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Piscinão de Cingapura

Estou em Cingapura, meu pai está trabalhando aqui e eu vim visitá-lo. Lembrei que uns tempos atrás escrevi o texto a seguir por um motivo qualquer e achei q seria interessante ressucitá-lo, afinal, estou na cidade e vou poder conferir o local de perto. Ainda não fui lá, mas quando for volto para contar se é tudo isso mesmo.

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Os paineis solares do telhado. Foto: Tim Lee

Não é só no Brasil que temos problemas com as chuvas durante o verão e usamos “piscinões” para amenizar os problemas. Em Cingapura além de amenizar o problema de enchentes a Marina Barrage serve também como reservatório de água para abastecimento da cidade.

Localizada no centro da cidade, a Marina Barrage tem um espelho d’água com área de 10 mil hectares. A barragem de 350 metros que a delimita foi inaugurada em 2008, o reservatório é capaz de suprir 10% da necessidade de água local.

A Marina Barrage é um mostruário de sustentabilidade ambiental e ganhou o Green Mark Platinum Infrastructure Award, o prêmio principal nas concessões BCA organizadas pela Autoridade em Construção, em maio 2009.

Além de armazenar a água doce da chuva e evitar enchentes o local tem também função de lazer para os moradores da cidade-estado, que somam 5 milhões de habitantes. As pessoas passeam pela ponte que cobre a barragem, praticam vela e outros esportes náuticos no grande lago formado. O prédio central onde ficam as bombas que mandam água para fora do reservatório em caso se chuva em excesso, possui um telhado verde coberto por grama onde se encontram restaurantes e mais áreas de lazer. O telhado verde utiliza 100% de plásticos reciclados e células eco-friendly de drenagem. Este jardim no último andar, também oferece isolamento térmico natural para o edifício, a grama e o solo protegem o edifício do sol. O local também possui um parque com paineis solares que geram em torno de 50% da eletricidade necessária para a iluminação interna do prédio.

Esse é um exemplo de como uma obra de engenharia para amenizar enchentes também pode servir de atração e local de lazer para as pessoas.

O fim do mundo, ou o fim do mundo como conhecemos (post atrasado)

Comecei a escrever esse texto dia 20/12 antes da fatídica data que “comemora” o fim do calendário maia e que muitos consideravam como o fim do mundo. Não consegui terminar antes, mas acho que vale para comemorar o fim de mais um ano.

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Meu pôr-do-sol de 21/12/2012.

Inspirada pelo e-mail enviado por um amigo falando sobre o fim do mundo e desejando boas festas resolvi escrever aqui meu manifesto sobre o que espero sobre o fim do mundo.

O fim do mundo está próximo e vamos considerar que amanhã será a oportunidade de ver o fim de uma era e o início de um mundo que tenha mais amor, mais ética, respeito e menos lucro, corrupção, ignorância e crescimentos obssessivos. Muitos não sabem o que podem fazer para contribuir para esse novo mundo, na verdade eu também não tenho respostas concretas para isso, mas que tal pensar sobre o assunto, refletir e tomar consciência para termos um mundo mais “sustentável”, do que adianta o seu carro ser a álcool e teoricamente poluir menos se você está usando o carro para percorrer poucos quilometros? Ou usar desmedida e inconscientemente as sacolas plásticas do supermercado? Ou consumir energia como se ela não viesse das obras que ajudam a desmatar a Amazônia? Por exemplo, você pega elevador para subir 1, 2 andares? Já pensou em usar a escada? Aquela caixinha de remédio que você comprou precisa mesmo ser colocado numa sacola plástica ou mesmo num saquinho de papel?

Vamos combinar de começar com esses pequenos gestos, quando essa consciência tomar conta de todos tenho certeza que o mundo será um lugar melhor e pouco a pouco esses gestos vão se expandir para todas ações do seu dia-a-dia e tolerar ser pressionado por crescimento e consumo inconsequente será insuportável, não só para você mas para todos que o cercam e então será o fim do mundo de verdade por que um novo tomará conta!

