2019: um ano para estabilizar as transformações

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Entrei em 2019 com a impressão de que 2018 não acabou. Parece que, agora, a energia desses dois anos chegou ao fim. Ufa. Acho que 2019 foi uma finalização de 2018. Uma época de mudanças que, como todas elas, trazem fins e novos caminhos. Na verdade, um ano para estabilizar essas transformações. Não adianta lutarmos contra algo que precisa mudar, porque as consequências em insistir no que não é para nós podem ser piores. Resultando em somatizações no corpo, na mente, no espírito.

De maneira geral, este foi um ano de foco em muito trabalho e muita realização nele. Sou grata! No primeiro semestre, fui colunista sobre meio ambiente de rádio! Para quem adora falar, esse tipo de trabalho é um encontro. Minha coluna ia ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica. Quando eu tinha dez anos, pedi um rádio para meu padrinho para, justamente, ouvir essa frequência. Que sinal…

Na mesma época, me despedi da bolsa de divulgação científica do CNPq, onde planejava e executava a comunicação nas redes sociais. Precisei aceitar essa finalização de dez anos de trabalho em divulgação científica que começou lá com meu blog Xis-xis. Preenchi esse tempo com maior dedicação ao meu núcleo familiar. Minha base na vida. O blog, aliás, quase saiu do ar. Vamos ver o que virá com relação a meus projetos pessoais na área de divulgação da ciência.

Como retorno à sociedade, dei inúmeras palestras sobre o projeto de comunicação desenhado ao CNPq. Conheci mais pessoas da área da comunicação e divulgação científica das quais virei fã. Fiz novas amizades. No IEMA, pude exercer com todo amor à causa socioambiental meu trabalho em comunicação. Graças à organização, conheci pessoas do terceiro setor ou ativistas que admiro – pude falar isso para elas.

No IEMA, aprendi a me colocar criticamente sem medo. Aliás, também aprendi que devemos contar para as pessoas, principalmente mulheres, o quanto elas são incríveis. Como elas nos inspiram. Não de maneira leviana. Mas verdadeiramente. Viajei bastante a trabalho, algo que nem imaginava acontecer: Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Manaus, Madri… E, coincidentemente, todas essas viagens trouxeram um retorno ao meu eu mais íntimo e genuíno.

“Está de volta à terrinha?”, parentes perguntavam quando disse estar em Manaus. Morei lá e, agora, tive a oportunidade maravilhosa de me aproximar mais dos povos originários. Brasília se relevou uma paixão, um desejo. O Rio, lugar mais lindo do mundo, vive sempre em meu imaginário de bossa. Em uma viagem à Recife decidi casar com o Gustavo. E, em Madri, que já conheci no meu primeiro mochilão para fora do Brasil, realizei o sonho de trabalhar para um mundo melhor em uma Conferência das Partes (COP), encontro da ONU. Uau.

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O mundo é feito de pessoas incríveis. Em busca de uma Terra mais harmônica e justa para se viver. Obrigada natureza, ciência, astros, antroposofia. Obrigada a todas as minhas amigas e amigos que por horas me ouviram me ajudando a estabilizar as transformações deste ano. Obrigada às amigas e aos amigos que confiaram a mim conselhos e caminhos. Obrigada à minha família que me ajudou a realizar todos esses sonhos. Na verdade, só pude tudo isso graças a vocês. Obrigada ao meu mais lindo e novo afilhadinho. Obrigada aos meus pais, irmão, Gustavo e Marina. Vocês são tudo de mais importante para mim. Obrigada, universo. Filha, espero estar construindo com todas essas pessoas um mundo mais lindo para você. Venha 2020!

