Professora e pesquisadora
A professora Marcia trabalha como professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. A pesquisa da professora Marcia tem se focado no estudo da água e das suas propriedades, estudo que a fez ganhadora do prêmio L’ Oréal-Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas. A professora foi eleita como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela revista Forbes e ela é. A Professora tem lutado incansavelmente pela equidade de genero, nao somente na carreira de física como em todas as áreas. Ela tem realizado várias e várias palestras e trabalha fortemente incentivando as meninas e mulheres virem para as áreas STEM e áreas de tecnologia.
A Professora Marcia Barbosa nos concedeu uma entrevista onde respondeu várias perguntas a respeito da carreira de Física e melhor ainda, como é ser uma mulher estudando física (carreira maioritariamente masculina). Por causa da pandemia a entrevista foi respondida por email.
1- Por que você escolheu cursar Física (bacharelado ou licenciatura)?
R: Eu atuava no lab da escola pública e fique encantada ao montar um experimento de efeito foto-elétrico. Foi incrível. Eu tinha um professor que fazia doutorado na UFRGS e me ajudava na montagem. Nos finais de semana lançamos foguetes.
2- Você teve dificuldade em encontrar uma faculdade que oferecesse o curso de Física?
R: Não. Eu morava em Canoas município vizinho de Porto Alegre onde há uma universidade pública, a UFRGS
3- Quando você optou pela Física, o que você pensava que um(a) profissional formado(a) nesta área poderia fazer? A expectativa de aprendizado foi próxima à realidade?
R: Sabia que fazia ciência, experimentos , desvendava a natureza.
4- Qual disciplina achou mais legal/interessante do curso? Qual foi a mais chata/não tão legal?
R: OSPB, Organização Social e Política Brasileira, lavagem cerebral da ditadura brasileira foi a mais chata. Termodinâmica foi a mais interessante. Entender o equilíbrio térmico, o desequilíbrio que leva a tantos fenômenos de temperatura, pressão, máquinas térmicas e o maravilhoso conceito de entropia. Foi algo encantador, a mistura do prático de explicar o dia a dia com conceitos profundos como a superfície de energia.
5- Como é a sua rotina atuando ou estudando na Física? Se possível, descreva brevemente o que você faz.
R: Acordo, corro, tomo um café preto e inicio ou com aula, palestra ou atendimento de estudantes. Além disso, analiso artigos, escrevo projetos e tenho tempo a para preparar aula e pensar em problemas novos para os meus estudantes de mestrado ou doutorado.
Ocasionalmente tenho reuniões de comitês e comissões.
Rotina? Nunca. Cada dia é um mapa variado no meu google calendar. Em tempos sem pandemia, estou viajando constantemente.
Agora, as viagens são via zoom, skype, streamyard, teams.
6- Até o momento, qual foi a sua maior dificuldade e qual foi a sua maior satisfação com a carreira de Física?
R: A maior dificuldade é vencer o machismo de todos os dias: mansplaining, maninterrupting, gaslighting and bropriating. É o machismo completo que nunca acaba.
A maior satisfação ocorre quando meus estudantes terminam o doutorado e seguem independentes. Fico olhando cheia de esperanças o futuro deste país brilhar.
7- Durante ou após a graduação, quais as oportunidades de atuação que você identificou como Física?
R: Eu fiz graduação há muito tempo, logo naquela época físico dava aula e fazia pesquisa na universidade.
8- Você saberia dizer a proporção aproximada de mulheres e de homens na sua turma?
R: Na minha turma éramos 10% e hoje são em torno de 20%.
Agradecimentos
Agradecemos a Professora Marcia por nos ajudar a incentivar meninas e mulheres em carreiras STEM! Desejamos todo sucesso!
#meninasnaciencia
#mulheresnaciencia
Referências
https://www.brasildefators.com.br/2020/03/24/marcia-barbosa-mulher-e-ainda-vista-como-coadjuvante
https://www.if.ufrgs.br/~barbosa/index-portuguese.html