Fui tomada por um momento de esperança e fé na humanidade, por favor, não me desapontem!

Amazônia Pública – Tapajós

Acabei de ler um livro chamado Como mudar o mundo, e vou precisar muito da ajuda dele para não me sentir a pessoa mais impotente do universo depois de ler a última série de reportagens da Agência Pública sobre a Amazônia.

A única região da Amazônia que eu conheci é o oeste do Pará, às margens do Rio Tapajós, numa visita patrocinada pela Vivo e a Ericsson para acompanhar a inauguração da primeira torre de dados da região. E pensar que toda a beleza daquele local pode estar comprometida me deixa bem triste. Nada mais, nada menos que um complexo hidrelétrico com 7 represas estão programadas para o local, esse é um dos aspectos levantados nessa terceira semana de reportagens, essa semana sobre o Rio Tapajós.

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Rio Tapajós. Foto: Fernanda Ligabue.

Tudo que essas reportagens contaram só mostra o jeito capitalista de desenvolvimento, o jeito capitalista de crescer e o jeito capitalista de ser dos governos. É errado? Bom, não tenho achado que seja o melhor caminho, mas parece que é o melhor que a humanidade tem conseguido. E como faz para mudar isso? Como faz para fazer realmente diferente em que todos saiam perdendo o menos possível? E rápido por que não adianta nada pensar que poderia ter sido diferente depois do estrago feito.

Eu sei que lendo essas reportagens me senti muito impotente… Chega a ser desanimador, o que será que se pode fazer e não deixar a Amazônia virar um canteiro de obras?

Amazônia Pública

A Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo está com uma série de reportagens  nas próximas semanas sobre a Amazônia. Na palavra deles “ Entre os meses de julho e outubro, três equipes de repórteres da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo percorreram três regiões amazônicas: no pólo de mineração em Marabá (PA); na bacia do Rio Tapajós; e em Porto Velho e as hidrelétricas do rio Madeira. Todas as reportagens buscam explorar a complexidade dos investimentos atuais na Amazônia, incluindo as negociações e articulações políticas e ouvindo todos os atores envolvidos – governos, empresas, sociedade civil – para traçar o contexto em que esses projetos têm sido desenvolvidos. O prisma essencial destas reportagens, assim como de toda a produção da Pública, é sempre o interesse público: como as ações e negociações políticas e econômicas têm tido impacto, na prática, a vida da população.”

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Vista da floresta a partir da canga. Foto: Jeremy Bigwood

A série sobre Carajás saiu essa semana e o foco recai na Vale, a empresa que explora minério de ferro na região. É tão difícil para mim como geóloga falar sobre mineração, a verdade é que infelizmente os engenheiros de minas não se deram ao trabalho ainda de aproveitar qualquer mineral sem impactar o meio ambiente e os seres humanos aprenderam a depender totalmente desses minerais, tanto que a demanda por minérios só cresce e ai a bagunça tá feita. Sinceramente acho que os impactos ambientais hoje em dia são contornáveis se houver um planejamento bem feito e uma fiscalização séria, os impactos sociais são os que mais me preocupam pois esses (até hoje pelo menos) nunca vi um caso de sucesso e não são só minerações, quaisquer grandes obras entram nessa classificação de fracasso.

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A mina mais produtiva da Vale se esgota em 2037. Foto: Jeremy Bigwood.

Nada do que li nessa primeira série de reportagem me surpreendeu, a Vale passando por cima de tudo e de todos para obter mais lucro, a população e o meio ambiente sendo massacrados em nome do progresso. A Vale enchendo a boca para contabilizar seus número de empregos gerados e a população sendo expulsa de suas terras e sem trabalho. A nação brasileira se orgulhando de ser o maior fornecedor de ferro para a maior enconomia emergente do mundo e os moradores da região de onde vem o ferro, sem escolas, hospitais e lazer.

