Sobre Harrson S. Santana

Doutor em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com enfoque em Microfluídica, Simulação Numérica e Biodiesel. É também especialista em Impressão 3D de microdispositivos. • Atuou como Prof. Dr. da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) na área da Termodinâmica Aplicada e Operações Unitárias`; Foi Professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na área de Microrreatores; Professor Visitante na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto ESSS. • Atuou como Pesquisador na UNICAMP nas áreas de Microfluídica, Manufatura Aditiva, Simulações Numéricas e Processos Químicos. • Ministrou Cursos e Workshops acerca de diversos temas, tais como Modelagem e Simulação de Dispositivos Microfluídicos e Impressão 3D de Dispositivos Microfluídicos, a convite de diversas instituições como Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Espírito Santo. Também foi palestrante convidado de diversas conferências nos temas de Biotecnologia, Energia, Microfluídica entre outros. • Foi editor dos livros "Process Analysis, Design, and Intensification in Microfluidics and Chemical Engineering" e "A Closer Look at Biodiesel Production". • Atualmente atua como editor convidado dos periódicos “JoVE Journal” e “Frontiers in Chemical Engineering”. • Participou até o momento de 18 projetos de pesquisa, como coordenador e integrante gerando como resultados 33 artigos científicos em importantes periódicos internacionais, 6 patentes depositadas e 7 programas de computador com registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). • É criador do blog Microfluídica & Engenharia Química, onde apresenta conteúdos dessas duas áreas e como elas influenciam a nossa sociedade. Seu interesse científico se concentra em fenômenos de transporte, engenharia das reações química, simulações numéricas de dispositivos microfluídicos aplicados em processos químicos, físicos e biológicos, impressoras 3D e bioimpressão, além de sistemas robóticos.

Microfluídica no ar

Existem vários métodos que podem ser utilizados na fabricação de dispositivos microfluídicos ou microdispositivos. Esses dispositivos são então utilizados para se fazer microfluídica, ou seja, o escoamento de fluidos em canais micrométricos. Isso quer dizer que você precisava de um dispositivo físico ou canais para os fluidos interagirem entre si. Até agora! Isso porque pesquisadores da Universidade de Twente na Holanda desenvolveram um novo método, chamado de microfluídica no ar (IAMF, em inglês), que combina fluxos de líquidos de tamanho micrométrico no meio do ar para preencher um cubo em questão de minutos.  Na prática, os canais microfluídicos são substituídos por jatos líquidos de tamanho micrométrico que são combinados no ar, daí o nome da técnica. Os pesquisadores aplicaram a técnica para a produção rápida de gotículas/gotas, partículas e fibras com composição, forma e tamanho controlados. Eles demonstraram que essas partículas formadas no ar podem ser usadas como “blocos de … Continue lendo

Microfluídica a partir de LEGO

Engenheiros do MIT tornam a microfluídica modular usando os populares LEGO Olá querido leitor! Você costuma ou costumava brincar com blocos LEGO? Eu sinceramente não lembro de ter brincado com eles na minha infância. Atualmente, esses blocos LEGO vão muito além de simples blocos de montar coisas. Por exemplo, o filme Uma Aventura Lego, longa-metragem que dá vida aos personagens da empresa, lançado em 2014 arrecadou US$ 470 milhões, uma quantia que seguramente faria seu criador, o carpinteiro Ole K. Christiansen,  muito feliz. E o que blocos LEGO tem a haver com a Microfluídica? Bom, agora você poderá utilizar esses blocos para fabricar microdispositivos. O grupo do Prof. John Hart do Massachusetts Institute of Technology (MIT) perfuraram minúsculos canais nas paredes de blocos LEGO e os usaram para construir sistemas microfluídicos modulares. Os blocos LEGO são fabricados de forma tão consistente que não importa onde no mundo eles são encontrados, qualquer dois blocos de montar irão … Continue lendo

O Laboratório do Futuro: Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquinas e Microfluídica

Os laboratórios de hoje parecem muito diferentes dos laboratório do passado, mas e daqui a dez anos? A forma como os cientistas e os pesquisadores abordam a pesquisa foi influenciada drasticamente pelo avanço das tecnologias. A integração da robótica e automação revolucionou os procedimentos, transformando processos manuais tediosos em sistemas automatizados de tratamento de líquidos. A introdução das tecnologias de microfluídica e lab-on-a-chip e o crescente interesse pela computação na nuvem, aprendizagem por máquina e inteligência artificial (AI) são apenas alguns fatores fundamentais para a transformação do laboratório. Mais especificamente, influenciando a eficiência do procedimento, reprodutibilidade, coleta de dados, análise e compartilhamento, e muito mais. Tecnologias de microfluídica e laboratório em chip A microfluídica permite a manipulação e análise de volumes de fluidos extremamente pequenos dentro de um sistema de multicanais (10-9 a 10-18 litros) [O leitor pode saber mais sobre microfluídica clicando aqui]. A capacidade de reduzir a biologia em … Continue lendo

Por que o teste de medicamentos pode ser a aplicação mais importante da bioimpressão?

