Category Archives: Geral

Sustentabilidade e liderança

Geralmente quando vejo essas duas palavras juntas eu penso que foi eleito o mais novo nome da sustentabilidade por ai, mas dessa vez eu encontrei um video de um professor da Universidade de Harvard – Robert Kaplan – que demonstra que sustentabilidade tem tudo a ver com liderança. Sem liderança não há sustentabilidade, simples assim, uma vez que liderança, segundo a definição do professor, é descobrir o que você acredita e ter coragem de fazer essa crença acontecer. Portanto você só é um líder da sustentabilidade se de fato acredita nisso e faz algo para que ela seja realidade, ou seja, colocar no website da sua empresa que você é sustentável pode ser um começo, mas não é o suficiente ou apenas criar um departamento de sustentabilidade atrelado ao pessoal de comunicação e marketing, também não te fará líder.

harvard-logo_green400

O professor usa a própria universidade como exemplo do que é liderança em sustentabilidade e aponta 4 pontos como os mais importantes:

1) Ter uma visão, um objetivo claro. No caso de Harvard: Reduzir em 30% suas emissões de gases de enfeito estufa em 10 anos. (ano base das emissões: 2006)

2) Ter essa visão como prioridade. Não é tão simples assim, é ter comprometimento em fazer da visão uma realidade na alegria, na tristeza, na riqueza ou na pobreza.

3) Alinhar a visão com todos envolvidos. No caso de Harvard cada uma das escolas tem comitês executivos para tornar possível a meta definida e eles ainda ajudam na mudança de cultura.

4) Ter um plano de ação específico com bons líderes para conduzí-lo. Todos os envolvidos tem de saber exatamente o que fazer para atingir a meta e de forma realista.

Provavelmente esses 4 pontos servem de exemplo para liderar qualquer coisa e não só a sustentabilidade, mas o legal do vídeo é ver como a Universidade se guia neles para se tornar mais sustentável. Não é a toa que Harvard está sempre entre as universidades tops do mundo. Veja o site da universidade que cuida da sustentabilidade do campus.

Segue o vídeo abaixo, em inglês:

Será que existe alguma universidade brasileira tão comprometida assim com a sustentabilidade? Ou será que sustentabilidade não é uma prioridade?

E as empresas? Quantas você vê por ai que realmente não abandonam a sustentabilidade no primeiro suspiro de crise? Ou que de fato consegue engajar e convencer as pessoas nessa empreitada?

Calçadas – Acessibilidade

Longe de mim ser uma pessoa que manje de acessibilidade, eu entendo super pouco e só me lembro do quanto isso é importante quando tenho que viajar e estou com uma mala grande de rodinhas. Aliás, quando estive na Europa pela primeira vez em 2005, achei que seria super fácil rodar com uma mala de rodinhas por lá por achar que tudo já estava acessível para quem tem dificuldade de locomoção. Ledo engano, pelo menos naquela época, andar de trem com malas de rodinhas era terrível, principalmente se a sua mala é grande e você não é uma pessoa muito forte, você vai depender da ajuda das pessoas.

Aqui no Brasil vi estações de metrôs serem adaptadas tanto para quem dificuldade de locomoção como para quem não enxerga, vi guias nas ruas serem rebaixadas, vi companhias de ônibus circularem com símbolos de acessibilidade e Prefeituras anunciarem calçadas que além de propiciarem melhor acessibilidade e serem mais segura também absorvem água, melhorando a permeabilização das grandes cidades.

acessibilidade

É muito legal, muito bonito, é um começo, mas como lidar com esse problema quando a gente planejou tudo muito mal? Veja os exemplos de calçadas que eu tenho na rua da minha casa, em São José dos Campos:

calcada1

Imagem: Google Street View

Tá vendo o poste bem no meio da calçada? Como uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebê passa ali? Como faz?

Olha outro exemplo:

calcada2

Imagem: Google Street View

Colocaram a calçada padrão da prefeitura, a “calçada segura”, mas será que um cadeirante passa ali entre o prédio e a árvore? Será que tá seguro mesmo? Será que tirar a árvore é uma opção?

Andando por ai já vi tantos outros exemplos assim, como esquinas com guias rebaixadas em que as calçadas ao longo da rua tem degraus, carros estacionando nas calçadas sem rebaixamento de guia, ausência de calçada…

Existe solução para esses problemas? Ou temos que aprender a conviver com eles para sempre? Ou o mundo será dominado pelos carros e iremos abolir as calçadas? Se alguém tiver sugestões por favor, use a caixa de comentários.