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Fornos de carvão em Goianésia. Foto: Jeremy Bigwood.

Como fazer para a Vale ser mais “bozinha”? Aliás, será essa a questão a ser feita? Como fazer para o governo defender os interesses das minorias tanto quanto defende os interesses economicos da nação? É possível, tem resposta? Tem solução? Certamente que não é uma resposta fácil. Quem assistiu aqui filme The Corporation pode ter uma ideia do que é a Vale e do que ela é e pode ser capaz.

A única certeza que eu tenho depois de ler essas reportagens é que eu continuo cheia de dúvidas e não sei até que ponto seres humanos são capazes de solucionar esses problemas que eles mesmo causaram. Tô lendo um livro, uma ficção científica que se passa num futuro bem distante e que a nossa civilização como conhecemos hoje nem existe mais e um dos personagens se referem aos humanos como cânceres do planeta que se são mantidos sem controle nenhum são capazes de colocar sua própria existência em jogo. Tenho medo dessa ficção virar realidade.

Conforme forem saindo as outras séries de reportagem volto aqui comentar.

HelpX – Mais uma opção

helpx

Se no último post eu falei do WWOOF, durante minhas pesquisas sobre o assunto acabei encontrando outra rede de voluntários em fazendas, o HelpX, esse um pouco mais moderninho, vamos dizer assim. Todo o sistema dele é na própria interenet e uma vez que você paga a taxa de afiliação, que vale por 2 anos, você tem acesso aos “fazendeiros” afiliados de todas as partes do mundo. O fazendeiros está entre aspas pois nessa rede eles abrigam não apenas fazendeiros orgânicos como no WWOOF, eles tem fazendo orgânicos e não orgânicos, pessoas que oferecem a sua casa, hostels para mochileiros, etc. Tudo na base da troca, eles oferecem hospedagem e comida e você oferece o seu trabalho, de 4 a 6 horas por dia.

Me inscrivi nessa rede e estou a procura de uma fazenda orgânica na Austrália que me aceite, já escrevi para umas 6 fazendas e apenas uma me respondeu dizendo que não seria possível me receber, confesso que pensei que seria mais fácil. Li também vários relatos de pessoas que tiveram essa experiência e apenas um caso negativo e não foi um caso de fazenda e sim hospedagem em casa.

O site é bem organizado e depois que de inscrito você tem acesso não só aos contatos de cada anfitrião, mas também do relato e as avaliações dos hóspedes, quase como um Tripadvisor.

Por conta do último post a Ludmila me contou que foi pra Inglaterra trabalhar num centro de educação ambiental ai pedi pra ela contar como foi a experiência dela lá! Você pode ler o relato dela aqui:

Em março deste ano embarquei junto com meu marido em uma viagem considerada pela maioria, no mínimo, inusitada.

Fomos de navio para Itália em um cruzeiro que estava retornando à Europa após o final da temporada de verão brasileira. Não bastasse fazer o caminho de volta do meu “bisnonno” e chegar do outro lado do oceano em uma velocidade que não ultrapassava 50km por hora, nosso objetivo principal era na verdade ir até o interior da Inglaterra para ficar trabalhando como voluntários em um centro de educação ambiental, na região de Norfolk.

Fomos através de um programa chamado Help Exchange que ainda não é tão conhecido no Brasil quanto o WWOOF, que é similar.

Ludmila e o marido na fazenda na Inglaterra.

A partir dessa rede é possível escolher propriedades cadastradas no mundo inteiro, realizando as mais diversas atividades e, consequentemente, que necessitarão das mais diversas colaborações. Mas, para ter acesso a esses contatos em primeiro lugar é preciso se cadastrar e pagar uma pequena taxa, não é muito cara e para nós, como casal, foi muito bom porque uma única taxa foi suficiente para ambos.

