Só de ver carne os homens se acalmam

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Grazi Massafera mostra carne e acalma a homarada – by @elciorcarvalho


Hum, então ver carne deixa a homarada mais tranqüila. O pesquisador da Universidade McGill (não confundir com McGRill), juntou 82 homens e fez o seguinte teste, segundo visto no site da Revista Galileu (dica do @elciorcarvalho):

No experimento, 82 homens foram convidados a autorizar vários níveis de punição em atores quando estes erravam suas falas. Ao mesmo tempo, diversas imagens eram mostradas aos homens, algumas neutras e outras de pedaços carne. Os resultados mostraram que, ao ver imagens de carne, os homens ficavam menos agressivos nas punições.

Isso explica mas ainda não entendi direito como foi feito o estudo. Os caras ficavam vendo um teste de atores com projeções no palco de imagens neutras (e sabe-se lá o que eles consideram neutro, detergente de louça talvez), e pedaços de bife? WTF!!! Imagina o que se passa na cabeça dos 82 caras que não sabiam de que se tratava exatamente o teste. Que loucura…
Provavelmente esses pesquisadores são psicólogos evolucionistas e usaram carne pra testar hipóteses sobre o nosso passado de caçadores-coletores. Típico desse pessoal.
Então mulherada, por um mundo mais calmo e harmônico, vamos mostras essas carnes aí! 😉

Quer estudar neuro? Pergunte como

brain_by_podajmidlon.jpgVeja, o título deste post é uma pergunta, por isso você não encontra-rá a resposta definitiva aqui.
Segue email que mandei para meu amigos “neuróticos”, anunciando minha intenção de começar seriamente a estudar neuro. Este é um antigo sonho e agora acho que está na hora de começar.
Mas começar por onde? A área é gigante. Bom, este era outro motivo para mandar o email. Veja abaixo e opine.

Este email é um pedido de ajuda. Por isso fique a vontade para não responder caso não tenha tempo. Mas qualquer dica será de grande valia.
É chegada a hora de me aventurar muito seriamente no estudo das neurociências (meu antigo sonho).
Ainda não vou trabalhar com isto, quero apenas começar a estudar a área.
Por isso gostaria de pedir uma ajuda na sistematização deste embasamento.
Por onde começar é a grande questão. Separar as áreas já não é fácil. O que temos?
Neuroanatomia
Neurofisiologia
Bio mol aplicada na área
Neuropsicologia
Comportamento animal
…?
Tendo as áreas, por onde começar?
Tenho muito interesse em tomada de decisão e também na modulação molecular do comportamento. Como proceder para embasar melhor estes dois objetivos ao final? Alguma dessas áreas pode ser ignorada?
Livros-texto do tipo compêndio para me guiar: vale a pena ou melhor buscar livros mais específiocs e aplicados?
P. Ex.: Cem Bilhões de Neurônios, do Lent, é bom? Não é muito basicão? Há outros melhores?
O Kandel é o melhor mesmo?
Leituras adicionais (para reforçar cada área específica):
Dentro de cada área há livros interessantes, como por exemplo “Por que Zebras não Tem Úlcera”, do Sapolsky, “Erro de Descartes”, “Tabula Rasa”, do Steven Pinker, os do Oliver Sacks… E quando estiver estudando cada área devo ler quais livros?
Bom, era isso. Desculpe o brainstorm de perguntas (literalmente “brain-” ), mas a sua ajuda será muito importante para esta minha nova e determinante fase de aprendizagem.
Muito obrigado

The_Brain_by_soliton.jpgClaro que isto também foi um tipo de estudo ou sondagem, coisas que a minha cabeça de cientista não deixa de fazer, para saber quem responderia, o que responderiam, que livros indicariam, e lincar isto com a personalidade e área de estudo de cada um que respondesse.
Tenho muita sorte de ter amigos inteligentes, informados, solícitos, enfim, fantásticos. Muitas foram as respostas e ajudaram muito.
Tudo que eu quero é otimizar o meu tempo para o estudo, que será autodidático, por isso a preocupação de como organizar tudo na ordem que pareça mais lógica PARA MIM. Mas cada um entra com a sua dica pessoal, claro.
Os amigos que trabalham com comportamento de macacos mandaram material de etologia e neuro em primatas, a psiquiatra indicou as áreas médicas ou clínicas, psicólogo indicando psicologia cognitiva e estatística, e por aí vai. Sempre se puxa a brasa para a própria sardinha.
E ainda bem, afinal isso significa que o pessoal estuda o que gosta e se anima em chamar os outros para a própria área (ou estão usando a tática da piscina gelada: quem tá dentro diz que está uma delícia, só pra fazer quem tá fora pular e se ferrar).
Mas apesar da diversidade algumas coisas apareceram bastante:
Cada um tem um jeito de estudar, e eu preferi começar do micro pro macro, da molecular e fisiologia e ir subindo para a cognição e comportamento, mas o caminho inverso é uma opção muito válida.
O livro “Princípios de Neurociência”, do Kandel parece ser a bíblia mesmo. Mais fisiológico, mas a base é essa mesmo. Partindo daí a coisa vai variar dependendo do interesse pessoal. Para estudar mais como pensamos, aprendemos e nos comportamos, o “Neurosciência Cognitiva” do Gazzaniga parece interessante. Por isso neste momento decidi por começar por eles (eu vou ler as versões em inglês por serem mais atuais eeu ter conseguido os arquivos pdf, mas os links eu achei melhor pôr os em portugês). E não vai ser fácil, porque são dois gigantes, pelo conteúdo e pelo tamanho.
Por isso a partir de agora o blog pode passar por um processo de NEURIZAÇÃO dos temas, além de uma diminuição no ritmo de postagem. Fazer o que, eu não sou como muitos gênios e bots que consegue fazer tudo ao mesmo tempo.

