Calma, isso não é um filme pornô, mas sim algo comum em diversas espécies, que é a batalha pela fecundação.
Cada um tem uma estratégia: aranhas perdem o pênis na fêmea fazendo um tampão para outro macho, vermes ejaculam em maior volume quando tem um macho competidor por perto, e por aí vai.
Em humanos é difícil de estudar isso, e você deve imaginar porque, certo?
Mas os cientistas deram um jeito: Dar um potinho para os rapazes e apresentar um vídeo pornô por 6 vezes (dias diferentes, claro), sempre com a mesma atriz. Mesmos atores em cenas diferentes. A sétima vez é que era com uma nova atriz (não virava um ménage, só trocavam a atriz).
Desta vez, com a mulher diferente, os espermatozóides são melhores e em maior quantidade que das vezes anteriores!
Poder ser uma estratégia para aproveitar a chance de engravidar uma mulher diferente da que você está acostumado? Difícil provar essas estratégias evolucionárias, mas é bacana ver que os humanos não estão fora da guerra de esperma.
Só tome cuidado ao usar este argumento quando você for pego pela oficial pulando a cerca. Apelar para o “dar uma variada é natural” é uma falácia naturalista e não tem nada a ver com o contrato que você fez com a sua digníssima. Variar pode ser bom pra todos, mas de comum acordo.
PS1: o trabalho não fala quais foram as atrizes envolvidas. Uma falha na descrição da metodologia, a meu ver.
PS2: desculpe ficar repetindo “guerra de esperma”. Sei que a imaginação nos trai nessa hora.
Artigo: Joseph, P., Sharma, R., Agarwal, A., & Sirot, L. (2015). Men Ejaculate Larger Volumes of Semen, More Motile Sperm, and More Quickly when Exposed to Images of Novel Women Evolutionary Psychological Science DOI: 10.1007/s40806-015-0022-8
Dica de livro: Guerra de esperma
Claro que isso não é no Brasil, infelizmente. Mas o Bill Nye é um americano simpático que é conhecido por lá como O CARA DA CIÊNCIA. Ele fez vários programas para ensinar ciência pro povo.
E porque não chamar esse “véinho” simpático pra dançar? É isso aí, pra ensinar ciência tem que se meter em tudo!
Quem é o(a) cara da ciência no Brasil? Acho que quem mais é conhecido e que fala mais sobre esse tema é mesmo o Dráuzio Varela.
Mas acho que precisamos de uma cara jovem, animada, alguém meio maluco como o Bill Nye, pra tirar a ideia de ciência séria demais e distante que o brasileiro tem.
A Suzana Herculano é bacana, mas ainda acho muito quadrado o programa e a linguagem dela.
Por favor, graduandos, pós-graduandos, professores e interessados: TENTEM SER A CARA DA CIÊNCIA NO BRASIL!!! Ele está precisando.
Dia normal no laboratório. Vi que alguns alunos estavam preparando um gel para SDS-PAGE e perguntei se estava tudo OK. Responderam que “sim”, só estavam esperando o gel polimerizar por causa de uma receita que levava bem menos TEMED do que estamos habituados a fazer. Dito isso, comentei:
“Se vocês estiverem com pressa podem por um pouco mais. Só tomem cuidado para o gel não polimerizar antes de vocês o colocarem na forma. Outro dia mesmo fiquei pensando no sentido da vida ou sei lá o que e quando percebi, o gel tinha polimerizado e precisei refazer tudo…”
Eu mal terminei de falar isso e a resposta veio na lata:
“Ah, na dúvida é sempre 5´ -> 3´ !”
Isso que dá ficar muito tempo num laboratório de biologia molecular…
PS: não entendeu? Que tal lembrar da estrutura do DNA e de sua replicação na figura abaixo?
Não resisti e fotografei o resultado de 5 pessoas – contanto este que vos fala, claro – trabalhando direto no laboratório durante o carnaval. As fotos foram tiradas no final da tarde da 4ª-feira de cinzas.
Esses são só alguns flashes que mostram o resultado final de ficar no laboratório tantos dias seguidos. Cansa, mas compensa pela rapidez em se conseguir resolver experimentos pendentes.
