A importância da educação científica para a sustentabilidade

José Eli da Veiga fala da importância da educação científica para um maior envolvimento das pessoas na construção de um meio ambiente mais equilibrado para todos. Se não quiser ver o bloco inteiro da entrevista você encontra essa fala a partir de 4´56´´.

Política e Sustentabilidade

Política tem tudo a ver com sustentabilidade ou seria sustentabilidade que tem tudo a ver com política? De qualquer forma resolvi falar desse assunto aqui.

eleicao

Foto: Cacá Meirelles

Vou votar na Marina Silva, pra quem me segue na internet isso não é novidade nenhuma e na verdade nem acho que deva justificar, explicar ou defender meu voto aqui, acho que cada um tem o direito de escolher seu candidato da maneira que lhe convir, mas um dos motivos que me fez escolhê-la como candidata é a sua defesa pelo meio ambiente sem sombra de dúvida. PT e PSDB não se preocupam com esse tema, não como eu acredito que um governo deveria, eu vejo a Marina como uma candidata que realmente sabe e acredita que meio ambiente e economia, meio ambiente e desenvolvimento são compatíveis e devem conversar, aliás a vejo como uma candidata que sabe que o mundo não está dividido em caixinhas separadas em assuntos limitados e isso eu percebi nas diretrizes de governo dela.

 

Mas a principal razão desse meu post é falar de um assunto que não é cultura no Brasil e acho seriamente que deveria começar a ser discutido: Por que cidadãos comuns devem doar para campanhas de políticos.

Aqui no Brasil não temos a cultura de fazer doações para campanhas políticas, aliás a grande maioria das pessoas não entende por que isso é tão importante. Como infelizmente não confiamos nos nossos políticos obviamente não vamos doar o nosso dinheiro para suas campanhas, eles já tem dinheiro demais, não precisam do nosso, certo?

Agora você já parou para pensar por que algumas leis são aprovadas e que ao invés de beneficiar a maioria das pessoas acaba apenas beneficiando pequenos grupos ou empresas? Sabe de onde vem toda essa força? Do dinheiro doado por eles para as campanhas dos políticos. De verdade, rola um ciclo vicioso, os políticos precisam de dinheiro para fazer suas campanhas e poderem se elegerem, as empresas tem dinheiro e precisam de leis que as beneficiem e para isso financiam os candidatos que irão favorecê-las.

Como converter isso e fazer com que os políticos de fato possam tomar suas decisões pensando na população e não em pequenos grupos e empresas? Se o político sabe que terá dinheiro de seus eleitores para suas campanhas poderá governar livremente e não ficará dependente de dinheiro de alguns pequenos grupos. Ele poderá pensar nos desejos e necessidades dos seus eleitores, afinal são eles quem o ajudaram a chegar lá. Não se iluda, nenhum político consegue ocupar um cargo eletivo sem ter dinheiro, para poder ser conhecido e assim convencer as pessoas a votarem nele ele precisa de dinheiro pra chegar até elas. E certamente que você vai preferir que esse dinheiro seja seu para que ele defenda os seus interesses do que de grandes empresas, não?

Receber doações de várias fontes, mesmo que pequenas, é fundamental no aprimoramento da democracia e favorece a independência do candidato com relação aos grandes doadores.

Por isso é importante escolher bem seu candidato e ajudá-lo financeiramente para que você tenha a garantia de que seus interesses serão defendidos. Se você não doar, certamente empresas doarão e ai ninguém garante que você será prioridade na hora que seu político tiver que tomar alguma decisão.

Vamos falar a verdade, seu voto é de extrema importância, mas não é só ele que garante o comprometimento de um político com as causas que realmente são importantes para você.

 

Seja lá qual for seu candidato ajude-o financeiramente para que possamos cada vez mais garantir que as políticas desse país não fique nas mãos de grandes empresas que financiam nossos políticos, mas da população que o elege.

A espera da evolução

É uma evolução as pessoas passearem com seus cachorros na rua e recolherem as fezes dos cães, afinal tem muita gente que nem isso faz. Mas ainda falta para pessoas fazerem o serviço completo… Veja as fotos (sem muita qualidade eu sei) do que eu vejo no caminho de casa para o trabalho em São Paulo.
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Ok, ok, as pessoas não pisam mais nos montes no meio das calçadas, mas jogar o saco com as fezes do seu cachorro no terreno baldio do meio do caminho, no cantinho da árvore não vai fazer o lixo desaparecer, né? É tão difícil de entender isso? Será que só eu não gosto de ver sujeira na rua? Só eu me sinto incomodada com um monte de saquinhos amontoados ou jogados pelo caminho? Mudar o lixo de lugar resolve?
Quando eu via fraldas descartáveis e lixo jogados pelo meio das favelas até podia entender que faltava um pouco de educação e até de noção para as pessoas, mas num bairro relativamente nobre de São Paulo ver isso me faz pensar que educação e noção falta para todo mundo. Quando vejo essas coisas me sinto um pouco mais pessimista em relação a mudança de comportamento das pessoas, mas vou ter fé e crer que faz parte da evolução do ser humano.