Moradia Alternativa – Numa era pós petróleo

Ouço dizer, acho que já tem uns 20 anos, que o petróleo vai acabar. Meu pai que sempre trabalhou numa petrolífera sempre disse que isso era metira, eu fiz geologia e nunca ouvi de um único geólogo* que petróleo vai acabar, já ouvi dizer que um dia vamos olhar para atrás e nos sentirmos uns idiotas por ter queimado petróleo, que simplesmente vamos descobrir que queimá-lo era a mais estúpida e idiota das coisas que poderíamos fazer com o tal ouro negro, mas enquanto isso…

Apostando que um dia o petróleo vai acabar e que os silos de armazenamento de óleo do mundo (são 49.000 silo de petróleo em 660 mil refinarias em todo o mundo) serão abandonados tem gente pensando em reutilizá-los como moradias! Sim, casas para seres humanos! É a ideia do coletivo de arquitetura chamado Pinkcloud que desenhou casas sustentáveis para o mundo pós petróleo.

pinkcloud-dk_oil_silo_home_01

A ideia mostrada no site é super bem feita e estruturada, dá até pra achar que já podemos encomendar nossas casas redondas, mas isso ainda é uma ideia para o futuro.

Os arquitetos que elaboraram o projeto afirmam que utilizar esses silos será uma ideia mais sustentável pois vai economizar custos com novas construções e ainda será possível instalar soluções sustentáveis como paineis solares em toda superfície da esfera, além de que a forma do silo é uma vantagem no quesito eficiência térmica. Os autores do projeto também afirmam que o custo de reforma do silo (que poderia abrigar até 3 famílias) seria menor que a construção de 3 casas médias americanas. Veja todos os detalhes no site deles (em inglês).

Print

Achei a ideia muito boa pelo simples fato de se pensar em reutilizar uma estrutura que, se de fato o petróleo acabar, será inutilizada e sem contar que ter prédios redondos ou mesmo casas deve ser bastante curioso!

*Por conta de uma confusão minha tinha 2 posts iguais e acabei apagando o que tinha o comentário de uma pessoa com um link de um geólogo com estudos sobre o fim do petróleo. Bom, dos meus professores nunca ouvi categoricamente que petróleo tinha data para acabar, acho q fica melhor assim, de qualquer forma essa é uma outra discussão…

Filmes sobre meio ambiente

FILM_1

Assisti O Descendentes e por conta dele resolvi fazer um post sobre filmes que falam de meio ambiente, sustentabilidade e afins. Provavelmente se você leu a sinopse ou assistiu Os Decendentes não necessariamente acha que ele fala desses assuntos, mas nas entre linhas ele toca no assunto sim de uma forma bem sutil. Um dos dilemas do personagem principal Matthew King (interpretado por George Clooney) é sobre um terreno da família situado numa ilha do Havai que estão decidindo se vendem e para quem vendem. É um terreno numa praia linda, deserta e com mata nativa preservada. Os donos do terreno (Matthew e seus primos) avaliam os projetos das empresas sobre o que fazer no local para poderem decidir melhor, eles não se basearam simplesmente no quesito quem paga mais e um dos projetos preferidos por eles é de um empreendedor havaiano que apesar de não ter a proposta mais cara é uma pessoa da “terra”.

Achei que o dilema deles é o que o Brasil passa em relação a obras como Belo Monte. Uma terra maravilhosa que é de um monte de gente e não tem como preservá-la intocada para sempre pelos mais diversos motivos. Acho que a solução mais sensata para casos como esse é fazer alguma coisa no local mas fazer de forma que tenha pouco impacto e que preservação seja o principal objetivo, mas será que isso é mesmo possível? Não sei, mas temos que trabalhar para isso.

Outros filmes que falam de meio ambiente é o Erin Brockovich (baseado em fatos reais) e o Conduta de Risco, esses filmes estão muito mais relacionados às condutas das empresas, suas responsabilidades sociais, ambientais e éticas do que decisões democráticas para beneficiar o maior número de pessoas. É um outro estilo de filme, mas que tocam no tema sustentabilidade de forma bem intrigante.

O mais sutil de todos é o Wall-E na minha opinião, por ser uma animação e mostrar o futuro sem explicar como chegamos lá e deixar tudo subentendido é um filme ambiental sensacional e muito bonito. O tema meio ambiente é tratado de forma leve e sem condenações explícitas.

