Mônica Soares Nunes

Doutora em Física e Divulgadora científica

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Fonte: Arquivo pessoal

A Mônica Soares Nunes possui graduação, mestrado e doutorado em Física pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente o projeto de divulgação @woman.in.science divulgou a Mônica e nos conta a trajetória dela. A Mônica realizou sua pesquisa de doutorado através de experimentos de neutrino no Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), com o projeto “Medidas de pureza de argônio líquido utilizando raios cósmicos para estudos de reconstrução de energia”.
Atualmente, Mônica é pós-doutoranda na Syracuse University mas ainda vinculada ao Fermilab. Seu trabalho consiste na construção do experimento SBND (Short-Baseline Near Detector) e análises para o experimento MicroBooNE, experiência de neutrino com câmara de projeção de tempo de argônio líquido de 170 toneladas (LArTPC). Mais detalhes podem ser encontrados na página do laboratório Fermilab.

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A Mônica gentilmente respondeu a nossa entrevista a qual foi realizada via email.

1- Por que você escolheu cursar Física (bacharelado ou licenciatura)?

R- Com 10 anos eu era muito curiosa e meu pai notou isso em mim e me incentivava a ser dessa maneira! Meu pai notou também que eu curtia muito coisas de astronomia e sempre me trazia material para ler em revistas ou quando tinha alguma coisa na TV, ele me chamava para assistir! Aí com essa idade eu disse que queria ser astrônoma! Com 11 anos comecei a estudar em uma escola que tinha física, química e biologia separadas desde as 5a. série e conversando com a minha professora de física da época ela me disse que astronomia era uma parte da física! Pronto! Decidi aí que queria ser física e fazer pesquisa! Por isso escolhi fazer física bacharelado.

2- Você teve dificuldade em encontrar uma faculdade que oferecesse o curso de Física?

R- Não. Eu tinha família em Campinas e uma prima minha fazia matemática na UNICAMP, Então desde que decidi seguir pela física eu quis ir pra UNICAMP! (E também minha mãe tinha me proibido na época de ir pra muito longe de casa! ahahahahah!). 

3- Quando você optou pela Física, o que você pensava que um(a) profissional formado(a) nesta área poderia fazer? A expectativa de aprendizado foi próxima à realidade?

R- Eu sempre quis ir para a pesquisa, mas antigamente eu não tinha ideia de todas as possibilidades de atuação de um físico. Minhas expectativas com o curso foram muito maiores do que eu esperava! Durante o curso meu olhar sobre o profissional se abriu muito, mas ainda assim não mudei de ideia com relação ao caminho que eu gostaria de seguir.

4- Qual disciplina achou mais legal/interessante do curso? Qual foi a mais chata/não tão legal?

R- Eu curti muito toda a parte de física moderna! Adorei mecânica quântica e principalmente física de partículas!! Meus maiores pesadelos eram mecânica clássica e eletromagnetismo!

5- Como é a sua rotina atuando ou estudando na Física? Se possível, descreva brevemente o que você faz.

R- Hoje em dia sou postdoc na Syracuse University mas fico baseada no Fermilab. O que faço aqui é trabalhar na construção do experimento SBND e fazer análises para o experimento MicroBooNE. Minha rotina hoje em dia se divide em três dias por semana ir para o lab trabalhar na construção, e isso é trabalhar literalmente na construção do detector! Aperto parafuso, conecto fios, instalo pedaços do experimento e sou uma das coordenadoras de instalação desse detector! Outros dias na semana eu fico em casa para fazer análises de dados de um experimento que ja está funcionando!

6- Até o momento, qual foi a sua maior dificuldade e qual foi a sua maior satisfação com a carreira de Física?

R- Minha maior dificuldade foi durante o curso. Ser uma das poucas mulheres na turma não é algo muito fácil… Não me sentia pertencente àquele grupo, sentia que estava no lugar errado… Foi complicado e pensei muitas vezes em desistir, mas segui em frente! Hoje amo muito estar nesse lugar e ver a física se desenvolvendo é a coisa mais linda do mundo!!!

7- Durante ou após a graduação, quais as oportunidades de atuação que você identificou como Física?

R- As novas oportunidades que eu descobri foram a possibilidade de trabalho em bancos, industria, consultoria… Mas no geral, físicos podem seguir na área acadêmica fazendo pesquisa e lecionando em universidades, podem lecionar em escolas, podem trabalhar em laboratórios e centros de pesquisas, podem ir para bancos e industrias por exemplo, podem trabalhar com divulgação de ciências… Tem muito campo para atuação!

8- Você saberia dizer a proporção aproximada de mulheres e de homens na sua turma?

R- Quando entrei éramos 40 alunos no total: 5 mulheres e 35 homens! 

Agradecimentos

Muito obrigada Mônica por nos ajudar a incentivar meninas e mulheres em carreiras STEM! Desejamos todo sucesso!