Conheça o Planeta Água

Muita gente fala que o Planeta Terra tinha mesmo que se chamar Planeta Água, afinal em nossa superfície temos muito mais água que terra e tem o fato também que do espaço o planeta lembra muito mais água que terra.

Talvez tenha sido esse o motivo para a Docol batizar seu blog? Não sei, mas provavelmente o fato dos produtos dela terem relação direta com esse bem mineral com certeza.
O Planeta Água é um blog bem interessante, é comandado por uma engenheira ambiental e tem artigos de 2 engenheiros civis. Gosto de blogs corporativos principalmente quando a função deles não é de apenas fazer propaganda dos produtos da empresa, esse por exemplo dá notícias sobre meio ambiente, energias alternativas e dicas de hábitos sustentáveis. Vale a visita! Principalmente por que esse aqui, você deve ter percebido que anda bem devagar, uma vergonha… Mas eu não sumi, tô aqui, só um pouco preguiçosa de escrever… hehe
Você também pode segui-los no twitter @planetadocol.
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Esse é um artigo patrocinado, ou seja, eu fui paga para divulgar o site Planeta Águda, tive total liberdade para expressar minha opinião e impressões. Meu texto não sofreu qualquer tipo de edição ou sequer foi lido pelo patrocinador antes da publicação.

Comentários

Lendo a revista Página 22 desse mês fiquei morrendo de vontade de compartilhar a coluna “Não aguento mais rúcula”, este é um daqueles textos que eu gostaria de ter escrito. O exemplo usado para explicar biodiversidade é na minha opinião o que de fato vai pegar para a maioria das pessoas que hoje usufruem de conforto no mundo com o aquecimento global, falta de opções na hora de comer, não que hoje a variedade seja lá muito grande… Aliás, mesmo se o aquecimento global não estivesse acontecendo dificilmente acredito que a nossa diversidade no prato seria muito maior, culpa, claro, das indústrias alimentícia e agrícola que mandam e desmandam no nosso prato (exatamente igual a indústria da moda faz com as nossas roupas). Vale a leitura!

 

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Plankton1 Fotomontagem com organismos pertencentes ao plâncton (via Wikipedia)

Outra coisa que eu li também na revista, mas não encontrei pra linkar aqui, foi uma nota falando de um site de postas irlandês que criou a categoria “BP Special Bettings” e está/estava aceitando apostas de qual será a primeira espécie a entrar em extinção por conta do acidente com a plataforma de petróleo no Golfo do México. Dei uma pesquisa no google e parece que o site de apostas não está mais aceitando apostas para essa categoria (se é que eu encontrei o site certo). De qualquer forma a nota dizia que os candidatos favoritos para a extinção eram uma tartaruga e o atum-azul.

Lembro uma vez fazendo um curso de perícias ambientais e num caso que o palestrante havia sido convidado a ser perito e uma das perguntas que ele tinha que responder em seu laudo era: “Quantas e quais espécies foram afetadas como derramamento de óleo no local?” Meu professor de paleontologia especialista em foraminíferos, antes que o palestrante dissesse a resposta que ele deu, perguntou: Do mundo visível ou mundo invisível?

Uma coisa que a grande maioria das pessoas não sabem é que a importância da biodiversidade nem sempre está sempre ligada de fato aos animais bonitos, grandes e mais famosos. Preservar a fauna invisível dos mares é tão ou mais importante que salvar as tartarugas, as baleias ou os tubarões. Os plânctons são a base da cadeia alimentar marinha, sem eles não seria possível que muitos dos animais grandes e bonitos existissem (na verdade não sou a pessoa mais indicada para discorrer sobre a real importância da microfauna marinha, por isso cobrem dos biólogos do Science Blogs Brasil posts sobre isso). Acho sempre importante lembrar que biodiversidade não é só salvar os ursos polares, as tartarugas ou os elefantes, talvez conseguir sensibilização das pessoas para salvar esses animais pode ajudar a preservar seus habitats e de lambuja tudo mais que tem lá, mas as ligações da natureza são bem mais profundas e delicadas, muitas vezes estamos destruindo e extinguido o que não vemos e nem sabemos o que existe. O post do Discutindo Ecologia Salvem as lampreias! ilustra um pouco essa ideia.

