Carro movido a lixo, como em De Volta Para o Futuro


Quem não queria ter o carro do De Volta Para o Futuro?
Vários motivos:
1- Viajar no tempo. Quem não quer? (se eu tivesse feito engenharia ao invéz de biologia minha vida seria bem diferente, pelo menos com mais dinheiro)
2- o carro é estilo com aquela porta vertical
3- a versão voadora dispensa comentários
4- esta versão voadora também tem o Mr. Fusion
O Mr. Fusion era um aparelinho que usava lixo pra mover o carro. Sonho de qualquer ativista do Greenpeace.
E não é que um cara fez isso?! Olha só:

Vi no Gizmodo Brasil. E lá tem um videozinho explicativo. (valeu Abacaxi!)
Claro que exagerei quando disse que é o sonho de qualquer ativista ambiental, porque a queima de gás gera carbono na atmosfera.
Mas CO2 é bem menos pior para o clima do que o metano. Por isso queimar o metano da biomassa é melhor que deixá-la decompondo e liberando a gás no ambiente.
Tanto que no começo desta história de vender créditos de carbono, muita gente ganhou dinheiro com projetos de lixões com queima do metano gerado. Coisa que já se faz a muito tempo. Mas só a troca de metano por CO2 já valia alguns créditos de carbono. Dinheiro fácil esse.
Pergunta: Alguém sabe se queimar a biomassa direto é melhor ou pior do que esperar e queimar o metano de sua decomposição?

Usar o google piora o aquecimento global?

Imagem alterada de Ugauga e 852
Imagem alterada de Ugauga e 852

Notícia do G1

Duas buscas no Google produzem a mesma quantidade de gases do efeito estufa que ferver água em uma chaleira elétrica, segundo um acadêmico da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
A conclusão faz parte de um estudo do físico americano Alex Wissner-Gross,que realizou pesquisas sobre o impacto ambiental do uso do Google.

Hum, e isso é muito? O problema é que é muita gente usando. Na mesma reportagem dizem que outro estudo mostrou que o todo setor de tecnologia da informação gera tanto CO2 quanto todas as empresas aéreas juntas! Agora pareceu muito.
Usar o google  e outros serviços tem um gasto energético que muitas vezes a gente ignora. Só porque o serviço é virtual não quer dizer que não exista gasto de energia.
Mas como era a vida sem o google? Quantas árvores não seriam derrubadas para que tivessemos em casa enciclopédias, listas telefônicas, mapas, e sei lá mais o que o Google faz pela gente. Será que pondo isto tudo no cálculo não estaríamos na verdade economizando energia?
Não é porque simpatizo com o Google que eu ache que ele é um santo. A pesquisa mostrou também que o Google acaba usando mais bancos de dados, e por isso mais energia, só para ser mais rápido que seus concorrentes.
Atualização: texto muito bom do Cardoso no Meiobit