É possível abastecer todos os brasileiros com agricultura livre de veneno

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O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo! Desde o início do ano, o Governo Federal liberou 290 substâncias, segundo levantamento do Greenpeace. Se para aplicar o veneno os agricultores devem usar máscara e material para se proteger, imagine o que acontece com a nossa saúde ao ingerirmos frutas, verduras e legumes com agrotóxicos! Uma opção seria consumir alimentos orgânicos, mas em supermercados eles costumam custar mais e fora nem sempre são fáceis de encontrar. Assim, pesquisadores nos Estados Unidos testaram uma solução para tentar tirar o veneno da maçã. Eles deixaram a fruta em uma solução de bicarbonato de sódio diluído em água e conseguiram remover quase todo o resíduo da superfície. Acontece que o experimento foi realizado apenas com duas substâncias e parte do agrotóxico absorvido no interior da fruta permanece lá. Carin Primavesi (vídeo), filha da Ana Maria Primavesi, agrônoma renomada mundialmente, foi clara durante uma entrevista para o CNPq que fiz com ela o ano passado: é possível abastecer todos os brasileiros com agricultura livre de veneno. Carin ainda ressaltou que o agrotóxico mata microrganismos importantes ao solo, deixando-o mais pobre e desprotegido da desertificação. Será que vale aceitar essa maçã?

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Mata Atlântica está se recuperando aos poucos, aponta estudo

Hoje trago uma boa notícia. Um estudo científico feito por mais de 20 pessoas de dez instituições diferentes mostrou que cerca de 740 mil hectares de Mata Atlântica estavam em recuperação entre os anos de 2011 e de 2015. Isso corresponde a 740 mil campos de futebol que agora estão se tornando floresta! O estudo foi organizado pelo Pacto para a Restauração da Mata Atlântica, um movimento criado em 2009 por empresas, órgãos do governo, ONGs e centros de pesquisa. Na época do seu lançamento, fiz uma matéria sobre o assunto. O Pacto quer recuperar 15 milhões de hectares degradados até 2050, o equivalente a quase 100 cidades de São Paulo. Algo que eles ainda consideram possível. Para isso, o grupo procura fomentar políticas públicas que facilitem o processo de recuperação de áreas e evitem desmatamentos. Além disso, ONGs atuam no plantio de árvores nativas por meio do financiamento de pessoas e de empresas. É um grande trabalho em conjunto que está dando resultado. O Atlas da Mata Atlântica, uma iniciativa da SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indica que 12,4% da área original de Mata Atlântica está preservada. E o desmatamento nessa floresta cai a cada ano.

A foto eu tirei no Parque Nacional de São Joaquim.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Fique a ver baleias!

Se você está no Facebook ou em algum grupo de WhatsApp, é capaz que tenha recebido recentemente videos de baleias pulando em águas do litoral brasileiro. Um momento mágico! O Brasil é um berçário para algumas baleias que vivem na Antártida. Quando chega o inverno, em julho, elas migram para cá para parir seus filhotes e amamentá-los até o mês de novembro. Duas espécies têm esse comportamento: a jubarte e a baleia franca. Mas elas costumam se deslocar para locais diferentes do Brasil. A jubarte segue pelo litoral brasileiro até chegar à Bahia, onde fica Abrolhos, o maior berço reprodutivo dessa espécie por aqui. Já a baleia franca pode ser encontrada desde o Rio Grande do Sul até a Bahia também, mas ela costuma se concentrar no Sul do Brasil. Ano passado, o Projeto de Monitoramento de Cetáceos estimou haver 842 jubartes entre Florianópolis e Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Aliás, vale lembrar que as baleias são protegidas por lei no Brasil desde 1987. Segundo Gabriela Godinho, pesquisadora do Instituto Baleia Franca, o fim da caça e as áreas de conservação garantiram maior proteção das espécies, aumentando o número de baleias em mares brasileiros. A Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) aponta um aumento da população de jubartes no mundo. Sobre o risco que corre a baleia franca, a organização não tem dados suficientes. Se você quiser fazer um passeio de barco para avisá-los, procure agências credenciadas por órgãos públicos ou indicadas por ONGs. Deve-se manter cerca de 100 metros de distância do animal e permanecer com o motor desligado e sem música alta. 