Esses são os filmes que eu consigo me lembrar que tratam de meio ambienta tirando os documentários como Uma verdade inconveniente, A 11ª hora ou Quem matou o carro elétrico? Quais outros que abordam o tema sem ser o assunto principal? Ah, me lembrei de Avatar, mas vamos combinar que a história é manjada demais…

Só para constar

calendario

2011 terminou, 2012 começou e esse blog ficou abandonado com as férias de fim de ano e eu não fiz aquele tradicional balanço que a gente vê sempre por aí… Só por curiosidade resolvi colocar aqui quais foram os posts mais acessados no ano passado. Segue a lista, com o ano que foram escritos entre parênteses:

1. Temas de meio ambiente da década (2010)

2. A água do mundo (2010)

3. O destino dos aviões (2011)

4. Esqueça os banhos curtos (2010)

5. O que é sustentabilidade pra você? (2010)

6. Belo Monte, um ponto de vista (2011)

7. Produtos ecológicos, selos verdes… (2011)

8. A realidade da reciclagem no Brasil (2011)

9. A embalagem, o lixo e o ciclo de vida (2011)

10. As Catástofres Naturais no Brasil (2011)

Acho que estes posts resumem bem o blog nos últimos 2 anos.

Carro híbrido no Brasil

Toyota Prius 2010

 

 

 

 

 

Prius da Toyota

A Toyota vai começar a vender o famoso Prius no Brasil, só que ele é importado, só com essa informação já dá pra imaginar que não vai ser muito barato. E pior o carro vem pro Brasil como “carro conceito”, ou seja, puro marketing da Toyota para dizer que é uma empresa preocupada com a sustentabilidade… Mereço? A velha história de fazer somente uma linha de produtos sustentáveis e achar que assim já pode ser considerada sustentável, verde, amiga do meio ambiente e o que mais você quiser.

Eu sei que o mundo hoje não pede mais carros, que mesmo carros híbridos não são um solução sustentável e que a solução passa pelas ciclovias e transporte coletivo. Mas enquanto o mundo ideal não acontece e tudo que a indústria me apresenta são os carros híbridos é deles que eu vou falar. Ou melhor é sobre eles que vou questionar.

O Prius é um carro com 2 motores, um elétrico e um a combustão, a energia proveniente da desaceleração, que seria dissipada em forma de calor, é aproveitada para alimentar o motor elétrico. É uma opção super econômica, pelo menos em relação aos carros beberrões americanos, aqui no Brasil seria se ele fizer os 21,6 km/l na cidade como prometido, mas não comprovado em alguns test-drive. Perfeito mesmo seria se ele fosse ainda flex, mas pra isso acontecer ainda demora um tempo.

Bom, o que me intriga mesmo é a real razão da vinda desse carro pro Brasil. Por que cargas d’água inventam “coisas” sustentáveis que é só para os ricos usarem? Eu sei que tudo depende da escala e talz, mas uma vez que o governo incentiva tanto as montadoras no Brasil, custa incentivar direito? Ou pelo menos de uma forma menos pior? Se é que nesse caso temos uma alternativa menos pior…

Os rios voadores

rios_voadores

O Hugo Penteado tem o costume de repetir sempre que sem a Amazônia estaríamos todos mortos. Pode parecer exagero, uma hipérbole, mas tem seu fundo de verdade. Talvez não estaríamos todos mortos, mas estaríamos gastanto tempo e energia sem fim para compensar um serviço que a Floresta Amazônica nos oferece de graça, ou seja, num país com uma péssima distribuição de renda só tornaria as coisas piores.

Achei no Rastro de Carbono o video abaixo que mostra como são os rios voadores e é possível perceber que é a Amazônia que influi nas chuvas e no clima aqui no sudeste. Veja:

Não entendeu a relação da função da floresta, distribuição de renda ou mortes? Pois bem, eu explico. Vamos supor que não existisse a floresta lá no norte do país para equilibrar o clima aqui no sudeste, provavelmente o regime de chuvas seria totalmente diferente e para conseguirmos plantar aqui com a facilidade que fazemos hoje, precisaríamos investir mais tempo, energia e inteligência para manter uma plantação produtiva ou ainda nossos rios não seriam tão bem servidos e talvez não conseguissem atender a quantidade de cidades que abastece hoje. Ou seja, tudo poderia ser mais caro e difícil.

É bom lembrar que não são apenas os rios voadores ou a floresta Amazônica que garante o clima que temos hoje, sem dúvida nenhuma, o relevo, o cerrado (que é um outro tipo de floresta) também são parte da equação. Nosso equilíbrio depende de muitos fatores e ignorar qualquer um deles é no mínimo arrogância, na verdade acho que faz parte do nosso sistema econômico estúpido que valoriza e contabiliza o fato de você destruir uma floresta e ter que “construí-la” novamente e ignora o serviço que ela já presta hoje em pé sem custos.

