Reator: O homem nuclear

Por Giovanni Alexsander, via Ficciência

Agora que já sabemos o suficiente sobre os efeitos da radiação no nosso corpinho, vamos conspirar e dissertar sobre a possibilidade de termos um herói cujos poderes estão relacionados aos efeitos da radiação. Eu pensei em algo, chamo ele de Reator.


Lembra do que disse no post anterior a respeito dos benefícios que o uso da radiação nos trazem (post disponível aqui) ?


Então vamos nos ater a eles, de modo que os poderes do nosso herói estejam relacionados a eles. Ao criar o Reator eu pensei em algo técnico, sem poderes místicos, mas tradicionais. A conclusão foi que o mais adequado fosse a elaboração de um super traje, como o do Homem de Ferro ou War Machine, em que há auxílio de inteligência artificial, tipo um Jarvis, mas controlado em tempo real pelo herói, por comandos de voz, por exemplo.

Aqui eu abro um parênteses. Você deve pensar em inteligência artificial como o Ultron (vilão da Marvel Comics), mas não é para tanto.

Quando falo de A.I, me refiro a algo do tipo “SIRI“. Uma interface capaz de armazenar dados registrados e acessá-los de maneira independente, ou seguindo comandos. Mais pra frente farei um post sobre isso fica no aguardo. 

E afinal de contas, quais serão os poderes do nosso herói?

Poderes do Homem Reator

Através de seu traje, Reator é capaz de induzir a Fissão Nuclear de átomos de Urânio-235, transformando-o em 2 átomos leves, através da colisão de nêutrons com este urânio. Esta é uma reação altamente exotérmica, liberando muita energia, principalmente na forma de calor, um método muito similar é realizado em Usinas Nucleares.

 

Achou bom ? Calma que fica ainda melhor.

 

 

 

Graças ao seu super traje, ele é capaz de disparar esta energia de maneira direcionada, tipo o Alex Summer ou Destrutor, só que mais controlada. Pra você entender a dimensão dessa energia, 0,5 kg de Uranio-235 é capaz de fornecer energia equivalente a aproximadamente 3,8 milhões de litros de gasolina para abastecimento de porta aviões, por exemplo.

É realmente muita energia, mas existem importantes questões que devem ser levadas em consideração.

1. Como realizar a colisão de nêutrons com o Urânio-235, através do traje?

Esse tipo de processo é feito nas usinas nucleares através de seus reatores. Tratamos aqui de equipamentos gigantescos que possibilitam o controle dessa reação. O principal problema aqui é a escala, e para solucionar tal problema, invoco um tema que me agrada bastante, a microfluídica.


Uma hipótese para este problema é o uso de microreatores. Sim! Fazer tudo isso em uma escala micro ( 10-6 m). Isso nos garantiria grande eficiência em espaço limitado, o traje do nosso herói.

           Esquema de um sistema microfluídico para reações nucleares.

Basicamente temos três correntes de fluido, que se misturam no microreator, uma corrente de neutrôns, uma corrente de água pesada, e uma última corrente com Urânio-235. A função da água pesada é de limitar a quantidade de nêutrons que atinge o Urânio, assim é possível controlar a quantidade de energia liberada. Se essas correntes forem incididas adequadamente, então, HIPOTETICAMENTE, como produto, nosso herói produz energia suficiente e de maneira controlada, para suas batalhas.

2. Como utilizar toda essa energia?

Ele tem em seu super traje um sistema de poros que permite liberar todo esse calor, seja na forma de uma explosão, para fundir objetos jogados sobre ele, por exemplo, ou até mesmo direcionada sendo capaz de gerar propulsão para voos ou rajadas de energia, como o Destrutor, como havia mencionado anteriormente.

Realmente há uma grande variedade de alternativas para o uso desse poder, mas caso não tenham percebido estamos falando de um herói com o potencial de uma explosão NUCLEAR!! Então não meche com o cara!

É preciso admitir que algumas coisas são praticamente impossíveis, POR ENQUANTO, como a contensão da altíssima energia gerada dentro dos tubos de microrreatores até sua liberação pelos poros do traje- acho que seria necessário um princípio de fibra óptica, em que há reflexão de luz por toda extensão da fibra, assim seria para a energia. Existem outras possíveis questões mas tratamos depois, afinal o texto já esta enorme.

Pronto !! Elaboramos nosso primeiro heróii !!!! Espero que tenham curtido, se sim compartilhe e segue acompanhando o Ficciência, belê? Valeu e até a próxima, e não se esqueça, CONSPIRAR É PRECISO !

 

 

Giovanni Alexsander é estudante do curso de farmácia e bioquímica pela faculdade de Ciências ambientais da UNIFESP, onde faz iniciação científica na área da nanofisica. Acredita que a ciência é o combustível mais renovável e eficiente para levar a humanidade a um fim menos trágico, e se não for possível conta com seus desempenhos acadêmicos para realizar um apocalipse zumbi para livrar a terra da peste humana.

 


 


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Sobre Harrson S. Santana

Doutor em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com enfoque em Microfluídica, Simulação Numérica e Biodiesel. É também especialista em Impressão 3D de microdispositivos. • Atuou como Prof. Dr. da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) na área da Termodinâmica Aplicada e Operações Unitárias`; Foi Professor colaborador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) na área de Microrreatores; Professor Visitante na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto ESSS. • Atuou como Pesquisador na UNICAMP nas áreas de Microfluídica, Manufatura Aditiva, Simulações Numéricas e Processos Químicos. • Ministrou Cursos e Workshops acerca de diversos temas, tais como Modelagem e Simulação de Dispositivos Microfluídicos e Impressão 3D de Dispositivos Microfluídicos, a convite de diversas instituições como Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Espírito Santo. Também foi palestrante convidado de diversas conferências nos temas de Biotecnologia, Energia, Microfluídica entre outros. • Foi editor dos livros "Process Analysis, Design, and Intensification in Microfluidics and Chemical Engineering" e "A Closer Look at Biodiesel Production". • Atualmente atua como editor convidado dos periódicos “JoVE Journal” e “Frontiers in Chemical Engineering”. • Participou até o momento de 18 projetos de pesquisa, como coordenador e integrante gerando como resultados 33 artigos científicos em importantes periódicos internacionais, 6 patentes depositadas e 7 programas de computador com registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). • É criador do blog Microfluídica & Engenharia Química, onde apresenta conteúdos dessas duas áreas e como elas influenciam a nossa sociedade. Seu interesse científico se concentra em fenômenos de transporte, engenharia das reações química, simulações numéricas de dispositivos microfluídicos aplicados em processos químicos, físicos e biológicos, impressoras 3D e bioimpressão, além de sistemas robóticos.

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