O que de mais importante aconteceu na ciência mundial, pela revista Nature

É isso ae, fim de ano, todo mundo fazendo listas. Lista de presentes, de compras, de promessas para o ano novo e de lembranças do que já foi.
E no mundo científico é hora de fazer listas também.
O que de mais importante aconteceu na ciência mundial pela revista Nature:
LHC: ascenção e queda
O maior colisor de partículas do mundo, e talvez a maior obra do engenho humano, foi finalmente inaugurado. E nove dias depois a máquina de 5 bilhões de dólares quebrou. Mas a gente entende que falhas elétricas acontecem num monstro emaranhado de fios como esse.
Passa então de sucesso de 2008 para promessa de 2009.
Genoma pessoal atinge o mainstream
Mais dois genomas humanos completos foram divulgados. Um africano e um asiático tiveram seu DNA sequenciado. São agora 4 humanos no hall das pessoas sequenciadas. Além disto, o Personal Genome Project, que prentende sequenciar o genoma completo de 1000 pessoas, entregou seu primeiros dados em outubro.
Mas espere, se você ligar agora, empresas como a 23andMe podem sequenciar parter de seu genoma já relacionadas a algumas doenças. Basta enviar uma amostra de saliva e pagar a bagatela de 399 doletas.
Pouso da Phoenix em Marte
Em maio ela desceu e começou a cavar. Em agosto finalmente achou gêlo e um composto chamado perclorato. Agora a sonda Phoenix Mars Lander descança em paz no solo onde nós é que somos os alienígenas.
Obama vence, e a ciência com ele.
Muitas promessas vêm com o mandato do novo presidente dos EUA. Fim das restrições ao uso de células-tronco embrionárias; maior investimento em redução de gases e novas tecnologias limpas. Parece que será um bom ano mesmo, já que 4 cientistas já foram nomeados por Obama para participar do governo. Entre eles um nobel.
Biodiversidade Online
A “Encyclopedia of Life” (enciclopédia da vida) está no ar. Pelo menos com 30 mil espécies já online. A idéia do projeto é catalogar e disponibilizar informações sobre todas as espécies conhecidas até hoje. Neste ritmo, 90-95% já estarão na net até 2017.
Construção do primeiro genoma totalmente sintético.
Criou-se o primeiro genoma sintético, juntando 500 mil bases de DNA. Ficamos a poucos passos agora de construir o primeiro organismo artificial.
Caso Antraz foi encerrado trágicamente
O suicídio do principal suspeito do caso das cartas contendo a bactéria antrax fechou o caso. Bruce Irvins tinha acesso às bactérias justamente por trabalhar com elas em sua pesquisa. O FBI deu como solucionado, mas a Academia Nacional de Ciências americana quer ainda uma segunda opinião de uma junta independente.
Urso polar na lista de perigo de extinção.
O urso polar entrou na lista negra das espécies em perigo de extinção. Isso foi importante porque, além dele ser o xodó da criançada, foi o primeiro animal que tem como causa de possível extinção o aquecimento global.
Corrida espacial asiática.
A India chegou a lua com sua sonda Chandrayaan-1. A China entrou para o clube dos países que já fizeram caminhadas espaciais, junto apenas com EUA e Rússia. Até a Nigéria está mandando (não com tanto sucesso), sondas para o espaço, construidas em grande parte pela China.
É a “popularização” da corrida espacial para os países em desenvolvimento.
Toda atenção para o gêlo no Ártico
Não precisamos nem dizer que o aquecimento global foi uma das grandes pautas do ano. E um de seus termômetros é o gelo polar. No Ártico, a menor área da camada de gelo registrada em 2008 atingiu 4,52 milhões de quilômetros quadrados, número 9,4% maior que a de 2007 quando foi registrada a menor área de gelo desde o início das observações por satélites.
Olimpíadas de Pequim e a poluição do ar
“Olimpíada Verde” com aquela qualidade de ar péssima? Esta acabou sendo uma prioridade do governo chinês: reduzir a poluição do ar de sua capital. Não resolveu, mas baixou sim. No Índice de Poluição do Ar que vai até 500, Pequim estava abaixo de 100 em agosto. Como vai ficar depois dos jogos?
Crise financeira afeta a pesquisa

Institutos de financiamento importantes como o Wellcome Trust e Cold Spring Harbor Laboratory anunciaram sua primeira redução de bolsas em anos. Harvard e outras instituições não estão contratando, e empresas de biotecnologia se debatem para manter seus braços de pesquisa e desenvolvimento.

Células-tronco pluripotentes induzidas

Quando Yamanaka conseguiu induzir células adultas a se comportarem como células-tronco, um novo frisson surgiu nesta área de pesquisa. Agora, cientistas pelo mundo todo correm para desenvolver a técnica, transformando-a em tratamento a doenças e mais segura para uso em humanos.
– Vi na Nature

Ruas pichadas fazem as pessoas jogarem mais lixo no chão


Passar por um lugar pichado faz com que as pessoas joguem mais lixo na rua. É possível?! Sim, o ser humano está novamente de parabéns. Cabecinha influenciável essa nossa.
Num estudo publicado na Science, realizado por um grupo holandês, foram usados vários experimentos muito interessantes para descobrir a influência do ambiente nas nossas ações.

Um deles foi realizado num beco limpo de pichações e sem lixeiras onde havia um estacionamento de bicicletas. Foi colocado um panfleto inútil em cada bicicleta estacionada, e os pesquisadores ficaram vigiando escondidos. De 77 ciclistas, um terço jogou o panfleto no chão.
No dia seguinte, o mesmo beco foi pichado e repetiram o experimento. E dessa vez dois terços dos ciclistas jogaram o papel no chão!
Mais experimentos legais

Outro experimento realizado foi deixar uma nota de 5 euros meio pra fora de uma caixa de correio. 13% de quem passou pela caixa embolsou a nota, mas com lixo por perto da caixa 23% fizeram isto.
Os resultados confirmam uma tese antiga conhecida como teoria da Janela Quebrada, que sugere que ambientes bagunçados e com pequenos delitos, geram mais desordem e comportamentos criminosos.
Limpar para manter limpo
A confirmação desta tese pode ser de grande ajuda para nosso maior entendimento do comportamento humano, principalmente aplicado a praticas públicas. Afinal, este estudo demonstra, de forma bem direta, que um ambiente desordenado tem um efeito sobre as ações das pessoas ali presentes, o que está de acordo com outro estudo feito por Havard, onde em bairros problemáticos na cidade de Lowel em Massachusetts, ações públicas de limpeza e policiamento, tiveram mais efeito em manter a ordem do que serviços sociais ou imposição da lei.
Resumindo: quando as pessoas observam outras transgredindo normas sociais ou regras, elas ficam mais propensas a violar outras normas e regras, permitindo que a desordem se espalhe.
Vi na Science

As melhores imagens da Antartida


Neste site há 32 das mais belas fotos de vários anos. Fantástico.
A Antartida é o continente científico por exelência. Afinal, só podem ir para lá pesquisadores. Poucos jornalistas também foram, mas a atividade principal realizada no frio continente é a pesquisa científica. Estuda-se a biologia dos animais vivos e mortos, pois há  fosseis também. Mas o maior destaque hoje em dia tem relação com o aquecimento global, pois este continente intocado diretamente pelo homem tem sido o termômetro do planeta.
Mas só a beleza inóspita já instiga sonhos de poder explorá-lo. Alguém topa escrever um projeto de pesquisa só pra poder por o pé lá?