A natureza como limite da economia – Resenha

A contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen

 

Se você quer saber mais sobre Economia Ecológica e suas origens esse é o livro. Ele resgata todo o caminho acadêmico do considerado “papa” da economia ecológica, Nicholas Georgescu-Roegen.

Além de notar que a economia não leva a natureza em consideração (detalhe simples, hã?) Roegen considera que o crescimento infinito é inviável para os seres humanos caso queiramos continuar aqui por muito mais tempo.

Entender como funciona a teoria econômica “convencional”, por que é inviável crescer infinitamente, por que esses dados são ignorados pela maioria dos economistas, os pontos fracos da teoria econômica atual e as razões de por quê existir uma economia dita ecológica são alguns dos pontos abordados por esse livro de forma simples, direta e eficiente.

O livro A Natureza como limite da economia, do Andrei Cechin foi uma cortesia da editora Senac para a autora do blog.

Reserva Salto Morato

A convite da Fundação O Boticário eu e mais 9 blogueiros fomos conhecer a Reserva Salto Morato que pertence a Fundação. Foi a primeira vez que visitei uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), o que nada mais é que um parque natural particular, mas nesse caso, aberto ao público.

Fizemos duas trilhas, uma que conhecemos o Salto Morato, uma queda d’água de 100m de altura.

fundacao boticario 029 Salto Morato

E uma trilha que nos levou a uma figueira centenária na beira de um córrego.

fundacao boticario 074 Figueira

Essa reserva fica no litoral norte do Paraná, na cidade de Guaraqueçaba. A viagem faz parte da campanha “Qual a paisagem você quer proteger?”, que você pode participar no site da Fundação O Boticário enviando a sua paisagem que poderão se tornar parte do calendário do ano que vem da Fundação.

Depois do passeio, já em casa, fiquei pensando que precisamos muito evoluir esse conceito de parques. A idéia de guardar uma área cercada e protegida em algum canto do mundo me parece pouco eficiente ou até mesmo antiga. A gente na verdade evoluiu dos zoológicos quando a gente tira/tirava os animais de seu habitat e tenta/tentava recriá-lo em outro lugar. E agora fazemos parques, em que a gente cerca uma área e a torna intocável. De verdade não acho que uma área isolada de tudo e de todos em que as pessoas podem visitar de vez em quando uma maneira de melhorar nossa relação com a natureza, infelizmente esse foi o único jeito que encontramos pra não destruí-la, será que para não destruirmos mais a natureza temos que nos manter longe dela? Relação complicada essa a nossa, hein?

Eu sei que não é toda e qualquer cidade que pode se dar ao luxo como o Rio de Janeiro que tem uma floresta em seu perímetro urbano, a linda Floresta da Tijuca, mas precisamos urgentemente encontrar novas formas de restabelecer esse contato com a natureza, acredito que nos mantermos tão longe dela não é a única solução.

 

E os posts dos outros blogs já publicados sobre a viagem são:

Coluna Zero – Belas #paisagens da Reserva Natural Salto Morato no Paraná

Radar Verde – Reserva Natural Salto Morato – Paraná

Discutindo Ecologia – RPPN Salto Morato – Fundação O Boticário

Temas de meio ambiente da década

Inspirada por esse texto Top Environmental Issues of the Decade, 2000-2009 resolvi fazer o meu Top 10 sobre temas de meio ambiente. Os assuntos não estão listados em ordem de importância. Vamos lá:

 

1 – Aquecimento Global

Obviamente que esse tema vai aparecer em 11 de 10 listas como essa, esse é o tema do momento e até a ONU se empenha pra tratar desse assunto, não que isso necessariamente resulte em algo de concreto…

2 – Meio ambiente é assunto

Hoje em dia meio ambiente não é mais coisa de ecologista, hippie e gente alternativa. As pessoas discutem e de certa forma até tentam fazer alguma coisa as vezes, mas ainda tem muita gente achando isso bobagem, infelizmente.

3 – Responsabilidade social e ambiental das empresas

Algumas empresas entenderam que só lucro não é o objetivo único de sua existência, é possível fazer mais que dar lucro e ainda sair ganhando e logicamente aqui não estamos falando de filantropia. Mas qualquer grande empresa sabe que esse assunto é importante para sua marca, no mínimo.

4 – Marina Silva candidata a presidente do Brasil

Quem diria que a ex-ministra do meio ambiente sairia candidata a presidente pelo Partido Verde, esse fato deu uma opção diferente em quem votar nas próximas eleições.

5 – Maquiagem Verde

Esse tema é consequência do assunto do momento ser meio ambiente. Fala-se tanto disso que todo mundo quer fazer parte da moda, quer de alguma forma ser parte da onda, ai aparecem empresas e pessoas se fantasiando de verde pra se sentir parte do assunto, nem que seja de maneira torta.