Saiba mais sobre os rios voadores.

Uma pausa para pensar

pantanal 068

O blog anda abandonado, eu sei. E de fato nas últimas semanas tenho pensado na real necessidade de dar continuidade a ele. São tantos blogs, sites, livros de meio ambiente que pipocam por ai que não tenho vontade de ficar repetindo os mesmos assuntos aqui. Sempre parece que estarei falando mais do mesmo ou reclamando, criticando alguma coisa que não funciona ou se apresenta adequadamente e isso é chato, não me agrada nenhum pouco.

Vou pensar até o fim do ano se ainda vale a pena manter esse espaço, se ainda vale a pena dedicar tempo e energia para coisas que mudam numa velocidade por demais lenta na minha opinião. Noto algumas pequenas mudanças no comportamento das pessoas, mas tenho sempre a tendência em achar que são lentas ou atrasadas, mas sempre me dizem “antes tarde do que nunca”, será mesmo? Esse tarde não poderá ser tarde demais?

Bom, talvez eu tenha que curar a minha miopia, abrir mais olhos e enxegar coisas diferentes por ai, então vou assumir esse compromisso nos próximos meses e tentar ver outras coisas, outros aspectos e trazer para cá.

Nova Plataforma e Resultado do sorteio

Quem passou pelo blog essa semana notou que ele está com uma cara um pouco diferente, né? Pois então o Science Blogs Brasil está mudando de plataforma e aos poucos ficando com uma cara nova. O ecodesenvolvimento está período de transição ainda e acredito que serão mais algumas semanas para ficar redondo novamente. E para comemorar a mudança o resultado do sorteio da semana passada!

Eis que tivemos 5 comentários no post anterior (na verdade 6, mas foram 2 da mesma pessoa), usei no Random.org e o vencedor é o comentário número 2!

randon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesse caso estou considerando o primeiro comentário pela data e horário, ok?

Vou entrar em contato com o Vitor e se ele não responder o e-mail até dia 13/09, refaço o sorteio no dia 14.

Canibais com garfo e faca

Recebi um exemplar do livro “Canibais com garfo e faca”, do John Elkington,  lançamento da editora M. Books para fazer uma resenha e também outro exemplar para fazer um sorteio entre meus leitores!

Esse é o livro que trás o conceito de Triple Bottom Line – Profit, Planet, People, que em português conhecemos como prosperidade economica, qualidade ambiental e justiça social, foi lançado pela primeira vez em 1997, com uma nova edição em 1999 e agora essa edição de 2011/2012 trás um novo prefácio do autor com alguns links sugeridos onde é possível encontrar as mais novas atualizações sobre o tema. Esse livro foi classificado em 2009 como um dos 50 Melhores livros em sustentabilidade de todos os tempos.

Para participar do sorteio desse livro você deve deixar um comentário nesse post dizendo o que você acha que melhorou em relação a sustentabilidade desde 1997, quando o conceito do triple botton line foi lançado pela primeira vez.

Aceitarei comentários até o dia 09/09/2011 até ao 12h, ok? Só vale um comentário por pessoa.

Pra começar vou deixar aqui a minha resposta para a pergunta do sorteio:

O que melhorou em relação a sustentabilidade desde 1997? Quanta diferença existe no mundo sobre sustentabilidade desde 1997! Provavelmente só fui ouvir essa palavra pela primeira vez e entender o que ela representa, uns 4 anos depois, na universidade. Assim, ouvir e conhecer o conceito de triple bottom line não quer dizer que eu comecei a vê-lo por ai sendo colocado em prática, de verdade só comecei a ver que as empresas passaram a ter esse tipo de preocupação, de maneira integrada com tudo como de fato ele é, depois de 2005 e ainda quando tomei conhecimento dessas práticas elas eram chamadas de marketing verde… Bom, pelo menos foi com esse nome que eu comecei a me interessar pelo assunto. Acho que o conhecimento das pessoas em relação ao assunto melhorou muito desde 97, só não sei se as práticas são de fato genuínas, verdadeiras. Outra coisa, eu meio que considero triple bottom line sinônimo de sustentabilidade, não sei bem se é isso, sustentabilidade é algo tão abstrato… Mas o livro está aqui para a minha leitura e vou saber se erro muito usando-as como sinônimos.

Agora é a sua vez!