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo. Uma vez por semana, minha coluna sobre sustentabilidade vai ao ar.

Divulgação científica: fecho primeiro ciclo de dez anos

Hoje, minha bolsa de divulgação científica do CNPq chega ao fim. Ela tinha duração de um ano. Fecho meu ciclo de dez anos de divulgação científica, mais abaixo no texto explico o porquê, com a sensação de dever cumprido. Feliz pela oportunidade, pelo reconhecimento, pelo resultado! Meu trabalho era gerenciar as redes sociais da instituição como o Instagram, o Facebook e o Twitter, este de maneira mais compartilhada com os outros comunicadores. Uma honra! Algo que fiz com muita dedicação, amor e estudo, acima de tudo.

Para fazer jus à organização, estudei muito durante esses doze meses. Li livro ainda nem publicado em português e autores do mundo todo. Eu precisava ser muito boa para chegar um pouco ao patamar de uma das principais instituições brasileiras que financia a pesquisa por aqui. E todo o conhecimento adquirido eu procurava aplicar. Estudei comportamento de internautas, os tal dos obscuros algoritmos das redes sociais, as tendências de internet, análise do discurso, semiótica. A divulgação científica eu trouxe na bagagem.

Desenhei e executei uma estratégia de marketing digital focada em redes sociais de maneira orgânica – sem investimento em publicidade. Em meses, o CNPq passou de a não existência no Instagram para 35 mil seguidores. No Facebook, de 0 até 20 mil. No Twitter, ganhou quase 10 mil e manteve os mais de 60 mil que já tinha. Além desse tipo de alcance, publicações nas redes sociais dele pautaram a mídia. Pessoas se engajaram com o órgão. Se sentiram mais próximas dele.

O CNPq também foi para o Spotify com programas de rádios excelentes feitos por dois colegas. Ganhou o olhar de outros dois jornalistas maravilhosos, um da área escrita e outro de vídeo. Muita bagagem e riqueza foi trocada entre os cinco bolsistas de divulgação científica e o incrível time de comunicação do órgão. Um verdadeiro trabalho em equipe feito por pessoas que amam a ciência. Tínhamos reunião de pauta semanal, conversávamos durante os outros dias sobre os temas que abordaria, trocamos informação e conhecimento. Éramos uma afinada equipe.

O começo na prática foi neste blog
E a bolsa do CNPq consegui em uma época muito difícil da minha vida. Sabe quando a roda-gigante gira para baixo? Era neste lugar em que eu me sentia estar. Trabalhava como freelancer, acabava de mudar para um outro local devido a problemas pessoais, procurava um novo caminho profissional. E o novo eu encontrei em uma antiga paixão: a ciência. Sinto que toda vez que retorno à divulgação científica e seus afins, a roda gira de novo. E para cima.

Após voltar a ela, cobri um querido repórter na Folha de S.Paulo no caderno Ciência, passei madrugadas atualizando o Currículo Lattes para me candidatar à bolsa do CNPq – mesmo sem ter mestrado e doutorado, dois requisitos de peso neste tipo de concurso -, dei um TEDx para mil pessoas falando sobre minha paixão: a divulgação científica. Também trabalhei no amado Pacto pela Democracia, onde descobri uma paixão que nem sabia sua força dentro de mim, a política.

Exatos dez anos depois que comecei meu blog Xis-xis, o local onde depositei minhas ânsias e esperanças em trabalhar falando sobre a ciência e o meio ambiente, consegui a primeira bolsa do CNPq especialmente voltada à divulgação científica. E ainda para trabalhar no meu querido ambiente online.