Estávamos procurando alguma fazenda onde pudéssemos aprender mais sobre a produção orgânica a partir da permacultura e também aperfeiçoar o Inglês, então achei que um centro de educação ambiental inglês serviria bem.

Depois de escolhido o local, enviamos a solicitação de estadia ou “request” ao anfitrião. Nesse primeiro contato é bacana se apresentar dizer de onde é, o que faz, o que gosta de fazer, enfim, é muito importante que haja esse entrosamento porque, afinal de contas, será preciso conviver com essa pessoa e em muitos lugares, como no local onde ficamos, o acesso é difícil e você fica um tanto isolado no lugar com as pessoas de lá.

Outro ponto que acho super importante ressaltar é definir claramente as tarefas que serão exigidas do voluntário, como será sua rotina de trabalho, o que receberá em troca. Cada local tem autonomia para definir tudo isso, normalmente a troca é muito simples: cerca de 6 horas de trabalho por dia em troca de alimentação e hospedagem, mas já soube de lugares exigindo que o voluntário pagasse pelas refeições, tem que ficar atento e combinar tudo antes.

Voltando a experiência que tive, de uma maneira geral a considerei muito enriquecedora, mas a ideia que eu “comprei” de centro de educação ambiental se demonstrou um pouco equivocada. O que havia, de fato, era uma fazenda antiga com uma casa de 300 anos cercada por 3 outras menores que eram alugadas para manutenção financeira do projeto. Tratava-se de um projeto de um centro, pois o idealizador vislumbrava transformar em um local para aulas, para produção em permacultura, mas quando chegamos havia uma pequena quantidade de legumes e frutas a serem colhidos pela primeira vez, mais um canteiro de ervas e uma área de reflorestamento que necessitava de cuidados porque com a chegada do verão, o calor e a chuva abundante tornava a competição entre as arvorezinhas filhotes e o mato, desigual, a favor do mato.

De resto, o que realmente era importante para eles era manter as casas limpas, trocar roupas de cama, inclusive de uma pequena casa na árvore. A partir dessas locações é que estavam se mantendo, então, como disseram, naquele momento era o core business. O centro de educação ainda não passava de uma semente.

Por este motivo me senti um tanto quanto “traída” se é que essa é a melhor palavra para descrever a situação. Fui até lá com uma expectativa e achei que o trabalho em um centro de educação ambiental se resumiria a ajuda com o as plantas e com a realização de cursos, e não foi o que aconteceu. Por outro lado, eu também não havia entrado nesses detalhes antes de ir.

De toda forma, a limpeza doméstica não nos tomava mais que dois dias da semana, o restante do tempo tínhamos as atividades mais verdes para fazer. Penso que também é justo esclarecer que pedi ao gerente para trocar de tarefas quando não estava me adaptando bem e fui atendida.

Ganhei amigos, vivi longe da cidade e há uma hora de caminhada de um vilarejo que tinha um castelo, tomei muito chá inglês, aprendi a planejar as compras pois só íamos para a cidade uma vez por semana, morei no silêncio com pouca luz, sem telefone nem tv e isso para mim foi maravilhoso, tanto que eu e meu marido já planejamos uma mudança em nossas vidas, porque esse estilo não combina com São Paulo.

Espero que nossa experiência contribua para a decisão de cada um que nos lê e que tenham um aprendizado marcante como tivemos, seja aonde for.

Um abraço.”

A melhor campanha da Shell, ou não.

Adoro dizer: “Ah, as mídias sociais…” Essa minha frase serve para quase todos os contextos, seja para dizer que elas são o máximo, que eu as odeio, que elas ajudam as pessoas ou pra convencer alguém que esse negócio vale a pena, ou não. E a Shell deve estar pensando exatamente a mesma coisa: “Ah, as mídias sociais”.

