Planejamento é tudo

Seja para contemplar, seja para observar cientificamente o céu, é preciso planejamento.
Não há sensação pior do ter um céu limpo e sem Lua, todos os equipamentos (olhos, binóculos, laser verde, telescópio etc) e não se saber o que há de interessante para mostrar.
Para quem não tem a ajuda de um bom conhecedor de céu, ou para quem está começando na área, vale a pena saber o que há em cada noite.

Imagine você prometer para a família, a namorada, os amigos de mostrar Júpiter numa época em que o planeta só está visível durante o dia (e a luz do Sol, evidentemente, não permite)? Ou não saber o que se está observando para responder a eventuais dúvidas de pessoas em volta?
Nestas horas (e para todas elas), pode-se usar alguns softwares e sites.
Um dos softwares mais acessíveis a novos observadores é o Stellarium. Simples de manuseio, bons gráficos, roda em vários sistemas operacionais e, o melhor de tudo, é gratuito. Basta ajustar o local e a data e você logo saberá do que se trata o ponto mais brilhante que você está vendo.
Outro modo de saber o que pode ser visto e o que pode acontecer ao longo da noite, é por meio do site Calsky. Usado por iniciantes e astronômos amadores reconhecidos, permite verificar os acontecimentos celestes, além de astronáuticos.
Com o tempo e o conhecimento acumulado, o Stellarium servirá para apresentações e palestras, mas o CalSky será um companheiro útil sempre.
Por isso, quando as nuvens abrem espaço, aproveite e bons céus.

ISS faz aniversário

Esta semana a ISS, sigla em inglês para estação espacial internacional, completou 10 anos.
De fato, eu recebi essa notícia com surpresa, pois eu, fã da NASA e de astronáutica antes mesmo de minha paixão por astronomia em si, fiquei com a sensação de que a ISS estava em uso há bem mais tempo.
Neste último ano, em especial, o meu gosto pela ISS variou bastante.
Comecei como partidária da ciência em gravidade zero, até me mostrarem como eu estava errada. Não há gravidade zero na ISS, somente microgravidade e isso faz uma grande diferença em pesquisas científicas.
Atualmente, não vejo motivos para comemorar tão pouco tempo de existência, já que presenciamos muitos outros projetos bem mais eficazes como os dois rovers em Marte , os Telescópios Hubble e Spitzer, sem falar na contribuição do WMAP.

Afinal de contas, o projeto de se ter uma estação espacial – especialmente após o desinteresse pela Lua no final da Guerra Fria – mostrou a dependência de fundos governamentais para continuação e para com a NASA além de inúmeros cortes de orçamento.
Não obstante, a ISS ultrapassou e muito seu budget, como é de praxe em projetos de exploração espacial (tripulados ou não).
Neste meio tempo, eu me pergunto: O que a ISS contribuiu efetivamente para o avanço da ciência?

Supernovas e History Channel

Na noite passada, consegui assistir a um dos episódios da série Universo no History Channel. Chamou-me atenção por ser um dos meus temas favoritos em astrofísica e evolução estelar: Supernovas.
Apesar de conter partes em que a narrativa passa para um clima dramático, ao comparar o trabalho forênsico da polícia diante de um crime envolvendo morte e o trabalho de astrofísicos ao pesquisar sobre a morte de uma estrela de alta massa – Supernova.
De fato, o episódio explica bem (para iniciantes) do que se tratam estas “explosivas” estrelas, embora os efeitos especiais me remeteram à memória de filmes de ficção científica como Guerra e Jornada nas Estrelas.
Deixou a desejar o breve relato sobre Eta Carinae, a estrela prestes a se tornar supernova mais famosa no Hemisfério Sul. Por ver visível somente desta parte do planeta e que fará com que não tenhamos noite por 2 semanas. Além disso, a estrela foi amplamente pesquisada por um de nossos astrônomos da USP, o professor Augusto Daminelli.
 

Eta Carinae

Eta Carinae


 
Uma surpresa agradável foi saber mais sobre as alterações de Betelgeuse (da constelação de Orion – aquela que tem as Três Marias), outra candidata a explodir em breve  – breve, em termos astronômicos corresponde a um intervalo entre o próximo segundo e um milhão de anos.
Especialmente depois da divulgação de uma onda de choque, observada pelo satélite japonês Akari (ESA), publicada na data de ontem.
 