P#ta m’rda, vocês precisam ler essa p#rr@!!!

ResearchBlogging.orgÉ oficial: podem reclamar à vontade, eu NUNCA mais deixo de falar palavrão! E ph.od@-se quem achar ruim!!!

O hábito de falar palavrões está enraizado no comportamento humano. A prática desse tipo de linguagem é algo tão profundo em nossa consciência que descobriu-se que está associada ao sistema límbico, nossa região mais “animal” ou instintiva e responsável pelo controle das emoções.

Para informações gerais sobre xingamentos recomendo os ótimos artigos “A Ciência do Palavrão”, da Super Interessante e “How Swearing Works”, do HowStuffWorks (em Inglês).

calvin.jpgRecentemente foi constatado mais um aspecto bastante interessante sobre o “modo Dercy Gonçalves” de comunicação. Um estudo publicado na revista NeuroReport demonstrou que falar palavrões pode ajudar a diminuir a sensação de dor física (conteúdo para assinantes em Inglês). O teste foi realizado com 64 voluntários que precisaram colocar suas mãos em baldes de água cheios de gelo, enquanto falavam um palavrão escolhido por eles. Em seguida o teste foi repetido mas em vez de dizer palavrões deveriam escolher uma palavra normalmente usada para descrever uma mesa (p#rr@, também né?!). Enquanto falavam palavrões os voluntários suportaram a dor por 40 segundos a mais, em média. A sensação de dor também foi menor quando os voluntários encarnavam a Dercy.

Os pesquisadores também monitoraram o batimento cardíaco dos voluntários durante a experiência, que se mostrou mais acelerado quando eles falavam palavrões. Acredita-se que o aumento do ritmo de batimentos cardíacos pode indicar um aumento da agressividade, que, por sua vez, diminuiria a sensação de dor. Para os cientistas, no passado isso teria sido útil para que nossos ancestrais, em situação de risco, suportassem mais a dor para fugir ou lutar contra um possível agressor.

Bambu.pngO que está claro é que o uso de palavrões provoca uma resposta física, além do já conhecido “alívio” psicológico que um bom “vai prá p#ta que te pariu” proporciona. Isso pode explicar por que a prática de falar palavrões esteve presente no passado, está presente hoje, e com certeza estará presente no futuro.

Partindo para uma aplicação no campo corporativo, um estudo sobre estilos de liderança demonstrou que o uso de palavrões e outras expressões “tabus” elevou o “espírito de equipe” dos empregados analisados. O professor de gerenciamento Yeruda Beruch, responsável por este estudo, acredita que o uso desse tipo de linguagem serve ao propósito de criação e manutenção de solidariedade entre os membros de uma equipe, e também como um mecanismo para suportar cargas maiores de stress (que pode ser encarado como um tipo de dor também, dependendo do tamanho do problema que estiver rolando no escritório).

Claro, o pesquisador alerta para o equilíbrio no uso da linguagem “inadequada”, prá não se perder o controle da situação, e o ambiente de trabalho virar uma mesa de boteco.

Como sempre, a dica é a mesma: faz bem? Parece que faz, mas use com moderação, prá não jogar m#rd@ no ventilador, seus p#$&s!!!

Palavrao.jpg

Ah, o bambu? Enfia no teu…

ps: Se essa técnica de gerenciamento de stress no ambiente corporativo não funcionar, você pode sempre aliviar a vontade de matar o seu chefe AQUI!

Baruch, Y., & Jenkins, S. (2007). Swearing at work and permissive leadership culture: When anti-social becomes social and incivility is acceptable Leadership & Organization Development Journal, 28 (6), 492-507 DOI: 10.1108/01437730710780958

Stephens, R., Atkins, J., & Kingston, A. (2009). Swearing as a response to pain NeuroReport, 20 (12), 1056-1060 DOI: 10.1097/WNR.0b013e32832e64b1