Lá nos EUA ela lançou uma campanha para ajudar a convencer as pessoas que explorar petróleo no ártico é uma excelente ideia e para isso resolveu contar com a ajuda das redes sociais! Como? Você entra no site Let´s Go Public! e você lê esse recadinho (tradução livre minha):

“Aqui na Shell, estamos empenhados em mídias sociais. Afinal, é o combustível que lubrifica os motores de comunicação pela internet.

Em junho, milhares de vocês demonstraram isso explicando, online, como a produção de energia no Ártico vai transformar o mundo e, possivelmente, fornecer combustível a preços acessíveis por vários anos.

Hoje, queremos levar a mensagem do “Prontos para o Ártico” para fora da internet, diretamente para os motoristas que se beneficiam de combustíveis de alto desempenho da Shell. É por isso que estamos lançando uma nova campanha (data limite esta quinta-feira!), a partir do qual os melhores anúncios serão impressos e colocados em locais estratégicos em todo o mundo. Com a sua ajuda, nós da Shell podemos dizer ao mundo como estamos entusiasmados sobre a energia do Ártico, e levar a mensagem do “Prontos para o Ártico” para motoristas em toda parte.

Então, tome um tempo para adicionar seu próprio slogan para a nossa bela coleção de imagens. O próximo lugar que você ver esse anúncio pode ser o seu próprio espelho retrovisor.

Porque amanhã é ontem, acelera.

Vamos lá.”

Ai tem um gerador de anúncios, você seleciona uma linda imagem de uma galeria de fotos, faz sua frase e pronto tá feito seu anúncio!

Mas o tiro saiu pela culatra e olha os anúncios que apareceram:

Dane-se o gelo, eu preciso entrar em forma mesmo.
Ainda deve ter algum gelo na Antártica
Você não vai sentir minha falta tanto quanto do seu carro
Tire uma foto isso não vai durar muito #shellnaterra
Isto é um urso polar, nós tiramos uma foto para seus filhos saberem onde eles viviam
Uma dessas coisas não pertencem a essa paisagem
Pássaros são como esponjas… para petróleo!

Claro que a geração de anúncios não está funcionando mais, nem podemos mais votar nas fotos e muito em breve é provável que até o site saia do ar, mas fala que não foi uma bela ação de mídias sociais? Só que ao contrário… 😉

Bom, esse seria o post, mas depois de escrevê-lo descobri que tudo não passava de uma ação da The Yes Men em colaboração com o Greenpeace e o movimento Seattle Occupy que criaram um site-paródia criticando as perfurações de petróleo da Shell no Ártico. Eu achei ótima e se não tivesse acreditado nela certamente esse post não teria saído.

Fernando de Noronha

Eita lugar bonito… Fui passar uns dias num dos lugares mais bonitos do Brasil, quem sabe até do mundo e obviamente que meu radar para a preocupação ambiental esteve ligado 100% do tempo.

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Lembra quando eu fui pra Jericoacoara e tive um sonho de uma ONG? Pois bem, o Projeto Tamar em Fernando de Noronha chega bem perto dele, todos os dias no auditório do Tamar tem palestras sobre algum tema relacionado à ilha: tubarões, golfinhos, o próprio projeto Tamar, a vegetação da ilha, o Parque. Não é frequentado por 100% dos visitantes, mas em algumas palestras o auditótio fica bem lotado e acho que ajuda na conscientização, de verdade eu acho que deveria ser obrigatório, afinal, todo o arquipélogo é uma unidade de conservação e na minha opinião a principal função dela além de conservar o que se tem lá é educação ambiental.

Achei os moradores da ilha bastante conscientes com relação à preservação, conservação e cuidado com a natureza, mas esse conhecimento me pareceu muito restrito à preservação da vegetação, da vida marinha do que atrai os turistas para o local e não uma coisa mais abrangente que engloba tudo.