6 – Biocombustíveis

Aqui no Brasil é a menina dos olhos de muita gente. E toda essa gente acha que é a solução de muitos problemas. Vou logo adiantado pra quem gosta de se iludir, biocombustíveis não é solução pra muita coisa, aliás em alguns aspectos pode até ser sinônimo de problemas. Esse tema requer muito cuidado.

7 – Sustentabilidade

Essa é a palavra da década sem sombra de dúvida. E como toda palavra usada sem critério vai cair na banalização, vão ter que arranjar uma outra pra substituí-la até o fim dessa nova década.

8 – Desastres ambientais

Aqui eu coloco todos os tipos de desastres, causados ou não pelo aquecimento global, por imprudência e descaso do homem ou que acontecem naturalmente. Não sei se por conta da globalização, da internet ou as duas coisas juntas esses desastres não parecem tão distantes e a gente tem uma noção melhor de como afetam a vida das pessoas.

9 – Economia Verde

Seria essa a palavra substituta da sustentabilidade? Nesse tema englobam o emprego verde, os produtos verdes, o dinheiro verde (ops, esse já verde…) e tudo mais que pode ficar verde… Esse assunto começou nessa década, mas com certeza ainda vai ter vida longa nas próximas…

10 – Desmatamento

Acho que essa década que passou nunca se falou tanto de desmatamento, na grande maioria das vezes da Amazônia, provavelmente não deve ter sido a década que mais se desmatou no Brasil, mas com certeza foi a década que mais se falou disso e condenou essa prática.

Belas cenas

Vi essa propaganda no Cartas da Itália do Allan que também escreve no Faça sua Parte. E me lembrei de um post que eu falava de polinização e de como as abelhas e outros insetos são muito importantes para a nós.

Achei as cenas dessa propaganda belíssimas e só quem já morou na Europa sabe o quanto essa época do ano é complicada pra quem tem alergia, lá a gente sente e vê a polinização acontecendo.

Poder & Amor – Resenha

Poder e amor

Quando você lê o título desse livro parece coisa de auto-ajuda ou alguma coisa até mesmo um pouco piegas como o que o poder do amor é capaz de fazer e coisas do tipo, mas não é nada disso, ainda bem! Porque afinal o que isso teria a ver com esse blog?

Nos primeiros capítulos ele dá uma boa balizada no que ele considera como amor e poder e os dois lados de cada um, basicamente ele segue a premissa definida por Martin Luther King, “O poder sem amor é imprudente e abusivo, e o amor sem poder é sentimental e anêmico. […]”. 

O que mais me surpreendeu é que uma coisa não é boa sem a outra, precisamos das duas em equilíbrio para que tudo funcione como deveria. E como ninguém é perfeito o equilíbrio entre os dois é dinâmico e nem um pouco estático, para atingir esse objetivo vai acontecer de cair e tropeçar pra que assim consigamos de fato andar e fazer as coisas darem certo.

O que eu mais gostei do livro foram os relatos práticos dados pelo autor e ele divide esses relatos em três tipos: cair, tropeçar e caminhar. O cair ele conta sobre o fracasso de um de seus trabalhos, de como desprezar o poder ou o amor nas relações não é muito inteligente e não leva a resolução dos problemas Ele conta sobre um trabalho na Índia sobre nutrição infantil que não obteve sucesso.

O relato do tropeçar conta de um caso em Israel, onde vários setores da sociedade judaico-israelense se juntaram para discutir os rumos do país e o outro caso sobre a democracia na África do Sul, em que o país seria discutido entre seus principais atores. Tropeçar pode não te fazer cair, mas é um andar trôpego, instável e inseguro. Quando acontece o tropeço um dos lados (amor ou poder) está mais forte que o outro.

A experiência sobre o andar é sobre o Laboratório de Alimentação Sustentável (em inglês) onde ele pôde presenciar o equilíbrio entre poder e amor e perceber que esse equilíbrio acontece de forma dinâmica, pois estamos sempre errando e tentando acertar o tempo todo.

Esse livro me fez ver que Poder e Amor tem de estar juntos e em equilíbrio na hora de falarmos de sustentabilidade, um sem o outro não funciona pois o amor sem poder é ingênuo e bobo, é como quando pensamos que sustentabilidade é coisa de hippie, xiita, que ser verde é bonitinho ou que é fazer caridade. E o poder sem amor é como o desenvolvimento selvagem praticado até pelas empresas (não que ainda não seja assim, mas existe uma tentativa de ser um pouquinho diferente em alguns casos). Seria a sustentabilidade o amor que falta nesse nosso desenvolvimento que é ecologicamente predatório, socialmente perverso e economicamente injusto?

 

No Xis-Xis a Ísis conta sobre a palestra que o autor deu na Conferência Ethos.