MICRO-OLIMPÍADAS 2012 – Corrida de revezamento
E este é mais um post da cobertura das micro-olimpíadas 2012!
Um dos fatores que temos que considerar quando falamos da patogenicidade dos microrganismos está relacionado ao equilíbrio que se estabelece entre o nível de virulência e a capacidade de transmissão. Isso significa que se o microrganismo for muito virulento ele pode diminuir muito a sua capacidade de transmissão ao matar o hospedeiro muito rapidamente, por exemplo!
Aqui o objetivo da prova era descobrir qual dos microrganismos possui a maior da capacidade de transmissão entre hospedeiros! Mas aqui, o jogo é um pouquinho diferente: quatro humanos, cada um em uma raia, e infectado por um microrganismos diferente (veja a lista abaixo). Dada a largada os humanos saem em disparada até chegarem ao ponto onde irão se encontrar com outro humano. Aí é a vez do microrganismo entrar em ação e garantir a passagem para o novo hospedeiro.
Então, a saber: Raia 1: Yersinia pestis, microrganismos responsável pela peste bubônica. Raia 2: Chlamydia trachomatis, causadora de DSTs. Raia 3: o vírus influenza H5N1 – da gripe aviária. Raia 4: rinovírus, o menor de todos e causador do resfriado comum.
E em primeiro lugar: Rhinovirus! Utilizando-se da estratégia que combina baixa virulência e alta taxa de transmissão, garante uma elevada taxa de transmissão e baixa mordidade em seus hospedeiros!
Em segundo lugar: Clamydia tracomatis. A sua baixa virulência, combinada com as dificuldades inerentes a uma baixa transmissão que dependente de relações sexuais entre os hospedeiros.
O bronze vai para a peste (Yersinia pestis), que devido a seu alto poder infectante e taxa de transmissão elevados, acaba deixando seus hospedeiros extremamentes doentes e incapazes de dispersar a doença. Na verdade ela teve sorte de chegar até a linha de chegada nessa corrida!
O H5N1 pede a corrida, por sua baixa capacidade de transmissão entre hospedeiros humanos. Mas em entrevista ele já anunciou que vai continuar seus treinos e espera melhorar sua transmissão a tempo das olimpíadas do Rio, em 2016!
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Merry Youle, Forest Rohwer, Apollo Stacy, Marvin Whiteley, Bradley C. Steel, Nicolas J. Delalez, Ashley L. Nord, Richard M. Berry, Judith P. Armitage, Sophien Kamoun, Saskia Hogenhout, Stephen P. Diggle, James Gurney, Eric J. G. Pollitt, Antje Boetius, & S. Craig Cary (2012). The Microbial Olympics Nature Reviews Microbiology, 10, 583-588
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O que eu compreendi é que o H5N1 perde a corrida para os outros competidores. Por sua menor capacidade de transmissão. Mais que ele promete vir mais forte na próxima vez ou seja sofrendo mais tipos de mutação genética.
Oi, Pablo, a ideia é essa mesmo. O vírus da influenza (gripe) aviária, o H5N1, possuía uma virulência elevada, ou seja: causava muito dano ao hospedeiro infectado. Porém, como não era um vírus bem adaptado ao ser humano, a transmissibilidade era baixa. A brincadeira está justamente em considerar as mutações que poderiam melhorar a adaptabilidade do vírus aos seres humanos e reduzir sua letalidade e, assim, quem sabe, ele não poderia ser um provável campeão numa próxima competição.
O que entendi !1 lugar a virulência tem alta taxa de transmissão.
2 Não tão virulência, e a clamidia pois precisa ser transmitida porá ato sexual.
3.As vias ares são mais fáceis pois tem mais facilidade de transmissão.
Oi, Vivian,o s autores do artigo original brincam é com 2 fatores que influenciam na capacidade de disseminação do microrganismo entre humanos. Para isso eles consideram (1) a virulência e (2) a taxa de transmissão. Quanto maior a taxa de transmissão, mais o microrganismo se espalha. Porém, quanto maior a virulência, maior a letalidade do microrganismo.
Dessa forma, na figura o efeito da virulência está representado pelas faixas coloridas e a transmissão pelas setas de diferentes tamanhos.
Observe que quando a faixa é um retângulo o corredor permanece bem disposto, mas quando ela é um triângulo, o corredor fica muito cansado. Combinando as duas variáveis o podium ficou:
1. Rhinovirus = pouco virulento e muito transmissível
2. Chlamydia = pouco virulento e pouco transmissível
3. Yersinia = muito virulento e muito transmissível
4. Influenza H5N1 = muito virulento e pouco transmissível