Por exemplo a geração de energia da ilha, sabe como é feita? Termelétrica a diesel, tem noção da pegada de carbono disso? Ok, concordo com meu pai quando ele disse que essa já uma tecnologia dominada e que para não deixar ninguém na mão tem que ser assim mesmo, mas será que não dá para usar outras fontes de energia conjuntamente? Tudo bem, é essa a solução segura e viável que se tem, então o que podemos fazer para torná-la menos impactante? Economizar energia, certo? Mas infelizmente não  foi bem isso que eu vi por lá… Na pousada que eu fiquei só vi um aviso bem discreto no banheiro lembrando para apagar a luz quando saísse. O ar condicionado no hospital (fui lá ver se eles conseguiam me fazer ouvir depois de 24 horas sem ouvir por conta do mergulho que eu fiz) tinha aquele selinho de eficiência energética da Procel, sabe? Adivinha qual a classificação dele? C. E da geladeira de um dos restaurantes que eu fui? B. No ar condicionado do meu quarto não tinha o selinho, ou tiraram… Será que só aqui em casa a gente se preocupa em comprar aparelhos com maior eficiência energética? Lá isso tinha que ser obrigação por se tratar de uma área de preservação ambiental cuja fonte de energia é petróleo!

Fiquei hospedada numa das Pousadas Domiciliares. Elas costumavam ser casa dos moradores que foram transformadas em pousadas, no bairro que eu fiquei, o Floresta Nova, as casas era de madeira e sei lá, mal projetadas pois eu não conseguia ficar dentro do quarto durante o dia sem acender a luz! Por mais luz solar que a ilha tenha, a posição da janela quase não iluminava o quarto durante o dia! Me sentia mal de ter que acender a luz durante o dia com o sol brilhando lá fora… Não sei como são as outras pousadas, mas como são construções bem parecidas não sei se são muito diferentes. Ah! Pelo menos as lâmpadas eram daquelas econômicas.

O lixo, ah, o lixo… Coleta seletiva nem pensar, pelo menos eu não vi ela ser feita em lugar nenhum, posso até ter visto lixeiras diferentes para cada tipo de resíduo, mas em que lugar do mundo isso é 100% respeitado? (acho que só no Japão). Numa das trilhas que fiz vi até essas lixeiras abandonadas… Mas tinha também umas certinhas. Winking smile

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Mas veja como é disposto o lixo de um dos restaurantes que eu fui.

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Indo a pé para uma das praias passei por uma usina de compostagem, até achei interessante, mas uma vez que todo o lixo é misturado como eles compostam o lixo o orgânico? No passeio de barco que eu fiz, em que fizemos uma refeição a bordo, o lixo levado para o porto também foi todo misturado… Dando uma pesquisada rápida pela internet vi que lixo de fato é um problema na ilha, tanto que no início do ano foram levados para o continente algumas toneladas de lixo para serem disposto em um aterro em Pernambuco. Eu sei que coleta seletiva é uma coisa super complicada de fazer acontecer, demanda educação, tempo, vontade, empenho, mas a ilha possui aproximadamente 3500 habitantes e não é de hoje que meio ambiente é assunto de suma importância para eles, tá na hora de passar da fase “vamos salvar as tartarugas” e fazer algo que a longo prazo vai fazer toda a diferença e tem um impacto gigante.

O transporte na ilha também não é nenhum exemplo… Se você depender do transporte público vai perder tempo, como foi o meu caso… Quando tem 2 ônibus circulando ele passa de 30 em 30 minutos, quando só tem 1, ele passa de 50 a 60 minutos. Só que, ninguém nunca sabe quando tem 1 ou 2 circulando… De ônibus você sempre vai caminhar mais e o calor que faz lá não anima muito você fazer tudo a pé. O ideal mesmo é você alugar um bugue ou uma moto. Táxi, eu achei um absurdo de caro.

Muita gente fala que bicicleta poderia ser uma opção legal, mas o problema é que a ilha não é plana, então quem se aventura de bicicleta se arrepende pois muitas vezes consegue ir, mas na hora de voltar é complicado…

Mas nem tudo é só crítica, né? O povo noronhense é de uma simpatia incrível, sempre super solícitos e dipostos a ajudar e conversar com você, o lugar também é muito seguro, na alta temporada há casos de assaltos e coisas do tipo, mas normalmente é tudo muito tranquilo.

