Somente para viciados

No blog “química de produtos naturais” foram postadas várias matérias sobre o café, saborosa bebida de origem africana. Estudos sobre se a cafeína reduz perda de memória, ácido caféico e hipertermia, se o consumo de café pode aumentar ou diminuir a incidência de dores de cabeça, e se o café é uma panacéia, ou sobre abelhas que preferem néctar de plantas com doses suaves de cafeína. Confesso: sou chegado num bom café. Saboroso, sem ser ácido, preparado para ser consumido imediatamente, um bom café expresso, como o da cantina da Conceição, no campus da USP-São Carlos, perto do prédio da Arquitetura. Ali a cantina serve café expresso Kühl, de Limeira. Bom. Forte, saboroso, cremoso. Uma xícara de manhã e outra depois do almoço, está ótimo.

Descobrir onde tomar um bom café, em viagens por este mundo sem fim, pode ser um bom desafio. No ano passado, em Fortaleza, durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, por exemplo, havia um bom café expresso dentro de uma sorveteria. Virou ponto antes de ir assistir às apresentações do congresso. Nos EUA também não é fácil. O café do Starbucks não é fantástico (mas me disseram que as lojas de São Paulo tiveram que melhorar a forma de tirar café, para se adaptar aos paulistanos, exigentes tomadores de café). Há 11 anos, Vancouver (Canadá) tinha uma loja do Second Cup no campus da UBC com um excelente expresso duplo.

Café vicia? Acho que sim. E o consumo exagerado pode causar inúmeros problemas. O verbete da Wikipédia em inglês sobre a cafeína é bastante extenso e completo. Mas a melhor estória que conheço sobre café é de uma menina que vivia na Alemanha, nos idos de 1600-1700, e adorava café. Seu pai, muito preocupado com o hábito da filha, prometeu-lhe um casamento, desde que parasse de tomar a bebida. A menina, mais esperta que o pai, aceitou a proposta. Mas assim que conheceu seu pretendente, disse a ele que só se casaria se ele, o noivo, a deixasse tomar café depois que casassem. Uma trapaceira. Mas no fim todos concordam, filha, pai e noivo: café é uma bebida que, uma vez que se começa a tomar, é impossível de parar. Esta é a história da Cantata do Café, composta por Johann Sebastian Bach entre 1734 e 1735. Incluí a seguir a ária “Heute noch, lieber Vater” (“Ainda hoje, meu pai querido”), que infelizmente não é a melhor interpretação que já ouvi, pois a cantora canta ligeiramente atrasada com relação à orquestra. Em seguida, o coro final da cantata, “Die Katze läbt das Mausen nicht”, uma versão muito divertida que encontrei do YouTube.

A cantora Christiane Oelze, soprano, é a intérprete da Ária, com a Bach-Collegium Stuttgart sob a regência de Helmuth Rilling. O coro final é interpretado pela Freiburg Baroque Orchestra.

Discussão - 2 comentários

  1. Sibele disse:

    Será que seria o caso desses "viciados" usarem esse colar?
    ===> http://tumblr.com/xtw6ppttv

  2. Roberto disse:

    Gostei muito. Acho que vou dar de presente para um monte de gente que conheço 🙂
    Valeu pela dica, Sibele.

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