Neste caso especificamente, obrigada aos meus colegas da área de divulgação científica há anos cada um trabalhando pela mesma causa, aos meus colegas de bolsa, à maravilhosa equipe do CNPq – eles são incríveis – e ao CNPq pela oportunidade. Espero ter cumprido com o meu papel da maneira como todas e todos vocês e à nossa população merecem. Fecho este ciclo de dez anos de divulgação científica com o sentimento de dever cumprido. Com o sonho realizado. Sou apenas gratidão. <3

Luz para quem está sem energia elétrica

Muitas pessoas no Brasil ainda sofrem com carências básicas como, por exemplo, a falta de energia elétrica. Estima-se que até dois milhões de pessoas ainda estão no escuro, sem energia elétrica em casa. E a maior parte delas vive na Amazônia. Região que, ironicamente, é responsável por quase um quarto da capacidade de geração de energia instalada no país. O IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, fez estudos para analisar o projeto Xingu Solar do ISA, Instituto Socioambiental. Por meio do projeto, o ISA instalou 70 sistemas fotovoltaicos em 65 aldeias do Território Indígena do Xingu. Um projeto piloto para estudar alternativas mais sustentáveis de levar energia a essas pessoas desatendidas. No Xingu, a população já tinha gerador a diesel para fornecer energia elétrica em locais comunitários como escolas e postos de saúde. Mas o gerador a diesel é poluidor, barulhento, quebra mais facilmente e precisa ser abastecido por combustível constantemente. O levantamento do IEMA mostrou que a população do local prefere a energia solar porque se sente mais segura, já que ela é mais constante quando há sol. Por exemplo, 43% das aldeias com energia solar tiveram escolas que disponibilizam ensino noturno contra 25% das demais. O estudo foi divulgado no Feira-Simpósio Energia e Comunidades, em Manaus, evento organizado por ONGs e associações. Agora, essas organizações soltaram uma carta aberta ressaltando a necessidade de um Plano Nacional para identificar as populações sem acesso à energia elétrica, visando a resolução do problema. E devem pressionar e colaborar para que isso seja solucionado.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Munir Younes Soares/ IEMA

O que tem no ar que você respira? Sabe?

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. E, este ano, a ONU, Organização das Nações Unidas, escolheu o tema “poluição do ar” para alertar as pessoas sobre o problema praticamente invisível aos olhos, mas que o coração sente. Segundo a ONU, 92% por cento das pessoas em todo o mundo respiram um ar sujo. Apesar do Brasil ser um país bonito por natureza, também temos pouco a comemorar. Teoricamente, o ar que respiramos deveria ser monitorado para sabermos o que respiramos. Principalmente, em áreas urbanas onde mora muita gente e onde os problemas de qualidade do ar estão associados às emissões de poluentes de veículos como carros, motos e ônibus. No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a concentração de ozônio chegou a atingir mais que o dobro do que o nível recomendado pela Organização Mundial da Saúde entre os anos de 2013 e 2016. De acordo com o novo levantamento do IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente, apenas onze estados mais o Distrito Federal monitoram a qualidade do ar. Além disso, entre os poluentes medidos no Brasil, os únicos que não apresentam uma tendência clara de queda são o material particulado fino, um dos maiores responsáveis por doenças respiratórias e cardiovasculares, e o ozônio, que é fator de risco para o desenvolvimento de asma.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

A Amazônia é maior do que se pensava!

Hoje, trago boa notícia! Pesquisadores de três universidades brasileiras descobriram que a Amazônia é maior do que a oficial, mapeada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística! Em alguns locais, a profundidade dela pode ser de até 250 km de diferença! Além disso, o estudo revela que a área de transição da Floresta Amazônica para o Cerrado é mais biodiversa do que em cada bioma separado. Eles desconfiaram de que havia algo estranho quando visitaram algumas áreas tidas oficialmente como Cerrado, mas na verdade viram que eram florestas de transição entre os biomas. Essas florestas são diferentes, têm árvores menores, e são importantes porque formam uma espécie de escudo de proteção por serem mais resistentes às queimadas. Ao mesmo tempo, eles viram áreas de florestas maiores, mais densas, também constando como Cerrado. Ao checarem o mapeamento oficial, os pesquisadores verificaram que as ferramentas utilizadas quando ele foi produzido nos anos de 1970 eram menos precisas que as de hoje. Agora, os cientistas estão refazendo os limites da Amazônia e devem lançar o novo mapa até o fim deste ano. Isto será importante porque a Amazônia é mais protegida por lei do que o Cerrado. Será mais uma maneira para tentar conter o desmatamento, principalmente, criminoso.