Outra coisa que me surpreendeu foi a limpeza das praias, nunca fui em praias tão limpas em toda a minha vida, nada de sacos plásticos, garrafas pet ou latinhas. Na verdade em apenas uma praia eu vi umas latinhas jogadas, mas era a praia mais próxima do centro, então eu dei um desconto…

Por ser um destido que há tanto tempo tem o meio ambiente como seu principal atrativo achei que as coisas lá seriam melhor resolvidas, mas só vi reflexo do que vi aqui no Brasil como um todo, ainda estou para encontrar no Brasil um local que é exemplo em ecoturismo em todos os sentidos da palavra. Acho que na minha lista Bonito – MS, pode ser uma boa pedida.

Xingu

Lembro de quando estava no ginásio na aula de história a professora passou um filme sobre o Xingu (na verdade me parecia muito mais preguiça da professora de dar aula do que qualquer outra coisa), não me lembro quase nada do filme, lembro das imagens clássicas dos índios, das aldeias e forçando muito a memória talvez fosse um documentário para retratar o estilo de vida dos índios naquele local, nada mais que isso…

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Semana passada, a convite da Brazucah, fui assistir a pré-estreia do  Xingu, o filme e fiquei super contente de conhecer a história da criação do Parque Nacional do Xingu. Aliás, o filme só me fez perceber a minha total ignorância em relação a esse parque e como o Brasil trata e tem tratado seus verdadeiros primeiros habitantes.

Você sabe quem foram os irmãos Vilas Boas? Eu não tinha ideia (vergonha total). Você sabe como e por que o Parque Nacional do Xingu foi criado? Pra mim era só mais uma reserva que tinha índios, como tantas outras devem ter por ai, mas não é só isso. Você sabe quando esse parque foi criado e toda a sua importância? Provavelmente o Google poderá responder essas perguntas, mas o filme as explica de uma forma muito mais interessante e viva. Ele conta uma parte de quase sucesso da nossa política indigenista. Eu digo quase porque não foi perfeita, cometeram-se muito erros, muitas coisas deram erradas e não aconteceram como deveriam, mas de modo geral a criação do Parque do Xingu foi um grande sucesso dessa política. E esse filme é mais do que merecido para que mais brasileiros saibam e tenham orgulho dessa história e dos ilustres irmãos Vilas Boas que tanto lutaram pela preservação da cultura indígena no Brasil.

O filme estreia nessa sexta dia 06/04/2012 e é altamente recomendado se você não sabe (como eu não sabia) muito sobre o Parque Nacional do Xingu. Mas até se você sabe sobre a história do Parque eu recomendo o filme, é uma boa dose de nacionalismo quando a maioria dos filmes brasileiros de sucesso sempre tratam de violência, corrupção e pobreza.

Água

Hoje é dia Mundia da Água e eu resolvi escrever sobre uma ONG que tomei conhecimento ano passado e adorei, a Charity: Water. Eles levam água limpa e segura para pessoas em países em desenvolvimento e não é simplesmente doando dinheiro para levar água engarrafada para essas pessoas, eles constroem poços de água para comunidades que teriam que caminhar kilometros todos os dias para ter acesso a um líquido. E repare que eu falei líquido e não água e não água potável.

 

E por que água? Porque água muda tudo! E eles explicam como no video abaixo (em inglês).

Não é à toa que existe um dia internacional para esse bem tão precioso, né?

E além de escolherem uma coisa básica para ajudar as famílias do mundo em desenvolvimento eles ainda resolveram usar a internet e todas as suas possibilidades para arrecadar mais e também para provar a seus doadores como o dinheiro deles está sendo empregado.

