Maravilhas Microbianas

Em um post anterior tive a oportunidade de conhecer e divulgar o Río Tinto, na Espanha. Depois que fiz esse post, achei mais uma belíssima foto desse local e quero dividí-la com vocês:

Mas o que eu queria mesmo com esse post é mostrar um outro lugar… Há alguns dias tive a feliz oportunidade de descobrir o nome de um outro lugar que eu sempre achei fantástico: a Grand Prismatic Spring (Grande Fonte Prismática) no parque de Yellowstone, nos EUA. Não sabe o que é? Olha, então, a foto aí em baixo que achei no site da NASA! [obtida pelo Satélite IKONOS em 17 de agosto de 2001]

O “Yellowstone National Park” é a área com a maior concentração de fontes termais e geysers do mundo! E  “Grand Prismatic” é a maior fonte termal no parque de Yellowstone, além de ser considerada a terceira maior do mundo (na Nova Zelândia estão as duas maiores). A “Grand Prismatic” está situada sobre um grande e plano monte, onde a água flui uniformemente por todos os lados, formando uma série de pequenos degrais (argh!) degraus.

A fonte foi descoberta em 1871, em uma expedição, e recebeu esse nome devido a sua belíssima coloração. O artista Thomas Moran – que estava na expedição – retratou em aquarela o que viu. Acontece que… bem… o geólogo A.C. Peale achou os quadros muito exagerados e retornou ao local em 1878 a fim de verificar essas cores.

Mas o que dá a essa fonte termal as faixas de cores tão diferentes? Vou explicar, mas antes alguns dados: A “Grand Prismatic Spring” possui cerca de 90 m de diâmetro e 50 m de profundidade e tem vazão estimada em cerca de 2100 L/min.

A água no centro dessa grande fonte tem cerca de 87° C.

Essa temperatura de 87° C é tão elevada que se torna quase inviável para suportar a vida – ou seja, ali parece ser estéril (!) –  por isso o azul profundo tão bonito no centro da imagem.

Na verdade, existem algumas Archaea, que sobrevivem em temperaturas até mais altas que essa. A grande campeã é uma espécie de Pyrodictium que cresce a 121° C.  Já, quando falamos apenas de bactérias, a maior temperatura registrada é de 95° C. [Madigan et al (2010) Microbiologia de Brock. 12 ed. Artmed]

Na água um pouco mais fria ao logo das bordas desse “lago”, entretanto, colônias de bactérias termofílicas (que gostam de calor) crescem… e muito bem! Pigmentos coloridos são produzidos por essas bactérias como protetores solares naturais. E, dependendo da quantidade de clorofila ou carotenóides… O resultado é o espectro de cores que vão do azul claro do centro ao laranja das bordas.

A água da fonte é rica em minerais, o que permite às bactérias obter energia (já comentei sobre isso aqui e, principalmente, aqui).

As fontes termais de Yellowstone são estudadas pelos cientistas da NASA pois elas podem ser similares aos primeiros ambientes onde a vida poderia ter sido surgido/evoluido na Terra. Outros astros no sistema solar (e.g.: Europa ou Marte) podem, também, ter fontes termais, possivelmente cheias de vida.

E, para terminar, Veja, agora, duas das fotos mais legais que achei do lugar (!):

E, para terminar, alguns vídeos desse fantástico local!

Principais fontes consultadas:
http://www.yellowstonenationalpark.com/midway.htm
http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=4523

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