A bioimpressão é, desnecessário dizer, ótima causa de excitação. Normalmente, a mente da maioria das pessoas vai imediatamente a uma idéia: a idéia de que, no futuro, possamos imprimir em 3D órgãos humanos que podem realmente ser transplantados para pacientes, salvando suas vidas sem exigir um órgão doado de outra pessoa. É compreensível que as pessoas estejam entusiasmadas com essa perspectiva; Órgãos impressos em 3D potencialmente trazem enormes vantagens. As pessoas poderiam receber transplantes de órgãos de imediato, sem ter que esperar por uma compatibilidade de doadores, eliminando as longas listas de espera, bem como a culpa que vem de se beneficiar da morte de outra pessoa. Além disso, a idéia é que os órgãos impressos em 3D são formados a partir das células-tronco do paciente, eliminando o risco de rejeição e a necessidade de drogas imunossupressoras. Na realidade, provavelmente ainda não veremos os órgãos humanos 3D transplantados em vários anos … Continue lendo

Miniaturização das plantas químicas – Parte 2: Microfluídica

Na semana passada, nós começamos a entender como as atuais plantas químicas poderão ser reduzidas em tamanho, consumir menos energia, além de gerar menos resíduos, mas mantendo sua capacidade de produção. Se você não leu ainda, corre lá ou clique aqui, kkkk, para lembrar ou aprender o que é intensificação de processos e o que isso tem a haver com a redução do tamanho de equipamentos. Nós vimos que a primeira definição de intensificação de processos (PI), definia esse conceito como uma estratégia de redução no tamanho de uma planta química de modo a atingir um determinado objetivo de produção. Segundo essa definição,  a redução no tamanho poderia ocorrer pela diminuição do tamanho das peças individuais ou pela redução no número de unidades envolvidas, sendo essa redução de volume na ordem de 100 ou mais. Na época dessa definição, uma redução de volume na ordem de 100 ou mais era extremamente dificil … Continue lendo

Miniaturização das plantas químicas – Parte 1: Intensificação de processos

Olá querido leitor. Quando eu comecei o meu doutorado, meu orientador me deu o livro intitulado “Introduction to Microfluidics” [1], no qual era feita a seguinte pergunta: Pode uma refinaria química ser miniaturizada?. Essa pergunta de certa forma foi e ainda é a motivadora das minhas pesquisas em Microfluídica & Engenharia Química. Imagine, que você possa ter todos os processos químicos encontrados em uma planta química em um microdispositivo ou você ter um sistema na bancada do laboratório que se assemelhe do que é praticado na indústria. Além da praticidade desse conceito para nós engenheiros no desenvolvimento de processos químicos, equipamentos e plantas químicas, essa miniaturização poderia trazer outros enormes benefícios. Por exemplo, se olharmos para o desenvolvimento da eletrônica/computação ficará mais claro como a miniaturização pode beneficiar as plantas químicas. O ENIAC foi o primeiro computador a ser desenvolvido, custando cerca de US$ 6.000.000, com 2,40 metros de altura, 0,91 … Continue lendo

Não é Harry Potter, é Engenharia Química!

Eu não sei quanto a você querido leitor, mas depois desses feriados prolongados como o de finados, eu demoro um pouco para entrar no ritmo normal de estudo e trabalho (não que eu esteja reclamando, kkkk). Por isso, eu pensei em trazer algo diferente essa semana ao falar sobre os “encantos e poções de Harry Potter” que fazem parte do cotidiano da Engenharia Química. Em outras eras, eu já fiz maratonas com meus irmãos dos oito filmes lançados da história do menino órfão e sua busca para derrotar o Voldemort, e com uma ajuda de um texto do Prof. Geoffrey Maitland do Imperial College London vamos ver sete encantos e poções do mundo mágico que já são realidades graças a Engenharia Química. 1. Essência de ditamno O último uso dessa poção na série foi em Harry Potter e as Relíquias da Morte, quando Ron Weasley arrumou seu braço depois de desaparatar (capacidade de … Continue lendo