Medite – II

De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Manchester (Reino Unido), pessoas que praticam meditação são menos propensas a sentir dor. O estudo recrutou pessoas com diferentes graus de experiência de meditação, de meses a anos. Somente aqueles praticantes de longa data apresentam a capacidade de sentir menos dor.

Embora o tipo de meditação praticado seja variado, todos os praticantes adotam meditação “com atenção”, ou seja, focada em um tipo de pensamento, som ou imagem. Tal prática constitui a base da Terapia Cognitiva baseada em Atenção, recomendada para o tratamento de depressão pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (National Institute for Health and Clinical Excellence, NICE, do Reino Unido).

O estudo realizado demonstrou que determinadas regiões cerebrais se tornam menos ativas quando  os praticantes de meditação antecipam algum tipo de injúria ou sensação dolorosa. No caso do estudo em questão, a dor foi induzida por um feixe de laser. Praticantes de meditação com mais de 30 anos de prática demonstraram apresentar menos dor, e também um tipo de atividade cerebral pouco comum no córtex pré-frontal, uma região do cérebro envolvida no controle da atenção e nos processos de raciocínio quando o indivíduo se encontra sob uma ameaça. O estudo demonstrou que a prática de meditação afeta diretamente o cérebro, fazendo com que a mente se torne mais focalizada no presente e menos tempo antecipando eventos futuros negativos.

Todavia, os mecanismos através dos quais tais processos são manifestos, e como o cérebro dos praticantes de meditação desenvolvem tais características, ainda não são conhecidos. A pesquisa sobre a importância da meditação e a diminuição da sensação dolorosa é muito importante, pois 40% das pessoas que sofrem de dores crônicas não conseguem conviver com suas dores. Os gastos com tratamento de artrites e outros processos inflamatórios dolorosos chega a 5,7 bilhões de libras esterlinas/ano no Reino Unido.

ResearchBlogging.orgBrown, C., & Jones, A. (2010). Meditation experience predicts less negative appraisal of pain: Electrophysiological evidence for the involvement of anticipatory neural responses Pain DOI: 10.1016/j.pain.2010.04.017

Discussão - 4 comentários

  1. Sibele disse:

    Oi, Roberto!
    Olha só o que descobri: um link para free downloads de textos e livros sobre yoga!
    Mas é claro que eu tinha que registrar aqui, não? 😀
    Acesse: http://bit.ly/brNPGN

  2. Roberto disse:

    Oi Sibele,
    Genial. Muito obrigado pela dica.
    Roberto

  3. Chloe disse:

    Olá Roberto,
    há um tempo eu li a seguinte matéria:
    http://www.orion.med.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=967%3Aneuropeptideos&catid=43%3Asaudemedicina&Itemid=184&showall=1
    não sei se é realmente assim que acontece.
    só sei que, depois de ler isso eu comecei a pensar a respeito e passei a fazer um teste sempre que passo por situações de dor, por ex. quando vou ao dentista: mentalizo, com toda minha 'intenção', bolo de chocolate, saindo do forno, com cobertura derretendo, etc...
    coincidência ou não, eu passei a precisar menos de anestesia.
    claro que ainda faço uso dela se é um procedimento maior, mas para muitas situações de dor a meditação do bolo de chocolate tem resolvido.
    o que vc acha?
    abç. ; )
    C.

  4. Roberto disse:

    Chloe,
    Você já contou à seu dentista que você fica mentalizando bolo de chocolate enquanto ele (ou ela) trata seus dentes sem anestesia? Aposto que você iria levar uma bronca. Você deveria mentalizar uma praia bem bonita, ou um pôr-do-sol esplendoroso. Mas bolo de chocolate....
    Brincadeiras à parte, achei tua história ótima.
    Segundo a filosofia do ioga, um dos aspectos mais importantes durantes as práticas dos exercícios de ioga é a "atitude mental". Na verdade, na filosofia iogue se diz que esta influencia completamente nossa vida.
    Não sei se determina nossa vida. Mas que influencia, ah, estou praticamente certo disso.

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