O mundo da física conheceu nos últimos meses uma cientista brasileira que conduziu na Áustria um experimento revolucionário, publicado no mês de agosto na revista Nature.
A cientista em questão é Gabriela Barreto Leme, 32 anos, nascida em Belo Horizonte. A experiência consistiu no registro de imagens oriundas não da reflexão da luz, mas de um tipo de “telepatia” entre partículas conhecido como “emaranhamento quântico”.À frente de um grupo de cinco cientistas, Gabriela desenvolveu o estudo que, pela primeira vez, registrou imagens de um objeto que nunca “viu” luz. O feixe de luz que foi detectado pela câmera nunca atingiu a figura (no caso, de um gato), mas era ‘irmão gêmeo’ do feixe que passou por ele.
O experimento revoluciona o debate em torno do emaranhamento quântico, proposto há 80 ano pelo físico austríaco Erwin Schrödinger — ele demonstrava que se um gato fosse uma partícula subatômica, poderia estar vivo e morto ao mesmo tempo, sendo conhecido como o paradoxo do Gato de Schrödinger.
Gabriela possui graduação e mestrado em física pela Universidade Federal de Minas Gerais, e doutorado em física Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente a cientista realiza um estágio pós-doutoral no prestigiado Instituto para Ótica Quântica e Informação Quântica em Viena, na Áustria.
Seu trabalho enfatiza ótica quântica, emaranhamento, informação quântica, imagens quânticas, sistemas quânticos abertos, caos quântico e ótica clássica na aproximação paraxial.
Saiba mais sobre o experimento da cientista em reportagem na revista Galileu.
Artigo: Quantum imaging with undetected photons
Autores: Gabriela Barreto Lemos, Victoria Borish, Garrett D. Cole, Sven Ramelow, Radek Lapkiewicz e Anton Zeilinger
Revista: Nature