Betelgeuse Bow Shock

Betelgeuse Bow Shock


 
Por fim, o seriado contribui para a divulgação da astronomia ao grande público e isso merece aplausos, mas, em minha opinião e experiência, é sempre bom ter acesso a astrônomos empenhados em fazer pesquisa com supernovas.
Como é o caso do BRASS, equipe brasileira que já descobriu 14 supernovas (até a presente data).

Enquanto chove lá fora…

Em sua maioria, observações astronômicas dependem de condições climáticas, embora exista astronomia resistente às interpéries, como a radioastronomia.
Isso se deve primeiramente ao fato que a astronomia começou somente a explorar o que nossos olhos podem ver – tecnicamente chamado de espectro visível. De fato o espectro eletromagnético é composto por muito mais.

Então, se você prefere a astronomia no visível, como eu, e nas horas em que a meteorologia não colabora, há inúmeras possibilidades de se aumentar conhecimento de astronomia, como as minhas preferidas:
1. Explorar softwares tipo planetário (como colecionadora deste tipo de software, vou falar de cada um no futuro);
2. Planejamento de observações futuras (permite otimizar o que ver durante uma noite com tempo bom por meio dos softwares e aprender mais sobre orientação e reconhecimento de céu);
3. Navegação em sites sobre astronomia (a internet permite acesso a muito mais informações sobre astronomia que a escola ou biblioteca mais próxima, além da interação por meio de recursos multimídia);
4. Interação com outros astronômos, profissionais ou amadores (auxiliado pela World Wide Web, pode-se ter contato com especialistas – eu já tive a experiência de falar com o especialista de anãs marrons nos Estados Unidos – e, principalmente com outros clubes de astronomia);
5. E ontem, no meu caso, preencher a proposta do CNPq para execução de eventos durante o Ano Internacional da Astronomia.
Entre outros.
Por isso, eu sempre digo, tempo ruim nunca é desculpa e, se faltar luz, você pode usar uma lanterna e ler um bom livro.

A noite de ontem

A noite de ontem proporcionou diversas boas surpresas.
Primeiramente um céu limpo na Paulicéia Desvairada. Depois de semanas de tempo ruim, nublado, chuvas ao final do dia, o SEEING se tornou razoável e permitiu observação a olho nu de dois planetas (Vênus e Júpiter) na direção Oeste por volta das 20h. Também foi possível distinguir algumas estrelas a olho nu e várias com uso de binóculos 10×50.

Em poucas palavras, SEEING é o termo técnico para qualidade da atmosfera para observação astronômica.

Vênus, visivelmente mais brilhante por estar mais próximo da Terra do que Júpiter, chamou mais atenção que o maior planeta do sistema solar.
Enquanto isso, ao contatar o correspondente do Big Bang Blog na cobertura do ENAST neste final de semana, fui informada que o tempo bom em Maceió também permitiu que ambos os planetas mostrassem suas posições para a região nordeste do Brasil.
A segunda boa surpresa aconteceu por volta das 23h (horário brasileiro de verão). Devidamente divulgado ao vivo pela NASA TV, o ônibus espacial Endeavour decolou do Cabo Kennedy (antigo Cabo Canaveral).

Pena que ainda não foi para consertar o HST (sigla em inglês para Telescópio Espacial Hubble).
Vale mencionar que se o tempo permanecer sem nuvens nesta noite, pode-se observar os dois planetas novamente. Lembre-se que uma boa observação dos dois planetas e das estrelas será significativamente prejudicada pela Lua Cheia.
UPDATE:
O dia de ontem vai ficar para a história da astronomia!
A sonda Chandrayaan-1, que tinha objetivo tirar fotos tridimensionais da Lua o fez na data de ontem. É uma marca ao esforço do Programa Espacial Indiano, apesar de ter se danificado totalmente no pouso.

ENAST em Maceió

Neste final de semana acontece o 11° ENAST – Encontro Nacional de Astronomia Amadora.
O evento acontece todos os anos no feriado de 15 de novembro (e, às vezes, nos dias de emendas) e reune astrônomos amadores e seus projetos de pesquisa e/ou observação (em palestras de concorridos 20 minutos de duração), montagem de instrumentos (e a criatividade maravilhosa dos ATMs), concurso de astrofotografia e muito mais.
Desta vez o encontro será na cidade de Maceió e promete ser o único encontro regado a sol, calor e água de coco!

Olá Universo!

Bem vindos ao LABLOGATÓRIOS e ao Big Bang Blog.
Este é somente o primeiro post (ainda estamos em fase de teste de layout). Dentro em breve começaremos a blogar mais sobre astronomia no Brasil e no mundo.
Aguardem!

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