*Este texto foi falado por esta palpiteira oficial no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã! Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Estados brasileiros contra o aquecimento global

Vocês sabiam que 30% do município de Recife, em Pernambuco, está abaixo do nível do mar? Que 90% do estado do Rio Grande do Norte é semiárido? E que o Amapá sofre com o desemprego, embora tenha a maior parte da floresta Amazônica do Estado conservada? Se o clima do planeta continuar esquentando, esses locais vão sofrer com inundações, desertificação ou mais miséria. Para evitar as catástrofes, representantes dos governos de onze estados brasileiros mais o Distrito Federal se reuniram no evento Fórum Clima 2019, que aconteceu no Rio de Janeiro. Na ocasião, eles falaram sobre tentar cumprir o Acordo de Paris assinado pelo Brasil, que prevê a redução de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2015, tendo como base o que o país lançou na atmosfera em 2005. Os representantes dos estados contaram que, para isso, vão buscar melhorar a mobilidade das cidades, gerar novos empregos aliados ao uso de tecnologias renováveis como energia eólica e o Espírito Santo destacou que quer acabar com os aterros de resíduos. Além dos estados, participaram dos debates representantes de empresas, pesquisadores e organizações do terceiro setor. Juntos, eles formaram um conselho informal que tem como objetivo assumir a liderança política para a questão climática no Brasil.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

Rio de Janeiro: é preciso planejamento

O Rio de Janeiro, mais uma vez, foi atingido por uma tragédia: a chuva. Deixando mortos, desabrigados e destruição. Segundo o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), a chuva acumulada em 24 horas foi o triplo da média para o mês em duas estações da cidade. Parece um triste filme que já vimos antes. Apenas neste ano, este é o terceiro episódio de chuva extrema no Rio. De acordo com meteorologistas do Climatempo, a água do mar tem estado com a temperatura acima do normal entre o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. E quanto mais quente, há mais evaporação e umidade disponível para formar as chuvas. Na capital fluminense, os morros da cidade acabam segurando as nuvens sobre ela. Para piorar essa combinação, a faixa de terra em muitos morros do Rio de Janeiro é pequena. Sob esse solo, há geralmente uma rocha chamada granito, a mesma do famoso Pão-de-Açúcar. Assim, a chuva vai encharcando essa pequena faixa de solo até ele ficar muito pesado e ocorrem os deslizamentos de terra. Do outro lado da cidade, o mar pode ser agitar com os ventos causando ressacas. O Rio de Janeiro fica espremido entre essas forças da natureza. Conclusão: vários pontos da cidade são locais sensíveis a tragédias naturais. Com o aquecimento global, os moradores do Rio podem correr ainda mais riscos, já que eventos extremos ficarão mais frequentes e terão mais força. O Rio de Janeiro precisa de planejamento para evitar tragédias como a de agora e para enfrentá-las mais adequadamente. E também entender e respeitar os limites naturais. Antes tarde do que nunca.

*Este texto foi ao ar no programa Desperta, da Rádio Transamérica, apresentando pelos queridos Carlos Garcia e Irineu Toledo.  Uma vez por semana, minha coluna vai ao ar por volta das 6h15 da manhã. Geralmente, às quintas-feiras. Beijo!

Foto: Isis Nóbile Diniz

A ciência e o meio ambiente vistos por um olhar atraente e feminino