Claro que depois limpamos e arrumamos tudo, senão a chefe mata a gente. Ela é compreensiva com a zona, mas tudo tem limite… De qualquer modo, é muito bom quando o laboratório entra no modo “produção agressiva como se não houvesse amanhã”.
Ah, e prá constar, o clima não esfriou depois que acabaram os feriados. Preparei esse post rapidinho no sábado enquanto esterilizava a sala de cultura de células.
Acho que vou trocar a placa de “Biologia Molecular” do meu laboratório por um pôster de “Onde os fracos não têm vez”. Combina.
Todo mundo imagina – corretamente – que laboratórios de pesquisa sejam recheados de equipamentos caros, complexos e quase mágicos. Em quase 100% dos casos isso é verdade e implica outra característica: são importados.
Daí, além de toda a complicação para se conseguir o dinheiro da compra, a importação e o recebimento da dita cuja, temos a mãe de todo o Mal: a Burocracia (sim, maiúscula pois essa entidade já está no próximo Deuses Americanos do tio Gaiman). A Dona Burocra (apelido carinhoso dado por um grande amigo e adotado por muitos com quem trabalho) faz de tudo para te pegar. Seja falta de espaço no laboratório, briga entre departamentos para decidir quem vai “sediar” a novidade, entraves de patrimoniamento institucional etc. Podem escolher à vontade que o cardápio é extenso.
Assim, uma visão comum são caixas lacradas – às vezes bem grandes – que ficam meses – sim, MESES – encostadas em salas, no corredor, na garagem, no estoque. Uma beleza.
No corredor de entrada do laboratório em que trabalho existe uma dessas caixas. Francamente, acho até que alguém decidiu que ela funciona melhor como peça de decoração e que deixá-la como está é uma boa ideia. Vejam a dita cuja:
A seta vermelha mostra um detalhe novo que me chamou a atenção faz alguns dias. Alguém muito espirituoso achou o formato da caixa sugestivo e resolveu “plantar” uma piada para quem gosta de cinema. Vejam a criatividade do sujeito:
E, finalmente, a surpresa. Sério, eu morri de rir quando vi isso pela primeira vez e todo dia chegando ao laboratório eu dou um pelo menos um risinho:
Piadas à parte, me peguei pensando… Imagina se durante aquele experimento maldito que me obriga a virar a noite no laboratório eu ouço:
Listen to them. Children of the night. What music they make…
Mais uma fantástica série “motivacional” de tirinhas feitas por Jorge Cham, criador do PHD Comics. O diálogo, que vai relembrar episódios na vida acadêmica de muitos leitores, está traduzido abaixo. Divirtam-se!
Tradução
Orientador (O): Fiz alguns ajustes no rascunho do artigo que você me enviou.
Aluno (A): Você… reescreveu tudo.
O: Sim, acho mais fácil reescrever do que mostrar a você todas as coisas que fez errado. Chamo isso de “aprendizado por demostração”.
A: O que você está demonstrando?
O: Que você escreve mal.
A: O que está errado com a minha escrita?
O: Bom… para começar, você usa frases demais. Sua escolha de palavras é comumente incorreta. E sua pontuação é estranhamente posicionada. Na verdade, o problema começou quando você apertou a primeira tecla do teclado.
A: Mais alguma coisa?
O: Suas figuras são feias.
A: Não leve pelo lado pessoal. Quando eu era um estudante de Doutorado, meu orientador reescrevia todos os meus primeiros artigos. Prometo que quando vocês estiver escrevendo a versão final da sua tese não encontrará uma só edição ou comentário meu.
A: Eu estarei escrevendo bem assim?
O: Eu não ligarei mais.
Antes da tirinha eu escrevi “divirtam-se”. Mas “chupa essa manga” serve tão bem quanto =).
Hoje à noite tem a entrega do Prêmio IgNobel 2011! Os interessados podem acompanhar a transmissão do evento ao vivo via internet às 20h30 do horário de Brasília (19h30 em Boston – EUA).
De acordo com a própria organização: “The Ig Nobel Prizes honor achievements that first make people laugh, and then make them think”. Uma tradução livre seria que esses prêmios honram conquistas que primeiro fazem as pessoas rirem, e depois as colocam para pensar.