Sobre o fungo do mar… além da bactéria do navio e do fungo que brilha, é claro

Acabei de ler este post do Vinícius Penteado sobre as novas espécies de seres vivos descritas em 2010. O site do IIES (International Institute for Species Exploration), da Universidade do Estado do Arizona, nos E.U.A. faz uma seleção dentre as sugestões enviadas e faz uma lista, um TOP-10 de novas espécies. A lista de 2011 tem 3 micro-organismos muito curiosos.

 

Essa bactéria bonitinha aí em cima é a Halomonas titanicae. Leia de novo o nome… qualquer semelhança com o návio naufragado em 14 de abril de 1912, não é mera coincidência. Essa espécie de bactéria, capaz de obter energia a partir da oxidação do ferro foi descoberta num “rusticle” do RMS Titanic. Estudos mostraram que a H. titanicae adere a superfícies ao aço, criando pontos de corrosão que, juntamente com outros microrganismos, contribuitiam para a deterioração do metal do navio. O resultado disso é que esse processo acabará levando ao desaparecimento do Titanic. Na foto: A) Micrografia eletrônica da bactéria. B) Aparência das “ruticles”- estruturas semelhantes à estalactites, mas que são formadas debaixo da água, devido à oxidação do ferro. C) E por fim, mais uma micrografia eletrônica, mas desta vez in loco, mostrando a bacteria em uma “rusticle”.

 

A segunda espécie é esse cogumelo aí em cima. Aí você vai me perguntar, mas o que esse cogumelo tem de mais para aparecer numa lista TOP-10? Tirando o fato de que essa é a primeira espécie descrita de um cogumelo aquático? Acho que não preciso dizer mais nada, não é!? Ah, tenho sim, o nome dele é Sathyrella aquatica. Você ver um videozinho do cogumelo clicando AQUI.

 

Deixei essa espécie por último por três motivos. O primeiro, é que eu achei simplesmente fantástico a descoberta de um cogumelo bioluminescente (eu quero um!!!). O segundo motivo é que essa espécie foi coletada em trechos remanescentes de mata atlântica, numa região perto de São Paulo (sim, é do Brasil-sil-sil). Suas hastes cobertas por uma espécie de gel emite uma luz verde-amarelada 24 horas por dia. São estimadas cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos, sendo cerca de 100.000 já descritas. Dessas, apenas 71 delas são bioluminescentes e esse cogumelo é uma das espécies mais visualmente impressionantes. O terceiro motivo é o próprio nome do fungo: Mycena luxaeterna — olha que coisa linda, luz eterna… quase divino, hehe

 

Clicando nas imagens, vocês serão direcionados para a página específica de cada uma dessas espécies, no site do IIES, lá tem a referência dos artigos que descrevem cada uma. Se você quiser ver as outras espécies que compões a lista, é só clicar AQUI.

 

Atualização 1 – 08/02/2011: Correção do número de espécies fungícas descritas – ver nos comentários!

Atualização 2 – 08/02/2011: Correção: o fungo foi descoberto na mata atlântica, e não na floresta amazônica.

3 thoughts on “Sobre o fungo do mar… além da bactéria do navio e do fungo que brilha, é claro

  • 7 de fevereiro de 2012 em 17:33
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    Ae Samir, ótimo post, essas espécies são realmente muito "especiais". Muito legal saber que você visita mesmo o Aopedavida. Obrigado e um abraço

    ps: o Meio de Cultura continua com tudo! Parabéns

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  • 8 de fevereiro de 2012 em 16:41
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    Ótimo post! Só uma correção: o número de espécies de fungos descritos é cerca de 100.000. O número de 1,5 milhão é uma das estimativas da quantidade de espécies existentes.
    Abraço

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    • 8 de fevereiro de 2012 em 18:05
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      Erro corrigido! Obrigado, Davi!

      Resposta

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