Se você doa para a ONG você sabe onde seu dinheiro foi empregado, ele vai exatamente para construção de um poço. Com a doação você terá acesso ao My Charity: water, lá é possível escolher qual projeto quer doar e acompanhar todas as etapas dele pelo site, eles tem até um exemplo de como funciona. Ou ainda você pode ver a localização de cada poço construído no Google Maps, com fotos do local e as coordenadas geográficas de cada um dos poços espalhados pelo mundo. Você também pode usar o canal para pedir doações e fazer campanhas, por exemplo, se você for fazer aniversário e quiser ao invés de pedir presentes pedir para seus amigos fazerem doações para a ONG e usar a página para mostrar o que foi feito com o dinheiro doado por eles.

Em setembro, quando a ONG faz aniversário, eles fizeram uma campanha especial pedindo doações para uma nova frota de equipamentos de perfuração de poços, eles conseguiram mais de U$1,2 milhões emdoações. Em maio eles iriam começar os serviços com os equipamentos novos, mas como o primeiro equipamento novo de perfuração já chegou, a comemoração foi feita com um video do primeiro poço a ser furado com os equipamentos comprados com a campanha realizada em setembro, veja:

September Campaign 2011 Rig is drilling in Northern Ethiopia! from charity: water on Vimeo.

Toda a nova frota será equipada com GPS para que todos possam acomanhar o trabalho de perfuração de poços e saber onde exatamente está acontecendo.

Provavelmente no dia de hoje você vai ouvir muito sobre a importância da água, como conservá-la e não disperdiçá-la, eu resolvi mostrar como uma ONG resolveu usar a internet, as redes sociais para levar água efetivamente para quem precisa.

Moradia Alternativa – Numa era pós petróleo

Ouço dizer, acho que já tem uns 20 anos, que o petróleo vai acabar. Meu pai que sempre trabalhou numa petrolífera sempre disse que isso era metira, eu fiz geologia e nunca ouvi de um único geólogo* que petróleo vai acabar, já ouvi dizer que um dia vamos olhar para atrás e nos sentirmos uns idiotas por ter queimado petróleo, que simplesmente vamos descobrir que queimá-lo era a mais estúpida e idiota das coisas que poderíamos fazer com o tal ouro negro, mas enquanto isso…

Apostando que um dia o petróleo vai acabar e que os silos de armazenamento de óleo do mundo (são 49.000 silo de petróleo em 660 mil refinarias em todo o mundo) serão abandonados tem gente pensando em reutilizá-los como moradias! Sim, casas para seres humanos! É a ideia do coletivo de arquitetura chamado Pinkcloud que desenhou casas sustentáveis para o mundo pós petróleo.

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A ideia mostrada no site é super bem feita e estruturada, dá até pra achar que já podemos encomendar nossas casas redondas, mas isso ainda é uma ideia para o futuro.

Os arquitetos que elaboraram o projeto afirmam que utilizar esses silos será uma ideia mais sustentável pois vai economizar custos com novas construções e ainda será possível instalar soluções sustentáveis como paineis solares em toda superfície da esfera, além de que a forma do silo é uma vantagem no quesito eficiência térmica. Os autores do projeto também afirmam que o custo de reforma do silo (que poderia abrigar até 3 famílias) seria menor que a construção de 3 casas médias americanas. Veja todos os detalhes no site deles (em inglês).

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Achei a ideia muito boa pelo simples fato de se pensar em reutilizar uma estrutura que, se de fato o petróleo acabar, será inutilizada e sem contar que ter prédios redondos ou mesmo casas deve ser bastante curioso!

*Por conta de uma confusão minha tinha 2 posts iguais e acabei apagando o que tinha o comentário de uma pessoa com um link de um geólogo com estudos sobre o fim do petróleo. Bom, dos meus professores nunca ouvi categoricamente que petróleo tinha data para acabar, acho q fica melhor assim, de qualquer forma essa é uma outra discussão…