz energética limpa eles afirmam (no texto) que 45,9% da produção de energia brasileira vem de fontes renováveis. Ai mostram 2 gráficos, um mostrando a matriz energética brasileira separada em renovável (46,4%, afinal qual o número correto?) e não renovável (53,6%) e outro gráfico as fontes de geração de eletricidade. Mais de 75% é de origem em hidrelétricas.

Ai o Brasil resolve falar em investimentos, é essa parte que mais me irrita. “A estimativa do Ministério de Minas e Energia para o período 2008-2017 indica aportes públicos e privados da ordem de R$ 352 bilhões para a ampliação do parque energético nacional.” “Para a área hidrelétrica estão previstos cerca de R$ 83 bilhões.” “Outros R$ 23 bilhões devem ser aplicados na expansão da produção e oferta de biocombustíveis como etanol e biodiesel.”

Ótimo, são R$106 bilhões que serão investidos hidrelétricas e biocombustíveis, ou seja, 30,12% do total dos investimentos. Tá e os outros R$ 246 bilhões? Vão investir em que? Vento? Nuclear? Gás Natural? Petróleo e derivados? Vejam bem são praticamente 70% de todo o dinheiro e eles não falam onde vão investi-lo, por que será? Não pega bem num site que fala de desenvolvimento sustentável e matriz energética limpa dizer que 70% dos investimentos em matriz energética não terão nada a ver com fontes alternativas de energia. Espero realmente estar errada e que o texto foi feito as pressas e esqueceram de mencionar o quanto vão investir em outras fontes renováveis.

A ideia do site de mostrar o que o Brasil tem feito pelo seu “desenvolvimento sustentável” é louvável, mas não precisava entrar na maquiagem verde, né? Tá querendo enganar quem, Brasil, ainda mais depois do pré-sal?

Tudo que a Amazônia me ensinou com uma visita

A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte…

A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer…

Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/ Sérgio Britto

Confesso que só depois dessa viagem para a Floresta Amazônica eu pude entender de verdade o significado dessa música. Sim, é uma vergonha, de verdade eu achava que internet era um luxo que não era urgente para comunidades tão carentes de outras prioridades, que era muito mais importante levar saúde, comida, saneamento básico e educação básica para essas pessoas do que computadores, celulares ou qualquer outro apetrecho tecnológico e me vi completamente equivocada depois de conhecer Belterra, Suruacá e o Projeto Saúde e Alegria.

Outro dia lendo meu blog favorito sobre a África (tá é o único que eu leio sobre o continente), o autor contava da dificuldade de conexão que alguns países africanos, e uma pessoa comentava que velocidade de internet não era e não deveria ser prioridade pra eles, que importante mesmo era energia, saneamento básico e comida. Fiquei com o assunto na cabeça refletindo sobre isso e essa viagem ao Pará me fez ter certeza que energia, saneamento básico e comida são importantes sim, mas como diz a música a gente não quer só comida, a gente quer internet, celular e conexão boa.

E por que conexão é tão importante para eles? Simplesmente porque é o contato que eles podem ter com o mundo e as vezes o mundo nem precisa assim ser tão vasto e infinito, pode ser a comunidade mais próxima que você demoraria um dia inteiro para chegar de barco.

No Passeio de barco que fiz até o barco-hospital e depois à comunidade ribeirinha de Suruacá a Vivo levou a Mônica de Almeida (@monicabelterra), monitora do telecentro de Belterra, que além do seu blog pessoal – Blog da Mônica, ainda colabora no blog da cidade – Belterra e no blog coletivo da comunidade, o Fuxico de Belterra. É interessante como surgiram esses blogs sobre a cidade, o blog “oficial” faz parte da Rede Mocoronga de Comunicações, um braço do Projeto Saúde Alegria (que será assunto de um outro post), esse blog conta com a participação de toda a comunidade, qualquer pessoa da cidade que quiser pode contribuir, mas como o objetivo dele é principalmente educativo algumas coisas simplesmente não cabiam, ai criaram o Fuxico de Belterra que é bem mais livre, você pode encontrar desde assuntos sérios até as fofocas e as últimas baladas da cidade. Alguns posts desse blog também são selecionados para sair no Blog da Cidade.

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Mônica twitando do barco no Rio Tapajós.

Não vou discorrer sobre a importância de conexão em rede aqui, nem teria propriedade para isso, mas para comunidades que não tinham nem sinal de telefone agora terem opção de conexão banda larga é um avanço inigualável. Puro preconceito meu achar que eles não precisavam disso agora.

Mudanças Climáticas – Blog Action Day

 

 

Esse blog fala das mudanças climáticas o tempo todo, então continuar falando disso hoje seria chover no molhado, por isso resolvi reunir vários posts de blogs que tenham falado sobre o assunto.

A diferença dos termos Aquecimento Global e Mudanças Climáticas é muito bem explicado no Discutindo Ecologia, saiba qual deles você quer adotar depois desse esclarecedor post.

Os Geófagos falam bastante de mudanças climáticas no blog deles. Você pode encontrar reflexões sobre como o semi-árido brasileiro pode ser  usado como laboratório para o que poderá ser as consequências do Aquecimento Global. Ou ainda o que são criossolos, permafrost e o que pode acontecer com eles com o aumento da temperatura no globo.

O Chi vó non pó traz uma série de artigos traduzidos sobre o que anda acontecendo no Planeta com o seu aquecimento.

O RNAm responde: As pessoas entendem o Aquecimento Global?

No Blog Action Day do ano passado o Rastro de Carbono falou das consequências das mudancas climáticas para os povos mais pobres.

O Quintal tem um artigo de 2007 questionando o simplismo que se usa para calcular as toneladas de CO2 que são emitidos na atmosfera. Eu acredito que isso não deve ter mudado muito de lá pra cá, infelizmente.

O blog Uma Malla pelo Mundo fala da diferença de percepção sobre as mudanças climáticas pelas pessoas comuns e pelos cientistas. As pessoas comuns se sensibilizam quando conseguem ser tocadas emotivamente, a percepção de risco para elas não se traduzem em números, mas em sentimentos.

 

E pra finalizar alguns posts daqui mesmo que tratou do assunto:

A corrida da humanidade contra as mudanças climáticas?

Uma questão de escala

Palestra do diretos do PNUMA

Escadas, você usa?

Me responda, se todas as escadas que você visse por ai fossem assim (vídeo abaixo) você as usaria ao invés do elevador ou da escada rolante?

 

Pense nisso quando você estiver a um ou dois andares de onde quer chegar e prefere esperar o elevador…

 

Se você diz que não tem tempo de ir a academia ou de fazer uma atividade física comece a pensar nas escadas que você pode usar! 😉

 

Via Sedentário & Hiperativo.