Índios organizaram cidades, desmataram e também publicaram na Science!

Mas espere aí, índio que constrói cidade ainda é índio? Se formos considerar indígenas como etnia ou população a resposta é sim. Mas eu nem sei por que estou falando disso.
Bom, o fato relevante do post é este que segue (da Folha):

Um artigo publicado hoje no periódico “Science” sustenta que, entre os anos 1200 e 1600, a sociedade xinguana desenvolveu um tipo de urbanismo pré-histórico, comparável a algumas “pôleis” gregas.
“Falar em urbanismo tem um caráter provocador”, admite o antropólogo Carlos Fausto, do Museu Nacional. Ele é um dos líderes da pesquisa, ao lado da lingüista Bruna Franchetto, da mesma instituição, e do arqueólogo americano Michael Heckenberger, da Universidade da Flórida. “Não era, claro, como a Mesopotâmia, mas existe uma sistemática, como se houvesse uma planificação”, continua. “Não são aldeias perdidas na floresta.

Fato curioso 1: neste trabalho da Science, o chefe Afukaká Kuikuro dos cuicuros, tribo que ajudou no trabalho de campo, entrou como autor do artigo. Seria o primeiro índio a publicar numa revista deste gabarito?
Fato curioso 2: a amazônia “intocada” de nossos ancestrais na verdade é mata secundária (que cresce depois de ser cortada) nessa região da cidade indígena. Afinal, aglomerados com 100.000 humanos demandam espaço. Ou seja, quando precisa, índio corta árvore sim. Alguém teria coragem de os recriminar?
Fato curioso 3: Acabamos percebendo desta forma que os índios somos “nozes”, quer dizer,  como nós. E todo antropólogo vai dizer “eu já sabia”. Mas as pessoas em geral relutam inconscientemente em entender este fato: de que a raça humana é uma só; as diferenças entre as populações são mínimas.
Portanto não devemos nos espantar ao descobrir “cidades” feitas por índios, pirâmides antiqüíssimas ou barbáries ainda em tempos modernos. Tudo isto tem sido feito pela mesma jovem espécie, o Homo sapiens, que em 200.000 anos vem usando o mesmo crânio, comportanto o mesmo cérebro, com as mesmas capacidades, possibilidades e limitações.

Ambiente social e cultural, ou genética? Qual decide nosso destino?

Ambiente social e cultural, ou genética? Qual decide nosso destino?
Casos e mais casos sugerem a influência dos dois. Como eles interagem ainda permanece um mistério. Afinal, como a dieta de uma larva de abelha pode definir se ela será uma operária ou uma rainha? Como o ambiente social pode “neutralizar” o efeito de um gene, deixando alguém mais ou menos violento?
É difícil pensar nas nossas ações, decisões e personalidades sendo moldadas por genes. Mas não é tão difícil imaginar que o exemplo dos pais pode moldar a personalidade de uma criança. Afinal, o exemplo paterno está na mesma classe de eventos que a formação da personalidade infantil: a psicológica. O gene está ligado só a doenças, ao corpo diretamente. E se tudo isto estiver interligado?
Isso leva a uma pergunta antiga: a mente está ligada ao corpo? Os bons e velhos cartesianos achavam que não. E por muito tempo esta foi a visão mais aceita pelo mundo. Hoje em dia, estudos de fisiologia, psiquiatria, psicologia, neurociências, têm mostrado a ligação direta entre o corpo e a mente.
Muitas de nossas ações são moduladas por hormônios e neurotransmissores, que são todas proteínas, e as proteínas são feitas por genes. Uma das grandes perguntas que se faz hoje em dia é esta, já feita acima, mas aqui generalizada: como o ambiente pode interagir com nossas proteínas e influenciar nosso comportamento?
Prometo trazer toda informação possível para esclarecê-lo, caro leitor. Porque eu faço isto? Não sei. Talvez minhas proteínas precisem do seu reconhecimento. E isto talvez só Freud explique!

Vanity Fair homenageia defensores da natureza. E no Brasil?

A famosa revista de entretenimento e cultura Vanity Fair traz perfil e fotos de pessoas engajadas nas questões ambientais. De “prêmios-nobel” a atores e músicos e com toda superprodução das fotos, que lhe é característica, a revista não hesita em chamá-los de heróis.

E no Brasil, quem colocaríamos numa reportagem assim? Marina Silva?
Christiane Torloni e a dupla Dom Cappio e Letícia Sabatela com certeza estariam. Afinal, a quem o povo vai ouvir?